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RESUMO SINDROME DE LI-FRAUMENI - MS

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MS 
 
 ♦ MÁRIO SALES 
 
Objetivos de aprendizagem 
 
1. Definir síndrome de predisposição ao câncer hereditário, descrevendo a diferença entre 
câncer hereditário e esporádico. Qual a diferença entre mutação germinativa e somática? 
A síndrome de câncer hereditário descreve uma mutação no gene herdado que aumenta o 
risco para um ou mais tipos de câncer. 
Estima-se que pacientes com esta síndrome apresentem 50% de chance de desenvolver 
tumores antes dos 30 anos de idade, comparados a 1% na população geral, e que 90% dos 
portadores desenvolvam câncer até 70 anos de idade 
O câncer esporádico compreende a maioria dos casos de câncer e ocorrem ao acaso, não 
havendo relação com grupos familiares. 
O câncer hereditário é caracterizado por síndromes geneticamente bem definidas, 
produzindo alto risco de desenvolvimento de câncer. 
A mutação somática ocorre durante a replicação do DNA que precede uma divisão 
mitótica. Todas as células descendentes são afetadas, mas podem localizar-se apenas 
numa pequena parte do corpo. Esse tipo de mutação pode causar cancros. Não são 
transmitidas à descendência. 
As mutações somáticas são mais graves pois estas podem causar além de tumores, 
doenças degenerativas. 
A mutação nas células germinativas ocorre durante a replicação do DNA que precede a 
meiose. A mutação afeta os gametas e todas as células que deles descendem após a 
fecundação – é transmitida à descendência. 
 
2. Saber a frequência das síndromes de predisposição ao câncer e quando suspeitar de 
que o paciente possa estar dentro desse contexto. 
Atualmente, estima-se que cerca de 5% a 10% de muitos cânceres estejam associados à 
predisposição hereditária. Partindo destes valores, podemos estimar, como exemplo, que 
dos 48.900 novos casos de câncer de mama estimados para 2006, entre 2.400-4.800, 
podem estar relacionados à predisposição hereditária. 
Os aspectos clínicos mais comuns para se suspeitar de uma síndrome de câncer 
hereditário são: o diagnóstico em idade mais jovem do que a idade de aparecimento 
daquele tipo de tumor, vários tumores no mesmo indivíduo ou câncer em várias gerações 
da família. Para se confirmar a suspeita de um câncer hereditário, há necessidade do 
indivíduo ser submetido a um teste genético. 
 
 
MS 
 
 ♦ MÁRIO SALES 
 
3. Exemplificar outras três (Síndrome de mama/ovário hereditário, Síndrome de Lynch, 
Polipose Adenomatosa Familiar (FAP), identificando o gene, seu modo de herança e quais 
os tumores mais prevalentes em cada uma delas. 
 
Síndrome de mama/ovário hereditário - é causada por mutações no gene BRCA1 ou 
BRCA2, o que aumenta substancialmente o risco de câncer de mama e ovário, 
autossômico dominante. No BRCA1, locus 17q21 apresentam 87% de chance de 
desenvolver carcinoma de mama e 40% a 60% de chance de desenvolver um carcinoma de 
ovário durante toda a vida. BRCA2, localizado em 13q12-13, possuem cerca de 85% de 
chance de desenvolverem um carcinoma de mama durante sua vida 
 
Síndrome de Lynch - é uma doença autossômica dominante, Variações nos genes MLH1, 
MSH2 e MSH6 - Mutações nesses genes impedem a reparação de "erros" durante o 
processo de replicação do DNA – tumor mais prevalente é o cancro do cólon e reto (CCR), 
tumores extra cólicos (TEC), como carcinomas do estômago, intestino delgado e pâncreas. 
 
A polipose adenomatosa familiar (PAF) - é uma síndrome autossômica dominante, 
causada por mutações herdadas no gene APC - aparecimento de centenas a milhares de 
pólipos adenomatosos colônicos. Quando não tratados, até 7% dos pacientes desenvolver 
câncer colorretal em torno dos 21 anos de idade, 87% nos 45 anos e 93% nos 50 anos. E), 
tumores desmóides e cancros extracolónicos (tireóide, fígado, vias biliares e sistema 
nervoso central) 
 
4. Definir a síndrome Li-Fraumeni, o gene envolvido, sua principal função, padrão de 
herança e quais os tumores mais associados. 
A Síndrome de Li-Fraumeni (LFS) é uma síndrome rara de predisposição ao câncer com 
caráter autossômico dominante com alta penetrância. 
O gene supressor de tumor TP53, localizado no braço curto do cromossomo 17 (17p13.1), 
com 20 kb e contendo 11 éxons, sendo o primeiro não codificante. 
Este gene codifica a proteína p53. O papel do gene TP53 na regulação do ciclo celular e sua 
participação direta no controle da apoptose é determinante, recebendo por isso a 
denominação de “guardião do genoma” 
Tumores malignos estão diretamente relacionados a LFS, tais como sarcoma, melanoma, 
leucemia, tumores do sistema nervoso central, tumores adrenocorticais, tumores de 
células germinativas, tumor de Wilms e câncer de mama de início em idade jovem. 
 
MS 
 
 ♦ MÁRIO SALES 
 
5. Descrever a incidência da doença no Brasil (região Sul e Sudeste), comparando com a 
incidência no restante do mundo. Descrever sua penetrância e que particularidade há na 
região Sul e Sudeste para que a frequência de uma mutação específica (R337H) seja tão 
diferente do restante do país e do mundo. 
 
No Brasil, pesquisadores detectaram uma grande incidência de uma mutação não clássica 
do p53, principalmente no Sul e Sudeste. 
O grande número de pacientes se explica pelo fato de a mutação brasileira oferecer um 
risco de câncer de 50% a 70%. 
O que permitiu que a condição se espalhasse tanto, já que a maioria dos hospedeiros 
sobrevive tempo suficiente para passar genes aos filhos, o que não acontece com o tipo 
clássico presente no restante do mundo, em que há 90% de risco de câncer. 
 
Na população de brasileiros com Li-Fraumeni, a ocorrência de câncer colorretal é menor 
que essa relatada. A idade média de diagnóstico é 38 anos”. 
No resto do mundo, mutações genéticas no TP53 também costumam causar câncer mais 
cedo - em 50% dos casos, antes dos 30 anos. No caso brasileiro, esse índice é de 30%. 
Além disso, quando consideramos os pacientes brasileiros com a mutação fundadora 
R337H (mutação de Li-Fraumeni presente apenas em brasileiros), não temos nenhum caso 
de câncer colorretal abaixo de 25 anos, ao contrário das outras mutações TP53 relatadas 
no estudo americano. 
Em geral, portadores da síndrome, homens e mulheres, têm cerca de 90% a 100% mais 
chances de terem câncer do que a população em geral. No Brasil, mulheres têm cerca de 
78% de probabilidade e, em homens, ela é menor do que 50%. 
 
 
 
Objetivos de aprendizagem extramapa 
1. Confeccionar e interpretar o heredograma da família acima descrita.

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