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DRGE - pdf

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Maria Beatriz Valença 
Gastroenterologia 
• É a condição que se desenvolve quando o refluxo do 
conteúdo procedente do estômago provoca sintomas 
desagradáveis e/ou complicações. 
 
• Seu diagnóstico é frequentemente baseado na 
presença de sintomas típicos (pirose e regurgitação) 
ou sintomas atípicos e extraesofágicos (dor torácica 
não cardíaca, tosse, pigarro e disfonia, por resposta à 
terapia supressora de ácido com um curso de 
tratamento com IBP, achados à endoscopia de lesões 
mucosas relacionadas ao refluxo e pelo 
monitoramento prolongado do refluxo pela pHmetria 
esofágica ou impedância-pHmetria esofágica. 
 
• Epidemiologia: 
o Acomete 12% da população urbana brasileira; 
o Sexo: igual entre homens e mulheres, mas entre 
homens é mais comuns apresentação de casos 
de: esofagite e esôfago de Barrett; 
o Aumento da idade é um fator importante na 
prevalência de complicações da DRGE. 
 
• Idade: aumenta com a idade; 
• Sexo: aparentemente mais prevalente em mulheres; 
• Gestação: aumenta durante a gestação; 
• Obesidade: mais frequente em obesos; 
• Hérnia hiatal: relaciona-se às formas mais graves; 
• Fatores genéticos: estudos sugerem participação 
genética. 
 
• Os fatores patogênicos na DRGE têm interação 
complexa. 
 
• As lesões características da DRGE ocorrem quando a 
mucosa do órgão é exposta ao refluxato gástrico que 
contém agentes agressores como ácido, pepsina, sais 
biliares e enzimas pancreáticas. 
 
 
• Em condições normais, ocorrem episódios de refluxo 
de curta duração e rápida depuração, denominado 
refluxo fisiológico. 
 
• Numerosos fatores podem contribuir para o refluxo se 
tornar patológico, merecendo destaque as aberturas 
transitórias ou relaxamentos transitórios do esfíncter 
inferior do esôfago. Estes, ocorrem 
independentemente da deglutição, principalmente 
em indivíduos com pressão basal normal. Em alguns 
casos, que não constituem maioria, pode ocorrer 
hipotensão esfincteriana, como principal mecanismo 
fisiopatológico. 
 
• O refluxo gastroesofágico provoca diminuição da 
resistência do epitélio mucoso esofágico com 
dilatação do espaço intercelular e presença de 
erosões, porém, pode não ocorrer erosões, o que 
caracteriza a forma não erosiva da doença. Por outro 
lado, a dilatação do espaço intercelular é uma das 
mudanças morfológicas mais precocemente 
observadas no epitélio esofágico. Ela é observada 
tanto em pacientes com a doença erosiva quanto 
naqueles com a doença não erosiva, podendo, em 
teoria, ser o mecanismo gerador ou perpetuador dos 
sintomas, mesmo nos pacientes em tratamento com 
inibidores da bomba protônica (IBP). 
 
• A gravidade da esofagite é relacionada à duração, ao 
tempo de exposição ácida e ao pH do conteúdo 
gástrico refluído. 
 
• O refluxo ácido é muito mais comum que o refluxo não 
ácido (ou fracamente ácido) – envolvido na gênese da 
tosse, pigarro e globus. 
 
• A DRGE pode ser classificada em duas formas de 
apresentação, conforme a presença ou não de 
erosões ao exame endoscópico. 
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO 
INTRODUÇÃO 
Definição: A DRGE decorre da falha da 
barreira normal antirrefluxo em proteger 
contra quantidades frequentes e anormais de 
refluxo gastroesofágico. 
Refluxo gastroesofágico: conteúdo gástrico 
em movimento retrógrado sem esforço a 
partir do estômago para esôfago. 
FATORES DE RISCO POPULACIONAIS 
ETIOPATOGENIA, FISIOPATOLOGIA E APRESENTAÇÃO 
Maria Beatriz Valença 
Gastroenterologia 
 
• Forma mais frequente. 
 
• Definida pela presença de sintomas desagradáveis 
associados ao refluxo, com ausência de erosões ao 
exame endoscópico. 
 
• A verificação de edema e eritema per se não 
caracterizam a ocorrência de DRGE-NE, a qual pode 
ser diagnosticada clinicamente com base na história 
clínica, embora a presença de sintomas típicos 
também não assegure o diagnóstico de forma 
definitiva. Assim, demanda a realização de um teste 
terapêutico, particularmente, em pacientes com 
menos de 45 anos de idade. 
• Apresentação clássica da doença, com sintomatologia 
clínica e presença de erosões ao exame endoscópico, 
a qual, embora importante, não apresenta 
especificidade elevada. 
 
• Classificação endoscópica da esofagite: classificação 
de Los Angeles: 
 
Grau A Uma ou mais erosões, confinada às pregas 
mucosas, menores do que 5 mm cada 
Grau B Uma ou mais erosões maiores do que 5 mm em 
sua maior extensão, não contígua entre os topos 
de suas pregas esofágicas 
Grau C Erosões contínuas (ou convergentes) entre os 
topos de pelo menos duas pregas, envolvendo 
menos do que 75% da circunferência do 
esôfago 
Grau D Erosões ocupando pelo menos 75% da 
circunferência do esôfago 
 
• Existem evidências demonstrando que a infecção por 
H. pylori não tem relação com a DRGE e que sua 
erradicação não agrava seus sintomas. Portanto, 
tendo em vista a remissão de sintomas ou 
cicatrização de lesões, até o presente, não está 
indicada a pesquisa do H. pylori ou sua erradicação. 
 
 
• É a substituição do epitélio escamoso estratificado do 
esôfago por epitélio colunar contendo células 
intestinalizadas (metaplasia intestinal) em qualquer 
extensão do órgão. Trata-se de uma condição 
adquirida que resulta do refluxo gastroesofágico 
crônico. 
 
 
• Diagnóstico: Endoscopia digestiva alta e biópsias. 
Primariamente suspeitado pelo exame endoscópico, 
mas deve ser sempre confirmado pelo exame 
histológico de fragmentos de biópsia, o qual demostra 
metaplasia intestinal incompleta com presença de 
células caliciformes. 
 
• O dano maior ocorre mais pelo tempo prolongado de 
exposição ao pH ácido inferior a 4 do que pelo número 
de episódios de refluxo. 
 
DOENÇA DO REFLUXO NÃO EROSIVA (DRGE-NE) 
DOENÇA DO REFLUXO EROSIVA (DRGE-E) 
HELICOBACTER PYLORI 
ESÔFAGO DE BARRETT 
Maria Beatriz Valença 
Gastroenterologia 
• É uma condição pré-maligna que se acredita ser o 
maior fator de risco para o desenvolvimento de 
adenocarcinoma do esôfago distal. 
 
• A displasia, sinônimo de neoplasia intraepitelial, 
atualmente é o único marcador que pode ser utilizado 
para delinear a população de maior risco de câncer 
esofágico. No entanto, permanece desconhecido se a 
supressão ácida (farmacológica ou cirúrgica) poderia 
alterar a história natural da metaplasia (esofagite → 
metaplasia intestinal → displasia → neoplasia), 
embora, trabalhos recentes tenham sugerido que a 
terapia com IBP está associada à redução significativa 
do desenvolvimento de displasia nesses pacientes. 
 
• O risco de malignização (displasia a adenocarcinoma) 
parece estar relacionado com a extensão do epitélio 
metaplásico e é maior nos pacientes com o 
denominado esôfago de Barrett longo, maior que 3 
cm. 
 
• Os pacientes com DRGE apresentam diferentes 
defeitos fisiopatológicos que não são efetivamente 
corrigidos com o tratamento, mas são atenuados pelo 
bloqueio do ácido que provém do estômago. Assim, é 
de se esperar que, após o tratamento da fase aguda 
da enfermidade, possam ocorrer recidivas com a 
suspensão do tratamento, particularmente nos casos 
mais graves. 
 
• O tratamento de manutenção desses pacientes deve 
ser considerado, sobretudo, nos casos de esofagite 
erosiva. 
• Anamnese cuidadosa, visando identificar os sintomas 
característicos, bem como definir sua intensidade, 
duração e frequência. Bem como, os fatores 
desencadeantes e de alívio, além de ser determinado 
o padrão de evolução da enfermidade no decorrer do 
tempo, assim como o impacto na qualidade de vida 
dos pacientes. 
 
• Sintomas típicos: 
o Pirose: algumas vezes chamada de azia, que é a 
sensação de queimação retroesternal que se 
irradia do epigástrio à base do pescoço, podendo 
atingir a garganta. 
o Regurgitação: percepção do fluxo do conteúdo 
gástrico refluído para a boca ou hipofaringe. 
 
• Apresentação de sintomas típicos duas ou mais vezes 
por semana,por no mínimo 4 a 8 semanas. 
 
• Sintomas associados: sialorreia, eructação, sensação 
de opressão retroesternal. 
 
• Condições que elevam a pressão intra-abdominal 
também podem exacerbar os sintomas, 
particularmente a obesidade. 
 
• É interessante observar que a intensidade é tão 
importante quanto a frequência dos sintomas e que 
existe relação entre a gravidade e a afetação da 
qualidade de vida. Isso vale tanto para a DRGE não 
erosiva quanto para a esofagite erosiva. A ausência de 
sintomatologia típica não descarta a hipótese de 
DRGE, tendo em vista as manifestações atípicas. Ao 
contrário, pacientes com laringite crônica, por 
exemplo, devem ser investigados quanto à presença 
de refluxo, até porque existe a possibilidade da 
ocorrência de refluxo não ácido ou fracamente ácido. 
O mesmo se aplica aos pacientes com apneia ou 
distúrbios do sono. 
 
• Sintomas atípicos: 
• Dor torácica não cardíaca: Depois de afastada a 
etiologia cardíaca, a DRGE costuma ser a causa mais 
comum de dor torácica. 
o Globus faringeus; 
o Asma; 
o Tosse crônica; 
o Fibrose pulmonar idiopática; 
o Apneia do sono; 
o Pneumonias de repetição; 
o Otite média; 
o Sinusite crônica; 
o Rouquidão; 
o Pigarro; 
o Desgaste do esmalte dentário. 
 
• Sinais e sintomas de alerta: (Frequentemente, estão 
associados a complicações) 
o Anemia; 
o Hemorragia digestiva; 
o Emagrecimento; 
o Disfagia; 
o Odinofagia; 
o Presença de sintomas de grande intensidade, 
principalmente os que têm início recente em 
pacientes idosos e/ou com história familiar de 
câncer. 
• Recomendação de grau A: Teste diagnóstico 
terapêutico (IBP administrado em dose plena por um 
período de 4 semanas) para pacientes com menos de 
45 anos e com manifestações típicas. 
 
• Ainda assim, foi explicitamente recomendado que 
todo paciente com suspeita ou diagnóstico de DRGE 
realize a endoscopia digestiva alta (EDA) antes do 
início do tratamento.21 Essa orientação baseia-se no 
fato de que a EDA é um procedimento seguro e 
facilmente executado, amplamente disponível e de 
baixo custo em nosso meio. Permite a visualização 
direta da mucosa e aumenta a acurácia diagnóstica 
nos casos de DRGE erosiva. Isto, além de identificar 
RECIDIVAS 
DIAGNÓSTICO 
TESTE DIAGNÓSTICO TERAPÊUTICO 
Maria Beatriz Valença 
Gastroenterologia 
precocemente as complicações ou outras 
eventualidades, como neoplasias de esôfago e 
estômago. 
 
• Endoscopia digestiva alta: método de escolha. 
 
• Permite a caracterização da presença de erosões da 
mucosa esofágica e possibilita a realização de 
biópsias. Assim, o exame endoscópico possibilita a 
classificação da DRGE em doença erosiva ou não 
erosiva que poderá ter implicações diretas na forma 
de abordagem terapêutica. 
 
• As biópsias de esôfago têm indicação limitada apenas 
às complicações da doença: esôfago de Barrett, 
úlceras de esôfago e estenose esofágica, além de 
caracterizar o adenocarcinoma esofágico. 
 
• Forma não erosiva: sintomas típicos e com EDA 
normal. 
 
• Indicação restrita. 
 
• Esofagograma: sua indicação se baseia na 
capacidade do exame de avaliar dinamicamente a 
morfologia do órgão e o tempo de trânsito do 
contraste. Porém apresenta baixa sensibilidade e 
especificidade para o diagnóstico de DRGE e, por 
conseguinte, raramente está indicado. 
 
• Pode auxiliar na investigação de pacientes que 
referem disfagia e odinofagia, tornando-ser 
fundamental para caracterizar estenoses e ajudar na 
decisão terapêutica dessa complicação. 
• Pode demonstrar o refluxo do conteúdo gástrico após 
ingestão de contraste marcado com 99Tc. 
 
• Técnica não invasiva, porém caro e pouco disponível. 
 
• Diagnóstico de DRGE em crianças. 
 
• Útil para investigar as manifestações atípicas 
respiratórias. 
 
• Indicações: 
o Antes da realização de pHmetria: para precisar o 
local do esfíncter esofágico inferior para 
localização do sensor de pH; 
o Pré-operatório da DRGE, afastando acalasia ou 
distúrbios importantes de motilidade de esôfago, 
como, por exemplo, a esclerose sistêmica; 
o Investigação complementar de disfagia: 
principalemnet quando existe suspeita de 
alterações motoras de esôfago, como o esôfago 
em quebra-nozes e espasmo esofágico difuso. 
 
• A manometria de alta resolução procura superar as 
limitações da manometria convencional, 
possibilitando o emprego de um grande número de 
sensores de pressão, inclusive sensibilidade 
circunferencial, que faz com que a imagem final seja 
contínua e espacial. Apresenta maior especificidade 
na identificação dos tipos acalasia, obstrução 
funcional da junção esofagogástrica e na definição do 
espasmo esofágico. No que se refere à DRGE de modo 
geral, o método atualmente não apresenta grandes 
vantagens em relação à manometria convencional. 
 
• O monitoramento do pH intraesofágico pode ser 
realizado via cateter transnasal ou com cápsula 
telemétrica sem fio e pode detectar episódios de 
refluxo medindo as diminuições do pH esofágico. 
 
• Cateteres de impedância e pH posicionados por via 
transnasal no esôfago, avaliam a mudança da 
resistência elétrica conforme a composição química 
do material refluído e medem a direção do fluxo 
(anterógrado ou retrógrado), assim como, o pH 
esofágico. Assim, este último método é capaz de 
medir refluxos ácidos e não ácidos. 
 
• Método específico e sensível para o diagnóstico do 
refluxo ácido gastroesofágico e sua correlação com os 
sintomas referidos pelos pacientes. 
 
• Recentemente, o Colégio Americano de 
Gastroenterologia publicou recomendações para o 
uso de testes para o diagnóstico do refluxo 
gastroesofágico. São elas: 
o Para documentar a exposição ácida em paciente 
com endoscopia negativa, quando considerado 
para intervenção endoscópica ou cirúrgica; 
o Na avaliação de pacientes com sintomas típicos 
de refluxo que apresentam endoscopia negativa 
e que são refratários ao tratamento com IBP. 
 
EXAME ENDOSCÓPICO E BIÓPSIA DE ESÔFAGO 
RAIO-X CONTRASTADO DE ESÔFAGO 
(ESOFAGOGRAMA OU SERIOGRAFIA) 
CINTILOGRAFIA 
MANOMETRIA CONVENCIONAL E MANOMETRIA 
ESOFÁGICA DE ALTA RESOLUÇÃO 
pHmetria esofágica de 24 horas 
Maria Beatriz Valença 
Gastroenterologia 
• O exame não deve ser indicado rotineiramente, mas 
em certas condições também pode ser útil e auxiliar 
na conduta: 
o Na documentação da adequação do tratamento 
com IBP para controle ácido gástrico em 
pacientes com complicações como esôfago de 
Barrett; 
o Na avaliação de pacientes com sintomas atípicos 
que apresentam a endoscopia negativa e que são 
refratários ao tratamento com IBP. 
 
• Dispensa o uso de sondas, fios ou cabos. Na verdade, 
o sistema constitui o aperfeiçoamento da pHmetria de 
24 horas, evitando algumas de suas limitações (como 
a dificuldade para a localização do eletrodo, 
possibilidade de deslocamento do cateter durante o 
período de exame, incômodos e limitações físicas e 
dietéticas para o paciente). 
 
• Permite o registro prolongado do pH esofágico por 96 
horas. 
 
• Seu uso é restrito. 
 
• A cápsula é afixada temporariamente por sucção na 
mucosa do esôfago distal, de onde transmite, via 
radiotelemetria, sinais para o receptor que é preso ao 
cinto do paciente. Após o período de exame, a cápsula 
se desprende espontaneamente e é eliminada pelo 
tubo digestivo, e os sinais são analisados por um 
programa instalado em computador. 
 
• A impedância é a medida da resistência elétrica 
resultante de uma corrente elétrica gerada entre 
pares de eletrodos quando da passagem do bolo 
alimentar. Portanto, a determinação da impedância 
detecta a ocorrência de alterações na resistência à 
corrente elétrica por meio de eletrodos em pares 
posicionados no interior do esôfago (de maneira 
sequencial), por meio de um dispositivo de sonda. 
 
• O método é capaz de diferenciar o trânsito esofágico 
de sólidos ou líquidos, tanto nosentido anterógrado 
quanto no sentido retrógrado (refluxo 
gastroesofágico). 
 
• A impedância não caracteriza o refluxo de natureza 
ácida e, por isso, a monitoração do volume e conteúdo 
ácido do material refluído não pode ser determinado 
pelo método. Para obviar essa deficiência, é 
incorporado ao sistema um eletrodo de pH 
(impedância-pHmetria), que permite que o refluxato 
possa ser categorizado nas seguintes categorias: 
o ácido (pH < 4); 
o fracamente ácido (pH entre 4 e 7); 
o fracamente alcalino (pH > 7). 
 
• O Colégio Americano de Gastroenterologia orienta que 
o método de impedância-pHmetria pode ser útil nos 
seguintes casos: 
o Na avaliação de pacientes com sintomas de 
pirose e regurgitação e endoscopia negativa, a 
despeito de terapia adequada com IBP. Vale dizer 
que a acurácia diagnóstica aumentada da 
impedância sobre a pHmetria convencional é 
ainda maior quando o exame é realizado na 
vigência do tratamento com IBP; 
o Em pacientes com queixas primárias de dor 
torácica ou sintomas extraesofágicos (refratários 
ao tratamento), embora nesse caso a utilidade do 
método não tenha sido efetivamente 
comprovada. 
 
• A interpretação atual dos resultados da impedância 
se baseia na correlação de sintomas. A implicações 
terapêuticas de resultados anormais entretanto, não 
estão esclarecidas. 
 
• Bioimpedância: refluxos ácidos e não ácidos. 
 
• Objetiva controlar os sintomas, cicatrizar as lesões e 
prevenir as complicações. 
 
• Pode ser cirúrgico, clínico ou endoscópico (em fase de 
investigação). 
 
• A grande maioria dos pacientes se beneficia com o 
tratamento clínico, que deve abranger medidas 
comportamentais e farmacológicas, as quais devem 
ser implementadas simultaneamente. 
 
• Modificações comportamentais: 
o Elevação da cabeceira da cama (15 cm); 
o Moderação na ingestão dos seguintes alimentos, 
com observação à correlação com os sintomas: 
alimentos gordurosos, cítricos, café, chocolate, 
bebidas alcoólicas e carbonatadas, hortelã, 
tomate e derivados; 
o Cuidados com medicações “de risco”: 
anticolinérgicos, teofilina, ADTs, bloqueadores 
dos canais de cálcio, agonistas beta-
adrenérgicos, alendronato; 
o Evitar deitar-se por duas horas após as refeições; 
o Evitar refeições copiosas; 
o Redução drástica ou cessação do tabagismo; 
o Redução do peso corporal nos casos de 
sobrepeso e obesidade. 
 
• A inibição da secreção ácida gástrica é benéfica no 
tratamento dos pacientes com DRGE, haja vista 
ocorrer a melhora dos sintomas e a cicatrização da 
esofagite. A probabilidade de cicatrização da 
esofagite está diretamente relacionada com a 
potência do efeito antissecretor da medicação 
pHmetria sem fio: cápsula Bravo 
IMPEDÂNCIA ESOFÁGICA 
TRATAMENTO 
TRATAMENTO CLÍNICO 
Maria Beatriz Valença 
Gastroenterologia 
utilizada. No plano do tratamento farmacológico, os 
fármacos disponíveis são: 
o Alcalinos (ou antiácidos) e sucralfato são 
empregados para neutralizar a secreção ácida 
gástrica, servindo apenas para controle imediato 
dos sintomas. São raramente empregados, 
estando indicados apenas em situações 
especiais para fornecer alívio sintomático 
passageiro para indivíduos com sintomas 
esporádicos; 
 
o O alginato é um polissacarídeo natural extraído da 
alga marrom que se polimeriza quando exposto 
ao ácido formando uma matriz de gel 
sobrenadante ao conteúdo gástrico que 
posteriormente é estabilizada por íons cálcio. 
Assim, uma combinação de alginato-antiácido 
tem se mostrado efetiva em prevenir o refluxo 
originário da bolsa ácida, compondo, desse 
modo, o racional para sua utilização na DRGE. A 
combinação de um inibidor da bomba protônica 
(IBP) com o alginato tem ganhado interesse 
crescente após a recente descoberta da bolsa 
ácida na porção proximal do estômago; 
 
o Bloqueadores dos receptores H2 da histamina 
(cimetidina, ranitidina, famotidina e nizatidina) 
apresentam bons resultados para a cicatrização 
de esofagite erosiva leve, mas não são ideais 
para o tratamento de doença moderada a intensa 
ou quando longo período é necessário, já que 
apresentam taquifilaxia. São eventualmente 
prescritos em situações em que não pode ser 
utilizado o IBP; 
 
o Procinéticos (metoclopramida, domperidona e 
bromoprida) são eficazes para o alívio da pirose 
quando comparados a placebo. Porém, devem 
ser considerados medicamentos de exceção, 
uma vez que não aumentam o índice de 
cicatrização da esofagite. Podem ser utilizados 
apenas em associação com IBP em pacientes 
com quadro de dismotilidade associada à DRGE 
(p. ex., empachamento pós-prandial); 
 
o Inibidores da bomba de prótons constituem a 
classe de fármacos mais indicada para o 
tratamento da DRGE, apresentando resultados 
significativamente melhores do que as classes 
anteriormente citadas de medicamentos. Os 
índices de cicatrização são elevados, portanto, 
são seguras e eficazes para o tratamento 
prolongado. 
IBPs disponíveis no Brasil 
Omeprazol 40 mg 
Lansoprazol 30 mg 
Pantoprazol 40 mg 
Esomeprazol 40 mg 
Rabeprazol 20 mg 
Dexlansoprazol 60 g 
 
• Tempo de tratamento: 
o Casos agudos: 4 a 8 semanas; 
o Sintomas extraesofágicos ou complicações: dose 
dobrada por até 180 dias. 
 
• São indicados em dose plena para o tratamento inicial 
da DRGE não complicada ou em dose dobrada para 
pacientes com complicações (estenose, úlcera ou 
esôfago de Barrett) ou com manifestações atípicas 
(por período prolongado, em geral, de seis meses de 
tratamento). 
 
• Evidências sugerem fortemente os benefícios da 
utilização de IBP no tratamento de manutenção da 
DRGE (com ou sem esofagite erosiva). As doses do 
tratamento de manutenção costumam ser inferiores 
àquelas utilizadas no tratamento da fase aguda da 
enfermidade e, nesse sentido, os diferentes IBP se 
comportam de modo semelhante. 
 
• Tendo em vista que é necessária a ativação das 
bombas protônicas pelos alimentos para a 
estimulação da produção de ácido clorídrico, é 
recomendável a administração do IBP em jejum, 30 a 
60 minutos antes da ingestão alimentar. 
Determinados pacientes hipersecretores podem 
necessitar de dose dobrada do IBP para alívio dos 
sintomas ou cicatrização da esofagite. 
 
• Efeitos adversos mais comuns dos IBPs: cefaleia, 
diarreia, constipação e dor abdominal. 
 
• Atenção especial deve ser dada ao uso dos IBP 
durante a gravidez, uma vez que, nessa condição, o 
omeprazol está enquadrado na categoria C e os 
outros IBP, assim como os antagonistas do receptor 
H2, na categoria B. 
 
• Indicações: 
o Esofagites redicivantes após tratamentos bem 
sucedidos, de no mínimo 6 meses; 
o Pacientes que apresentam complicações da 
DRGE, inclusive extraesofágicas; 
o Perspectiva de uso de IBP por longos anos; 
o Hérnias de grande volume em pacientes com 
risco de volvo ou perfuração; 
o Baixa idade. 
 
• Operação antirrefluxo, quer pela via laparotômica 
quer pela videolaparoscópica, é desenhada para 
diminuir a exposição esofágica ao suco gástrico pela 
criação de um mecanismo antirrefluxo sobre o 
esfíncter esofágico inferior. Como uma câmara de ar 
circular envolvendo o esôfago abdominal, quando ela 
se expande pela presença de ar deglutido durante a 
alimentação, “estrangula” o esôfago distal, a 
peristalse axial gástrica distal fisiológica empurra 
progressivamente o ar para o duodeno, e a válvula vai 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
Maria Beatriz Valença 
Gastroenterologia 
gradativamente afrouxando, livrando a zona 
esfincteriana da compressão pneumática extrínseca. 
 
• Os procedimentos cirúrgicos mais utilizados são as 
fundoplicaturas totais (Nissen) e parciais (Lind ou 
Toupet) feitas pela via laparoscópica, nas quais o 
esôfago distal é envolvido pelo fundo do estômago em 
360° e 270°, respectivamente. Associa-se a elas o 
fechamento do hiato esofágico, fazendo-o retornar ao 
seu diâmetro normal. Nesses casos, o objetivoé 
restaurar o segmento intra-abdominal do esôfago, 
mantendo-o em posição anatômica, recriando uma 
zona de alta pressão na junção esofagogástrica. 
Aumenta-se, assim, a competência do esfíncter e 
indiretamente melhora-se a habilidade de 
clareamento do corpo esofágico e desaparecimento 
do processo inflamatório péptico que o refluxo estava 
promovendo. Das técnicas, a mais utilizada 
internacionalmente é a fundoplicatura total para os 
quadros de DRGE sem alteração da motilidade. 
 
• Complicação cirúrgica mais frequente: disfagia. 
 
• Não existe imperiosa necessidade de 
acompanhamento para os casos em que esses 
pacientes não apresentam recidiva dos sintomas e 
não têm complicações pépticas. Mas, no caso 
daqueles em que já existia presença de esôfago de 
Barrett, quando da indicação cirúrgica, há 
necessidade de acompanhamento preferencialmente 
endoscópico e biópsia da seguinte maneira: 
o Sem a presença de displasia – EDA a cada 03 
anos; 
o Displasia de baixo grau: a cada ano; 
o Displasia de alto grau: revisão de lâmina após 
cirurgia ou ablação endoscópica.

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