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DIREITOS FUNDAMENTAIS E TUTELA DO EMPREGADO

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DIREITOS FUNDAMENTAIS E TUTELA DO EMPREGADO 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Coordenação de 
Ensino FAMART 
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DIREITOS FUNDAMENTAIS E TUTELA DO EMPREGADO 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS E 
TUTELA DO EMPREGADO 
http://www.famart.edu.br/
mailto:atendimento@famart.edu.br
3 DIREITOS FUNDAMENTAIS E TUTELA DO EMPREGADO 
www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO............................................................................................................................ 4 
Direitos Fundamentais ................................................................................................................ 6 
Direitos e Garantias Fundamentais na Constituição do Brasil ..................................................... 6 
Direitos humanos e Direitos fundamentais .................................................................................. 6 
DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CONTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ....................................... 7 
AS SUCESSIVAS GERAÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ........................................... 9 
DIFERENCIAÇÃO ENTRE OS DIREITOS FUNDAMENTAIS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
 ................................................................................................................................................. 10 
CONCEITUANDO DIREITOS FUNDAMENTAIS ...................................................................... 11 
Das normas gerais da tutela do trabalho .................................................................................. 15 
DA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL – CTPS ........................................ 15 
Do Valor das Anotações na CTPS: ........................................................................................... 15 
Do Registro do Contrato de Trabalho na CTPS: ....................................................................... 16 
DA DURAÇÃO DO TRABALHO: .............................................................................................. 17 
Regime de Compensação de Jornada: ..................................................................................... 18 
Dos Períodos de Descanso: ..................................................................................................... 19 
Intervalos para Repouso e Alimentação: .................................................................................. 19 
Do Trabalho Noturno: ............................................................................................................... 20 
FÉRIAS: ................................................................................................................................... 20 
DAS ATIVIDADES INSALUBRES E PERIGOSAS .................................................................... 21 
Da Prevenção da Fadiga .......................................................................................................... 22 
O DIREITO AO LAZER NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: A PROTEÇÃO DO DIREITO AO 
LAZER COMO DIREITO FUNDAMENTAL ............................................................................... 22 
DIREITOS FUNDAMENTAIS .................................................................................................... 25 
EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NO ÂMBITO DAS RELAÇÕES PRIVADAS ...... 26 
OS DIREITOS FUNDAMENTAIS E AS RELAÇÕES DE TRABALHO ....................................... 27 
OS PRINCÍPIOS DA IGUALDADE E DA PROPORCIONALIDADE E AS RELAÇÕES DE 
TRABALHO .............................................................................................................................. 28 
EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS .......................................................................... 34 
Eficácia vertical dos direitos fundamentais. ............................................................................... 35 
Eficácia horizontal dos direitos fundamentais. .......................................................................... 35 
Eficácia diagonal dos direitos fundamentais. ............................................................................ 35 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 37 
 
 
 
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4 DIREITOS FUNDAMENTAIS E TUTELA DO EMPREGADO 
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INTRODUÇÃO 
Com base na Constituição da República Federativa do Brasil, com relevante 
valor à sua supremacia, toda autoridade só nela encontra fundamento e só ela confere 
poderes e competências governamentais; onde nem o governo Federal, nem os 
governos dos Estados, nem dos Municípios ou do Distrito Federal são soberanos, 
porque todos são limitados, expressa ou implicitamente, pelas normas positivas 
daquela lei fundamental. Conclui-se, portanto, que todas as normas que integram a 
ordenação jurídica nacional só serão válidas se estiverem de acordo com as normas 
da Constituição. 
O Art. 6º da Constituição menciona o lazer entre os direitos sociais do 
trabalhador, sua natureza social decorre do fato de que constituem prestações estatais 
que interferem com as condições de trabalho e com a qualidade de vida. Lazer, nada 
mais é, do que a entrega à ociosidade repousante. O direito ao repouso nada mais é, 
do que um direito fundamental do qual a dignidade do trabalhador, deve ser respeitado 
com a mesma proteção que se dá à vida, à liberdade e à propriedade. O lazer engloba 
o descanso, o divertimento, a recreação, o convívio familiar etc. 
O ócio é uma garantia constitucional e legal do empregado. 
O trabalhador foi elevado, a cidadão merecedor de direitos, pelo princípio da 
dignidade da pessoa humana e pela sociabilização da relação de trabalho. Destaca- 
se, que a Consolidação das Leis do Trabalho, em seu artigo 62, menciona que os 
empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação do horário de 
trabalho (gerentes, diretores que exercem cargo de confiança, de mando, comando, 
gestão dentro da empresa, e ainda, vendedores, viajantes, os motoristas de ônibus e 
caminhão que fazem viagens para outros municípios ou estados, os vendedores 
propagandistas etc) estão excluídos do controle de jornada de trabalho, devendo tal 
condição ser anotada na carteira de trabalho e no registro de empregados e o salário 
do cargo de confiança, deve ser acrescido de gratificação correspondente a 40% 
(quarenta por cento). 
Para Sérgio Pinto Martins5, “o art. 62 da CLT seria inconstitucional, pois o inciso 
XIII do art. 7º da Constituição estabelece que o empregado deve trabalhar oito horas 
diárias e 44 semanais. Entretanto, o art. 62 da CLT não está mencionando 
que o empregado deve trabalhar mais do que a jornada especificada na 
Constituição, apenas que aquelas pessoas que não tem controle de horário ou os 
gerentes, de modo geral, deixam de ter direito a horas extras, pois no primeiro caso é 
difícil dizer qual o horário em que prestam serviços, por trabalharem externamente, e 
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no segundo caso o empregado faz o horário que quer, podendo entrarmais cedo e 
sair mais tarde, ou entrar mais tarde e sair mais cedo, a seu critério. Neste último caso, 
verifica-se que o poder de direção do empregador é muito menor, e em muitos casos 
é o empregado que determina muitas coisas, justamente por ter encargo de gestão. 
Assim. Não tem tais pessoas direito a horas extras e não é inconstitucional o art. 62 
da CLT.” 
Já para outros, como Guilherme Cendron, “o artigo 62 da CLT, ainda em vigor, 
à medida que faz exclusão, é odioso, repugnante e maldoso, pois fere o espírito 
protetor dado ao trabalhador brasileiro, cujos direitos foram conquistados graças ao 
seu suor e sangue ao longo da história. É, pois, um dispositivo digno de ser exonerado 
do ordenamento jurídico brasileiro, cujas regras enobrecem o trabalhador, a verificar-
se pela atual Constituição. De todo o exposto, tem-se que a duração da jornada de 
trabalho no Brasil é de oito horas, como quer a Constituição Federal de 1988, em seu 
artigo 7º, inciso XIII, para todo e qualquer trabalhador, sem ressalva alguma. Ainda, 
deve-se considerar para qualquer profissional como trabalho extraordinário e sujeito à 
contraprestação o que extrapolar esse número constitucional. Não tem mais valia, 
enfim, o artigo 62 da CLT ao fazer exclusão das duas categorias de trabalhadores a 
que se refere da regra geral superior tutelar da jornada de trabalho brasileira”. 
Portanto, que a proteção jurídica ao limite da jornada de trabalho e os direitos 
sociais do trabalhador, consagrados nos incisos XIII e XV, do art. 7º da Constituição, 
confere, respectivamente, a todos os trabalhadores, indistintamente, os direitos ao 
repouso semanal remunerado e à limitação do art. 62 da CLT, não se revela 
incompatível, pois abrange, justamente, o grupo de atividades que estão fora da 
duração normal do trabalho prevista na norma constitucional. São atividades que 
merecem normatização diferenciada, exatamente porque cria uma situação 
excepcional, de trabalho para o empregado, o que não significa dizer que o lazer, o 
descanso, o divertimento, a recreação, a convivência familiar e a jornada de trabalho 
estão sendo violadas por força do art. 62. 
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Direitos Fundamentais 
 
 
Direitos fundamentais são os direitos básicos individuais, sociais, políticos e 
jurídicos que são previstos na Constituição Federal de uma nação. 
Por norma, os direitos fundamentais são baseados nos princípios dos direitos 
humanos, garantindo a liberdade, a vida, a igualdade, a educação, a segurança e etc. 
No entanto, o estabelecimento dos direitos fundamentais leva em consideração 
o contexto histórico-cultural de determinada sociedade. Nesse caso, por exemplo, os 
direitos fundamentais de diferentes países podem divergir, de acordo com as 
particularidades culturais e históricas de cada civilização. 
 
Direitos e Garantias Fundamentais na Constituição do Brasil 
 
 
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 determina os direitos fundamentais 
de todos os cidadãos do país, sejam eles natos ou naturalizados. 
Conforme a estruturação da Constituição do Brasil, os Direitos e Garantias 
Fundamentais estão subdivididos em três núcleos principais: direitos individuais e 
coletivos; direitos sociais e da nacionalidade; e direitos políticos. 
Entre alguns dos direitos fundamentais da Constituição Brasileira está: à vida, 
à liberdade, à igualdade, à segurança, à educação, à saúde, à moradia, ao trabalho, 
ao lazer, à assistência aos desamparados, ao transporte, ao voto, entre outras. 
 
Direitos humanos e Direitos fundamentais 
 
 
Algumas pessoas confundem ambos como se fossem sinônimos, porém o 
conceito dos direitos humanos é considerado distinto dos chamados direitos 
fundamentais. 
De acordo com alguns estudiosos, os direitos humanos possuem um caráter 
universal e atemporal, valendo para todas as pessoas no mundo, independente da 
sua nacionalidade, etnia, cultura e etc. 
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Já os direitos fundamentais são interpretados como de caráter nacional, pois 
estão intrinsecamente relacionados com as garantias fornecidas por determinado 
Estado aos seus cidadãos. 
No entanto, a confusão entre os direitos humanos e os direitos fundamentais 
da constituição acontece pelo fato deste último ser majoritariamente inspirado no 
primeiro. 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CONTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
 
 
A Constituição Federal de 1988, trouxe em seu Título II, os Direitos e 
Garantias Fundamentais, subdivididos em cinco capítulos: 
a- Direitos individuais e coletivos: são os direitos ligados ao conceito de pessoa 
humana e à sua personalidade, tais como à vida, à igualdade, à dignidade, à 
segurança, à honra, à liberdade e à propriedade. Estão previstos no artigo 5º e seus 
incisos; 
b- Direitos sociais: o Estado Social de Direito deve garantir as liberdades 
positivas aos indivíduos. Esses direitos são referentes à educação, saúde, trabalho, 
previdência social, lazer, segurança, proteção à maternidade e à infância e assistência 
aos desamparados. Sua finalidade é a melhoria das condições de vida dos menos 
favorecidos, concretizando assim, a igualdade social. Estão elencados a partir do 
artigo 6º; 
c- Direitos de nacionalidade: nacionalidade, significa, o vínculo jurídico político 
que liga um indivíduo a um certo e determinado Estado, fazendo com que este 
indivíduo se torne um componente do povo, capacitando-o a exigir sua proteção e em 
contra partida, o Estado sujeita-o a cumprir deveres impostos a todos; 
d- Direitos políticos: permitem ao indivíduo, através de direitos públicos 
subjetivos, exercer sua cidadania, participando de forma ativa dos negócios políticos 
do Estado. Esta elencado no artigo 14; 
e- Direitos relacionados à existência , organização e a participação em partidos 
políticos: garante a autonomia e a liberdade plena dos partidos políticos como 
instrumentos necessários e importantes na preservação do Estado democrático de 
Direito. Esta elencado no artigo 17. 
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Todo ser humano já nasce com direitos e garantias, não podendo estes ser 
considerados como uma concessão do Estado, pois, alguns estes direitos são criados 
pelos ordenamentos jurídicos, outros são criados através de certa manifestação de 
vontade, e outros apenas são reconhecidos nas cartas legislativas. 
As pessoas devem exigir que a sociedade e todas as demais pessoas 
respeitem sua dignidade e garantam os meios de atendimento das suas necessidades 
básicas. 
Os direitos humanos têm uma posição bidimensional, pois por um lado tem um 
ideal a atingir, que é a conciliação entre os direitos do indivíduo e os da sociedade; e 
por outro lado, assegurar um campo legítimo para a democracia. 
Os Direitos Fundamentais, ou Liberdades Públicas ou Direitos Humanos é 
definido como conjunto de direitos e garantias do ser humano institucionalização, cuja 
finalidade principal é o respeito a sua dignidade, com proteção ao poder estatal e a 
garantia das condições mínimas de vida e desenvolvimento do ser humano, ou seja, 
visa garantir ao ser humano, o respeito à vida, à liberdade, à igualdade e a dignidade, 
para o pleno desenvolvimento de sua personalidade. Esta proteção deve ser 
reconhecida pelos ordenamentos jurídicos nacionais e internacionais de maneira 
positiva. 
As principais características dos direitos fundamentais são: 
a- Historicidade: os direitos são criadosem um contexto histórico, e quando 
colocados na Constituição se tornam Direitos Fundamentais; 
b- Imprescritibilidade: os Direitos Fundamentais não prescrevem, ou seja, não 
se perdem com o decurso do tempo. São permanentes; 
c- Irrenunciabilidade: os Direitos Fundamentais não podem ser renunciados de 
maneira alguma; 
d- Inviolabilidade: os direitos de outrem não podem ser desrespeitados por 
nenhuma autoridade ou lei infraconstitucional, sob pena de responsabilização civil, 
penal ou administrativa; 
e- Universalidade: os Direitos Fundamentais são dirigidos a todo ser humano 
em geral sem restrições, independente de sua raça, credo, nacionalidade ou 
convicção política; 
f- Concorrência: podem ser exercidos vários Direitos Fundamentais ao mesmo 
tempo; 
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g- Efetividade: o Poder Público deve atuar para garantis a efetivação dos 
Direitos e Garantias Fundamentais, usando quando necessário meios coercitivos; 
h- Interdependência: não pode se chocar com os Direitos Fundamentais, as 
previsões constitucionais e infraconstitucionais, devendo se relacionarem para atingir 
seus objetivos; 
i- Complementaridade: os Direitos Fundamentais devem ser interpretados de 
forma conjunta, com o objetivo de sua realização absoluta. 
Os Direitos Fundamentais são uma criação de todo um contexto histórico- 
cultural da sociedade. 
 
AS SUCESSIVAS GERAÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
 
Vários autores baseados na ordem histórico-cronológica estabelecem assim, 
as sucessivas gerações dos Direitos Fundamentais que são: 
a- Os direitos da primeira geração ou primeira dimensão inspirados nas 
doutrinas iluministas e jus naturalistas dos séculos XVII e XVIII: seriam os Direitos da 
Liberdade, liberdades estas religiosas, políticas, civis clássicas como o direito à vida, 
à segurança, à propriedade, à igualdade formal (perante a lei), as liberdades de 
expressão coletiva, etc. São os primeiros direitos a constarem do instrumento 
normativo constitucional, a saber, os direitos civis e políticos. Os direitos de liberdade 
têm por titular o indivíduo, traduzem-se como faculdades ou atributos da pessoa e 
ostentam uma subjetividade que é seu traço mais característico, sendo, portanto, os 
direitos de resistência ou de oposição perante o Estado, ou seja, limitam a ação do 
Estado. 
b- Segunda geração ou segunda dimensão: seriam os Direitos da Igualdade, 
no qual estão à proteção do trabalho contra o desemprego, direito à educação contra 
o analfabetismo, direito à saúde, cultura, etc. Essa geração dominou o século XX, são 
os direitos sociais, culturais, econômicos e os direitos coletivos. São direitos objetivos, 
pois conduzem os indivíduos sem condições de ascender aos conteúdos dos direitos 
através de mecanismos e da intervenção do Esatdo. Pedem a igualdade material, 
através da intervenção positiva do Estado, para sua concretização. Vinculam-se às 
chamadas “liberdades positivas”, exigindo uma conduta positiva do Estado, pela busca 
do bem-estar social. 
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c- Terceira geração ou terceira dimensão, que foram desenvolvidos no século 
XX: seriam os Direitos da Fraternidade, no qual está o direito a um meio ambiente 
equilibrado, uma saudável qualidade de vida, progresso, etc. Essa geração é dotada 
de um alto teor de humanismo e universalidade, pois não se destinavam somente à 
proteção dos interesses dos indivíduos, de um grupo ou de um momento. Refletiam 
sobre os temas referentes ao desenvolvimento, à paz, ao meio ambiente, à 
comunicação e ao patrimônio comum da humanidade. 
d- Quarta geração ou quarta dimensão, que surgiu dentro da última década, 
por causa do avançado grã de desenvolvimento tecnológico: seriam os Direitos da 
Responsabilidade, tais como a promoção e manutenção da paz, à democracia, à 
informação, à autodeterminação dos povos, promoção da ética da vida defendida pela 
bioética, direitos difusos, ao direito ao pluralismo etc. A globalização política na esfera 
da normatividade jurídica foi quem introduziu os direitos desta quarta geração, que 
correspondem à derradeira fase de institucionalização do Estado social. Está ligado a 
pesquisa genética, com a necessidade de impor um controle na manipulação do 
genótipo dos seres, especialmente o homem. 
As três gerações que exprimem os ideais de Liberdade (direitos individuais e 
políticos), Igualdade (direitos sociais, econômicos e culturais) e Fraternidade (direitos 
da solidariedade internacional), compõem atualmente os Direitos Fundamentais. 
Os Direitos Fundamentais, atualmente, são reconhecidos mundialmente, por 
meio de pactos, tratados, declarações e outros instrumentos de caráter internacional. 
Esses Direitos fundamentais nascem com o indivíduo. E por essa razão, a Declaração 
Universal dos Direitos do Homem (ONU-1948), diz que os direitos são proclamados, 
ou seja, eles pré existem a todas as instituições políticas e sociais, não podendo ser 
retirados ou restringidos pelas instituições governamentais, que por outro lado devem 
proteger tais direitos de qualquer ofensa. 
 
DIFERENCIAÇÃO ENTRE OS DIREITOS FUNDAMENTAIS E GARANTIAS 
FUNDAMENTAIS 
 
As expressões direitos do homem e direitos fundamentais são frequentemente 
utilizadas como sinônimos. Os direitos do homem são direitos válidos para todos os 
povos e em todos os tempos. Esses direitos advêm da própria 
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natureza humana, daí seu caráter inviolável, intemporal e universal (dimensão 
jusnaturalista-universalista). 
Os direitos fundamentais são os direitos do homem jurídico- 
institucionalizadamente garantidos. Seriam os direitos objetivamente vigentes em uma 
ordem jurídica concreta, ou seja, são os enunciados constitucionais de cunho 
declaratório, cujo objetivo consistiria em reconhecer, no plano jurídico, a existência de 
uma prerrogativa fundamental do cidadão. A livre expressão (art. 5º, inciso IX), a 
intimidade e a honra ((art. 5º, inciso X) e a propriedade e defesa do consumidor são 
direitos fundamentais, que cumprem a função de direitos de defesa dos cidadãos sob 
um a dupla perspectiva: 
a- Constituem, num plano jurídico-objetivo, normas de competência para os 
poderes públicos, proibindo, as ingerências destes na esfera jurídico-individual; 
b- Implicam, num plano jurídico-subjetivo, o poder de exercer de modo positivo 
os direitos fundamentais (liberdade positiva) e de exigir dos poderes públicos, 
omissões, para evitar agressões lesivas por parte dos mesmos (liberdade negativa). 
As garantias fundamentais seriam os enunciados de conteúdo assecuratório, 
cujo propósito consiste em fornecer mecanismos ou instrumentos, para a proteção, 
reparação ou reingresso em eventual direito fundamental violado. São remédios 
jurídicos, tais como o direito de resposta (art. 5º, inciso V), a indenização prevista, o 
Hábeas Corpus e Hábeas Data, são garantias. 
 
CONCEITUANDO DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
 
Direitos fundamentais são entendidos como os direitos mais básicos de todos 
os cidadãos. Embora aja confusão terminológica quanto ao termo, sendo muito usado 
como sinônimo de "direitos humanos" ou "direitos do Homem", é importante isolá-lo 
como uma categoria própria. Na doutrina jurídica brasileira, os direitos fundamentais 
são descritos pela Constituição de 1988 e se aplicam somente aos indivíduos e casos 
por ela regidos, diferindo de "direitos humanos" por estesse aplicarem a todo o 
mundo, independente de soberania nacional. No seu Título segundo, a Constituição 
classifica os direitos e garantias fundamentais dos brasileiros entre direitos e deveres 
individuais e coletivos (igualdade perante a lei, inviolabilidade do direito à vida, etc...), 
direitos sociais (saúde, educação, trabalho, lazer...) e direitos políticos. 
 
 
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https://www.infoescola.com/sociologia/direitos-humanos/
https://www.infoescola.com/direito/constituicao-de-1988/
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Não existe uma origem concreta nem uma definição objetiva para direitos 
fundamentais, embora as três principais correntes jus filosóficas tenham dado suas 
interpretações. A dos jus naturalistas é a mais conhecida, classificando tais direitos 
como anteriores a qualquer legislação; para eles, tais direitos nascem de 
características inatas da humanidade, sendo comuns a todos os homens, 
independente do espaço ou tempo. Mais sucintos, os jus positivistas defendem tais 
direitos como frutos da legislação humana, enquanto os realistas jurídicos, mais 
influentes na América do Norte, acreditam que os direitos fundamentais são aqueles 
conquistados pelas sociedades ao longo do história, não tendo uma origem fixa nem 
dependendo somente da vontade jurídica. 
Hoje, tanto no Brasil quanto em boa parte do Ocidente, o consenso é de que 
estes direitos resultaram de um gradual processo histórico e sociológico. Como 
explanou o jurista Norberto Bobbio, os "direitos do homem" nasceram após árduas 
lutas entre os detentores de velhos privilégios e os defensores de novas liberdades. 
Assim, o "fundamental" para uma sociedade em determinado tempo não é igual para 
outros povos em épocas diferentes, caracterizando sua natureza histórica. Além disso, 
reconhece-se que os direitos fundamentais são relativos (nenhum se sobrepõe ao 
outro), concorrentes (podem conflitar-se) imprescritíveis (não se perdem pela falta de 
uso), inalienáveis (não podem ser transferidos), irrenunciáveis (ninguém pode abdicar 
deles), eficazes (geram relações entre indivíduos ou entre estes e o Estado) e 
indivisíveis, ou seja, devem ser tomados em sua completude (ninguém pode 
"desrespeitar um pouco" certo direito; ele é ou respeitado ou quebrado inteiramente). 
Por sua evolução histórica, classificam-se os direitos fundamentais em três 
gerações. Os de primeira geração são os direitos mais fundamentais conquistados 
pela humanidade, como a posse de propriedade e as liberdades de movimento, crença 
ou expressão. São chamados de direitos individuais ou negativos, pois concernem 
primariamente a cada cidadão e não podem ser negados por qualquer autoridade. Já 
os direitos de segunda geração focam no bem estar coletivo, a exemplo da saúde, 
educação, segurança pública e alimentação (liberdade da fome). 
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São chamados de direitos positivos porque se pressupõe um dever do Estado, por 
assistência ou políticas públicas, em promovê-los. 
Mais recente, a terceira geração brotou com a revolução tecnocientífica 
(década de 70 em diante), sendo também referida como direitos meta ou 
supraindividuais. Embora indivíduos estejam envolvidos, esses direitos focam no 
ecossistema de relações por eles construído. São os direitos à paz, ao 
desenvolvimento e a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, por exemplo. 
Adicionalmente, o Direito Processual Civil distingue-os entre direitos difusos (válidos 
para todos, sem pertencer a ninguém específico), direitos coletivos stricto sensu 
(válidos para um grupo, sem pertencer a nenhum membro só) e direitos individuais 
homogêneos (pertencentes a cada indivíduo, mas cuja defesa pode ser feita 
coletivamente). Vale notar que, com a ascensão de novas tecnologias e movimentos 
sociais, os direitos fundamentais podem entrar em uma quarta geração, a exemplo 
dos direitos ao acesso à Internet e à saúde sexual e reprodutiva. 
 
Direito do Trabalho 
 
 
Direito do Trabalho é o ramo do Direito que tem por objeto as normas, 
instituições jurídicas e os princípios que regram as relações de trabalho subordinado, 
dispondo sobre sua melhor organização e abrangência de sua atividade. 
O surgimento de tal corrente do Direito está intimamente ligada ao advento da 
abolição da escravatura, em 1888. Mas, mesmo antes, a matéria teve uma breve pré-
história através das modernas leis instituídas pelo Código Comercial de 1850, que 
trazia normas de proteção dirigidas aos trabalhadores do comércio, em expansão nos 
centros urbanos, e evidentemente importantes em um país ainda sem indústrias, 
portanto, sem necessidade maior de codificação ou detalhamento por parte da matéria 
trabalhista. 
De qualquer modo, é só com a libertação dos escravos que podemos ter enfim 
maiores deliberações e estudos da matéria trabalhista. Uma indústria, ainda muito 
incipiente, mas já nascente, começa a tomar forma, principalmente no ramo dos 
têxteis. 
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https://www.infoescola.com/biologia/ecossistema/
https://www.infoescola.com/sociologia/movimentos-sociais/
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https://www.infoescola.com/historia/abolicao-da-escravidao-no-brasil/
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Será somente em um período posterior a este, em 1943, que temos o 
verdadeiro marco da matéria trabalhista e ainda o seu mais importante documento, 
mesmo que atualmente deveras emendado e mutilado: A CLT, ou Consolidação das 
Leis do Trabalho, criada por meio do Decreto-Lei número 5452, sancionado pelo 
presidente Getúlio Vargas, em plena era de Estado Novo, a ditadura varguista. Se 
antes as questões sociais eram "caso de polícia", como havia afirmado o ex- 
presidente Washington Luís, agora pelo menos havia um código inteiro à disposição 
do trabalhador para que houvesse uma melhor organização das condições de 
trabalho. 
Outro avanço importante surge com as disposições contidas na Constituição de 
1988 sobre a competência e organização da Justiça do Trabalho. Assim, de acordo 
com a CF, a área trabalhista passa a ser organizada em: varas trabalhistas, Tribunal 
Regional do Trabalho, e a sua esfera máxima, Tribunal Superior do Trabalho. 
Atualmente, os princípios que regem a matéria trabalhista são: 
Irrenunciailidade dos direitos: Fica vedado, por meio deste princípio, todo ato 
destinado a desvirtuar ou ignorar a norma trabalhista, causando por conseguinte, a 
não-observação de um direito a ser atribuído a determinado interessado. 
Condição mais benéfica: Estabelece tal princípio que uma condição mais 
vantajosa já conquistada na relação de emprego não deve ser reduzida. Esse princípio 
no entanto, foi profundamente alterado pela reforma trabalhista. Nos termos do artigo 
620, as condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão 
sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho. Já o art.611-A dispõe que a 
convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei, nas 
hipóteses arroladas nos seus incisos. Em decorrência das novas previsões, parte da 
doutrina entende que princípio da norma mais favorável foi mutigado, deixando de ter 
força impositiva como princípio fundamental. 
Princípios constitucionais específicos: temos vários espalhados pela 
Constituição, a saber: liberdade sindical (artigo oitavo); não interferência do Estado na 
organização sindical (artigo oitavo); direito de greve (artigo nono); representaçãodos 
trabalhadores na empresa (artigo 11); reconhecimento de convenções e acordos 
coletivos (artigo sétimo, inciso 27), entre tantos outros. 
Direitos e garantias fundamentais: são os princípios gerais do direito, aplicado 
ao direito do trabalho, contidos no Título I da Constituição Federal; 
Função diretiva dos princípios: tal princípio determina que princípios 
constitucionais não podem ser contrariados por norma infraconstitucional; 
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https://www.infoescola.com/brasil-republicano/estado-novo/
https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/governo-de-washington-luis/
https://www.infoescola.com/direito/constituicao-de-1988/
https://www.infoescola.com/direito/constituicao-de-1988/
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Função integrativa dos princípios segundo a CLT: na falta de qualquer lei 
específica, as autoridades trabalhistas deverão decidir uma questão utilizando, 
conforme o caso, a jurisprudência, a analogia, a equidade, e outros princípios e 
normas gerais de direito, em especial os do trabalho. 
 
Das normas gerais da tutela do trabalho: 
 
 
A CLT estabelece normas que são destinadas à tutela (proteção) do 
trabalhador. Estas normas dividem-se em normas sobre documentação da vida do 
trabalhador (anotação do contrato e demais ocorrências na Carteira de Trabalho), à 
jornada de trabalho (diurna e noturna), aos períodos de descanso e intervalos, às 
férias e às normas gerais de segurança, medicina e higiene do Trabalho. 
 
DA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL – CTPS 
 
 
A Carteira de Trabalho e Previdência Social é obrigatória para o exercício de 
qualquer emprego, inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e 
para o exercício por conta própria de atividade profissional remunerada. 
A Carteira de Trabalho será emitida pelas Delegacias Regionais do Trabalho 
ou, mediante convênio, pelos órgãos federais, estaduais e municipais da 
administração direta ou indireta. 
Inexistindo convênio com os órgãos indicados ou na inexistência destes, 
poderá ser admitido convênio com sindicatos para o mesmo fim. 
Em caso de imprestabilidade ou esgotamento do espaço destinado a registros 
e anotações, o interessado deverá obter outra carteira, conservando-se o número e a 
série da anterior. 
 
Do Valor das Anotações na CTPS: 
 
 
A Carteira de Trabalho e Previdência Social deverá ser devolvida ao 
empregado, após as anotações pertinentes, no prazo de quarenta e oito horas. 
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https://www.infoescola.com/direito/jurisprudencia/
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
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As anotações concernentes à remuneração devem especificar o salário, 
qualquer que seja sua forma e pagamento, seja ele em dinheiro ou em utilidades, bem 
como a estimativa da gorjeta. 
As anotações na CTPS deverão ser feitas nas seguintes hipóteses (além 
daquele efetuada no ato da admissão do empregado): 
a) na data-base; 
b) a qualquer tempo, por solicitação do trabalhador; 
c) no caso de rescisão contratual; e 
d) necessidade de comprovação perante a Previdência Social. 
A falta de qualquer anotação obrigatória na CTPS sujeita a empresa a 
imposição de multa pelo Ministério do Trabalho. 
A Lei 10.270/2001 alterou a CLT e estabeleceu uma vedação para proteger a 
honra e a esfera íntima do trabalhador cidadão, qual seja, de que “...é vedado ao 
empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado em sua 
Carteira de Trabalho e Previdência Social”. 
Também nos casos de acidente do trabalho ou constatação de doença do 
trabalho será obrigatória a anotação na CTPS. 
As Carteiras de Trabalho e Previdência Social regularmente emitidas e 
anotadas servirão de prova nos atos em que sejam exigidas carteiras de identidade, 
perante a Previdência Social, para o efeito de declaração de dependentes, para 
cálculo de indenização por acidente do trabalho ou moléstia profissional. 
Todas as anotações das Carteiras de Trabalho devem ser efetuadas também 
nos Livros de Registro de Empregados, que é um documento obrigatório para a 
empresa e necessário para exibição e inspeção pelos auditores fiscais do Ministério 
do Trabalho. 
 
Do Registro do Contrato de Trabalho na CTPS: 
 
 
De acordo com o art. 41 da CLT, em todas as atividades será obrigatório para 
o empregador o registro dos respectivos trabalhadores, podendo ser adotados livros, 
fichas ou sistema eletrônico. 
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http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/101041/lei-10270-01
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10761133/artigo-41-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
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A anotação incorreta ou que não corresponda à verdade dos fatos, feita na 
CTPS, será considerada crime de falsidade, com as penalidades previstas no art. 
299 do Código Penal: 
I - fazer, no todo ou em parte, qualquer documento falso ou alterar o 
verdadeiro; 
II - afirmar falsamente a sua própria identidade, filiação, lugar de nascimento, 
residência, profissão ou estado civil e beneficiários, ou atestar os de outra pessoa; 
III - servir-se de documentos, por qualquer forma falsificados; 
IV - falsificar, fabricando ou alterando, ou vender, usar ou possuir Carteiras de 
Trabalho e Previdência Social assim alteradas; e 
V - adotar dolosamente em Carteira de Trabalho e Previdência Social ou 
registro de empregado, ou confessar ou declarar, em juízo ou fora dele, data de 
admissão em emprego diversa da verdadeira. 
 
DA DURAÇÃO DO TRABALHO: 
 
 
A CLT estabelece diversas normas sobre a duração do trabalho que significa o 
mesmo que jornada de trabalho. Tais disposições também integram o conjunto de 
normas gerais de tutela do trabalho. Nessas hipóteses objetiva-se a proteção da vida, 
da segurança, da integridade física e da higiene do trabalhador. 
A regra geral é que a duração normal do trabalho, para os empregados em 
qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja 
fixado expressamente outro limite. 
Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as 
variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado 
o limite máximo de dez minutos diários. Tal medida foi inserida na CLT pela 
Lei 10243/2001 e teve o objetivo acabar com as discussões existentes nos processos 
trabalhistas sobre o tema. 
Horários de ida e retorno ao trabalho significa o tempo despendido pelo 
empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de 
transporte. Isso em regra não é computado na jornada de trabalho. Todavia, tratando-
se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador 
fornecer a condução. É a chamada hora in itineri. 
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10600031/artigo-299-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/100340/lei-10243-01
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A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, 
em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e 
empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho. Sobre a hora extra, incidirá um 
adicional mínimo de 50% sobre o salário da hora normal. 
 
Regime de Compensação de Jornada: 
 
 
A lei 9601/98 instituiu o chamado banco de horas, com o intuito de diminuir os 
custos das empresas com o pagamento de horas extras. A lei estabeleceu vários 
requisitos para a implantação do banco de horas. 
Assim, 
“... poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou 
convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela 
correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período 
máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja 
ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias”. 
Nos termos da lei 13.467/17 (Reforma Trabalhista) o banco de horas poderá 
ser negociado por acordo individual entre patrão e empregado. No caso de 
negociação direta com o patrão, a compensação das horas extras deve ser feita no 
prazo máximo de 6 meses, com acordo individual por escrito. A legislação anterior 
permitia que as compensações de hora extra por folga deveriam ser negociadas 
apenas entre os sindicatos e as empresas, por meio de convenção ou acordo 
coletivo, e o período máximo para tirar as folgas era de um ano. 
Se houver rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a 
compensação integral da jornada extraordinária, terá o trabalhador o direito ao 
pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da 
remuneração na data da rescisão. 
O art. 60 da CLT estabelece que nas atividades insalubres só poderão ser 
acordadas horas extras mediante licença prévia das autoridades competentes em 
matéria de higiene do trabalho. 
Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder do 
limite legal ou convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja para 
atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa 
acarretar prejuízo manifesto. 
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http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103514/lei-9601-98
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/478059431/lei-13467-17
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10759609/artigo-60-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
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Existem trabalhadores que estão excluídos das normas da CLT sobre duração 
do trabalho em razão da especificidade das funções que exercem e diante da 
impossibilidade de controle dos horários de trabalho pela empresa. Tais trabalhadores 
são: 
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação 
de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e 
Previdência Social e no registro de empregados; 
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos 
quais se equiparam, para efeito do disposto neste Art., os diretores e chefes de 
departamento ou filial. 
 
Dos Períodos de Descanso: 
 
 
A CLT também impõe limites que as empresas devem observar mas que não 
estão inseridos na jornada normal de trabalho. Trata-se dos períodos reservados ao 
descanso do empregado, seja entre o final de uma jornada, num dia, e o início de 
outra, no outro dia, seja dentro da mesma jornada de trabalho. 
Assim, entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 
(onze) horas consecutivas para descanso. 
É assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) 
horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade 
imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte. 
 
Intervalos para Repouso e Alimentação: 
 
 
Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é 
obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no 
mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não 
poderá exceder de 2 (duas) horas. 
Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um 
intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas. 
Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho. 
O limite mínimo de 1 (uma) hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido 
por ato do Ministro do Trabalho quando, ouvida a Secretaria de Segurança e Higiene 
do Trabalho, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências 
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concernentes à organização dos refeitórios e quando os respectivos empregados não 
estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares. 
 A reforma trabalhista, introduzida pela lei 13.467/17, preleciona que o 
intervalo intrajornada poderá ser de, no mínimo, 30 (trinta) minutos quando previstos 
em Acordos Coletivos e Convenções Coletivas. Quando não concedidos ou em 
casos de concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo para descanso, a lei 
implicará o pagamento apenas do período suprimido, acrescidos de 50% sobre o 
valor da remuneração da hora normal de trabalho. 
 
A não concessão desses intervalos enseja o pagamento de horas 
extraordinárias, além da possibilidade de imposição de multas pelo Ministério do 
Trabalho. 
 
Do Trabalho Noturno: 
 
 
A normatização do trabalho noturno decorre da necessidade de se proteger a 
saúde e higiene do trabalhador, bem como para compensar a alteração do relógio 
biológico. Assim, a legislação impõe uma compensação financeira pelo trabalho 
realizado no horário noturno e também uma redução da hora noturna em relação à 
hora normal diurna. 
Assim temos que: 
• O trabalho noturno enseja remuneração superior à do diurno com um 
acréscimo de 20% sobre a hora diurna. 
• A hora do trabalho noturno será computada como de 52 (cinqüenta e 
dois) minutos e 30 (trinta) segundos. 
Trabalho noturno, no caso do trabalho urbano, é aquele executado entre as 22 
(vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte. 
 
FÉRIAS: 
 
 
Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem 
prejuízo da remuneração. O empregado adquire o direito a férias após cada período 
de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, na seguinte proporção: 
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 
(cinco) vezes; 
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II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 
(quatorze) faltas; 
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e 
três) faltas; e 
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro)a 32 
(trinta e duas) faltas. 
É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao serviço. 
O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço. 
O art. 131 da CLT fixa as hipóteses em que não será considerada falta ao 
serviço, para os efeitos de concessão e gozo de férias, diversas hipóteses de ausência 
do empregado, tais como: licença maternidade, acidente do trabalho ou doença 
atestada por médico, etc. 
A lei brasileira permite o parcelamento das férias em até três períodos, um com 
pelo menos 14 dias corridos e os demais em cinco dias corridos. A legislação vigente 
veda que as férias se ineciem dois dias antes de feriados, assim como no dia de 
repouso remunerado. 
A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do 
empregador, com exceção do empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, que 
terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. 
Férias concedidas após o prazo leva o empregador a pagar em dobro a 
respectiva remuneração. 
A remuneração corresponderá àquela que o empregado estiver recebendo no 
ato da concessão. Se o salário for pago em comissões, gorjetas ou tarefas, será 
considerada a média dos últimos doze meses. 
O empregado tem direito a converter 1/3 (um terço) do período de férias a que 
tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos 
dias correspondentes. 
 
DAS ATIVIDADES INSALUBRES E PERIGOSAS 
 
 
São consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua 
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes 
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da 
intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. 
 
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O Ministério do Trabalho possui um quadro das atividades e operações 
insalubres, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o 
tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes. 
São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da 
regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza 
ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou 
explosivos em condições de risco acentuado. 
O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um 
adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de 
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. 
O empregado pode optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe 
seja devido. 
O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade 
cessa com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física. 
 
Da Prevenção da Fadiga 
 
 
A CLT contém normas relativas à prevenção da fadiga, as quais destinam-se à 
prevenção de acidentes e doenças do trabalho. A norma impõe limitações de ordem 
física (carregamento de peso), de ordem ergonômica e outras. 
É de 60 (sessenta) quilogramas o peso máximo que um empregado pode 
remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho 
do menor e da mulher. 
É obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta ao 
trabalhador, capazes de evitar posições incômodas ou forçadas, sempre que a 
execução da tarefa exija que trabalhe sentado. Quando o trabalho deva ser executado 
de pé, os empregados terão à sua disposição assentos para serem utilizados nas 
pausas que o serviço permitir. 
 
O DIREITO AO LAZER NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: A PROTEÇÃO DO 
DIREITO AO LAZER COMO DIREITO FUNDAMENTAL 
 
A Constituição Federal assegura o direito ao lazer, no artigo 6º, incluindo-o 
como um direito social e, portanto, fundamental. O texto Constitucional é a norma de 
maior hierarquia do sistema jurídico, consistindo no fundamento de validade de todas 
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as demais normas, conforme esboçado na conhecida „pirâmide de Kelsen‟, de modo 
que nenhuma disposição normativa pode ter o condão de afastar os direitos previstos 
na Lei Maior. 
Nas relações de trabalho não é diferente. A relação laboral deve ser vista à luz 
da Constituição Federal, e, nesse sentido, interpretada em conformidade com seus 
valores. Assim sendo, não é concebível que o trabalho desrespeite direitos mínimos 
do obreiro, necessários para uma vida com dignidade. O direito ao lazer está inserido 
nesse rol de direitos vitais mínimos. 
O texto constitucional aduz, no artigo 217, parágrafo 3º que o Poder Público 
terá o mister de incentivar o lazer, como forma de promoção social. A Constituição da 
República, portanto, não faz menção ao direito ao lazer apenas no Capítulo referente 
aos direitos fundamentais, demonstrando, assim, a importância dada ao tema, visto 
que retoma o tratamento da matéria em outras partes do Texto Constitucional. 
A Constituição Cidadã de 1988 assegura, no capítulo referente aos direitos dos 
trabalhadores, entendidos como direitos sociais, o direito ao descanso e ao repouso 
– limitando a jornada de trabalho – às férias, a aposentadoria, dentre outros, conforme 
será visto adiante. 
A regulamentação infraconstitucional do direito ao lazer é rica e abrangente, 
incluindo o Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê a destinação de recursos 
e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltados para a infância 
de juventude, bem como no Estatuto do Idoso, que estabelece descontos para 
atividades de lazer para idosos. 
A previsão do direito ao lazer no ordenamento cumpre o papel de mais uma 
forma de efetivação da dignidade da pessoa humana. A inobservância do direito à 
desconexão do trabalho afronta disposições normativas e causa inúmeros prejuízos a 
vida do trabalhador e de sua família. 
No que concerne à origem histórica da tutela legislativa ao lazer, Alexandre 
Lunardi remonta ao dia reservado ao descanso para os judeus, conhecido como 
„Shabbath‟, costume que proibia qualquer tipo de trabalho aos sábados. No 
cristianismo, a cultura ocidental cultivou o costume de separar de um dia na semana 
para o descanso, o domingo. O referido hábito perdura até os dias atuais, alcançando, 
assim, repercussão legal. 
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O exercício do direito ao lazer, dentre outros benefícios, proporciona ao ser 
humano o desenvolvimento do ser social, pois lhe permite participar das atividades do 
meio em que vive, tendo acesso a entretenimento, cultura e descanso. 
A valorização do ser humano deve ser o foco das relações humanas. O 
movimento do Neoconstitucionalismo caminha no sentido da „despatrimonialização‟ 
das relações jurídicas, norteado pela dignidade da pessoa humana, boa-fé objetiva e 
função social dos institutos. 
Assim ocorre também com as relações firmadas na seara trabalhista, que numa 
interpretação à luz da Constituição, não pode ser guiada por valores meramente 
econômicos, devendo dar primazia à proteção do ser humano. 
O direito ao lazer é reconhecido no ordenamento na categoria de direitos 
sociais fundamentais à vida dignado homem, devendo ser perseguido pela sociedade 
e poderes públicos. 
O artigo 7º da Lei Maior em diversos dispositivos ressalta a importância que 
dispensa ao tema. A limitação da jornada diária de trabalho não superior a oito horas 
diárias e quarenta e quatro semanais, a concessão do repouso semanal remunerado 
e a previsão do acréscimo de cinquenta por cento sobre a remuneração do serviço 
prestado em caráter extraordinário refletem a preocupação do legislador no gozo do 
descanso e lazer do obreiro. 
 
Direito fundamental deve permear relação de trabalho 
 
 
O ambiente onde se desenvolvem as relações de trabalho está em constante 
mutação. As evoluções tecnológicas modificam as formas de produção e afetam as 
relações de trabalho. As circunstâncias sociais, econômicas e políticas também se 
alteram. A atuação do Estado tende a ser cada vez menos intervencionista com as 
ideias do neoliberalismo. O Direito do Trabalho está sempre inacabado e em 
permanente processo de reconstrução. 
Discute-se a flexibilização e desregulamentação do Direito do Trabalho com o 
objetivo de adaptá-lo às novas circunstâncias da sociedade. As modificações da 
legislação, contudo, precisam ser limitadas a procedimentos que preservem a 
dignidade da pessoa humana, protegida pelos direitos fundamentais positivados pelos 
ordenamentos internos dos Estados os quais por sua vez, surgiram dos 
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direitos humanos consagrados por declarações, entre elas a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos de 1948. Atualmente os Direitos Humanos são reconhecidos por 
um grande número de nações, contudo o desafio maior é torná-los efetivos. 
Originalmente os direitos fundamentais foram concebidos com o objetivo de 
limitar a ação do Estado em face do cidadão, o que costuma ser denominado como 
eficácia vertical dos direitos fundamentais. A doutrina passou a estudar também a 
aplicação dos direitos fundamentais nas relações privadas, configurando-se então a 
eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Nas relações de trabalho os direitos 
fundamentais têm especial importância devido à desigualdade das partes. Nosso 
objetivo neste artigo é estudar a aplicação dos direitos fundamentais nas relações de 
trabalho. 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
 
As declarações de direitos promoveram o reconhecimento dos direitos 
fundamentais do homem. Esse reconhecimento é historicamente recente e configura 
um movimento de reconquista de valores perdidos quando a sociedade se dividiu em 
proprietários e não proprietários. 
As lutas contra os governos autoritários do século XVIII deram origem ao 
surgimento do Estado de Direito, que estabeleceu o poder das leis ao invés do poder 
dos governantes. Os ordenamentos jurídicos dos Estados de Direito passaram então 
a positivar os direitos humanos que eram naturais do homem, surgindo assim os 
direitos fundamentais. 
A teoria constitucional divide os direitos fundamentais em direitos de defesa e 
direitos a prestações. Os primeiros constituem um dever de não ingerência na esfera 
privada, enquanto os últimos importam em intervenção do Estado, ou seja, o dever de 
fornecer determinada prestação. A dogmática discute a capacidade dos direitos 
fundamentais criarem direitos subjetivos para os particulares contra o Estado, criando 
assim, a possibilidade do titular de direito dispor de pretensões por parte do Estado. 
Em se tratando de direitos a prestações, a sua efetivação normalmente é também 
dependente de outros fatores, como por exemplo, a disponibilidade de recursos 
orçamentários. Isto significa que nem sempre direitos fundamentais criam direitos 
subjetivos. 
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Os indivíduos são titulares de direitos fundamentais e esses direitos incidem 
nas relações do cidadão com o Estado. Os direitos fundamentais podem ser 
lesionados ou ameaçados também nas relações privadas. É preciso então, conciliar a 
tutela efetiva dos direitos fundamentais, de um lado e a proteção da autonomia privada 
do indivíduo de outro. 
 
EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NO ÂMBITO DAS RELAÇÕES 
PRIVADAS 
 
Os direitos fundamentais nasceram como limites do poder do Estado e 
consequentemente passaram a vincular o Estado ao cidadão. Há os que contestam a 
aplicabilidade dos direitos fundamentais nas relações privadas argumentando que o 
objetivo foi proteger os cidadãos dos abusos do Estado. Em relação a esse argumento 
entendemos que o Estado foi identificado à época como o maior agressor dos direitos 
naturais do homem. Hoje, contudo, temos a noção que não só o Estado representa 
uma ameaça aos direitos fundamentais, mas também outras instituições privadas e 
nesse caso nada mais natural que exigir respeito aos direitos fundamentais de todos 
aqueles que possam vir a ameaçá-los. 
Outro argumento é que sua aplicação desses direitos nas relações privadas 
fere a autonomia privada já sujeita a outras leis do Direito Privado. A vinculação dos 
privados, contudo fica clara quando observamos que a observância dos direitos 
fundamentais é uma necessidade do Estado Democrático de Direito e caso entre nas 
relações privadas não houvesse a observância dos direitos fundamentais isso poderia 
gerar a obrigação do Estado de agir para garantir sua efetividade. Como exemplo, 
podemos pensar no direito de propriedade. O proprietário tem autonomia da vontade, 
liberdade individual e liberdade de usufruir seu bem como melhor lhe aprouver, 
contudo deve respeitar a função social da propriedade, ou seja, não pode decidir pela 
sua não utilização, sob pena de ter seu direito de usufruir o bem restrito. 
Segundo Marthius Sávio Cavalcante Lobato “a exclusão dos direitos humanos 
fundamentais nas relações privadas acarretaria uma cisão na ordem jurídica, na 
medida em que não há razão para que se faça diferenciação entre a aplicação destes 
direitos, já que o que ser está a proteger é a dignidade da pessoa humana, com bem 
maior a se proteger”. 
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A aplicação dos direitos fundamentais nas relações privadas tem como 
antecedente histórico o julgamento do Caso Lüth em 1958. Erich Lüth, Presidente do 
Clube de Imprensa de Hamburgo boicotou a exibição de um filme produzido por Veit 
Harlan. Em 1ª. Instância o Tribunal Estadual de Hamburgo condenou o boicote, 
fundamentando a decisão no artigo 826 da Norma Substantiva da Alemanha, que 
obrigava o causador de danos a compensar o dano. Contudo em fase de recurso a 
Corte Constitucional Alemã reformou a decisão justificando que a sentença 
desrespeitou do direito de opinião de Erich Lüch. 
No Brasil a análise da aplicação dos direitos fundamentais nas relações 
privadas teve início com as teses de doutorado de Daniel Sarmento e Wilson 
Steinmetz (ambas de 2.003). Eles aprofundaram a análise no sentido de equacionar 
a subjetividade dos conceitos envolvidos. Daniel Sarmento contribuiu com a idéia de 
que intensidade da proteção deve ser tanto maior quanto maior for a desigualdade 
fática dos envolvidos.[1] Steinmetz, por sua vez, contribuiu com o estabelecimento de 
um critério para sopesar os direitos no caso concreto utilizando o princípio da 
proporcionalidade de dá prevalência em “prima face” ao direito fundamental quanto há 
desigualdade entre as partes. 
 
OS DIREITOS FUNDAMENTAIS E AS RELAÇÕES DE TRABALHO 
 
 
A aplicação dos direitos humanos fundamentais nas relações privadas está 
presentenas relações de trabalho, onde existe desigualdade entre as partes. 
Empregado e empregador pactuam um contrato individual de trabalho, mas devido ao 
maior poder econômico do empregador o empregado adere às clausulas contratuais, 
que estão limitadas pelos direitos constitucionais dos trabalhadores. O trabalhador é 
titular de direitos fundamentais, entre eles o direito à segurança, à saúde, à 
informação, à intimidade e à privacidade. A Professora Adriana Calvo estudou o 
conflito entre o poder do empregador e a privacidade do empregado no ambiente de 
trabalho e concluiu: “A inserção do empregado no ambiente de trabalho não lhe retira 
os direitos de personalidade. Contudo, não é nenhuma ameaça ao empregado impedi-
lo de usar meios da empresa em benefício próprio ou em prejuízo da empresa. Os 
valores pessoais devem prevalecer sobre os valores materiais (dignidade da pessoa 
humana x prejuízo no furto de mercadorias na revista íntima). A dignidade da pessoa 
humana deve ser afirmada como valor supremo”. 
 
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Os direitos fundamentais irradiam-se também no direito coletivo. As 
negociações coletivas não podem desconsiderar direitos constitucionais sob o 
argumento que representam a vontade das partes ou que evitam mal maior, mesmo 
em situações de crise. O mercado de trabalho vive a constante modificação diante das 
transformações nas relações de emprego causadas pelas evoluções tecnológicas e 
da necessidade de gerar e proteger postos de trabalho, mas isso não significa que os 
direitos dos trabalhadores sejam renunciáveis ou que o Direito do Trabalho deve 
resolver os problemas econômicos do país. 
Discute-se a flexibilização e desregulamentação do Direito do Trabalho. Os 
empregadores, normalmente nas situações de crise, buscam estabelecer acordos 
coletivos com os sindicatos dos empregados com o objetivo de reduzir o impacto das 
dificuldades para a empresa e para os trabalhadores. A desigualdade econômica entre 
empregador e empregados, contudo, continua existindo e também a função social da 
empresa. 
O artigo 7º inciso XXVI da Constituição que reconhece a validade das 
negociações coletivas e fomenta a discussão sobre o incremento da participação dos 
atores sociais nas relações de emprego. Essa é sem dúvida uma tendência que 
precisa, contudo, ter uma regulação para igualar as partes nas negociações e proteger 
a parte economicamente mais fraca da manipulação pela parte mais forte. O respeito 
a direitos fundamentais do trabalhador, como por exemplo, o direito à informação, 
representa um limite à possibilidade de redução de direitos nas negociações 
pactuadas entre empregados e empregadores. 
 
 
OS PRINCÍPIOS DA IGUALDADE E DA PROPORCIONALIDADE E AS 
RELAÇÕES DE TRABALHO 
 
O trabalho é um importante instrumento para a construção de uma vida digna 
e o princípio da igualdade tem fundamental importância no direto trabalhista. A 
igualdade é o valor básico do direito que os indivíduos têm de trabalhar e do direito à 
igual remuneração por trabalho igual. O princípio da igualdade não impede que 
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existam regras diferentes para partes que se encontram em situações diferentes. O 
Direito atua de forma positiva quando produz regras que imputam direitos em favor de 
seus titulares, e atua de forma negativa através de normas que têm como objetivo 
proibir práticas lesivas aos indivíduos, como por exemplo, aquelas combatem a 
discriminação nas relações de trabalho. O tratamento desigual dos desiguais busca a 
igualdade de oportunidades. 
A assimetria entre as partes está presente nas relações de trabalho e justifica 
a proteção aos direitos fundamentais. A proteção deverá ser maior para uma maior 
desigualdade entre as partes da relação privada.[1] Semelhante raciocínio se aplica a 
relações de ordem econômica onde maior proteção deverá ser dispensada a bens e 
valores essenciais para o ser humano, tais como salário, alimentação, saúde e 
moradia. 
O empregador tem o poder diretivo que lhe permiti organizar, dirigir e fiscalizar 
a atividade econômica, contudo esse poder não é absoluto e está limitado pelos 
direitos fundamentais do empregado. O conflito deve ser resolvido com razoabilidade 
e proporcionalidade no caso concreto. Segundo Arion Sayão Romita as restrições a 
direitos fundamentais são admitidas quando apropriadas, exigíveis e aplicadas na 
justa medida. Romita conceitua o princípio da proporcionalidade como “princípio dos 
princípios, atua como ordenador do direito, ensejando a composição dos conflitos 
entre as normas constitucionais que consagram direitos fundamentais. É ele que 
proporciona uma “solução de compromisso”, pela qual se dá prevalência a um dos 
princípios em conflito, mas ajustado à hipótese concreta, sem, contudo, anular o outro 
(os outros), que será afetado, em parte mínima, respeitado o “núcleo essencial”, em 
que se aloja o respeito ao valor da dignidade da pessoa humana”. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRABALHISTAS E SUA EFICÁCIA NA 
RELAÇÃO DE EMPREGO 
 
O direito ao trabalho como direito fundamental é importante ao desenvolvimento 
do homem de modo a assegurar a dignidade cabível a cada ser humano individual, e 
socialmente, seja na esfera da liberdade, seja no campo dos direitos sociais, ou ainda 
na convivência harmoniosa e fraterna. Os mesmos exigem a atuação estatal e seus 
mecanismos asseguradores, para concretizar a dimensão 
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subjetiva desses direitos, garantindo a execução e cumprimento das imposições 
constitucionais. 
Os direitos sociais dispostos na Constituição Federal de 1988 são capazes de 
vincular a interpretação das normas hierarquicamente inferiores e até mesmo a 
interpretação das próprias normas constitucionais à função social. Este fato é muito 
significativo para os direitos trabalhistas, uma vez que os princípios fundamentais de 
todo o texto constitucional, esboçam os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa 
como suportes básicos, sobre os quais a Constituição Federal sustenta a coerência 
do ordenamento jurídico pátrio. 
Enquanto isso, o Estado harmoniza o valor da liberdade com o valor da 
igualdade, o que traz a dedução de que se deve buscar não só a democratização do 
Estado, mas também a democratização da sociedade. Os direitos sociais são 
conquistas constitucionais, e dependem de uma atuação efetiva do Estado para a sua 
concretização. 
A Constituição de 1988 resguarda a liberdade individual e defende os direitos 
do cidadão contra o Estado, quando este age contra as carências que atingem a 
sociedade. 
O direito social funda-se como o conjunto de princípios, refletindo sobre as 
relações de trabalho, objetivando a valorização do mínimo existencial, em outras 
palavras, melhoria na condição social do trabalhador. 
O Brasil está adstrito ao princípio do não-retrocesso social, consubstanciando 
o direito do cidadão frente ações contrárias às garantias sociais já estipuladas, bem 
como a condição sem a qual não se pode abordar o tema dos direitos trabalhistas. O 
cerne da Constituição é a valorização do homem em todas as suas dimensões, em 
que estão presentes, evidentemente, o trabalho e o emprego. Os direitos previstos na 
Constituição vigente são resultados de uma demanda social e democrática, expressos 
através de movimentos sociais em busca de uma sociedade justa, livre e solidária. 
Portanto,os direitos humanos não podem em nome da adaptabilidade ou 
flexibilização a serviço do capital ser puramente revogados do campo jurídico. 
Resta absolutamente claro que o direito do trabalho não somente serve para 
regular as relações de trabalho, mas serve especialmente para a preservação das 
melhores condições de trabalho de modo geral, garantindo a proteção do 
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trabalhador, já preconizada na atual Constituição Federal e também já desenhado nas 
Constituições anteriores. 
Assim, os Direitos Trabalhistas representam de forma concreta a proteção que 
a própria Constituição garante ao trabalhador, colocando este em condições de 
igualdade na relação empregatícia. 
 
Evolução histórica 
 
 
Os direitos trabalhistas foram sendo construídos paulatinamente. A relação 
empregatícia teve início no sistema agrícola cafeeiro e, principalmente, na 
industrialização da capital paulista, entre 1888 a 1930. 
Nesse período os empregados possuíam uma menor capacidade de 
organização, inexistindo também uma “dinâmica legislativa intensa e contínua por 
parte do Estado”, conforme leciona o professor Mauricio Godinho Delgado, em sua 
obra, Curso de Direito do Trabalho2. 
Em um segundo momento, destaca-se a fase de institucionalização do Direito 
do Trabalho, marcado pela “Era Vargas” e seu precioso legado aos direitos 
trabalhistas. 
Paralelamente, pode-se analisar tal evolução sob o manto constitucional, com 
a criação e positivação dos direitos sociais. 
A Constituição de 1824 a liberdade do exercício de ofícios e profissões. Sob 
sua vigência leis importantes abriram caminho para o trabalho livre, sendo lançadas 
as diretrizes para um Estado Nacional centralizado, que, posteriormente, deu 
sustentáculo à legislação trabalhista nacional. Ressalte-se que as duas primeiras 
Constituições brasileiras foram claramente influenciadas pelo liberalismo, idealismo 
que se utiliza do Estado como meio de organização da sociedade. 
Aos poucos as novas constituições foram se aprimorando e tendo avanços nos 
direitos estabelecidos ao trabalhador. A Constituição de 1891, discretamente, iniciou 
o reconhecimento de alguns direitos trabalhistas, embora não tenha dedicado artigos 
específicos à causa trabalhista, estabelecendo as bases para a organização 
institucional da classe trabalhadora na defesa de seus direitos. O país vivia a abolição 
da escravatura, sem ter noção que após este acontecimento seriam necessárias 
novas adaptações legislativas. Em 1926, na vigência da Constituição de 
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1891, surgiu o direito do trabalho em nível constitucional, e durante a reforma 
constitucional foi estabelecido pelo art. 34 a competência privativa do Congresso 
Nacional para legislar sobre o trabalho. 
A Constituição de 1934 defendeu os direitos humanos de segunda geração e a 
perspectiva de uma democracia social, isto é, de um Estado social de direito. Portanto, 
manifestou a expressividade dos direitos dos trabalhadores no cenário jurídico 
nacional. Iniciou a previsão de direitos que seriam mantidos nas Constituições 
sucessoras, como o direito ao salário mínimo, proibição do trabalho infantil, entre 
outros. 
O reconhecimento dos direitos trabalhistas estava subordinado aos interesses 
do Estado populista. Essa prerrogativa ficou evidente no enquadramento dos 
sindicatos e pela criação das Juntas de Conciliação. Isso se deu por conta que a Carta 
Magna de 1934, manifestou a intervenção do Estado em se antecipar às 
reivindicações dos trabalhadores. 
A Constituição de 1937apesar de manter algumas determinações da Carta 
Magna anterior incluiu outras e fixou as diretrizes da legislação trabalhista. Esta 
caracterizou o trabalho como dever social, firmando a legislação trabalhista e 
apresentando avanços na legalização dos direitos trabalhistas. Todavia, manifestou 
interesses anti-sociais, como o veto à greve e ao lock-out(art. 139). Ela também 
manteve o sindicato vinculado ao Estado. 
A época da Constituição de 1946, os direitos sociais adquiriram espaço no 
Brasil, e a Constituição manifestou um novo contexto constitucional de 
redemocratização do país, recepcionando muitos dos direitos trabalhistas adquiridos 
com a Constituição de 1937 e apresentou avanços em outros, como o direito de greve 
no dispositivo do art. 158. 
A Constituição de 1967 entrou em vigência no momento do regime militar, 
caracterizado como autoritarista, mas continuou seguindo as ideias da Carta Magna 
de 1946, mantendo os mesmos direitos trabalhistas já estabelecidos, incluindo outros, 
como o seguro-desemprego, definiu com maior eficácia tais direitos, valorizando o 
trabalho como condição da dignidade humana (Art. 160, II). 
A Constituição de 1988 assegurou os direitos sociais já conquistados, 
apresentando um conjunto de medidas protetivas ao trabalho, estabelecendo a 
equiparação dos direitos entre os empregados urbanos e rurais, com relevância para 
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o FGTS, estendido ao empregado rural. Protegeu o empregado contra a demissão 
arbitrária, inovou no sentido de unificar nacionalmente o salário mínimo, anteriormente 
regionalizado, e por alterar o sentido da participação nos lucros, que antes possuía 
feição salarial, deixando de ser desvinculada da remuneração, mantida, 
excepcionalmente, a participação do emprego na gestão. 
A trajetória dos direitos trabalhistas nas Constituições brasileiras mostrou que 
a Constituição limitou-se a constitucionalizar ou ampliar direitos já existentes nas 
diversas leis e na CLT – Consolidação de Leis do Trabalho. Essas inovações trazidas 
foram remetidas a leis complementares e ordinárias, e tal fato enseja a discussão 
sobre a eficácia imediata e integral dos direitos sociais trabalhistas. 
 
Proteção constitucional à relação de emprego 
 
 
A proteção que ora se analisa é relativa à relação de emprego, que 
diferentemente da relação de trabalho, apresenta subordinação jurídica e hierárquica. 
Esta subordinação gerou uma proteção especial ao trabalhador, que se inicia com seu 
ingresso no emprego e vai até a rescisão do vínculo. 
A proteção é dada aos trabalhadores que dela necessitam para combater os 
vícios existentes nas relações de emprego. A Constituição é intolerante a preconceitos 
e proíbe atos discriminatórios no momento da admissão do trabalhador, previstos no 
inciso XXX do art. 7º CF, o qual determina a proibição de diferença de salários, de 
exercícios de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou 
estado civil e o inciso XXXI que proíbe a discriminação de salários e outros critérios 
de admissão aos deficientes físicos, senão veja-se: 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que 
visem à melhoria de sua condição social: 
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério 
de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de 
admissão do trabalhador portador de deficiência; [...] 
A Constituição impede atos discriminatórios, pois estes levam a ineficácia do 
princípio da igualdade jurídica, e acabam deixando o trabalhador em situação de 
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