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Fibromas Odontogênicos Central e Periférico

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Fibroma Odontogênico Central e Periférico
 
O fibroma odontogênico central é uma lesão incomum e bastante controversa. Aproximadamente 70 casos foram descritos. Antigamente, alguns patologistas orais e maxilofaciais denominavam os aumentos de volume fibrosos sólidos, que quase sempre estavam associados à coroa de um dente não erupcionado, como fibromas odontogênicos. A maioria dos patologistas orais e maxilofaciais, hoje em dia, consideram tais lesões como representando apenas folículos dentários hiperplásicos, sendo que não deveriam ser consideradas como neoplasias.
Características Clínicas e Radiográficas
Os fibromas odontogênicos foram relatados em pacientes cujas idades variavam de 4 a 80 anos (média de idade, 40 anos). Desses casos relatados na literatura, uma razão de 2,2:1,0 entre mulheres e homens foi observada, indicando uma forte predileção pelo gênero feminino. Cerca de 45% dos casos relatados ocorreram na maxila; a maioria das lesão maxilares estão localizadas em região anterior ao primeiro molar (Fig. 15-112). Na mandíbula, contudo, cerca de metade dos tumores se localizam posteriormente ao primeiro molar. Um terço dos fibromas odontogênicos está associados a um dente não erupcionado. Fibromas odontogênicos menores em geral são completamente assintomáticos; lesões maiores podem estar associadas à expansão óssea localizada ou à mobilidade dental. Radiograficamente, os fibromas odontogênicos menores tendem a ser lesões bem definidas, uniloculares, radiolúcidas, frequentemente associadas à região perirradicular de dentes erupcionados (Fig. 15-113). Lesões maiores tendem a apresentar imagens radiolúcidas multiloculares. Muitas lesões apresentam uma margem esclerótica. A reabsorção radicular de um dente associado é comum e as lesões localizadas entre os dentes frequentemente causam divergência de suas raízes. Aproximadamente 12% dos fibromas odontogênicos centrais exibem flocos radiopacos dentro da lesão.
Tratamento e Prognóstico
Os fibromas odontogênicos normalmente são tratados por enucleação e curetagem vigorosa. Apesar de o tumor não apresentar uma cápsula definida, parece possuir um potencial de crescimento limitado, principalmente nas regiões anteriores dos ossos gnáticos. Algumas recidivas foram documentadas, mas o prognóstico é muito bom.
Fibroma odontogênico periférico
O fibroma odontogênico periférico é relativamente incomum, sendo considerado a contraparte nos tecidos moles do fibroma odontogênico central (intraósseo). No passado, alguns autores denominaram lesões similares clínica e histopatologicamente como hamartoma epitelial odontogênico ou como dentinoma fibroameloblástico periférico. Parece provável que todos esses termos se refiram a uma mesma lesão, e o fibroma odontogênico periférico parece ser a designação mais apropriada. Algumas séries dessa lesão foram descritas nas duas últimas décadas perfazendo um número total de aproximadamente 175 casos na literatura.
Características Clínicas e Radiográficas
O fibroma odontogênico periférico se apresenta como um aumento de volume gengival firme, de crescimento lento, e geralmente séssil, recoberto por mucosa de aparência normal (Fig. 15-117). Raramente, lesões multifocais ou difusas têm sido descritas. Clinicamente, o fibroma odontogênico periférico não pode ser distinguido de outras lesões gengivais fibrosas muito mais comuns (Capítulo 12). A lesão é mais frequentemente encontrada na gengiva vestibular da mandíbula. A maioria das lesões mede de 0,5 a 1,5cm de diâmetro e podem causar, com pouca frequência, deslocamento dos dentes. Os fibromas odontogênicos periféricos foram relatados em pacientes com grande variação de idade, com a maioria sendo identificada da segunda à sétima décadas de vida. Estudos radiográficos demonstram uma aumento de volume de tecido mole que, em alguns casos, mostra áreas de calcificação. A lesão, contudo, não envolve o osso subjacente. 
Tratamento e Prognóstico
O fibroma odontogênico periférico é tratado através de excisão cirúrgica local e o prognóstico é excelente. Contudo, a recidiva dessa lesão já foi documentada, portanto, o paciente e o clínico devem estar atentos a essa possibilidade.
	
	Paloma Sthephanny

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