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OS IMPACTOS DO PROCESSO CIVIL NO PROCESSO DO TRABALHO

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OS IMPACTOS DO PROCESSO CIVIL NO PROCESSO DO TRABALHO 
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OS IMPACTOS DO PROCESSO CIVIL NO PROCESSO DO TRABALHO 
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OS IMPACTOS DO PROCESSO 
CIVIL NO PROCESSO DO 
TRABALHO 
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OS IMPACTOS DO PROCESSO CIVIL NO PROCESSO DO TRABALHO 
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SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 4 
Os impactos do novo CPC no processo do trabalho em face da instrução normativa nº 39/2016 
do TST .................................................................................................................................... 15 
RELEVÂNCIA DE TEXTOS LEGISLATIVOS .......................................................................... 16 
A DISPENSABILIDADE DA IN Nº 39/2016 DO TST ............................................................... 19 
OS IMPACTOS DA APLICAÇÃO DO NOVO CPC AO PROCESSO TRABALHISTA.............. 22 
Direito Processual do Trabalho ............................................................................................... 28 
Autodefesa ............................................................................................................................. 29 
Autocomposição ..................................................................................................................... 29 
Heterocomposição .................................................................................................................. 30 
Direito Processual Civil ........................................................................................................... 30 
O novo CPC: as principais mudanças ..................................................................................... 32 
Novos mecanismos de conciliação e mediação ...................................................................... 34 
Honorários advocatícios ......................................................................................................... 35 
Mudanças na contagem de prazos processuais ..................................................................... 36 
Respeito à jurisprudência ....................................................................................................... 37 
Simplificação da defesa do réu ............................................................................................... 38 
Criação de uma ordem de julgamento de processos .............................................................. 39 
Redução da possibilidade de recursos ................................................................................... 39 
Desconsideração da personalidade jurídica ............................................................................ 40 
Possibilidade de desistência da ação ..................................................................................... 41 
CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 44 
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 45 
 
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OS IMPACTOS DO PROCESSO CIVIL NO PROCESSO DO TRABALHO 
4 
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INTRODUÇÃO 
 
Entrou em vigor no Brasil, no último dia 18 de março de 2016, o Novo Código 
de Processo Civil – Lei 13.105, de 13 de março de 2015, com fortes impactos na 
comunidade jurídica e, como tal, no processo do trabalho. E sempre que um novo 
código entra em vigor, existem muitas expectativas sobre sua aplicação e 
interpretação. Com o NCPC não poderia ser diferente 
É mister ressaltar, de início, que todas as vezes em que há importantes 
alterações no direito processual civil surgem dúvidas sobre o alcance e efeitos dessas 
mudanças no direito processual do trabalho, pois é sabido que o processo civil comum 
é o tronco principal, sobre o qual se erguem as diversas árvores processuais. 
Percebemos nitidamente a importância e influência do processo civil, quando o 
artigo 769 da CLT determina que o processo comum será fonte subsidiária do 
processo do trabalho – trata-se do princípio da subsidiariedade. Por sua vez, o 
NCPC determinou em seu art. 15 que na ausência de normas que regulem processos 
eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão 
aplicadas supletiva e subsidiariamente, sendo tal dispositivo uma inovação legislativa 
do atual Código de Ritos. 
Com o advento da regra insculpida no supracitado artigo 15 do NCPC, significa 
dizer que o tal diploma legal será aplicado subsidiariamente ao processo do trabalho 
quando a CLT não disciplinar determinado instituto processual, como por exemplo: as 
tutelas provisórias de urgência e evidência, a ação rescisória; a ação de consignação 
em pagamento, ordem preferencial de penhora, hipóteses legais de 
impenhorabilidade, etc.; e supletivamente quando, muito embora a CLT disciplinar o 
instituto processual, não o fizer de forma completa. Pode-se elencar os seguintes 
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http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
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http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10653444/artigo-769-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28896429/artigo-15-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28896429/artigo-15-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
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exemplos de aplicação supletiva: as hipóteses de impedimento e suspeição do Juiz 
que são mais completas no CPC, ainda que a CLT as mencione em seu artigo 
802 (apenas casos de suspeição), o ônus da prova previsto no CPC, pois o artigo 818, 
da CLT é muito resumido e não trata do ônus dinâmico da prova como o fez o art. 373, 
§ 1º do NCPC. 
Entretanto, a questão das lacunas da CLT quanto as regras processuais e a 
consequente aplicação do direito processual comum –notadamente o CPC, sempre 
foi polêmica e bastante discutida na doutrina trabalhista, gerando muita controvérsia 
entre os jus trabalhistas, que se dividem basicamente em duas correntes doutrinárias: 
a corrente restritiva que defende a possibilidade de aplicação do CPC apenas 
quando houver omissão da legislação processual trabalhista. A outra corrente 
doutrinária, denominada de evolutiva, sistemáticaou ampliativa: permite a aplicação 
subsidiária do Código de Processo Civil ao processo do trabalho quando houver as 
lacunas ontológicas e axiológicas da legislação processual trabalhista, ou seja, 
quando as normas processuais contidas na CLT não mais se adequarem aos fatos 
sociais ou ainda foram injustas ou insatisfatórias ao se aplica- las no caso concreto. 
Após essa breve introdução ao tema da subsidiariedade e supletividade da 
aplicação do Novo Código de Processo Civil ao direito processual do trabalho, mais 
especificamente, à Consolidação das Leis do Trabalho, passa-se a analisar alguns 
dispositivos e regras contidas no NCPC que deverão ser utilizadas no processo 
trabalhista e outras regras aparentemente incompatíveis. 
No Processo do Trabalho a CLT, expressamente, prevê regra quanto à 
contagem de prazo, pois o art. 775 vaticina que os prazos são contínuos e irreveláveis, 
não havendo suspensão em sábados e domingos, como determina o 
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http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10644005/artigo-802-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28889676/artigo-818-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893055/artigo-373-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893046/par%C3%A1grafo-1-artigo-373-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10653056/artigo-775-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
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art. 219 do NCPC, por isso, essa mudança de prazos, contados apenas em dias úteis, 
não poderá aplicada ao processo do trabalho, por haver previsão expressa na CLT 
e ir de encontro ao princípio da celeridade do processo. 
Outra inovação trazida pelo Código de Processo de civil de 2015, elencado em 
seu artigo 459, diz respeito à possiblidade de as perguntas serem formuladas pelas 
partes diretamente à testemunha, sendo permitido que os advogados possam fazer 
as perguntas em primeiro lugar, sem a intermediação do juiz. Entendemos, porém, 
que tal alteração seja incompatível com as regras previstas na CLT, notadamente 
àquela contida no artigo 820, que determina serem as partes e testemunhas inquiridas 
pelo juiz, podendo ser reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento das partes ou 
de seus representantes e advogados. Trata-se do princípio da imediação. 
A incompatibilidade do artigo 459 do NCPC com o artigo 820 da 
CLTsupracitados, surge da maior celeridade do processo do trabalho em relação ao 
processo civil, sendo certo que a inquirição direta das testemunhas pelas partes, sem 
a mediação do juízo, tornaria mais delongada a audiência de instrução e julgamento, 
acarretamento uma diminuição na pauta de audiências, indo ao encontro do princípio 
da razoável duração do processo. 
A citação do réu com antecedência mínima de pelo menos 20 (vinte) dias da 
audiência de conciliação ou de mediação, nos moldes da previsão contida no art. 
334 do CPC de 2015, se mostra inaplicável no processo do trabalho, pois a CLT 
expressamente determina que a notificação da parte se dará no prazo mínimo de 5 
(cinco) dias a contar da realização da audiência. É a regra contida no art. 841 
consolidado. Portanto, não há omissão legislativa da CLT a autorizar aplicação do 
CPC de 2015 no processo do trabalho. 
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10740136/artigo-219-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10647584/artigo-820-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893587/artigo-334-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
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http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
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Quanto às regras do NCPC compatíveis com o processo do trabalho, em uma 
visão panorâmica – objetivo do presente artigo – podemos elencar as seguintes: 
Inovou o Código de Processo Civil de 2015 ao permitir apresentar as respostas 
do réu em peça única, contendo a alegação de incompetência absoluta e relativa (art. 
64), a reconvenção (art. 343), a impugnação do valor da causa em uma única peça 
processual, denominada de contestação. É o que depreende da leitura dos artigos 
336, 337 e seguintes do NCPC. 
Ocorre que a concentração de todos os meios de defesa em peça única, 
reunindo na contestação todas as alegações do réu, incluindo as prelimares de 
incompetência e a reconvenção, é há muito aceita no processo do trabalho, tendo em 
vista os princípios da simplicidade, da celeridade autorizarem tal medida. Devendo, 
por isso, ser perfeitamente aplicável no processo do trabalho tal mudança. O art. 373, 
§ 1º do NCPC, por sua vez, que terá o ônus de fazer prova das alegações contidas 
nos autos, aquele que estiver em melhores condições no processo de fazê-lo. 
Cabendo ao juiz, em decisão fundamentada, a inversão do ônus da prova, diante da 
hipossuficiência técnica ou financeira de uma das partes. 
Trata-se da teoria da distribuição dinâmica do ônus da prova ou da aptidão para a 
prova, que se contrapõe a visão estática da distribuição de tal ônus. 
A inovação em comento tem perfeita compatibilidade com os preceitos do 
processo do trabalho, já sendo aplicada na Justiça do Trabalho, por privilegiar a 
efetividade e celeridade do processo, e condizer com o princípio da proteçãoao 
trabalhador – a parte mais frágil da relação processual. 
O NCPC traz diversas inovações que buscam dar maior efetividade a prestação 
da tutela jurisdicional, devendo ser celebrado por isso e aplicado, naquilo que for 
possível, ao processo do trabalho. Procuramos apontar em nosso estudo, 
http://www.famart.edu.br/
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http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893513/artigo-336-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893505/artigo-337-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893055/artigo-373-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893046/par%C3%A1grafo-1-artigo-373-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
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apenas alguns mudanças, sendo certo que o desafio para os processualista será 
grande no sentido de integrar as normas do NCPC ao processo do trabalho. 
 
 
Novo Código de Processo Civil causa impactos no processo do trabalho 
Desde o advento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo 
Decreto-Lei 5.452, de 1º de maio de 1943, que passou a viger a partir do dia 10 de 
novembro daquele ano, o legislador já se mostrava preocupado com a falta de 
disposições legais aptas a disciplinar todas e quaisquer relações individuais e 
coletivas de trabalho nela previstas. 
 
Tanto é verdade que, logo em seus artigos introdutórios, consagrou-se a 
permissão legislativa de que o ―direito comum será fonte subsidiária do direito do 
trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste‖ 
(CLT, artigo 8º, parágrafo único). Do ponto de vista de normas direcionadas ao direito 
processual do trabalho — afinal, o Brasil não dispõe de um efetivo código, a exemplo 
do que ocorre em Portugal —, a legislação consolidada se mostra ainda mais 
incipiente, ao fazer expressa menção ao artigo 769, voltado à fase de conhecimento, 
e ao artigo 889, com aplicabilidade à fase executória. 
Assim, considerando que a própria legislação consolidada há muito já 
reconheceu ser imperativa a aplicação de outros institutos, especialmente no que se 
refere ao direito processual trabalhista — tanto que previu os citados artigos 769 e 
889 —, e considerando o próprio ancilosamento de suas normas com o decurso do 
tempo, exigindo-se, hoje, do Estado-Juiz um processo materialmente célere, justo e 
efetivo (Kazuo Watanabe), fala-se, no atual cenário, em um ―Novo Processo do 
Trabalho‖, sobretudo após o recente advento do Novo Código de Processo Civil de 
2015 (CPC/15). 
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Para melhor compreensão dessa nova visão, imprescindível destacar os 
citados artigos 769 e 889, ambos da CLT: 
―Art. 769 — Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte 
subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível 
com as normas deste Título.‖ (destacou-se) 
―Art. 889 — Aos trâmites e incidentes do processo da execução são 
aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que 
regem o processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da 
Fazenda Pública Federal.‖ (destacou-se) 
A partir de uma interpretação literal dos mencionados preceitos legais, infere- 
se que, na ausência de normas trabalhistas, e desde que haja compatibilidade 
principiológica, deverá ser aplicado na fase de conhecimento o direito processual 
comum de forma subsidiária ao processo trabalhista. Já na fase executória, será 
aplicada a Lei 6.830/1980 que versa sobre a cobrança judicial da Dívida Ativa da 
Fazenda Pública. 
Sucede, porém, que, conquanto parcela da doutrina sempre tenha sustentado 
que citados artigos celetistas representavam, em uma visão restritiva, o que passou a 
se denominar de ―regras de contenção‖, na prática, dadas as lacunas normativas 
existentes no texto celetário, passou-se, mais recentemente, a entendê-los como 
―regras de heterointegração‖. E isso para conferir efetividade à previsão do artigo 5º, 
LXXVIII, da Constituição Federal, que dispõe sobre a garantia da razoável duração do 
processo, a qual, na opinião de alguns, constitui técnica pós-moderna tida como direito 
fundamental, por meio da Emenda Constitucional (EC) 45/2004, ostentando caráter 
de verdadeira cláusula pétrea (CF, artigo 60, § 4º, IV). 
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Note-se, a propósito, que nem se está a discutir aqui a problemática relacionada 
às chamadas ―lacuna axiológica‖ (situação de injustiça) e ―ontológica‖ (norma 
desatualizada, fora do atual contexto social). Nesse viés, não se nega o fato de que 
sempre existiram calorosos debates na doutrina e jurisprudência sobre tal temática, 
afinal, muitos eram aqueles que defendiam a aplicação de outros institutos ao 
processo trabalhista, mormente para dar concretude a princípios constitucionais como 
da efetividade, do acesso real e justo dos trabalhadores à Justiça do Trabalho, além 
do próprio caráter instrumental do processo laboral. 
Acontece que, com a vigência do CPC/15 a partir do dia 18 de março de 2016, 
essa discussão tornou-se a principal controvérsia a ser dirimida pelos estudiosos do 
Direito do Trabalho, sobretudo por força do novo artigo 15 (não existente no CPC de 
1973), que expressamente trouxe o seguinte comando legal: 
―Art.15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou 
administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e 
subsidiariamente.‖ (destacou-se) 
Veja-se, portanto, que o novo Código de Processo Civil não deixa dúvidas 
quanto à aplicação subsidiária — esta, no caso, considerada como técnica de 
integração, na forma dos artigos 769 e 889 da CLT — e também supletiva de suas 
disposições ao processo trabalhista. E ao assim dispor, a dúvida que doravante 
remanesce se refere, uma vez mais, à questão da compatibilidade com os preceitos 
celetistas, preocupação essa que sempre atormentou os operadores da Justiça 
Trabalhista. 
A título de nota, o saudoso jurista Valentin Carrion já alertava que ―a aplicação 
de institutos não previstos no processo do trabalho não deve ser motivo para maior 
eternização das demandas e tem de adaptá-las às peculiaridades próprias. Perante 
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novos dispositivos do processo comum, o intérprete precisa fazer uma primeira 
indagação: se, não havendo incompatibilidade, permitir-se-ão a celeridade e a 
simplificação que sempre foram almejadas‖ Além do mais, o próprio Tribunal Superior 
do Trabalho, responsável pela uniformização da jurisprudência em âmbito nacional, 
sempre esteve alerta à aplicabilidade de outros institutos ao processo trabalhista, 
tendo inclusive, em muitas ocasiões, se mostrado contrário à própria incidência do 
Código de Processo Civil de 1973. 
De se mencionar, a título de exemplo,as polêmicas em torno da aplicabilidade 
dos artigos 475-O e 475-J do CPC/73 ao Processo do Trabalho, em destaques no 
―Informativo Execução TST – 05‖ (período de 9 a 29 de setembro de 2014) e no 
―Informativo Execução TST – 14‖ (período de 14 a 27 de abril de 2015): 
―Execução. Multa prevista no art. 475-J do CPC. Aplicação ao processo do 
trabalho. Impossibilidade. 
Não se aplica a multa prevista no art. 475-J do CPC ao processo do trabalho, 
pois, no que diz respeito à execução trabalhista, não há omissão na CLT a autorizar 
a incidência subsidiária da norma processual civil. Ainda que assim não fosse, 
eventual lacuna seria preenchida pela aplicação da Lei nº 6.830/80, a qual tem 
prevalência sobre as regras do CPC, em sede de execução, conforme determinado 
no art. 889 da CLT. Com esses fundamentos, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu 
dos embargos da reclamada, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, deu-lhes 
provimento para afastar a aplicação da multa do art. 475-J do CPC. TST-E-RR- 92900-
15.2005.5.01.0053, SBDI-I, rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, 11.9.2014.‖ 
―Execução provisória. Inaplicabilidade do art. 475-O do CPC. 
Incompatibilidade do levantamento do depósito recursal com o Processo do Trabalho. 
Existência de norma específica. Art. 899, caput, e §1º, da CLT. 
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A execução provisória de sentença trabalhista somente é permitida até a 
penhora, conforme o art. 899, caput e § 1º, da CLT, de modo que a autorização judicial 
para o levantamento dos valores depositados, nos termos do art. 475-O do CPC, é 
incompatível com o Processo do Trabalho. Havendo regramento específico, a 
aplicação subsidiária da norma de processo civil não é admitida. Com esse 
entendimento, a SBDI-II, por unanimidade, conheceu do recurso ordinário e, no mérito, 
deu-lhe provimento para conceder a segurança pleiteada e determinar que a execução 
provisória seja processada nos moldes do art. 899 da CLT. TST-RO-7284- 
66.2013.5.15.0000, SBDI-II, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, 14.4.2015.‖ 
No entanto, o TST, na recente Resolução 203, datada de 15 de março de 2016, 
editou a Instrução Normativa (IN) de 39, que passou a dispor, ainda que de forma não 
exaustiva, sobre as normas do CPC/15 aplicáveis e inaplicáveis ao Processo do 
Trabalho. 
Segundo as conclusões que podem ser extraídas da referida regulamentação, 
é certo que as normas dos artigos 769 e 889 da CLT não foram revogadas pelo artigo 
15 do CPC/15, em face do que estatui o artigo 2º, § 2º, da Lei de Introdução às Normas 
do Direito Brasileiro (LINDB). Isso afasta também eventual alegação de revogação 
tácita com fundamento no critério cronológico de solução de antinomias aparentes. 
Isso porque, muito embora o CPC/15 tenha revogado expressamente o 
CPC/73, o novo Código não revogou nem modificou a CLT, sendo a legislação 
consolidada, neste ponto, norma especial que prevalece sobre norma geral, 
consoante o critério da especialidade adotado para a solução de conflitos das normas 
jurídicas no tempo. 
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Além do mais, o TST entendeu haver plena compatibilidade das normas em 
apreço, tanto que por força do disposto no artigo 1.046, § 2º, do CPC/15, sustenta- se 
a preservação das ―disposições especiais dos procedimentos regulados em outras 
leis‖, dentre as quais sobressaem as normas especiais que disciplinam o Direito 
Processual do Trabalho. Trata-se, no caso, da adoção de uma visão evolutiva, 
sistemática ou ampliativa do processo trabalhista, o que para parcela da doutrina 
privilegia a ―teoria do diálogo das fontes. 
De outro norte, é bem verdade que a IN 39/2016 procurou identificar, neste 
primeiro momento, apenas as questões mais polêmicas já enfrentadas pela doutrina 
e jurisprudência, além de outras consideradas inovadoras e relevantes para efeito de 
se perquirir a respeito da compatibilidade ou não da aplicação subsidiária ou supletiva 
do Código de Processo Civil de 2015 ao Processo do Trabalho. 
Todavia, já existem críticas à própria constitucionalidade da IN 39/2016, a 
exemplo daquelas exaradas pelo professor Carlos Henrique Bezerra Leite. Segundo 
o emérito jurista, teria ocorrido, dentre outras questões: (i) a violação aos princípios 
da separação dos poderes, da inércia da jurisdição e do juiz natural (usurpação da 
competência do juiz natural); (ii) o desrespeito à própria competência da União para 
legislar sobre direito processual (CF, artigo 22, I); e (iii) a concessão de poder não 
atribuído constitucionalmente ao TST, que não detém a legitimidade para editar 
instrução normativa para aprovar norma abstrata e genérica (CF, artigo 111-A, § 1º). 
Pensamento em sentido oposto, que parece caminhar melhor, sustenta que a edição 
da regulamentação pelo TST se mostrou necessária. E isso, em verdade, para se 
transmitir um mínimo de segurança jurídica aos jurisdicionados, com a adoção de 
orientação a ser seguida pelos demais órgãos da Justiça do Trabalho. 
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Note-se que, até pelo propósito de tutelar créditos de natureza eminentemente 
alimentar, caso não fossem adotadas urgentes medidas pela mais alta corte 
trabalhista, fatalmente os processos incorreriam em futuras nulidades processuais, o 
que desprestigiaria a desejável celeridade processual afeta a este ramo juslaboralista. 
De resto, muitas foram às novidades não aplicadas ao Processo do Trabalho, 
a exemplo do que ocorre com a adoção da modificação da competência territorial e 
eleição de foro, do negócio processual, da contagem de prazos em dias úteis, da 
audiência de conciliação e mediação, da distribuição diversa do ônus da prova por 
convenção das partes e da prescrição intercorrente. 
Em sentido contrário, a IN 39/2016 passa a admitir no processo trabalhista 
novidades como o amicus curiae, a distribuição dinâmica do ônus da prova, o incidente 
de assunção de competência, o incidente de resolução de demandas repetitivas, a 
reclamação, a aplicação do princípio do contraditório substancial e da vedação à 
decisão surpresa, além do dever de fundamentação das decisões judiciais, esses dois 
últimos com mitigações e adaptações trazidas na referida regulamentação. 
Em conclusão, ficará a cargo do próprio TST, responsável pela uniformização 
da jurisprudência, colmatar as inúmeras lacunas deixadas pela IN 39/2016, com o 
propósito de conferir maior racionalidade ao sistema e, concomitantemente, velar pelo 
respeito ao devido processo legal em sua acepção substancial. 
 
 
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Os impactos do novo CPC no processo do trabalho em face da instrução 
normativa nº 39/2016 do TST 
Com a edição da Lei nº 13.105, de 16/03/2015 - novo Código de Processo Civil 
que inseriu uma norma a respeito da aplicabilidade dos textos e institutos contidos no 
ordenamento processual civil ao processo trabalhista, assim, surgiram significativas 
novidades no sistema jurídico-processual de novos institutos com a finalidade de 
empregar maior agilidade e eficiência ao sistema processual brasileiro. 
Consideráveis doutrinadores sempre se posicionaram resistentes a algumas 
das especificidadesdos institutos e princípios que englobam e norteiam o direito 
processual do trabalho que estão presentes no Código de Processo Civil. 
Na busca da elucidação da aplicabilidade subsidiária do novo Código de 
Processo Civil ao processo do trabalho, o legislador ordinário trouxe expressamente 
no novo CPC a previsão do emprego e utilização subsidiária e supletiva das 
disposições do CPC ao processo trabalhista (art. 15, CPC), surgindo-se nova 
discussão como se deve conciliar essa aplicação ―supletiva‖ prevista no artigo 15 do 
CPC, com os ditames do artigo 769 da CLT e ainda do artigo 889 da CLT, em relação 
ao processo executivo fiscal (Lei nº 6.830/1980), aplicável à fase3 de execução do 
processo trabalhista. 
Surgiram diversas discussões na doutrina processual trabalhista, alguns 
articulam pela incompatibilidade e revogação do texto do artigo 15 do novo CPC, 
outros entendem pela compatibilidade entre os dispositivos do novo CPC ao processo 
do trabalho, porém, os Ministros do colendo Tribunal Superior do Trabalho (Pleno do 
TST) decidiram e posicionaram pela aplicação ou inaplicação das normas do novo 
Código de Processo Civil que mostram compatíveis ou incompatíveis ao processo 
trabalhista, materializada pela Instrução Normativa nº 39 e aprovada pela Resolução 
nº 203, de 15/03/2016. 
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Para o campo jurídico-processual do direito do trabalho a discussão a respeito 
das aplicações e compatibilidades de novos textos e institutos trazidos pelo Código de 
Processo Civil geram conflitos que sempre são agradáveis e edificantes, 
especialmente para a composição de jurisprudências e embasamentos dos 
profissionais que atuam na área afeta ao Direito do Trabalho. 
A busca por conhecimento e o interesse pela temática justificam o 
indispensável estudo dos impactos e efeitos dos novos textos e institutos do Código 
de Processo Civil, aplicáveis e compatíveis ao processo do trabalho, em face da 
Instrução Normativa nº 39/2016 do c. TST, em razão das discussões doutrinárias que 
transitam em diversas obras de estudiosos e operadores da área do Direito e Processo 
do Trabalho. 
Os impactos e conflitos trazidos com o novo Código de Processo Civil, 
aplicáveis ou inaplicáveis ao processo do trabalho, com base na Instrução Normativa 
nº 39/2016 do TST, editada anteriormente à reforma trabalhista, advinda com a Lei nº 
13.467, de 13/07/2017 e Medida Provisória nº 808, de 14/11/2017, que se expirou por 
ausência de aprovação do Legislativo (Congresso Nacional), retornando as 
normatizações anteriores da lei da reforma trabalhista. 
 
 
RELEVÂNCIA DE TEXTOS LEGISLATIVOS 
 
A partir da promulgação da Constituição da República de 1988 houvera 
relevantes conquistas processuais para proteção de garantias fundamentais, a 
ampla defesa, contraditório, juiz natural, inafastabilidade de jurisdição, dentre outras, 
em função da preservação da segurança jurídica e dignidade humana para efetivar-
se a constituição do Estado Democrático de Direito. 
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O processo é instrumentalização do procedimento da efetivação do direito 
material, tanto civil, quanto trabalhista, como de outros ramos de direito, as quais são 
conciliáveis por suas próprias razões de existência e racionalidade. 
Quando existiram alterações no processo civil, sempre questionaram e 
discutiram-se a respeito das aplicações e efeitos dessas modificações ao processo 
trabalhista. 
Os textos e institutos surgidos e alterados no processo civil, geralmente, 
produzem impactos e reflexos no processo do trabalho, atinentes às aplicações ou 
conflitos dessas mudanças entre o processo civil e o processo trabalhista. 
Ocorrendo omissão na Consolidação das Leis do Trabalho competirá ao Código 
de Processo Civil sua aplicação subsidiária e supletiva ao processo do trabalho, 
portanto, identificamos duas correntes de pensamento, uma sobre a aplicabilidade e 
a outra da não aplicabilidade do novo CPC à legislação trabalhista, considerando-se 
o disposto no artigo 769 da CLT, a respeito da lacuna e compatibilidade da legislação 
processual civil ao processo trabalhista. 
As compatibilidades do processo civil com o processo do trabalho devem ser 
aplicadas para conciliação e uniformização do direito processual brasileiro, nesse 
caso, não devendo ocorrer conflito incontornável, em função do alinhamento do 
processo trabalhista com o processo civil, para que haja uma atuação processual 
coesa e uniforme. 
A aplicabilidade do processo civil ao processo trabalhista apenas se justifica, 
se houver manifesta omissão na consolidação da legislação trabalhista e se aferir 
compatibilidade entre a norma comum a aplicar-se e as regras trabalhistas, devendo-
se somar-se estes requisitos, em razão do procedimento da oralidade que inspira o 
processo do trabalho com as características: a) a primazia da realidade - 
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palavra; b) a imediatidade; c) a identidade física do julgador; d) a concentração dos 
atos e termos; f) a irrecorribilidade das decisões interlocutórias; g) a participação ativa 
e liberdade do julgador. 
É necessária cautela para analisar e aplicar as normas do novo CPC no 
processo do trabalho, em virtude de que o processo comum tem a finalidade de 
efetivar os direitos nas relações de direito civil, enquanto o processo trabalhista visa 
concretizar as relações de direito do trabalho, em razão de uma das partes serem 
considerada hipossuficiente, sobretudo, em função dos princípios da oralidade e 
primazia da verdade - palavra. As normas podem vir a garantir a efetividade aos 
direitos sociais, que também devem se distinguir daquelas que efetivam direitos na 
relação entre particulares. 
O processo trabalhista já privilegiava a solução célere e rápida em prazo 
razoável de mérito (art. 765, CLT) na busca do reconhecimento do direito material 
inerentes aos direitos de empregados (força e prestação de trabalho) e empregadores 
(capital e poder econômico). 
Enquanto o processo civil inovou e inseriu a busca razoável da solução de 
mérito do conflito (art. 4º, CPC), reproduzindo-se a garantia constitucional (art. 5º, 
LXXVIII), acrescido pela Emenda Constitucional nº 45, de 08.12.2004. 
Em relação aos recursos admissíveis e previstos no novo CPC que causam 
algumas implicações ao processo do trabalho. O novo CPC buscou a simplificação e 
uniformização dos prazos recursais para interpor e contra-arrazoar, sendo de 15 dias 
(§5º, art. 1.003 e art. 219, CPC), exceto os embargos de declaração, assim, culminou 
com a reforma dos prazos no processo trabalhista para interposição e contrarrazões, 
sendo de 8 dias (arts. 775, 895 e 900, CLT) para considera-los em dias úteis. 
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Os sistemas processuais, civil e trabalhista, tem em comum privilegiar a 
solução de mérito do conflito e dissídio para outorgar a prestação da jurisdição 
completa e integral com justiça, substancialmente para legitimar a decisão ou 
sentença perante os litigantes, em tempo (prazo) razoável. 
 
 
A DISPENSABILIDADE DA IN Nº 39/2016 DO TST 
 
Quando ocorre alguma alteração ou modificação no Código de Processo Civil 
surgem questionamentossobre os efeitos, impactos e reflexos que essas alterações 
ou modificações no processo do trabalho. 
Extrai-se do artigo 15 do CPC que em nada alterou a metodologia processual 
da aplicação subsidiária ou supletiva das normas procedimentais comuns ao processo 
do trabalho, presentes nos artigos 769 e 889 da CLT, apesar dos avanços científicos, 
jurídicos e sociais do processo civil comum. 
O artigo 15 do CPC (regra genérica) reafirmou os ditames do artigo 769 da CLT 
(regra específica), acrescentando o caráter supletivo ao processo trabalhista. 
O artigo 769 da CLT expressa à aplicação subsidiária do CPC, nos casos 
omissos e nas compatibilidades entre as normas. 
Com a edição da Lei 13.105, de 16/03/2015 que passou a vigorar a partir de 
18/03/2016, definiu-se, de acordo com os ditames do artigo 15 do CPC a aplicação 
supletiva e subsidiária do CPC ao processo do trabalho. 
É importante para se evitar controvérsias e polêmicas que existam entre 
juristas-doutrinadores, magistrados, advogados e outros operadores de direito a 
respeito da aplicação ou não do Código de Processo Civil - Lei 13.105/2015 ao 
processo trabalhista instituir-se um Código de Processo do Trabalho, que seja bem 
elaborado. 
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Uma parte da doutrina trabalhista questiona alguns pontos que poderiam 
afrontar, ameaçar, prejudicar e violar os princípios da celeridade, oralidade e 
simplicidade do processo trabalhista, como: a) fundamentação da sentença; b) 
sistema de precedentes; c) incidente de uniformização de demandas repetitivas; d) 
ataque à liberdade e independência do juiz de julgar o conflito ou dissídio, dentre 
outros. 
A aplicabilidade subsidiária do Código de Processo Civil ao processo do 
trabalho, nos casos compatíveis, conforme prevista no artigo 769 da CLT, fase de 
conhecimento e no artigo 889 da CLT, fase de execução, a aplicação da Lei 
6.830/1980. 
As ―regras de contenção‖ expressas pelos referidos artigos celetistas 
preservam os objetivos, princípios, métodos e características próprias e peculiares do 
processo do trabalho e proporcionam a efetividade e celeridade da prestação 
jurisdicional, igualmente a razoabilidade e segurança jurídica. 
O colendo Tribunal Superior do Trabalho por meio da Resolução nº 203, de 
15/03/2016 parametrizou as normas do Código de Processo Civil, aplicáveis, 
parcialmente aplicáveis e não aplicáveis ao processo trabalhista para se evitar 
discussões incidentais e recursais em relação ao direito processual comum no 
processo do trabalho. 
Com a edição da Instrução Normativa nº 39/2016 do TST que objetiva e buscou 
a coesão, conciliação e organização do sistema processual trabalhista e civil, com a 
finalidade de obter um resultado mais célere e concreto do exercício da prestação 
jurisdicional, com igualdade na aplicação da lei. 
A Instrução Normativa mencionada nesta perspectiva definiu-se três categorias 
de normas do novo Código de Processo Civil, inerente à invocação ou 
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não no processo do trabalho: a) as normas não aplicáveis; b) as normas aplicáveis; 
 
c) as normas parcialmente aplicáveis, de acordo com as necessárias adaptações. 
 
O artigo 2º da IN nº 39/2016 do TST enumera as normas do CPC não aplicáveis 
ao processo do trabalho, enquanto o artigo 3º da referida IN relaciona as regras 
aplicáveis, em face da omissão e compatibilidade, inclusive faz referência ao 
contraditório e à decisão surpresa (art. 4º, IN 39, TST), ainda em relação ao 
julgamento parcial de mérito (art. 5º, IN 39, TST). 
A Instrução Normativa nº 39/2016 do TST atinente à aplicabilidade ou não de 
textos do Código de Processo Civil não surgiu como uma solução das controvérsias e 
problemas do processo do trabalho, pois algumas normas obstam a celeridade da 
tramitação processual e oralidade do processo trabalhista, que atuaria contra o 
princípio da duração razoável do processo. 
A IN nº 39/2016 do TST é uma usurpação do processo legislativo, por criar 
regras de aplicação ou não do novo CPC ao processo do trabalho. A Instrução 
Normativa enumerada 15 artigos do novo CPC não aplicáveis, por ausência de 
omissão e incompatibilidade ao processo trabalhista. Relacionam 79 artigos aplicáveis 
e outros 40 artigos com aplicação em termos. 
As possíveis falhas e omissões apontadas no procedimento processo- 
trabalhista não são propriamente lacunas, certamente, reflexo natural do fato de ser 
das regras processuais do trabalho distinguir-se pelo princípio da oralidade. O 
procedimento da oralidade prescinde de certas formalidades, posto que os incidentes 
processuais surgidos devam ser resolvidos em audiência, imediatamente, com seus 
necessários esclarecimentos das partes que estejam presentes à audiência. 
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A doutrina predominante assimila a relevância da aplicabilidade supletiva e 
subsidiária do processo civil ao processo do trabalho. Mauro Schiavi[7] propõe que o 
direito processual civil deva ser aplicado ao processo trabalhista ―ainda que não 
omissa a Consolidação das Leis do Trabalho, quando as normas do processo civil 
forem mais efetivas que as da Consolidação das Leis do Trabalho e compatíveis com 
os princípios do processo do trabalho. 
Por essas razões, não seria necessária a edição da Instrução Normativa nº 
39/2016 do TST, porque a Consolidação das Leis do Trabalho permitem a aplicação 
subsidiária do direito processual civil, em casos de omissão e compatibilidade entre 
as normas jurídicas. 
Portanto, o procedimento trabalhista não apresenta formas específicas para 
solução dos incidentes processuais, os quais devem se resolvidos imediata e 
informalmente em audiência, porque a lei processual do trabalho transparece não 
incorrer em lacunas ou omissões. 
 
 
OS IMPACTOS DA APLICAÇÃO DO NOVO CPC AO PROCESSO 
TRABALHISTA 
Subsidiar significa reforçar. Suprir significar completar. O processo civil deve 
reforçar e completar o processo trabalhista, nos casos de omissões e insuficiências 
de normas, desde que compatíveis. 
Subsidiário é o fortalecimento, servindo-se como reforço nas situações que 
ainda não foram normatizadas. Por isso, falam-se na aplicabilidade subsidiária de 
normas nas lacunas jurídicas. Supletivo é o complemento de uma coisa existente, 
servindo-se para completar a norma existente, mas que é insuficiente e encontrando-
se desatualizada. 
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O requisito da compatibilidade é indispensável a permitir a incidência de 
regramento do processo civil no âmbito do processo trabalhista. 
A aplicação subsidiária e supletiva não pode contrariar ou enfraquecer o 
processo do trabalho, por causa da permissão e incidência do processo civil, 
simplesmente pela inovação e determinação dos ditames do artigo 15 do CPC, 
devendo-se analisar e observar o pressuposto da compatibilidade das normas - lei. 
O artigo 769 da CLT resolvia à utilização e aplicabilidade das normas do 
processo civil, comungando e conjugando os pressupostos de omissão (lacuna da lei) 
e compatibilidade (viabilidade da lei) com o processo do trabalho. 
Vislumbra-se a inexistência de incompatibilidade entre o artigo 15 do novo CPCe o artigo 769 da CLT. A norma trabalhista, na realidade, tem uma finalidade mais 
abrangente, por admitir-se o critério subsidiário (reforçar), nesse contexto envolve todo 
o direito processual civil em seus conceitos e definições, características e qualidades, 
particularidades normativas e principiológicas. 
Assim, nesse liame e diálogo das fontes entre as duas áreas processuais, não 
podemos dizer que houve ocorrência de alteração ou modificação substancial capaz 
de comprometer os critérios e procedimentos adotados pelo novo Código de Processo 
Civil. 
O mérito se populariza na busca da efetividade do processo em favor da missão 
social e jurisdicional de possibilitar a paz social-judicial, eliminar conflitos e fazer 
justiça em tempo razoável. 
Contudo, em algumas situações, a demora provocada e causada na instrução 
do processo, na sistemática dos procedimentos e nos prazos processuais pode 
culminar na inutilidade e ineficácia do procedimento buscado na prestação da 
jurisdição. 
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Surgiu-se o princípio da cooperação entre as partes, juízes e tribunais (art. 6º, 
CPC), inclusive de todos os sujeitos que participarem do processo para agilidade e 
celeridade do trâmite processual e obtenção de decisão de mérito com justeza e 
efetividade, sem possibilidade de perda da imparcialidade do julgador ao esclarecer, 
prevenir, consultar e auxiliar as partes no processo para se pronunciar sobre alguma 
questão apontada. 
Diante do princípio da decisão não surpresa (art. 10, CPC) ocorreu significativa 
alteração com relação ao princípio do contraditório, tendo em vista que o julgador, em 
nenhum grau de jurisdição, não poderá proferir decisão ―com base em fundamento 
a respeito do qual‖ não dê oportunidade às partes de se pronunciar (defender-se), 
mesmo em se tratando de matéria de ordem pública, impedindo a prolação de decisão 
surpresa. 
Os prazos do processo do trabalho se mantiveram de acordo com os ditames 
da CLT, sendo de 8 (oito) dias para recorrer, contra-arrazoar, interpor agravo interno 
e regimental, se aplicando a contagem em dias úteis, conforme disposto no artigo 
219 do CPC, porém, definidos no artigo 775 da CLT, com a Lei da Reforma 
Trabalhista. 
A audiência de conciliação ou de mediação não se deve aplicar ao processo 
trabalhista, posto que as normas e critérios estabelecidos no novo CPC afrontam e 
violam os princípios da simplicidade, oralidade e celeridade, por se tratar dos 
princípios mais relevantes no processo do trabalho para alcançar uma prestação 
jurisdicional em tempo razoável, além de os créditos trabalhistas discutidos em juízo 
serem de natureza alimentar. 
Dentre os reflexos mais evidentes surgidos com o novo CPC podemos 
observar: a) afronta à celeridade e simplicidade do processo do trabalho, pois o 
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processo do trabalho é orientado pela oralidade, enquanto o processo comum civil 
privilegia a dilação probatória, em face do princípio do dispositivo e inquisitivo; b) 
ataque à liberdade e independência do Juiz de julgar o conflito ou dissídio; c) adoção 
da Teoria Dinâmica da Distribuição do ônus da prova (art. 273, CPC), pois não haverá 
mais a situação estática de o autor ter de provar fato constitutivo e o réu provar fato 
impeditivo, modificativo e extintivo. 
A Instrução Normativa nº 39/2016 do TST definiu-se a aplicabilidade ao 
processo do trabalho da desconsideração da personalidade jurídica (arts. 133 a 137, 
CPC), convalidando o que na prática já era aplicável, com base no direito civil comum 
(art. 50, CC) e no direito de defesa do consumidor (art. 28, CDC). 
O c. TST reconhece a aplicação ao processo trabalhista à admissão de recurso 
de revista por um fundamento, devolvendo ao Tribunal Superior do Trabalho, os 
demais fundamentos para julgamento da questão impugnada (art. 12, IN 39/2016, 
TST). 
Reconhece a aplicação supletiva dos títulos executivos extrajudiciais em 
relação ao cheque e a nota promissória (art. 784, I, CPC), em caso de emissão de 
reconhecimento de dívida de natureza trabalhista (art. 13, IN 39/2016, TST). 
Estendeu-se a aplicação do julgamento fundamentado às decisões e sentenças 
dos processos trabalhistas, conforme definidos no artigo 489 do CPC (art. 15, IN 
39/2016, TST). 
Em relação à fase executiva no processo do trabalho reconheceu à 
aplicabilidade de decisões inerentes a hipoteca judiciária, ao protesto judicial, à 
inclusão do nome e CPF do executado nos cadastros de inadimplentes (art. 17, IN 
39/2016, TST). 
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Com a edição da Lei 13.467, de 13/07/2017 que passou a vigorar a partir de 
16/11/2017 conciliou-se as normas do CPC (Lei 13.105/2015) atinentes aos prazos 
em dias úteis, às práticas dos atos processuais e recesso forense (arts. 775, 775-A, 
CLT; arts. 212, 219, 220, CPC). 
Com a Lei da Reforma Trabalhista, acrescentou-se à CLT, o artigo 855-A 
referente ao incidente de desconsideração da personalidade jurídica, definida nos 
artigos 133 a 137 do novo CPC, inclusive assegurando a concessão de tutela de 
urgência cautelar (art. 301, CPC), em função de que o incidente mencionado 
suspenderá o processo. 
Em relação à prova, agora o julgador, deverá analisar qual a parte tem mais 
possibilidade de trazer a prova, poderá fazer uma mudança na distribuição do ônus 
da prova, com isso, podemos ter a exaltação do princípio ético, podendo ocorrer à 
situação em que uma parte produza prova contra si mesma na busca da decisão mais 
justa. 
A Consolidação das Leis do Trabalho expressamente privilegia os princípios 
elementares do procedimento-princípio da oralidade: a) primazia da realidade - 
palavra (arts. 791 e 839, "a" - apresentação de reclamação diretamente pelo 
interessado; art. 840 - reclamação verbal; arts. 843 e 845 - presença obrigatória das 
partes à audiência; art. 847 - apresentação de defesa oral em audiência; art. 848 - 
interrogatório das partes; art. 850 - razões finais orais em audiência; art. 850, § único 
- sentença após o término da instrução); b) imediatidade (arts. 843, 845 e 848); c) 
identidade física do julgador (corolário da concentração dos atos determinada nos 
arts. 843 a 852); d) concentração dos atos (arts. 843 a 852); e) irrecorribilidade das 
interlocutórias (§1º, art. 893); f) maiores poderes instrutórios ao julgador (arts. 765, 
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766, 827 e 848); g) possibilitar a solução conciliada, em razão de uma maior 
interação entre o julgador e as partes (arts. 764, §§2º e 3º, 846 e 850). 
 
 
CONSIDERAÇÕES: 
 
O processo civil deve complementar e reforçar o processo trabalhista no que 
for compatível ao conteúdo das normas instrumentais e procedimentais trabalhistas 
para coesão e uniformidade do sistema processual brasileiro. 
A finalidade da norma do caput do artigo 9º do CPC é de evitar que juízes e 
tribunais profiram decisões, sentenças e acórdãos surpresas, devendo possibilitar e 
franquear o prévio contraditório aos litigantes, o que também é assegurado e 
estabelecido pelo artigo 10 do CPC, em que pese à perspectiva diversa, o contraditório 
direta e expressamente derivado do ―modelo constitucional do direito processualcivil‖. 
O artigo 10 do CPC não autoriza e não permite ao julgador decidir com base 
em fundamento, que não tenha oportunizado aos litigantes, previamente, serem 
ouvidos sobre a questão debatida. 
A conciliação do artigo 769 da CLT e do artigo 15 do CPC se concentra na 
reserva à colmatação de omissão e à aferição da compatibilidade, requisitos 
essenciais relevantes da atividade jurisdicional do intérprete da lei, não se esquecendo 
de que o processo do trabalho guarda particularidades que devem ser resguardadas. 
Compatível e viável a aplicação supletiva (complementação), em face dos 
dispostos nos §§ 2º, 4º e 7º do artigo 1.007 do CPC (custas ou preparo), às 
disposições no §1º do artigo 789 da CLT (custas e depósito prévio), tratando-se de 
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prazo para pagamento e comprovação das custas e do depósito prévio para coesão 
e organicidade do sistema processual brasileiro. 
Não houve a revogação dos artigos 769 e 889 da CLT, apenas a ampliação da 
aplicabilidade das regras de processo civil disposta no artigo 15 do novo CPC. Com 
isso, o novo CPC trouxe algumas inovações que buscam a justiça e a efetividade à 
prestação da tutela jurisdicional, devendo ser aplicado no que for possível e 
compatível ao processo do trabalho. 
Assim, entendemos que os artigos do novo CPC: 9º, 10, 133, 134, 135, 136, 
 
137, 219, 354, 355, 356, 489, 513, 536, 537, 674, 675, 676, 677, 678, 679, 680, 681, 
 
682, 792, 927, 988, 989, 990, 991, 992 e 993 podem e devem ser aplicados subsidiária 
e supletivamente ao processo do trabalho. 
Não havendo omissão na CLT, mas se as normas do novo processo civil forem 
mais efetivas que os regramentos da Consolidação das Leis do Trabalho, mostrando-
se compatibilidades com os princípios do processo do trabalho, devem ser aplicadas 
para busca da solução de mérito do caso concreto com justiça. 
A aplicabilidade do novo Código de Processo Civil quer subsidiária, seja 
supletiva, deve atentar-se para os princípios que orientam e norteiam o direito 
processual trabalhista, para reconhecer-se a instrumentalidade do processo e os 
reflexos processuais do princípio da vedação do retrocesso social. 
 
 
Direito Processual do Trabalho 
 
É denominado direito processual do trabalho o ramo do direito que reúne um 
conjunto de regras e princípios a serem aplicados pelos órgãos jurisdicionais no 
julgamento de temas relacionados à relação de trabalho. Alguns autores, uma minoria, 
se referem à matéria como direito judiciário do trabalho. 
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Diferentemente de matérias como o processo civil ou processo penal, a matéria 
processual trabalhista não se encontra até hoje amparada por um código próprio. 
Assim, boa parte de seu conteúdo é derivado das orientações extraídas da 
constituição federal, do código de processo civil (CPC), da consolidação das leis do 
trabalho (CLT) e dos trabalhos de especialistas que se dedicam à matéria. 
Esta foi a base da qual partiu o processo do trabalho brasileiro. Com o passar 
dos anos, várias noções foram se consolidando e sendo aplicadas na prática 
trabalhista. Assim, sem um código que possa sustentar sua doutrina, o processo 
trabalhista conseguiu sistematizar princípios fundamentais para este segmento do 
direito, como o da inércia da jurisdição, o da oralidade, o do contraditório e da ampla 
defesa e o do jus postulandi. 
Outro ponto fundamental no desenvolvimento da matéria processual trabalhista 
é a classificação dos conflitos. São eles: 
 
 
Autodefesa 
 
Na autodefesa, as próprias partes agem independentemente para defender 
seus interesses, até que um lado aceita as imposições da outra. Como exemplo de 
autodefesa na área trabalhista temos as greves. 
 
 
Autocomposição 
 
Na auto composição, a solução dos conflitos trabalhistas é realizada pelas 
próprias partes, sem a intervenção de um terceiro. Há dois tipos de autocomposição 
a uni e a bilateral. A unilateral se dá quando uma das partes renuncia à sua pretensão. 
Na segunda, temos concessões recíprocas, ou seja, ambos abrem mão 
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de algum ganho para que haja uma transação. Um exemplo de autocomposição são 
os acordos e convenções coletivas. 
A autocomposição é extraprocessual, ou seja, dá-se à margem do processo. 
Nesta forma de resolução de conflito pode ocorrer a conciliação, com ou sem a 
interferência de um terceiro. 
Dentro de um processo, a conciliação é proposta obrigatoriamente na 
contestação (art.846, CLT) e nas razões finais (art.850, CLT). Reza o art.764, caput, 
da CLT que ―Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça 
do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação‖. 
 
 
Heterocomposição 
 
A heterocomposição é uma forma de dissolução de conflitos diferente das 
outras por ter força obrigatória, ou seja, as partes devem submeter-se à decisão 
impostas. A diferença é que nesta modalidade, a decisão é suprapartes, enquanto na 
autodefesa e na autocomposição há um resultado obtido pelas próprias partes, por 
imposição ou composição. Um grande exemplo da heterocomposição é a arbitragem, 
consagrada pela lei nº.9.307/96. 
 
 
Direito Processual Civil 
 
Direito Processual Civil é um ramo do direito público que reúne o repertório de 
normas jurídicas destinadas ao regulamento da jurisdição, da ação e do processo, 
criando o repertório fundamental para que os conflitos de ordem civil e não especial 
possam ser devidamente encaminhados. 
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É através do processo que teremos a composição da lide, ou seja, o suporte 
que organiza os procedimentos a serem seguidos no objetivo de se atribuir o direito. 
A matéria possui suas linhas fundamentais projetadas pelo direito constitucional. 
O processo civil divide-se em três partes principais: a) processo de 
conhecimento; b) processo de execução; c) processo cautelar. Na primeira parte, de 
conhecimento, é instaurado o processo para que seja reconhecido o direito; no 
segundo, tal direito já é reconhecido, buscando-se a aquisição física do mesmo, tendo 
como instrumento uma sentença previamente constituída ou então o chamado título 
executivo extrajudicial. Já na terceira divisão do processo civil, o objetivo é assegurar 
que determinado direito não perca sua integridade. 
Os princípios que norteiam as diretrizes do direito processual civil são: 
 
1. Princípio da imparcialidade do juiz: Para garantir a validade e a justiça 
no processo é necessário um juiz atuando de forma imparcial, evitando ações 
tendenciosas que acabem por favorecer uma das partes. A posição do juiz no 
processo é de colocar-se acima das partes para poder julgar de modo eficaz. Sua 
imparcialidade é essencial para o andamento sadio do processo. 
2. Princípio da igualdade: Ambas as partes devem ter um tratamento igual 
por parte do juiz. Seu fundamento encontra respaldo no artigo 5o da CF. 
3. Princípio do contraditório e ampla defesa: É garantida as partes 
envolvidas no processo o pleno direito de se manifestar sobre assuntos ligados ao 
processo, bem como de defender-se de toda questão levantada no mesmo. 
4. Princípio da ação: Também denominado princípio da demanda, garanteà parte a iniciativa de provocação do exercício da função jurisdicional (em outras 
palavras, direito garantido ao acesso dos serviços oferecidos pelo poder judiciário). 
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https://www.infoescola.com/direito/direito-constitucional/
https://www.infoescola.com/comunicacao/principio-da-imparcialidade/
https://www.infoescola.com/direito/poder-judiciario/
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5. Princípio da disponibilidade e da indisponibilidade: Este princípio faz 
referência ao poder dispositivo, que é a liberdade garantida a todo cidadão de 
exercício de seus direitos. No direito processual este princípio se traduz pela 
possibilidade ou não de apresentar em juízo a sua pretensão, do modo como bem 
entenda. 
6. Princípio da livre investigação das provas: Neste princípio é 
estabelecido que o juiz depende das provas produzidas pelas partes para que possa 
fundamentar sua decisão. 
7. Princípio da economia e instrumentalidade das formas: O processo, 
como instrumento de aferição de direito, não deve ter um dispêndio exagerado em 
relação aos bens em disputa. 
8. Princípio do duplo grau de jurisdição: É garantido, por meio deste 
princípio, a revisão da decisão processual. Assim, pode o cidadão ter direito a novo 
julgamento além daquele proferido pelo juiz de primeira instância (ou primeiro grau). 
9. Princípio da publicidade: O princípio da publicidade garante que o 
cidadão tenha acesso às informações do processo, vedado o sigilo, garantindo um 
instrumento importante de fiscalização popular. 
10. Princípio da motivação das decisões judiciais: Deve o juiz formular 
coerentemente sua decisão, demonstrando de modo inequívoco como determinada 
sentença foi composta. 
 
 
O novo CPC: as principais mudanças 
 
O código de processo civil de 1973 foi criado para uma realidade distinta dos 
dias atuais. O diploma inspirado na doutrina italiana de meados do séc XX. tinha 
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como perspectiva a priorização da segurança da posição jurídica do demandado (réu, 
executado, requerido etc.). 
Entre suas características, seguindo as orientações de Luiz Guilherme 
Marinoni, Sergio Cruz Arenhart, Daniel Mitidiero, em seu Código de Processo Civil 
Comentado, 2017, podemos citar as seguintes: 
• concentração da tutela de urgência no processo cautelar, ou seja, para 
requerer uma medida para garantir o resultado útil do feito era preciso iniciar uma 
segunda demanda; 
• separação radical entre processo de conhecimento e execução, logo, 
após a sentença condenatória, adquiria um título executivo e precisa dar início a um 
processo próprio, visando a satisfação de seu direito; 
• reserva de técnicas processuais diferenciadas para os processos 
especiais, isto é, qualquer matéria minimamente fora do padrão exigia uma 
regulamentação própria. 
Dessa forma, as transformações ocorridas na sociedade e no direito que 
sucedeu o CPC de 1973 contribuíram para a necessidade da realização de diversas 
reformas. Em sua última versão, após 3 grandes leis modificadoras (Leis 8.952, de 
1994, 10.444, de 2002, e 11.232, de 2005), já havia grande transformação em relação 
ao diploma original. Por exemplo: 
• incorporação de técnicas especiais ao procedimento comum; 
 
• a possibilidade de propor medidas de urgência durante o andamento do 
feito principal; 
• a adoção do processo sincrético, ou seja, os módulos de conhecimento 
e execução se sucedem, sem a necessidade de iniciar uma nova demanda. 
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A consequência disso foi a perda da coerência e sistemática da legislação, ou 
seja, dos elementos que dão utilidade prática a um código. Houve, até mesmo, pontos 
em que a própria lei se contradizia. 
Sendo assim, surgiu o projeto de um novo CPC. Este, após inúmeros debates 
públicos e cerca de 5 anos de tramitação no Congresso, deu origem à Lei n.º 
13.105/2015. Confira as principais mudanças: 
 
 
Novos mecanismos de conciliação e mediação 
 
Como parte de suas premissas, o novo CPC incentiva a solução consensual 
dos conflitos de interesse. Logo em seu art. 3º, §3º, a lei atual determina que juízes, 
advogados, promotores e defensores estimulem a autocomposição entre as partes. 
Isso ocorre porque, em muitos casos, o acordo é uma forma de tornar a tutela 
processual mais efetiva. Não só o conflito se resolve de maneira mais célere, como 
as chances da pessoa receber uma prestação próxima à que ocorreria com o 
cumprimento espontâneo da lei são muito grandes. 
Além disso, o interesse pelo consenso conduziu à introdução de uma audiência 
de conciliação e mediação no procedimento comum, a ser realizada logo após a 
confirmação da citação do réu. 
Com efeito, apenas quando essa restar frustrada é que o requerido apresentará 
sua defesa com o objetivo de impugnar o pleito do requerente. As exceções seriam o 
encaminhamento de petição manifestando o desinteresse pela autocomposição e a 
existência de direitos indisponíveis. 
Outro ponto relevante foi a regulamentação das atividades de mediadores e 
conciliadores enquanto auxiliares da justiça, ainda, em muitos pontos, as normas do 
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novo CPC cedam espaço à Lei n.º 13.140/2015. Trata-se de um ponto em que ainda 
existe divergência na literatura jurídica. 
A Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17), também impactou no instituto da 
conciliação trabalhista, mediante inclusãodo art. 855-B na CLT que dispõe acerca da 
homologação de acordo extrajudicial. Nor termos da redação dispõe o artigo que: 
O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição 
conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado. 
§ 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum. 
§ 2º Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua 
categoria.’ 
 
 
 
Honorários advocatícios 
 
No capítulo sobre os deveres das partes e de seus procuradores, o novo CPC 
traz a seção III com a regulamentação, quase completa, dos honorários advocatícios, 
especialmente dos devidos em razão da derrota em processo (sucumbenciais). O que 
complementa o estatuto da OAB e o Código de Ética. 
A principal mudança em relação à lei anterior é a previsão desses pagamentos 
em fase recursal. Com o novo modelo, os honorários fixados em primeira instância 
são majorados nas derrotas em instâncias superiores. Logo, reduzem-se os incentivos 
para medidas meramente protelatórias. 
Outro ponto para ficar de olho são os parâmetros para fixação dos valores 
sucumbenciais contra a Fazenda Pública, cujos limites são ―tabelados‖ no art. 85, 
§3º da lei. 
 
Por fim, podemos citar uma série de benefícios para o advogado: 
 
• reconhecimento do caráter alimentar dos honorários advocatícios; 
 
• possibilidade de cobrança em ação autônoma; 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/L13140.htm
https://www.jota.info/opiniao-e-analise/colunas/novo-cpc/a-dificil-conciliacao-entre-o-novo-cpc-e-a-lei-de-mediacao-17082015
https://blog.sajadv.com.br/prazos-na-reforma-trabalhista/
https://www.saraivaaprova.com.br/codigo-de-etica-da-oab-7-pontos-que-voce-nao-pode-ignorar/https://www.saraivaaprova.com.br/codigo-de-etica-da-oab-7-pontos-que-voce-nao-pode-ignorar/
https://www.saraivaaprova.com.br/codigo-de-etica-da-oab-7-pontos-que-voce-nao-pode-ignorar/
https://www.saraivaaprova.com.br/aprenda-de-vez-os-direitos-do-advogado-esquema-gratuito-para-a-oab/
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• proibição da compensação em caso de sucumbência parcial, ou seja, o 
desconto dos honorários do advogado de ―a‖ com o de ―b‖; 
• o recebimento de honorários em casos de advocacia em causa própria. 
 
 
Mudanças na contagem de prazos processuais 
 
O novo CPC atendeu à reivindicação de muitos setores do direito, especialmente dos 
advogados, e modificou a maneira como os prazos processuais são contados. 
Com a lei de 2015, salvo situações de urgência, apenas os dias úteis são 
contados, o que inclui o período de segunda-feira a sexta-feira e exclui as paralisações 
do Poder Judiciário e os feriados. 
A substituição dos dias corridos, no entanto, causou polêmica em outros ramos 
processuais e em procedimentos específicos. Só para citar dois casos, ainda hoje 
existe divergência quanto à aplicação dos dias úteis ao Juizado Especial e à Justiça 
do Trabalho. 
Por outro lado, também foi fixado o chamado recesso forense. Assim, entre 20 
de dezembro e 20 de janeiro todos os prazos ficam suspensos, sem a prática de 
nenhum ato que não seja próprio do plantão do judiciário. 
Além disso, com o processo eletrônico, a tendência é que o prazo em dobro 
para os litisconsortes, com procuradores diferentes, gradualmente entre em desuso. 
Essa hipótese permanece válida apenas nos autos físicos. 
É importante destacar que a Reforma trabalhista, entre várias modificações, 
alterou os prazos processuais referentes a matéria. O Art. 775 é quem estabelece as 
diretrizes relativas aos prazos que serão contados em dias úteis, com exclusão do dia 
do começo e inclusão do dia do vencimento. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 
2017) 
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, 
com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. 
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§ 1o Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, 
nas seguintes hipóteses: 
I - quando o juízo entender necessário. 
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada. 
§ 2o Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de 
produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a 
conferir maior efetividade à tutela do direito. (Incluído dada pela Lei nº 13.467, de 
2017) 
 
Respeito à jurisprudência 
 
Com inspiração nos sistemas de precedentes do direito norte-americano, a lei 
13.105/2015 trouxe diversos dispositivos que vinculam à atuação do magistrado às 
decisões proferidas por tribunais superiores. 
Nesse sentido, o art. 489, §1º, VI do CPC é bastante claro em suas 
determinações: 
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela 
interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
(…) 
 
VI — deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente 
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento 
ou a superação do entendimento. 
Um segundo exemplo interessante diz respeito à tutela de evidência, em que o 
juiz pode indeferir a petição inicial, sem nem sequer consultar o réu. Para isso, deve 
existir tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou súmula vinculante, bem 
como a possibilidade de prova exclusivamente documental. 
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Quanto a esses casos repetitivos, o novo CPC está equipado com normas para 
realização do julgamento em bloco e fixação de teses que, posteriormente, serão 
aplicadas nos casos individuais. 
Sendo assim, embora exista divergência quanto à adoção de um sistema de 
precedentes no Brasil, é certo que a lei atual traz exigências de maior respeito à 
jurisprudência. 
 
 
Simplificação da defesa do réu 
 
Além de contestar o mérito da petição inicial, já no Código de 1973, o réu tinha 
um amplo conjunto de respostas. Ele poderia alegar a incompetência, suspeição ou 
impedimento do juízo, contrapor uma demanda à proposta pelo autor, além, é claro, 
de resistir à pretensão inicial. 
Contudo, no modelo anterior, para cada modalidade de resposta, havia um 
instrumento processual específico. Na 2ª fase da OAB, por exemplo, não era incomum 
o candidato reprovar na peça processual, porque apresentou uma exceção, em vez 
de contestar. 
Por isso, um ponto positivo do novo CPC é a simplificação da defesa. Agora, 
as alegações e requerimentos do Réu estão concentrados em sua contestação. 
Assim, o artigo 337 traz uma longa lista de temas a serem incluídos nas preliminares 
desse documento. 
Na verdade, até mesmo a reconvenção pode ser proposta em conjunto com os 
argumentos da peça, não havendo nulidade caso sua utilização não ocorra em 
apartado. 
 
 
 
 
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https://www.conjur.com.br/2016-ago-18/senso-incomum-isto-sistema-sic-precedentes-cpc
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https://www.saraivaaprova.com.br/entenda-tudo-sobre-a-2a-fase-da-oab/
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893505/artigo-337-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
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Criação de uma ordem de julgamento de processos 
 
Para tornar o processo mais isonômico, o legislador trouxe a previsão de uma 
ordem cronológica de julgamento. Dessa forma, salvo alguns casos que podem passar 
à frente dos demais, as decisões seriam proferidas de acordo com a data de abertura 
da conclusão. 
Quanto às preferências legais, elas devem formar uma lista própria. Logo, após 
o julgamento desses casos prioritários, haveria o andamento da lista geral, até aí sem 
problemas. 
Na verdade, o que tem atrapalhado a aplicação desse instituto é a combinação 
de dois problemas. O primeiro é a diferença de complexidade entre as demandas, 
logo, se levada a ferro e fogo, esses processos atravancariam o andamento da fila, 
gerando uma demora excessiva. 
Já o segundo é a dificuldade de criação da lista, porque o serventuário não teria 
como saber de antemão quais processos seriam mais complexos ou quais estariam, 
de fato, prontos para julgamento. Afinal, cabe ao magistrado essa análise. 
Sendo assim, houve a flexibilização desse instituto, com a alteração do caput 
do art.12 do CPC. A ordem cronológica passou a ser meramente preferencial, ou 
seja, o que, hoje, tem aplicação prática é uma espécie de vedação à priorização 
injusta de demandas. 
 
 
Redução da possibilidade de recursos 
 
O processo de maneira geral sofre bastante com o acúmulo de recursos, 
porque cada reexame das decisões proferidas pode ensejar um longo período de 
espera, sem contar a possibilidade de invalidar atos já praticados. 
 
 
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