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Controle do esvaziamento gástrico

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1 Bruna Lago Santos 
Controle do esvaziamento gástrico. 
• ESVAZIAMENTO GÁSTRICO 
O esvaziamento do estômago é promovido por intensas contrações peristálticas no antro gástrico. Ao mesmo 
tempo, o esvaziamento é reduzido por graus variados de resistência à passagem do quimo pelo piloro. 
➢ CONTRAÇÕES PERISTÁLTICAS ANTRAIS INTENSAS DURANTE O ESVAZIAMENTO ESTOMACAL — 
“BOMBA PILÓRICA” 
Na maior parte do tempo, as contrações rítmicas do estômago são fracas e servem para misturar o alimento 
com as secreções gástricas. Entretanto, por cerca de 20% do tempo em que o alimento está no estômago, as 
contrações ficam mais intensas, começando na porção média do órgão e progredindo no sentido caudal não 
mais como fracas contrações de mistura, todavia como constrições peristálticas fortes, formando anéis de 
constrição que causam o esvaziamento do estômago; à medida que o estômago se esvazia, essas contrações 
começam cada vez mais proximalmente no corpo do estômago, levando o alimento do corpo do estômago, 
misturando-o com o quimo no antro. As intensas contrações peristálticas provocam pressões de 50 a 70 
centímetros de água, cerca de seis vezes maiores que os valores atingidos nas ondas peristálticas de mistura. 
Quando o tônus pilórico é normal, cada intensa onda peristáltica força vários mililitros de quimo para o 
duodeno. Assim, as ondas peristálticas, além de causarem a mistura no estômago, também promovem a ação 
de bombeamento, denominada “bomba pilórica”. 
 
➢ O PAPEL DO PILORO NO CONTROLE DO ESVAZIAMENTO GÁSTRICO 
A abertura distal do estômago é o piloro. Aí, a espessura da musculatura circular da parede é 50% a 100% maior 
do que nas porções anteriores do antro gástrico, e permanece em leve contração tônica quase o tempo todo. 
Por isso, o músculo circular pilórico é denominado esfíncter pilórico. A despeito da contração tônica normal, o 
esfíncter pilórico se abre o suficiente para a passagem de água e de outros líquidos do estômago para o 
duodeno. Por outro lado, a constrição usualmente evita a passagem de partículas de alimentos até terem sido 
misturadas no quimo para consistência quase líquida. O grau de constrição do piloro aumenta ou diminui 
sob a influência de sinais nervosos e hormonais, tanto do estômago como do duodeno. 
 
• REGULAÇÃO DO ESVAZIAMENTO GÁSTRICO 
A velocidade/intensidade com que o estômago se esvazia é regulada por sinais tanto do estômago como do 
duodeno. Entretanto, os sinais do duodeno são bem mais potentes, controlando o esvaziamento do quimo 
para o duodeno com intensidade não superior à que o quimo pode ser digerido e absorvido no intestino 
delgado. 
 
➢ FATORES GÁSTRICOS QUE PROMOVEM O ESVAZIAMENTO 
❖ Efeito do Volume Gástrico de Alimento no Ritmo de Esvaziamento 
 Volume de alimentos maior promove maior esvaziamento gástrico. Porém, esse esvaziamento maior não 
ocorre pelas razões esperadas. Não é o aumento da pressão de armazenamento dos alimentos no estômago 
que causa maior esvaziamento, porque na faixa normal de volume, o aumento do volume não aumenta muito 
a pressão. Ocorre que a 
 dilatação da parede gástrica desencadeia reflexos mioentéricos locais que acentuam bastante a atividade da 
bomba pilórica e, ao mesmo tempo, inibem o piloro. 
 
❖ Efeito do Hormônio Gastrina sobre o Esvaziamento Gástrico 
A distensão da parede gástrica e a presença de determinados tipos de alimentos no estômago — 
particularmente, produtos da digestão da carne — provocam a liberação pelas células G do hormônio 
chamado gastrina pela mucosa antral. Esse hormônio tem efeitos potentes sobre a secreção de suco gástrico 
muito ácido pelas glândulas gástricas. A gastrina tem ainda efeitos estimulantes brandos a moderados sobre 
as funções motoras do corpo do estômago. O mais importante, a gastrina parece intensificar a atividade da 
bomba pilórica. Assim, é muito provável que também promova o esvaziamento gástrico. 
 
 
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2 Bruna Lago Santos 
➢ FATORES DUODENAIS PODEROSOS QUE INIBEM O ESVAZIAMENTO GÁSTRICO 
❖ Efeito Inibitório dos Reflexos Nervosos Enterogástricos de Origem Duodenal 
Quando o quimo entra no duodeno, são desencadeados múltiplos reflexos nervosos com origem na parede 
duodenal. Eles voltam para o estômago e retardam ou, mesmo, interrompem o esvaziamento gástrico, se o 
volume de quimo no duodeno for excessivo. Esses reflexos são mediados por três vias: 
(1) diretamente do duodeno para o estômago pelo sistema nervoso entérico da parede intestinal; 
(2) pelos nervos extrínsecos que vão aos gânglios simpáticos pré-vertebrais e, então, retornam pelas fibras 
 nervosas simpáticas inibidoras que inervam o estômago; e provavelmente menos importante pelos 
nervos vagos que vão ao tronco encefálico, onde inibem os sinais excitatórios normais transmitidos ao 
estômago pelos ramos eferentes dos vagos. 
Esses reflexos paralelos têm dois efeitos sobre o esvaziamento do estômago: primeiro, inibem fortemente as contrações 
 propulsivas da “bomba pilórica” e, em segundo lugar, aumentam o tônus do esfíncter pilórico. 
Os fatores continuamente monitorados no duodeno e que podem desencadear reflexos inibidores 
enterogástricos, incluem os seguintes: 
1. Distensão do duodeno. 
2. Presença de qualquer irritação da mucosa duodenal. 
3. Acidez do quimo duodenal. 
4. Osmolalidade do quimo. 
5. Presença de determinados produtos de degradação química no quimo, especialmente de degradação 
química das proteínas e, talvez em menor escala, das gorduras. 
Os reflexos inibidores enterogástricos são especialmente sensíveis à presença de irritantes e de ácidos no 
quimo duodenal e, em geral, são intensamente ativados em tempos inferiores a 30 segundos. Por exemplo, 
sempre que o pH do quimo duodenal cai para menos de 3,5 a 4, os reflexos, com frequência, bloqueiam a 
transferência adicional de conteúdos gástricos ácidos para o duodeno, até que o quimo duodenal possa ser 
neutralizado por secreções pancreáticas e por outras secreções. 
Os produtos da digestão de proteínas também provocam reflexos enterogástricos inibitórios; ao diminuir-se 
o esvaziamento gástrico, assegura-se tempo suficiente para a digestão adequada das proteínas no duodeno e 
no intestino delgado. 
Por fim, líquidos hipotônicos e sobretudo hipertônicos produzem reflexos inibitórios. Dessa forma, evita-se o 
fluxo muito rápido de líquidos não isotônicos para o intestino delgado, prevenindo-se assim mudanças rápidas 
nas concentrações de eletrólitos, no líquido extracelular do corpo, durante a absorção do conteúdo intestinal. 
 
❖ O Feedback Hormonal a Partir do Duodeno Inibe o Esvaziamento Gástrico — O Papel das Gorduras e 
do Hormônio Colecistocinina 
Os hormônios liberados pelo trato intestinal superior inibem também o esvaziamento gástrico. O estímulo 
para a liberação desses hormônios inibidores é basicamente a entrada de gorduras no duodeno, muito 
embora outros tipos de alimentos possam, em menor grau, aumentar a liberação dos hormônios. Ao entrar 
no duodeno, as gorduras provocam a liberação de diversos hormônios pelo epitélio duodenal e jejunal, por 
ligação a “receptores” nas células epiteliais ou por alguma outra maneira. Os hormônios são transportados 
pelo sangue para o estômago, onde inibem a bomba pilórica, ao mesmo tempo em que aumentam a força da 
contração do esfíncter pilórico. Esses efeitos são importantes, porque a digestão de gorduras é mais lenta 
quando comparada à da maioria dos outros alimentos. 
O mais potente desses hormônios parece ser a colecistocinina (CCK), liberada pela mucosa do jejuno em 
resposta a substâncias gordurosas no quimo. Esse hormônio age como inibidor, bloqueando o aumento da 
motilidade gástrica causado pela gastrina. 
Outros possíveis inibidores do esvaziamento gástrico são os hormônios secretina e o peptídeo insulinotrópico 
dependente de glicose, também chamado de peptídeo inibidor gástrico (GIP). A secretina é liberada 
principalmentepela mucosa duodenal, em resposta ao ácido gástrico que sai do estômago pelo piloro. O GIP 
tem efeito geral e fraco de diminuição da motilidade gastrointestinal. O GIP é liberado pelo intestino delgado 
superior em resposta sobretudo à gordura no quimo, mas em menor escala também aos c arboidratos. Embora 
o GIP iniba, de fato, a motilidade gástrica sob certas condições, seu principal efeito em concentrações 
fisiológicas é o de estimular a secreção de insulina pelo pâncreas. 
 
3 Bruna Lago Santos 
 
❖ O Sistema Nervoso Entérico (SNE) 
O SNE tem a habilidade de realizar um reflexo independentemente do controle exercido pelo sistema 
nervoso central (SNC). O sistema nervoso entérico controla a motilidade, a secreção e o crescimento do trato 
digestório. 
Os reflexos que se originam dentro do sistema nervoso entérico (SNE) e são integrados por ele sem sinais 
externos são denominados reflexos curtos. O plexo submucoso contém neurônios sensoriais que recebem 
sinais do lúmen do trato GI. A rede do SNE integra esta informação sensorial e, então, inicia a resposta. O 
plexo submucoso controla a secreção pelas células epiteliais GI. Os neurônios do plexo mioentérico na camada 
muscular externa influenciam a motilidade. O SNE também envia informações sensoriais para o SNC e recebe 
aferências dele através dos neurônios autonômicos. Os reflexos digestórios integrados no SNC são 
chamados de reflexos longos. Os reflexos longos que se originam completamente fora do sistema 
digestório incluem reflexos antecipatórios e reflexos emocionais. Esses reflexos são chamados de reflexos 
cefálicos, uma vez que eles se originam no encéfalo. Os reflexos antecipatórios iniciam com estímulos – como 
visão, cheiro, som ou pensamento no alimento – que preparam o sistema digestório para a refeição que o 
encéfalo está antecipando. Os reflexos emocionais e a sua influência no trato GI ilustram outra l igação entre 
o cérebro e o sistema digestório. As respostas GI às emoções variam da constipação do viajante a “borboletas 
no estômago” para vômitos e diarreia induzidos psicologicamente. 
Nos reflexos longos, o músculo liso e as glândulas do trato GI estão sob controle autonômico. Em geraI, fala-
se que a divisão parassimpática é excitatória e realça as funções GI, levando ao seu apelido de “descansar e 
digerir”. A maioria dos neurônios parassimpáticos para o trato GI são encontrados no nervo vago. Os 
neurônios simpáticos normalmente inibem as funções GI. 
 
 
 
 
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