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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÂNIA - UNICEUG CELIANO DANIEL DE SOUSA ALVES ELIZABETH DOS SANTOS MARILDA DAS GRAÇAS STIEVANO FERRAZ MELISSA COSTA LACERDA MYLENA PINHEIRO SOUSA SABRINA DE SOUSA RODRIGUES ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVIOSIONADA: (CONSCIÊNCIA E ATENÇÃO) GOIÂNIA 2020 2 UNICEUG CELIANO DANIEL DE SOUSA ALVES ELIZABETH DOS SANTOS MARILDA DAS GRAÇAS STIEVANO FERRAZ MELISSA COSTA LACERDA MYLENA PINHEIRO SOUSA SABRINA DE SOUSA RODRIGUES ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVIOSIONADA: (CONSCIÊNCIA E ATENÇÃO) GOIÂNIA 2020 Atividade apresentada à disciplina de Processos Psicológicos Básicos, para compor os requisitos de avaliação das Atividades Práticas Supervisionadas – APS, com orientação da Professora Esp. Thais Maris Sales. 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 4 2. METODOLOGIA .................................................................................. 4 2.1 Participantes .............................................................................................. 4 2.2 Instrumentos e Aparatos de Pesquisa ....................................................... 5 2.3 Procedimentos .......................................................................................... 5 3. RESULTADOS .................................................................................... 5 4. DISCUSSÃO ....................................................................................... 8 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................. 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 14 4 1. INTRODUÇÃO Segundo David G. Myers (2015), a consciência é nossa percepção de nós mesmos e do ambiente à nossa volta. Conscientemente nosso foco de percepção nos permite reunir informações de variadas fontes simultaneamente, processando-as, em muitos casos, de maneira limitada. Em determinadas situações somos capazes de focalizar uma percepção consciente em um estímulo particular, isso ocorre por meio da atenção seletiva. Para Myers (2015), em nossos limites de atenção, podemos exibir até cegueira de desatenção a eventos e a mudanças em nosso mundo visual, contribuindo para acidentes com carros e pedestres, por exemplo. O presente trabalho busca verificar para quantas informações atentamos conscientemente ao mesmo tempo e se a idade do indivíduo pode definir o nível de atenção seletiva. Tendo como hipótese que ao induzir o participante a focar em um estímulo particular, podemos provocar um processo de atenção seletiva, de modo em que a cegueira de desatenção terá menores índices em pessoas com menor idade. Pois, segundo a Teoria de Piaget, o jovem na fase operacional formal entra em processo de amadurecimento total do desenvolvimento cognitivo, adquirindo maiores habilidades, tais como capacidade mental mais rápida e mais crítica, fator que pode facilitar a percepção dos demais elementos presentes no vídeo. Apresenta-se como justificativa a aproximação dos estudantes à atuação profissional do psicólogo frente aos processos psicológicos básicos e maiores vivências no campo de pesquisa acadêmica. 2. METODOLOGIA 2.1 Participantes Participaram da pesquisa 4 homens e 6 mulheres com idade entre 18 e 65 anos, onde cinco participantes possuem ensino superior completo e os demais, ensino médio completo. A participação se deu por demonstração de interesse pessoal em participar da pesquisa e por critérios de idade, visto que o objetivo do trabalho é provar a 5 correlação da idade com interesse consciente e atenção seletiva, que se torna seletiva de acordo com o objetivo de foco. 2.2 Instrumentos e Aparatos de Pesquisa Foram utilizados um vídeo fornecido pela orientadora, seguido de um questionário realizado presencialmente, onde foram registradas as respostas e reações de cada participante. 2.3 Procedimentos Os participantes foram convidados a participarem da pesquisa de forma presencial em locais seguros, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), onde os pesquisadores apresentaram a pesquisa, o TCLE (enviado previamente), em seguida iniciou-se a coleta de dados. Cada participante recebeu o vídeo via WhatsApp, para evitar contato entre participante e entrevistador, e antes de assisti-lo receberam a instrução de que deveriam dizer quantas vezes a bola é passada pelas pessoas que estão de BRANCO. Após a reprodução do vídeo questionamos quantos passes foram observados e registramos todas as respostas e reações de cada um, até mesmo se perderam a contagem dos passes ou tivessem alguma outra reação relevante. Então, perguntamos se o participante conseguiu ver algo a mais no vídeo apresentado e registramos as respostas e reações. Por fim, explicamos que durante o vídeo uma pessoa fantasiada passou no meio da cena e caso a pessoa desejasse, assim como 6 de nossos participantes solicitaram, reapresentamos a mídia e registramos suas respostas e reações, após terem suas atenções direcionadas a outro objeto em cena. 3. RESULTADOS A participante 01 é do sexo feminino e possui a idade de 50 anos. Quando mostrado o vídeo pela primeira vez a mesma não havia contado a quantidade de passes realizados. Quando perguntado se ela havia percebido outro elemento no vídeo a mesma respondeu que não. Dessa forma o vídeo tornou a ser repetido e a mesma, 6 contou a quantidade de passes dando o valor correto, 13 passes, e descreveu o homem vestido de urso que passou em meio a cena, com detalhes. A participante 02 é do sexo feminino e possui a idade 18 anos, foi apresentado a ela o mesmo vídeo da participante anterior. A participante percebeu o homem vestido de urso, mas não conseguiu contar a quantidade de passes realizados, e afirmou que ter percebido o objeto paralelo a cena desviou sua atenção do objetivo inicial, que era contar os passes. O participante 03, do sexo masculino e idade de 52 anos, ao ver o mesmo vídeo conseguiu contar todos os passes realizados pelo grupo de branco, 13 passes. E quando perguntado se havia percebido outro elemento no vídeo, o participante relatou que percebeu o homem vestido de urso e que isso não desviou sua atenção. O vídeo foi reproduzido apenas uma vez. O participante 04, do sexo masculino e idade de 65 anos. Assim como no caso dos participantes anteriores, o mesmo vídeo lhe foi apresentado. O mesmo não conseguiu contar a quantidade de passes realizados ao total pelo grupo de branco, visto que de confundiu com os passes simultâneos do grupo de preto, e também disse que não foi possível perceber a presença de outro elemento. A participante 05 é do sexo feminino e possui a idade de 20 anos, seguindo o mesmo procedimento, o vídeo lhe foi apresentado. A participante relatou que de início estava conseguindo contar os passes, mas que logo sua atenção foi direcionada para o objeto paralelo a cena, ou seja, o homem fantasiado de urso e não conseguiu contabilizar todos os passes. A participante 06, do sexo feminino e idade 23 anos, assistiu o mesmo vídeo, seguindo o mesmo procedimento dos demais participantes. A mesma visualizou 13 passes entre os jogadores de camisa branca, mas não observou a presença do homem fantasiado de urso na cena. Pediu para repetir o vídeo e mais uma vez conseguiu contar os passes, mas não identificou o objeto paralelo. O participante 07, do sexo masculino e idade 61 anos, seguindo os mesmos procedimentos dos demais participantes, assistiu ao vídeo. Na primeira reprodução não conseguiu identificar os passes e nem o homem vestido de urso que passa pela cena. 7Ao reproduzirmos pela segunda vez, o mesmo consegue contar o número de passes da equipe de camisa branca, entretanto ainda não identifica o objeto paralelo a cena. A participante 08, do sexo feminino e idade 41 anos, assistiu ao vídeo seguindo todos os procedimentos. E na primeira reprodução contou cerca de 20 passes entre os integrantes da equipe de camisa branca e não identificou o homem vestido de urso. Solicitou que fosse reproduzido novamente e contou 13 passes e conseguiu perceber o objeto paralelo, o descrevendo com detalhes e suas ações. Alegou ter identificado um maior número de passes, inicialmente, pois confundiu os passes das duas equipes e demonstrou surpresa ao perceber que havia ignorado o objeto paralelo na primeira reprodução. O participante 09, do sexo masculino e idade 22 anos, ao assistir o vídeo e seguir o mesmo procedimento que os demais, foi capaz de contar o número correto de passes entre os integrantes da equipe de camisa branca, porém não identificou o objeto em segundo plano. Solicitou uma segunda reprodução, e mesmo assim não conseguiu identificar o homem fantasiado de urso, pois segundo ele, sua atenção estava totalmente focada aos movimentos dos passes. A participante 10, do sexo feminino e idade 62 anos, ao passar pelos mesmos procedimentos que os demais participantes, na primeira reprodução do vídeo, não conseguiu contar o número correto de passes entre os integrantes da equipe de camisa branca e não percebeu o homem fantasiado de urso que passou em meio a cena. Na segunda reprodução do vídeo, a mesma informou que não foi possível contar os passes, pois confundia-se com os passes das duas equipes e ao perceber o homem fantasiado desprendeu-se do objetivo principal e focou sua atenção a este objeto no segundo plano. A tabela abaixo retratada de forma sintetizada todos os dados relevantes coletados para a pesquisa em questão. Foi desenvolvida a fim de apresentar o sexo, a idade e o número de repetições das apresentações do vídeo e os resultados de cada participante, dando ênfase em se conseguiram ou não perceber todos os elementos que estavam presentes na mídia. 8 Tabela 1 – Número de participantes, idade, sexo, números de repetições e resultados; a tabela determina que “NÃO” ocorre quando o participante não conseguiu notar a presença do elemento em segundo plano e “SIM”, caso o participante note a presença do elemento. Fonte: Pesquisa do Grupo 05 – Consciência e Atenção, para Atividade Pratica Supervisionada (APS), 2020/2. 4. DISCUSSÃO Segundo Myers (2015), a consciência é a percepção de nós mesmos e do ambiente à nossa volta, e essa percepção nos permite coletar informações de várias fontes. A percepção, a memória, o pensamento, a linguagem e as atitudes, todos operam em dois níveis: uma entrada principal consciente, e uma via subterrânea inconsciente, isso se chama processamento dual. Com base nas pesquisas de Melvyn Goodale e David Milner (2004,2006), o olho envia informações simultâneas a diferentes áreas do cérebro, que tem tarefas distintas. O mapeamento da atividade cerebral revelou uma atividade normal na área relacionada, como estender o braço, segurar objetos, mas teve danos relacionados a área de reconhecê-los conscientemente. Em raras ocasiões podem entrar em conflitos, apresentam ilusões da face côncava, quando por exemplo se toca o interior de uma máscara, o que sua mente consciente não sabe, a mão sabe. RESULTADOS DA PESQUISA – CONSCIÊNCIA E ATENÇÃO PARTICIPANTES IDADE SEXO N° DE REPETIÇÕES OBJETO (1° Rep.) OBJETO (2° Rep.) N° DE PASSES (1° Rep.) N° DE PASSES (2° Rep.) Participante 01 50 anos Feminino 2 NÃO SIM 0 13 Participante 02 18 anos Feminino 1 SIM - 0 - Participante 03 52 anos Masculino 1 SIM - 13 - Participante 04 65 anos Masculino 1 NÃO - 0 - Participante 05 20 anos Feminino 1 SIM - 0 - Participante 06 23 anos Feminino 2 NÃO NÃO 13 13 Participante 07 61 anos Masculino 2 NÃO NÃO 0 13 Participante 08 41 anos Feminino 2 NÃO SIM 20 13 Participante 09 22 anos Masculino 2 NÃO NÃO 13 13 Participante 10 62 anos Feminina 2 NÃO SIM 0 0 9 No nosso dia a dia, nossos pensamentos, sentimentos e ações opera fora da nossa percepção consciente. Os neurocientistas de hoje estão identificando a atividade neural que procede a consciência através de procedimentos provocativos, como por exemplo quando você move o seu punho, é conforme a sua vontade, a sua decisão de movê-lo, é a sua forma consciente de fazê-lo, as ondas cerebrais te adiantam em alguns segundos antes para a percepção consciente dessa decisão, assim tudo que agimos funciona desta forma. Qualquer tarefa requer atenção consciente. Myers (2015) nos fala também que a atenção seletiva, geralmente, foca-se em aspectos muito limitados de tudo que você poderia experimentar. Um exemplo de atenção seletiva é a capacidade de prestar atenção a apenas um de vários sons. É conscientemente focado em estímulos específicos. Como a atenção é SELETIVA atentar-se para um telefonema, por exemplo, provoca desatenção para as outras coisas, por isso ocorre tantos acidentes de carro quando se está utilizando celular ao dirigir, visto que aumenta o risco de acidentes. Na questão da desatenção seletiva, no nível de percepção consciente nós experimentamos uma cegueira de desatenção, em que todos os estímulos visuais, diferentes daqueles que estão em foco, são totalmente ignorados. Os pesquisadores Daniel Simons e Christopher Chabris (1999) fizeram um experimento, a fim de provar a cegueira da desatenção, exibindo um vídeo chamado “Gorilas entre nós”, em que os participantes foram direcionados a prestarem atenção a uma tarefa, que era contar o número de passes da bola de basquete entre um time de três pessoas que vestiam camisetas brancas, enquanto outras três pessoas vestidas de camisa preta jogavam simultaneamente. Cerca da metade do público mostrou cegueira de desatenção, quando não conseguiram ver o homem vestido de gorila, passando no meio da cena. Durante a sua aparição que durou de 5 a 9 segundos, o gorila parou para bater no peito, ainda assim metade dos participantes não o viu. Esse experimento é semelhante ao utilizado neste presente trabalho. E vale ressaltar que a cegueira de desatenção ocorre por meio da fixação de nossa atenção na movimentação, e ela é muito usada por mágicos em seus truques. 10 Dado o exposto por Mayers (2015), a atenção seletiva foca-se em aspectos muito limitados, ou seja, em estímulos específicos. Portanto foi constatado nos resultados obtidos que os participantes 02 e 05, apresentaram atenção seletiva, visto que conseguiram focalizar apenas em um aspecto, no qual perceberam o homem vestido de urso, mas não conseguiram contar a quantidade de passes realizados, onde elas tiveram o foco desviado, desenvolvendo assim atenção seletiva. A participante 01, uma mulher de 50 anos, não identificou a quantidade de passes realizados e não percebeu outro elemento no vídeo, porém ao repetirmos o vídeo a mesma, contou a quantidade de passes dando o valor correto, 13 passes, e descreveu o homem vestido de urso que passou em meio a cena, com detalhes. Inicialmente entende-se que ela não conseguiu encontrar um centro para sua atenção, e ao tentar analisar a cena ao todo, não foi capaz de processar todas as informações ao mesmo tempo, entretanto na segunda exibição organizou os elementos presentes e os processou corretamente. Como foi apresentado pelo David G. Mayers (2015) sobre a consciência, percepção, o participante 03, um homem de 52 anos de idade conseguiu analisar a quantidade de passes realizado pelo grupo de branco e distinguir a presença de um homem fantasiado de urso, que estava transitando no meio do grupo de jogadores. Diante desse resultado, ele conseguiu ter a total consciência e percepção de tudo que estavaacontecendo, percebe-se que ele não apresentou a atenção seletiva, pois conseguiu distinguir o outro elemento na cena, no caso, a presença do urso, e tampouco apresentou o processo de desatenção no nível da percepção consciente. O participante 04, um homem de 65 anos de idade, durante o experimento não conseguiu realizar a contagem total de passes realizados pelo grupo de branco, ficou confuso e também não conseguiu identificar a presença de outro elemento na cena. Diante dessas informações é possível que o participante tenha apresentado uma cegueira de distração, visto que a quantidade de elementos presentes o deixou sem foco e distraído, também pode ter ocorrido o fenômeno da desatenção seletiva, em que ficamos cegos a coisas pequenas enquanto focamos em objetos específicos. As participantes 06 e 09, tiveram como percepção a quantidade de passes que o grupo realizou, com isso as participantes tiveram como centro do vídeo os passes do 11 grupo de jogadores de camisa branca, não conseguindo identificar a presença do homem disfarçado, mesmo visualizando o vídeo por mais de uma vez. Isso nos remete, mais uma vez, ao fenômeno da cegueira de desatenção, pois suas atenções estavam focadas nos movimentos dos passes realizados. O participante 07, um homem de 61 anos de idade, ao assistir o vídeo pela primeira vez não conseguiu identificar todos os elementos presentes, porém ao repetir o vídeo conseguiu visualizar a quantidade de passes realizados pela equipe de camisa branca, entretanto, sua percepção anulou o objeto que aparece em cena, no caso, o homem vestido de urso. Portanto, o fenômeno apresentando remete ao da cegueira de desatenção, que é definida quando não se consegue identificar o objeto visível, devido a atenção está direcionada para outro lugar, e também a cegueira da mudança em que por meio da fixação de nossa atenção na movimentação não observou o homem vestido de urso. A participante 08, diz respeito a uma mulher de 41 anos, em seu primeiro contato com o experimento teve uma percepção de identificar 20 passes realizados pela equipe de camisa branca, assim, ela não conseguiu distinguir a aparição do objeto fantasiado. Desse modo, é possível identificar elementos da atenção seletiva. A mesma participante realizou uma nova reprodução do vídeo e conseguiu perceber que na verdade foram realizados 13 passes pela equipe, além de conseguir fazer uma análise mais profunda das ações do objeto paralelo, quebrando o paradigma da atenção seletiva. A participante 10 trata - se de uma mulher de 62 anos que ao ter contato pela primeira vez com o vídeo não conseguiu analisar o número de passes realizados pela equipe de camisa branca e nem notar a existência de um objeto caracterizado. Ao ver novamente, chegou à uma conclusão pessoal de que se atrapalhou com os movimentos de passes realizados pelas duas equipes e atribuiu isso a presença do objeto fantasiado, ocasionando a perda de foco. Portanto, o primeiro processo é caracterizado pela cegueira de desatenção e esse segundo momento pela atenção seletiva. De acordo com a teoria de Piaget, o crescimento cognitivo das crianças é alcançado por meio da assimilação e adaptação. Os indivíduos estabelecem programas de assimilação psicológica para resolver problemas do mundo real. A teoria de Piaget 12 não é uma teoria de aprendizagem, mas uma teoria de desenvolvimento psicológico. Não enfatiza o conceito de aprendizagem, mas menciona o termo "aumento do conhecimento" e analisa a ocorrência dessa situação: a aprendizagem (aumento do conhecimento) ocorre apenas quando é adotado um esquema de assimilação. Para ele existem vários períodos do desenvolvimento psicológico, e baseado na idade de nossos participantes, de 18 a 65 anos, acredita-se que o quarto e último período de desenvolvimento mental que passa pela adolescência e prolonga-se até a idade adulta possui grande importância ao analisarmos os resultados obtidos. A principal característica deste período é a capacidade de usar suposições verbais em vez de raciocínio baseado em objetos específicos. É o pensamento proposicional, e os jovens o usam para manipular proposições ao raciocinar. Piaget acredita que a ação, o discurso e a psicologia faz parte do comportamento. Para ele, até a percepção é uma atividade, e a imagem mental é a imitação interna dos objetos. Dessa forma, quando se divide os dez participantes em dois grupos: de 18 a 49 anos e o de 50 a 65 anos; podemos analisar se seus resultados comprovam a hipótese de que a idade afeta a atenção. O índice de participantes que identificou o objeto em segundo plano na primeira repetição foi de 30%, dentre eles dois possuíam idade entre 18 e 20 anos. Já o índice de acertos dos passes, na primeira repetição, também foi de 30%, e dois desses participantes possuíam idade entre 22 e 23 anos. Na segunda repetição, em que apenas 6 dos 10 participantes solicitaram, os números de acertos dos passes mudaram para a participante 8, de 41 anos, para o participante 7, de 61 anos e para a participante 1, de 50 anos. E o índice de identificação do objeto em segundo plano subiu para 50%, considerando os 6 participantes restantes, em que os participantes de idades 41, 50 e 62 anos conseguiram identificar o objeto apenas na segunda repetição. Assim foi possível perceber que nos atentamos conscientemente a diversas informações ao mesmo tempo e a idade do indivíduo tem a possibilidade de definir o nível de atenção seletiva ao relacionar teoria e prática. Indicando ainda que a hipótese, em que ao induzir o participante a focar em um estímulo particular, podemos provocar um processo de atenção seletiva, de modo em que a cegueira de desatenção terá menores índices em pessoas com menor idade se mostrou confirmatória ao passo que 13 os participantes de idades entre 18 e 49 anos apresentaram maiores índices de respostas. Entretanto, identificamos um caso em particular, em que o participante 3, um homem de 52 anos, foi capaz de processar, simultaneamente, todos os objetos em cena, dando a resposta correta para o número de passes e descrevendo o objeto em segundo plano com detalhes tendo visto apenas uma vez o vídeo apresentado. Colocando em xeque a hipótese apresentada inicialmente e tornando necessário nos ater a outros detalhes, além da idade, que podem influenciar na percepção, na atenção e na consciência, de modo a terem contribuído ou prejudicado os resultados de cada participante, dentre eles o interesse em participar do experimento, por exemplo. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Portanto, concluímos que a atenção seletiva tem o condão de fazer com que nos atemos a um objeto específico, quando esse mesmo é enaltecido, no caso em epígrafe, a contagem do número de passes. Entretanto, algumas pessoas, cuja idade (vide tabela retrocitada), não conseguiram nem contar os passes e também não visualizaram o objeto paralelo (o urso fantasiado). Aqui, mister, analisar a atenção propriamente dita (como num todo), o interesse e ainda a abstração do vídeo, qual seja, ver o objeto paralelo, contar os passes. Nesse quesito, percebemos que, conforme Piaget “o crescimento cognitivo se dá por meio de assimilação e adaptação (absorção e adequação respectivamente). Isso é possível ser vislumbrado na diferença entre a primeira exposição do vídeo (com ambos os sexos) e a segunda exposição, sendo que nesta o percentual de erros diminuiu e o de acertos aumentou (tabela acima), o que pode ser denominado aprimoramento visual/consciente, uma vez que para Myers (2015) “qualquer tarefa requer atenção consciente”. Diante do exposto, tínhamos a intenção prévia de analisarmos a atenção seletiva, a consciência e a suas devidas implicações. Obtivemos que, a forma consciente se relaciona com a vontade (interesse) do indivíduo, sua determinação (o indivíduo quer e se determina conforme)é uma decisão. 14 E, quanto à atenção seletiva, podemos relacionar o “vídeo do urso” e a maioria dos resultados com a “cegueira de desatenção”, onde essa se dá quando os indivíduos são direcionados, tendenciosamente, prestarem atenção em um determinado foco, e por consequência há o desprezo dos outros. Dessa maneira, a tônica, se dá na fixação a um ou outro evento, por certo, quando há algo ou alguém manipulando tendenciosamente os mecanismos visuais conscientes, ou de movimento, conforme foi comprovado no experimento. REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS MYERS, David G. 2015. 9ª Edição. Consciência e a mente de duas vias. Myers, David G. Psicologia. Rio de Janeiro. LTC LTDA. Cap. III, p. 65-70 TERRA, Márcia Regina. O desenvolvimento humano na teoria de Piaget. Disponível em-URL:<http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.> [2005 jul 15]. Acessado em 21 novembro 2020.
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