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DOENÇA DIVERTICULAR Divertículo consiste na herniação da mucosa do intestino devido ao aumento da pressão intraluminal Local mais comum: sigmóide devido ao menor diâmetro logo a maior pressão local - Lado esquerdo Epidemiologia Prevalência aumenta com a idade < 50 anos - mais comum em homens > 50 anos - mais comum em mulheres 75% forma simples da doença, sem complicação Sintomatologia Flatulencia Secreção aumentada Alteração do hábito intestinal ● Sangramento diverticular A herniação aumenta da fragilidade da artéria podendo haver o rompimento na passagem do bolo fecal Autolimitado em 50-70% Recorrência em 30% Métodos que auxiliam no sangramento: Angiografia - Permite o diagnóstico e tratamento Outro exame: cintilografia Diverticulite Consiste na inflamação do divertículo Diverticulite aguda = diverticulite com perfuração - Pode evoluir para peritonite A diverticulite pode ser causada por obstrução por fecalito mas é incomum ● Sinais e sintomas Dor no quadrante inferior esquerdo Descompressão dolorosa Febre Leucocitose Gravidade do quadro depende do tamanho da perfuração e eficiência da perfuração pelo corpo Diagnóstico por imagem ● Colonoscopia Serve para diagnóstico e tratamento Não é indicado pelo risco de perfuração Pode ser realizado 6-8 semanas após a fase aguda do quadro Tratamento: 1. Injeção de adrenalina (vasoconstrição e compressão) 2. Cauterização bipolar: indicado vaso visível sem sangramento ativo 3. Clipagem ● Radiografia abdominal Se suspeita de perfuração Detecta pneumoperitônio ● Tomografia com contraste oral e retal Auxilia o diagnóstico e a observação de complicações Alterações: - Gordura com inflamação em raias - Diverticulos - Espessamento da parede intestinal - Abscesso pericólico - Peritonite - Fístula - Obstrução colônica - Tratos sinusais intramurais ● Enema opaco Não é mais utilizado Risco de extravasamento do contraste ● Ultrassom Diagnóstico diferencial de cisto ovariano, apendicite, entre outros Classificação de Hinchey Serve para graduar a gravidade do quadro e definir conduta Deve ser usada para diverticulite aguda complicada ● Tipo 1 ● Tipo 2 ● Tipo 3 Presença de peritonite Fístula Mais comum trato único Mais comum em homens 2:1, imunocomprometidos e Mais comum fístula colovesical → colovaginal → colocutâneas → coloentéricas ● Sintomas Pneumatúria > fecaloma > disúria ● Exame diagnóstico TOMOGRAFIA Alterações: - Presença de nível hidroaéreo na presente da bexiga - Presença de contraste na bexiga - Espessamento da borda vesical Seta vermelha: divertículos Branca: gás e espessamento da bexiga Tratamento Tipo 0: tratamento clínico Tipo 1: tratamento clínico com acompanhamento para avaliação da mudança do quadro Tipo 2: drenagem do abscesso Tipo 3 e 4: cirurgia ● Antibioticoterapia ● Drenagem de abscesso guiado ● Cirurgia Indicação: - Hinchey 3 e 4 - Presença de fístula - Ausência de melhora com outros tratamento Pacientes instáveis e com sepse → laparotomia Eletiva: - Duas diverticulites complicadas - Diversas diverticulites não complicadas dependendo dos sintomas, grau, idade e fatores de risco Se sigmóide: Ressecção completa Se colon: só região cometida CIRURGIA DE HARTMANN ILEOSTOMIA Diverticulo de meckel Anomalia congênita mais comum do trato gastrointestinal, incidindo em cerca de 2% da população, sendo decorrente da obliteração incompleta / falha na regressão do ducto onfalomesentérico, que pode se conectar ao umbigo por uma banda fibrosa caso a porção do ducto não seja completamente obliterada e absorvida. Origina-se da borda antimesentérica do íleo distal, tipicamente 40 a 100 cm da válvula ileocecal, possui irrigação própria Mais comum no sexo maculino Diagnóstico diferencial: apendicite Possui mucosa ectópica - Principalmente mucosa gástrica ● Apresentação clínica Geralmente assintomáticos Manifestação mais comum em adultos: obstrução intestinal Crianças: hemorragia digestiva ● Complicações Rotação do divertículo Intussuscepção Hernia de littre Formação de enterólitos Raramente pode malignizar ● Diagnóstico Estudo do intestino delgado Enteroscopia - Permite marcar com a tinta para que o momento cirúrgico US abdominal: serve para diagnóstico diferencial e avaliação de complicação TC: avaliação de complicação Cintilografia T99: diagnóstico de divertículos não complicados Arteriografia: se complicação for extravasamento ● Tratamento Cirurgia para tratamento da obstrução intestinal - área indurada adjacente: ressecção do intestino indurado e também do divertículo - divertículo sangrando sem induração ileal: só a ressecção do divertículo O divertículo pode ser ressecado em pacientes idosos assintomáticos se parecer espessado à palpação; um divertículo espesso pode conter mucosa ectópica e, portanto, ter maior risco de complicações (CONTROVERSO) QUESTÕES ● Questão 1 SMSSP – Paciente masculino, 45 anos, obeso, sem comorbidades, com dor em flanco e fossa ilíaca esquerda, que melhoram às evacuações, acompanhado de febre e mal estar geral, ao exame físico apresenta dor à palpação em flanco esquerdo, com DB+. Qual a doença e o exame que deve ser solicitado para confirmar sua suspeita? a. Apendicite – tomografia b. Diverticulite aguda – tomografia c. Diverticulite – colonoscopia d. Hérnia inguinal encarcerada – Rx de abdome ● Questão 2 Assinale a alternativa verdadeira: a. Os divertículos são protusões de todas as camadas do intestino, sendo classificado como divertículos verdadeiros b. A localização mais comum é no cólon sigmóide devido ao seu maior diâmetro, levando a uma maior pressão intracolônica e predispondo-se ao aparecimento dos divertículos. É nessa localização também que a diverticulite é mais frequente c. Os pontos de penetração dos vasos retos na parede intestinal são áreas de fragilidade da parede onde uma porção da mucosa e da submucosa (recobertas pela serosa) pode se projetar d. A maioria dos portadores de doença diverticular apresentam diverticulite sob a forma complicada, com abscessos, fístulas, obstruções, peritonite ou sepse ● Questão 3 HRMS - Paciente com quadro de dor abdominal em fossa ilíaca esquerda, com quatro dias de evolução, febre ocasional e não aferida. Ao exame físico, abdome doloroso a palpação em FIE, com descompressão brusca positiva. TC de abdome revela divertículos numerosos e processo inflamatório agudo em parede do cólon sigmoide (diverticulite) com grande abscesso adjacente, mas sem líquido livre na cavidade. Segundo a classificação de Hinchey, esse é um quadro em estágio: a) I b) II c) III d) IV e) V ● Questão 4 UnB - Um paciente do sexo masculino com sessenta e sete anos de idade apresenta suspeita de diverticulite aguda. No hemograma, há leucocitose e desvio para a esquerda. Nesse caso, o exame recomendado para auxiliar no diagnóstico é: a) enema opaco b) tomografia computadorizada com contraste c) colonoscopia d) ressonância nuclear magnética e) ecografia de abdome. ● Questão 5 SMSSP – Homem, 45 anos, hipertenso, obeso, em seu primeiro episódio de diverticulite de sigmóide, classificado com Hinchey II. Qual o tratamento mais adequado? a) Tratamento clínico com antibioticoterapia para gram positivos e gram negativos e anaeróbios b) Laparotomia com colostomia para posterior retossigmoidectomia c) Drenagem percutânea do abscesso e posterior retossigmoidectomia d) Retossigmoidectomia videolaparoscópica e) Retossigmoidectomia com anastomose primária por laparotomia ● Questão 6 UFPR – Com relação à hemorragia digestiva baixa, considere as seguintes afirmativas: 1- Apesar dos divertículos da doença diverticular serem mais frequentes no cólon esquerdo, a origem predominante dos focos de hemorragia digestiva baixa, secundária a doença diverticular, ocorre no cólon direito 2- Geralmente, a hemorragia da doença diverticular tem origem venosa 3- O sangramento costuma parar espontaneamente em cerca de 25% dos casos 4 – O índice de ressangramento após um primeiro episodio grave é cerca de 80% Assinale a alternativa correta: a) Somente a afirmativaI é verdadeira b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras c) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras d) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras e) Todas as afirmativas são verdadeiras ● Questao 7 UFPR - A respeito da fístula colo vesical com origem na doença diverticular complicada, é correto afirmar: a) As fístulas colocutâneas são as complicações mais comuns b) As fístulas colovesicais são mais comuns na mulheres do que nos homens c) A fecalúria é o sintoma mais comum d) O tratamento cirúrgico é eletivo, sem necessidade de colostomia e) O exame diagnóstico de escolha é a tomografia computadorizada ● Questão 8 HAC – Patologia caracterizada por anomalia congênita mais comumente encontrada no intestino delgado, ocorrendo em cerca de 2% da população. Está localizado na borda antimesentérica do íleo e resulta de um fechamento incompleto do ducto onfalomesentérico ou vitelíneo é: a) Divertículo de Zenker b) Divertículo de Meckel c) Intussuscepção intestinal d) Volvo de intestino delgado ● Questão 9 UFG – Em relação ao divertículo de Meckel, é incorreto: a) É resquício do ducto onfalomesentérico b) É um divertículo verdadeiro c) Pode ser local de sangramento e manifestar-se como enterorragia d) Pode conter mucosa gástrica ectópica e) Pode conter mucosa duodenal ● Questão 10 UFG - A apresentação clínica mais comum do divertículo de Meckel no adulto é: a) Obstrução intestinal b) Perfuração intestinal c) Hemorragia digestiva d) Diarréia ● Questão 11 FESP – Divertículo de Meckel é a mais comum anomalia congênita do trato digestivo. Sua confirmação diagnóstica deve ser feita com: a) Radiologia convencional b) Enteróclise c) Enteroscopia d) Cintilografia com tecnésio ● Questão 12 Em pacientes submetido a laparotomia para tratamento de diverticulite de Meckel, a técnica cirúrgica para a sua ressecção é: a) Ligadura simples da base do divertículo b) Ligadura simples da base do divertículo com invaginação do coto c) Derivação digestiva interna com enteroenteroanastomose d) Enterectomia do segmento intestinal com o divertículo com enteroanastomose e) Ressecção do divertículo na sua base e enterorrafia ● Questão 13 SCBH – Assinale a alternativa que apresenta o tratamento do divertículo de Meckel assintomático e de base larga a) Ancorar o divertículo superiormente na coluna para sua drenagem adequada b) Ressecção completa e estomia proximal c) Retirada e sutura primária d) Acompanhamento do paciente sem operar o divertículo