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CONSUMIDOR 5

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15/05/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/9
Módulo V. Direitos básicos do consumidor
Neste módulo vamos abordar o Capítulo III do Código de Defesa do Consumidor,
que disciplina os direitos básicos dos consumidores.
Assim, após elencarmos quais são esses direitos que informam o CDC vamos tratar
de cada um deles individualmente.
Os direitos básicos do consumidor encontram-se disciplinados nos artigos 6º e 7º do
Código de Defesa do Consumidor. Veja-se, portanto, o teor dos preceptivos legais:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos
provocados por práticas no fornecimento de produtos e
serviços considerados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos
produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a
igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes
produtos e serviços, com especificação correta de quantidade,
características, composição, qualidade, tributos incidentes e
preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva,
métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra
práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de
produtos e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com
vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção
Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando
15/05/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/9
for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;
IX - (Vetado);
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em
geral.
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput
deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência,
observado o disposto em regulamento. 
 
 
Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros
decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o
Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de
regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas
competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais
do direito, analogia, costumes e equidade.
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos
responderão solidariamente pela reparação dos danos
previstos nas normas de consumo.
 
Como visto em módulo anterior a defesa do consumidor é um dos direitos
fundamentais positivados no artigo 5º da Constituição da República. Assim, por ser
direito fundamental, a ele se aplica todo o arcabouço teórico que informa a disciplina
da teoria dos direitos fundamentais, inclusive a ampliação desses direitos por meio
de Tratados Internacionais é permitida.
Ademais, é valido destacar que o fato de ser um direito fundamental não impede,
como dispõe o § 2º do artigo 5º da Constituição Federal a adoção de outros direitos
decorrentes de tratados ou outros diplomas legislativos, podendo-se incluir ou
ampliar a proteção dos direitos fundamentais.
De se notar ter o legislador infraconstitucional repetido, no artigo 7º do CDC, o que o
constituinte já positivara na CFRB.
Feita essa introdução preliminar vamos passar à análise dos direitos em espécie.
O primeiro princípio refere-se à garantia da proteção da vida, saúde e segurança
contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços
considerados perigosos ou nocivos. 
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https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/9
Produtos e serviços colocados no mercado que, em razão de sua natureza,
representem ou possam representar algum tipo de risco ao consumidor devem ter
informações adequadas, claras e em destaques sobre isso. 
E, considerando a hipótese de que somente após a colocação do produto ou serviço
no mercado o fornecedor vier a descobrir que ele pode causar risco à saúde ou
segurança dos consumidores, deve tornar o fato público imediatamente, por meio de
anúncios publicitários, além de promover a retirada dele do mercado o mais rápido
possível.
Tal pratica pode ser realizada por meio de Recall, ou chamamento, consiste no
procedimento gratuito pelo qual o fornecedor informa ao público e/ou eventualmente
o convoca a devolução ou apresentação dos produtos com o objetivo de sanar os
defeitos encontrados em produtos vendidos ou serviços prestados. 
De se notar também que em nossa sociedade, que é de massa, acaba realizando a
produção industrializada também em massa. Assim, não é raro que produtos
industrializados contenham corpos estranhos dentro das embalagens, caso isso
ocorra caberá responsabilização aplicando-se o Código de Defesa do Consumidor.
Para fins de responsabilidade civil das empresas perante o consumidor é necessária
a comprovação de dano, que pode ser de natureza moral ou material.
Apesar de não ser pacífico o posicionamento jurisprudencial, imperioso consignar
que o Superior Tribunal de Justiça tem entendido que mesmo que o consumidor não
venha a consumir o produto que apresenta algum corpo estranho configura-se o
dano moral, conforme trecho a seguir reproduzido:
“Assim, uma vez verificada a ocorrência de defeito no
produto, a afastar a incidência exclusiva do artigo 18 do
CDC à espécie (o qual permite a reparação do prejuízo
material experimentado), inafastável é o dever do
fornecedor de reparar também o dano extrapatrimonial
causado ao consumidor, fruto da exposição de sua saúde
e segurança a risco concreto”REsp
1.768.009, 2018/0214304-2 de 09/05/2019, RELATÓRIO
E VOTO - Min. NANCY ANDRIGHI
Vejam-se, exemplificativamente, algumas das decisões acerca da configuração ou
não de dano moral em casos semelhantes:
 
APELAÇÃO – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS – SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA – AFASTADA A
ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA SUSCITADA
PELA AUTORA - RELAÇÃO DE CONSUMO -
DISPONIBILIZAÇÃO DE PRODUTO ALIMENTÍCIO
IMPRÓPRIO PARA O CONSUMO - GARRAFA DE
15/05/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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REFRIGERANTE INVIOLADA CONTENDO CORPO
ESTRANHO EM SEU INTERIOR – FOTOS ACOSTADAS À
EXORDIAL QUE CORROBORAM A NARRATIVA AUTORAL –
REQUERIDA QUE NÃO SE DESINCUMBIU DO ÔNUS DE
COMPROVAR EXCLUDENTE DA RESPONSABILIDADE
CIVIL – SITUAÇÃO QUE EXTRAPOLA O MERO DISSABOR –
CONSUMIDORA QUE TEVE SUA SÁUDE E SEGURANÇA
EXPOSTOS À RISCO – INFRINGÊNCIA DO ARTIGO 8º DO
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR –
CARACTERIZADO O DEFEITO DO PRODUTO NOS TERMOS
DO ARTIGO 12 DO DIPLOMA SUPRAMENCIONADO –
AUSÊNCIA DE INGESTÃO DO PRODUTO QUE NÃO AFASTA
A CONFIFURAÇÃO DOS DANOS MORAIS – PRECEDENTES
RECENTES DO COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA - SENTENÇA REFORMADA – RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. 
(TJSP; Apelação Cível 1035624-81.2019.8.26.0114; Relator
(a): Cesar Luiz de Almeida; Órgão Julgador: 28ª Câmara de
Direito Privado; Foro de Campinas - 1ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 20/03/2020; Data de Registro: 20/03/2020)
Apelação cível - ação indenizatória por danos morais – compra-
e-venda – asseverada existência de objeto estranho em
alimento consumido (pedaço de acrílico) - prova do fato
constitutivo do direito a cargo do autor, nos termos do artigo
373, inciso I, do CPC, do que não se desincumbira - ausênciade verossimilhança - desfecho de improcedência preservado -
inconformismo improvido. 
(TJSP; Apelação Cível 1007135-46.2017.8.26.0068; Relator
(a): Tercio Pires; Órgão Julgador: 34ª Câmara de Direito
Privado; Foro de Barueri - 6ª Vara Cível; Data do Julgamento:
20/03/2020; Data de Registro: 20/03/2020)
Apelação cível - ação indenizatória por danos morais – compra-
e-venda – asseverada existência de objeto estranho em
alimento consumido (pedaço de acrílico) - prova do fato
constitutivo do direito a cargo do autor, nos termos do artigo
373, inciso I, do CPC, do que não se desincumbira - ausência
de verossimilhança - desfecho de improcedência preservado -
inconformismo improvido. 
(TJSP; Apelação Cível 1007135-46.2017.8.26.0068; Relator
(a): Tercio Pires; Órgão Julgador: 34ª Câmara de Direito
Privado; Foro de Barueri - 6ª Vara Cível; Data do Julgamento:
20/03/2020; Data de Registro: 20/03/2020)
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RECURSO ESPECIAL DIREITO DO CONSUMIDOR.
RESPONSABILIDADE CIVIL. PRESENÇA DE CORPO
ESTRANHO EM ALIMENTO. EMBALAGEM DE
REFRIGERANTE LACRADA. TECNOLOGIA PADRONIZADA.
AUSÊNCIA DE INGESTÃO. DANO MORAL INEXISTENTE.
MERO DISSABOR. ÂMBITO INDIVIDUAL. 1. Cuida-se de
demanda na qual busca o autor a condenação da empresa ré
ao pagamento de indenização por danos morais decorrentes
da aquisição de refrigerante contendo inseto morto no interior
da embalagem. 2. No âmbito da jurisprudência do STJ, não
se configura o dano moral quando ausente a ingestão do
produto considerado impróprio para o consumo, em
virtude da presença de objeto estranho no seu interior, por
não extrapolar o âmbito individual que justifique a
litigiosidade, porquanto atendida a expectativa do
consumidor em sua dimensão plural. 3. A tecnologia
utilizada nas embalagens dos refrigerantes é padronizada e
guarda, na essência, os mesmos atributos e as mesmas
qualidades no mundo inteiro. 4. Inexiste um sistemático defeito
de segurança capaz de colocar em risco a incolumidade da
sociedade de consumo, a culminar no desrespeito à dignidade
da pessoa humana, no desprezo à saúde pública e no descaso
com a segurança alimentar. 5. Recurso especial provido. (REsp
1.395.647/SC, Terceira Turma, Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 18/11/2014). Grifamos.
 
Também é direito básico do consumidor a educação e divulgação sobre o consumo
adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a
igualdade nas contratações.
A educação dos consumidores e fornecedores é um objetivo a ser alcançado, como
forma de tornar melhor a relação de consumo, pois é por meio da educação que as
condições do mercado de consumo serão maximizadas. 
A educação é importante, ainda, para que o consumidor possa exercer seu direito de
escolha dos produtos e serviços e a igualdade das contratações.
O Código de Defesa do Consumidor prevê ainda como direito básico dos
consumidores a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e
serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição,
qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem,
conforme artigos já mencionados.
O consumidor deve sempre ser informado sobre os produtos e serviço que deseja
contratar. Essa informação só será efetiva quando for clara e adequada. Essa
informação, conforme dispõe o inciso III, do art. 6º do CDC, deve trazer a
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especificações correta quanto a quantidade, característica, qualidade e preço, bem
como sobre os riscos que eles possam apresentar decorrente do uso inadequado. 
Também constitui direito básico o consumidor a proteção contra a publicidade
enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra
práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços.
A publicidade constitui a maior arma de que dispõe o fornecedor para expor seus
produtos ou serviços. Por isso mesmo que o CDC protege o consumidor contra a
publicidade enganosa e abusiva. 
É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que
incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de
julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja
capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua
saúde ou segurança.
É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter
publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por
omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza,
características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer
outros dados sobre produtos e serviços.
Ademais, o próprio CDC prevê a hipótese de que a publicidade é enganosa por
omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
O legislador ainda previu como direito básico do consumidor a modificação das
cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão
em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas. 
Por conta da proteção contratual os contratos de consumo não são inflexíveis. Pelo
contrário, os contratos poderão ser modificados judicialmente, quando estabelecem
prestações desproporcionais ou revistos em razão de fatos posteriores que possam
causar dificuldade no cumprimento do mesmo por ter se tornado excessivamente
oneroso. 
É também direito do consumidor a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.
O direito principal é a prevenção do dano. Evitar que o dano ocorra é infinitamente
melhor do que a reparação do dano causado. É que, muitas vezes, em razão do
dano ocorrido, não é possível sua reparação. 
Mas se não for possível a reparação, a indenização do consumidor deve ser efetiva
e a mais ampla possível, abrangendo os danos materiais e morais, tal reparação
deve levar em consideração a condição de hipossuficiência do consumidor com
relação ao fornecedor.
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O Código de Defesa do Consumidor disciplina também como direito básico do
consumidor o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à
prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou
difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados.
Não basta garantir a efetiva reparação dos danos: é preciso garantir, também, o
acesso ao judiciário. O consumidor tem livre acesso a qualquer repartição pública ou
à Justiça para poder ser indenizado pelos danos causados por produtos ou serviços
defeituosos. Nesse aspecto, os Juizados Especiais Cíveis (Lei 9.099/99) exercem
importante atuação.
Também é direito do consumidor a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive
com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério
do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as
regras ordinárias de experiências.
O consumidor, como parte vulnerável da relação de consumo, deve ter seu direito de
defesa facilitado. Isso significa que, num processo judicial, a parte mais difícil caberá
ao fornecedor, inclusive podendo o juiz determinar a inversão do ônus da prova.
A esse respeito o Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de
que a inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC, não ocorre
“ope legis”, mas “ope iudicis”, vale dizer, é o juiz que, de forma prudente e
fundamentada, aprecia os aspectos de verossimilhança das alegações do
consumidor ou de sua hipossuficiência.
Por oportuno, registre-se algumas decisões sobre a inversão do ônusda prova nas
relações de consumo:
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. Ação de indenização por danos
morais e materiais. Insurgência contra decisão que saneou o
processo e determinou a inversão do ônus da prova com base
no CDC, impondo à ré o dever de arcar com os honorários
periciais. Relação de consumo. Inversão do ônus da prova
prevista no inc. VIII, do art. 6º do CDC que está em
consonância com o disposto no § 1º, do art. 373 do CPC.
Inversão que alcança também o custeio da prova pericial.
Necessidade de facilitação da defesa dos interesses do
consumidor na esfera judicial. Decisão mantida. RECURSO
NÃO PROVIDO. 
(TJSP; Agravo de Instrumento 2242575-44.2019.8.26.0000;
Relator (a): Carmen Lucia da Silva; Órgão Julgador: 25ª
Câmara de Direito Privado; Foro de Guarulhos - 1ª Vara Cível;
Data do Julgamento: 24/03/2020; Data de Registro:
24/03/2020)
15/05/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 8/9
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL - AGRAVO
DE INSTRUMENTO - DECISÃO MONOCRÁTICA NEGANDO
SEGUIMENTO AO RECURSO ESPECIAL - INSURGÊNCIA
RECURSAL DA AUTORA. 1. Não subsiste a alegada ofensa
ao artigo 535 do CPC, pois o Tribunal de origem enfrentou as
questões postas à apreciação, não havendo no aresto recorrido
omissão a ser sanada. Precedentes. 2.1. A jurisprudência
desta Corte orienta-se no sentido de que "a inversão do
ônus da prova fica a critério do juiz, conforme apreciação
dos aspectos de verossimilhança da alegação do
consumidor e de sua hipossuficiência, conceitos
intrinsecamente ligados ao conjunto fático-probatório dos
autos delineado nas instâncias ordinárias, cujo reexame é
vedado em sede especial" (AgRg no REsp 662.891/PR, 4ª
Turma, Rel. Min. Fernando Gonçalves, DJ de 16.5.2005).
Súmula 7 do STJ. 2.2. Tratando-se de acontecimento
resultante do serviço prestado pela recorrente (fato do
serviço), o qual atingiu indiscutível e reflexamente os
recorridos (pais do falecido), é plenamente possível a
extensão do conceito de consumidor a estes para fins de
aplicação da inversão do ônus probatório. Inteligência do
art. 17, do CDC. Precedentes. 3. A incidência da Súmula
7/STJ sobre o tema objeto da suposta divergência impede o
conhecimento do recurso lastreado na alínea c do permissivo
constitucional ante a inexistência de similitude fática. 4. Agravo
regimental desprovido. (Ag Rg no REsp 1.151.223, Quarta
Turma, Rel. Min.Marco Buzzi, julgado em 17/11/2015).
Grifamos.
 
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. INVERSÃO
DO ÔNUS DA PROVA. MATÉRIA QUE DEMANDA REEXAME
DE FATOS E PROVAS. SUMULA 7 DO STJ. AGRAVO
INTERNO NÃO PROVIDO.
1. Esta Corte possui firme o entendimento no sentido de que:
"A inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do
Código de Defesa do Consumidor, não é automática,
dependendo da constatação, pelas instâncias ordinárias, da
presença ou não da verossimilhança das alegações do
consumidor.".(AgInt no AREsp 1328873/RJ, Rel. Ministro RAUL
ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 21/11/2019, DJe
18/12/2019).
2. As conclusões do acórdão recorrido no tocante à
inexistência de ato ilícito apto a gerar o dever de indenizar; e
15/05/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 9/9
inversão do ônus da prova; não podem ser revistas por esta
Corte Superior, pois demandaria, necessariamente, reexame
de fatos e provas dos autos, o que é vedado em razão do óbice
da Súmula 7 do STJ.
3. Agravo interno não provido.
(AgInt no AREsp 1581973/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 10/03/2020, DJe
17/03/2020)
 
Conforme decisão acima verifica-se que a inversão do ônus da
prova deve ser requerida pela parte interessada.
 
Conforme todo o exposto verifica-se que de acordo com o artigo 6º, inciso VIII, do
Código de Defesa do Consumidor, é direito do Consumidor a facilitação da defesa
de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando ele for
hipossuficiente (pessoa incapaz de arcar com as despesas processuais), segundo
as regras ordinárias de experiências.

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