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UNIVERSIDADE PITÁGORAS - UNOPAR ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Nelsivan Pereira de Souza PARAUAPEBAS-PA 2020 MÉTODO CONSTRUTIVO DE PISO EM CONCRETO ARMADO Estuo em uma oficina de equipamento de grande porte PARAUAPEBAS - PA 2020 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na Universidade Pitágoras Unopar, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção Orientador: Prof. Victor Furini Neves NELSIVAN PEREIRA DE SOUZA MÉTODO CONSTRUTIVO DE PISO EM CONCRETO ARMADO: Estuo em uma oficina de equipamento de grande porte SOUZA, Nelsivan Pereira. Método construtivo de piso em concreto armado: estuo em uma oficina de equipamento de grande porte 2020. 31 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Produção) – (Universidade Pitágoras Unopar), Parauapebas, 2020. RESUMO Os pisos de concreto, possibilitam diversos tipos de uso e oferecem uma ótima solução para trabalhos onde se requer um pavimento de alto grau de resistência, ou apenas para usos comuns. Existem vários processos construtivos e materiais utilizados para se construir um piso de concreto. O trabalho a seguir, é um estudo feito de uma explanação de um processo construtivo tradicional para pisos de concreto armado com telas duplas, e um piso de concreto armado cimento usinado de 40Mpa, onde são apresentadas as etapas de execução desde a preparação do solo até a cura do concreto. da camada superior. A importância dessa compreensão, têm trazido muitos benefícios em diversos empreendimentos, e grandes empresas do setor industrial já adotaram esta nova tecnologia, trazendo excelentes resultados e satisfação para os clientes que optam ou optaram por construir com uma tecnologia mais inovadora. Palavras-chave: Piso de concreto. Tela dupla. Cimento. Cura. Planejamento. SOUZA, Nelsivan Pereira. Reinforced concrete floor construction method: stucco in a large equipment workshop. 2020. 31 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Produção) – (Universidade Pitagoras Unopar), Parauapebas, 2020. ABSTRACT Concrete floors allow different types of use and offer a great solution for jobs where a high-resistance floor is required, or just for common uses. There are several construction processes and materials used to build a concrete floor. The following work is a study made of an explanation of a traditional construction process for reinforced concrete floors with double screens, and a 40Mpa reinforced concrete reinforced concrete floor, where the execution stages are presented, from soil preparation to curing concrete. the top layer. The importance of this understanding has brought many benefits in several projects, and large companies in the industrial sector have already adopted this new technology, bringing excellent results and satisfaction to customers who choose or have chosen to build with a more innovative technology. Keywords: concrete floor1. Double screen 2. cement 3. Curing 4. Planning 5. LISTA DE FIGURAS Figura 1: (a) cimento; (b) Agregado miúdo; (c) agregado graúdo; (d) pasta de cimento e água; (e) argamassa; (f) concreto simples. ............................................... 10 Figura 2: Regularização do solo, sub-leito base ........................................................ 19 Figura 3: Lona de impermeabilização ....................................................................... 20 Figura 4: Topografia .................................................................................................. 21 Figura 5: Escavação manual ..................................................................................... 23 Figura 6: Escavação com maquinário ....................................................................... 23 Figura 7 - Concreto magro (a) ................................................................................... 26 Figura 8: Concreto magro (b) .................................................................................... 26 Figura 9: Confecção de formas (a) ............................................................................ 27 Figura 10: Confecção de formas (b) .......................................................................... 28 Figura 11: Execução da armação .............................................................................. 31 Figura 12: Montagem da armação ............................................................................ 33 Figura 13: Conferencia da armação .......................................................................... 34 Figura 14: Fluxograma esquemático das etapas da concretagem ............................ 34 Figura 15: Concretagem ............................................................................................ 36 Figura 16: Uso da bomba para concretagem ............................................................ 37 Figura 17: Adensamento ........................................................................................... 38 Figura 18: Nivelamento ............................................................................................. 39 Figura 19: Cura do Concreto .................................................................................... 40 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 9 2.1 A HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO .............................................................. 9 2.2 ELEMENTOS QUE COMPÕEM O CONCRETO ARMADO ................................ 10 2.2.1 Cimento ............................................................................................................ 11 2.2.2 Agregados ........................................................................................................ 12 2.3 CONCEITO DE CONCRETO ARMADO ............................................................. 13 2.4 PISOS INDUSTRIAIS EM CONCRETO ARMADO ............................................. 14 3 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................... 16 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 17 4.1 TOPOGRAFIA ..................................................................................................... 20 4.2 ESCAVAÇÃO ...................................................................................................... 21 4.3 TERRAPLANAGEM ............................................................................................ 24 4.4 LANÇAMENTO DO CONCRETO MAGRO ......................................................... 25 4.5 CONFECÇÃO DE FORMAS ............................................................................... 27 4.6 FERRAGEM ........................................................................................................ 30 4.7 DESFORMAS ...................................................................................................... 39 4.8 CURA DO CONCRETO ...................................................................................... 40 5 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 43 7 1 INTRODUÇÃO Diante do cenário econômico que tem se delineado no Brasil e em todo o globo, o setor de construção civil tem estado diante de uma concorrência ainda mais acirrada e isso tem levado às empresas a considerarnovos meios para as construção, mas, sem que seja dispensada a qualidade de modo que não se perca a competividade no mercado. Uma forma de garantir lucro é a busca pela racionalização dos insumos e dos serviços, uma vez que, para isso, é preciso levar com conta vários parâmetros, e dentre eles está a busca por melhores métodos construtivos para serem usados de modo que se obtenham os mínimos custos e prazos para a execução do empreendimento. Nesse sentido, de acordo com Almeida (1990) comprovadamente, qualquer empreendimento, possuem etapas decisivas no que diz respeito à otimização de custos, e estas referem-se à concepção e ao planejamento, tendo as mesmas, um peso decisivo para o desenvolvimento das fases que se seguirão durante a construção, impactando consequentemente no resultado final da obra. Nesse sentido, destaca-se o concreto armado, que surgiu no início do século XX, e o mesmo, possibilitou a execução de estruturas mais complexas e ousadas, levando a alvenaria estrutural a ser considerada como ineficiente e antiquada. Isso porque, há alguns anos atrás, a execução de pisos industriais era realizada da seguinte maneira: formava-se quadros de 20 a 30 metros quadrados, e concertava- os em formato de xadrez, com isso, a qualidade final dos pisos produzidos não atendiam algumas exigências, principalmente as que os fabricantes de equipamentos rodantes exigiam para operar suas máquinas, em locais como: Pátio de oficinas mecânicas, Centros de distribuição, Supermercados, Depósitos e Armazéns. Observou-se que este setor da construção logo necessitaria de uma evolução, e tão logo um processo construtivo que pudesse atender as demandas de qualidade a qual o mercado exigia. Em consequência disto, começaram a surgir empresas que se especializaram na construção de pavimentos rígidos de concreto armazéns indústrias e outros ambientes onde o pavimento era muito exigido mecanicamente. 8 Os pisos industriais de concreto são elementos estruturais que têm a finalidade de resistir e distribuir ao subleito esforços verticais provenientes dos carregamentos. É sobre eles que as atividades de movimentação de cargas e de equipamentos pesados se realizam. As empresas especializadas passaram a adotar novos processos executivos e construtivos com equipamentos modernos que pudessem garantir um produto final de alta qualidade Economizar na hora de construir, tem se tornado um desafio, visando isto, a proposta deste estudo, tem por finalidade apresentar o custo benefício ao se executar um piso de concreto com as características 13,55m x 11,85m por dama, com nível de piso com 30cm de altura.na área da construção civil .Podendo assim entregar um produto de alta qualidade, minimizando o desconforto gerado na construção de uma obra para todos os envolvidos. Nesse sentido, por meio de um estudo de caso de natureza descritivo- exploratória, o presente trabalho tem por objetivo geral descrever a execução e os métodos construtivos de pisos de concreto armado com utilização cimento usinado para áreas de operação em galpões e pátios industriais. Para que esses objetivos sejam atingidos, delineou-se os seguintes objetivos específicos: mostrar método de execução construtiva de um piso industrial explicando cada etapa de trabalho do projeto; apresentar o método executivo para pisos de concreto Armado (Cimento Usinado de 40Mpa) como uma sequência construtiva lógica, levando em consideração as interferências; apresentar as fases de preparação solo, como a armação, os espaçadores, as barras de transferências as telas soldadas ou amarradas com arame recosido e o tipo de acabamento final do piso. A relevância desse trabalho, encontra-se a partir do ponto em que, a execução de pisos industriais no país, passou a ganhar mais relevância a partir da década de 90 em razão da estabilidade econômica que se instalou no país em detrimento do maior intercambio intelectual que passou a ocorrer com outros países. Desse modo, uma revolução tecnológica importante passou a ocorrer a partir desse período, principalmente em razão das exigências do mercado, passando a atender uma demanda cada vez mais crescente de consumidores, em vistas principalmente dos desgastes dos pisos pela maior solicitação do piso originada por ação de agentes químicos e mecânicos. 9 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA De acordo com Pinheiro, Muzardo e Santos (2004) o concreto armado é o material estrutural mais usado em todo o mundo, e o seu consumo anual é de aproximadamente uma tonelada por habitante, e ainda conforme os autores, dentre os materiais mais usados no mundo, o concreto perde somente para a água em quantidade. Nesse sentido, os pisos industriais de concreto, destacam-se por ser elementos estruturais com a finalidade de resistir e distribuir ao subleito esforços verticais provenientes dos carregamentos. É sobre eles que as atividades de movimentação de cargas e de equipamentos se realizam. Por isso, a correta execução é fundamental para garantir seu desempenho. 2.1 A HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO Os romanos antigos já conheciam a cal hidráulica e o cimento pozolânico, e estes eram materiais usados como aglomerantes. Mas, o cimento Portland como tal qual é conhecido hoje, foi descoberto em meados dos anos de 1824 na Inglaterra, e a sua produção em larga escala para fins comerciais foi iniciada mais de duas décadas depois, em 1850. Mas, a primeira associação de um metal à argamassa, remota também aos romanos, no ano de 1770, da França, o ferro foi associado à pedras para a formação de vigas semelhantes às vigas modernas com barras longitudinais na tração e barras transversais ao cortante. O cimento armado, remota dos anos de 1849 na França, em que, o primeiro objeto construído com esse tipo de material, acredita-se que tenha sido um barco fabricado pelo francês Lambot, este, foi apresentado oficialmente no ano de 1855. O barco de Lambot, foi construído com telas compostas por finos fios de ferro que foram preenchidas com argamassa. Mas, embora esse barco funcionasse, ele não alcançou sucesso comercial. Mas, a partir do ano de 1861, o também francês Mounier, fabricou uma quantidade enorme de vasos de flores em argamassa de cimento com armaduras de arames de ferro, para fins paisagísticos, ele também construiu a partir do mesmo método, uma ponte com um vão de cerca de 16,5 m. 10 A partir disso, iniciou-se então o que se conhece atualmente como concreto armado, que até meados da década de 20, era chamado de cimento armado. De acordo com Vasconcelos (1985) a partir de então, foi percebida a necessidade de dispor de outros tipos de armaduras, para usos variados na construção. Ainda de acordo com o mesmo autor, quem estabeleceu uma teoria mais completa sobre esse novo material, foram os alemães, uma vez que, o desenvolvimento do concreto armado de fato, foi iniciado por Gustavo Adolpho Wayss, que abriu uma empresa destinada ao uso desse material após comprar a patente do francês Mounier em 1875 (VASCONCELOS, 1985). 2.2 ELEMENTOS QUE COMPÕEM O CONCRETO ARMADO Os primeiros materiais empregados na construção civil foram a pedra natural e a madeira, sendo que o aço e o ferro, só passaram a ser empregados muitos séculos depois, o concreto armado por sua vez, como já explicitado, surgiu apenas a partir do século XIX, por volta dos anos de 1850. Para que um material seja considerado bom, ele deve apresentar duas características básicas, resistência e durabilidade. A pedra natural possui resistência, à compressão e durabilidade elevadas, entretanto, possui baixa durabilidade. O aço por sua vez, possui durabilidade mais elevada, entretanto, requer proteção contra corrosões, e o concreto armado, pode ter surgido a partir dessa necessidade de aliar a qualidade da pedra natural com o aço, destacam-se ainda noconcreto as possibilidades de assumir qualquer forma, com rapidez e facilidade, proporcionando a proteção ao aço contra corrosões. O concreto, é um material composto que se constitui de cimento, água, agregado miúdo, agregado graúdo e ar, este pode ainda conter adições e aditivos químicos com a finalidade de melhorar ou de modificar suas propriedades básicas. A argamassa é a pasta em que se mistura cimento, areia e água e o concreto, é a argamassa adicionada com agregado de pedra ou brita, chamado de concreto simples, ou seja, concreto sem armaduras. Abaixo, é possível verificar os materiais que compõe o concreto simples de acordo com o que preconiza a NBR 6118/03: Figura 1: (a) cimento; (b) Agregado miúdo; (c) agregado graúdo; (d) pasta de cimento e água; (e) argamassa; (f) 11 concreto simples. Fonte: Adaptado de NBR 6118:2003. Na sequência apresentada pela Figura 1 acima, tem-se os principais componentes do concreto simples. 2.2.1 Cimento Como já mencionado, o cimento como conhecido hoje, foi descoberto em 1850, se trata de um pó fino com propriedades aglomerantes, aglutinantes e também ligantes, que é endurecido a partir da ação da água (ABCP, 2002). O cimento é o principal elemento do concreto e é responsável pela transformação da mistura de materiais que compõem o concreto no produto final. O cimento é composto pelo clínquer e de adições, o clínquer é o principal componente, presente em todos os tipos de cimento, e sua matéria-prima básica é formada por calcário e argila. A propriedade básica do clínquer é que ele é um ligante hidráulico, que endurece em contato com a água. Os tipos de cimento que existem no Brasil, são diferentes a partir da sua composição, os diferentes tipos de cimentos existentes, estão listados a seguir: 12 Tabela 1: Tipos de cimento comercializados no Brasil Fonte: (ABCP, 2002). Desses demonstrados acima, os que são mais comumente usados na construção são: o CPII E-32, o CPII F32 e o CPIII-40. O cimento CPV-ARI é também muito utilizado em fábricas de estruturas pré-moldadas. 2.2.2 Agregados De acordo com Bauer (1979) os agregados, são materiais granulosos e inertes que entram na composição das argamassas e dos concretos. Esses materiais, são muito importantes para a composição do concreto, correspondendo a cerca de 70%. Os agregados são classificados de acordo com a sua origem, e estes podem ser naturais ou artificiais, em que, os naturais, são encontrados na natureza e os artificiais são aqueles que passam por algum processo para a obtenção das suas 13 caraterísticas finais, como por exemplo as britas que são originárias de trituração de rochas. Os agregados miúdos possuem diâmetros iguais ou inferiores a 4,8mm, já os agregados graúdos, possuem um diâmetro máximo superior a 4,8mm e possuem as seguintes classificações: • Brita 0: 4,8 a 9,5 mm; • Brita 1: 9,5 a 19 mm; • Brita 2: 19 a 38 mm; • Brita 3 – 38 a 76 mm; • Pedra-de-mão: > 76 mm. De acordo com Metha e Monteiro (1994), as britas são, os agregados graúdos mais usados no Brasil, com uso superior a 50 % do consumo total de agregado graúdo nos concretos. 2.3 CONCEITO DE CONCRETO ARMADO Dada a necessidade de aliar resistência e durabilidade para o setor de construção civil, nasceu o concreto armado, foi muito surgiu o material que composto por concreto e aço, em que as barras da armadura absorvem as tensões de tração, objetivando que este seja capaz de resistir às tensões de tração atuantes. Entretanto, é importante ainda falar sobre a aderência, que é uma das características principais do concreto armado, uma vez que não basta apenas juntar os dois materiais, para que se tenha o concreto armado, é essencial que haja real solidariedade entre ambos o concreto e o aço, e que o trabalho seja realizado de forma conjunta. Em resumo, pode-se definir o concreto armado como “a união do concreto simples e de um material resistente à tração (envolvido pelo concreto) de tal modo que ambos resistam solidariamente aos esforços solicitantes”. De forma esquemática pode-se indicar que concreto armado é: Concreto armado = concreto simples + armadura + aderência Nesse sentido, a NBR 6118:2003, os elementos de concreto armado são: 14 “aqueles cujo comportamento estrutural depende da aderência entre concreto e armadura e nos quais não se aplicam alongamentos iniciais das armaduras antes da materialização dessa aderência”. Armadura passiva é “qualquer armadura que não seja usada para produzir forças de protensão, isto é, que não seja previamente alongada”. A armadura não tem que ser necessariamente de aço, pode ser de outro tipo de material, como fibra de carbono, bambu, etc. O trabalho conjunto, solidário entre o concreto e a armadura fica bem caracterizado na análise de uma viga de concreto simples (sem armadura), que rompe bruscamente tão logo surge a primeira fissura, após a tensão de tração atuante alcançar e superar a resistência do concreto à tração. Entretanto, colocando-se uma armadura convenientemente posicionada na região das tensões de tração, eleva-se significativamente a capacidade resistente da viga. 2.4 PISOS INDUSTRIAIS EM CONCRETO ARMADO De acordo com Vasconcelos (1979, p. 35): A durabilidade de um piso ou pavimento de concreto diminui quando aumenta o número de juntas, seja pelas condições extremas de impacto devido ao trânsito de equipamentos e veículos, seja pela infiltração de água pelas juntas, que percolando pelo terreno, provocando saída das partículas finas, tornando a base mais recalcável e, portanto, favorecendo o aumento das solicitações da placa sob a ação dos carregamentos a que esta está submetida. Os defeitos que aparecem nos pisos e pavimentos de concreto quase sempre aparecem nas juntas ou em fissuras de retração”. De acordo com Bina e Teixeira (2002) é possível ainda afirmar que, a grande maioria das patologias dos pisos e dos pavimentos estão ligadas com as juntas, uma vez que estas, são as principais responsáveis pelas interdições e redução da vida útil do piso, então, surgiu daí a necessidade pela busca de uma solução capaz de atender a esse requisito, neste caso a solução está diretamente relacionada a um melhor método construtivo que permite a redução do número de juntas. Schmid (1997) confirma que, as juntas de dilatação, maior fonte de quebras na placa convencional, podem ser distanciadas de até 150 m umas das outras, sendo, porém de execução mais sofisticada”. 15 Assim, a execução de estruturas em concreto armado ganhou espaço significativo na produção de edifícios desde seu surgimento. Atualmente é o sistema estrutural mais utilizado no país para edifícios de múltiplos pavimentos (BARROS e MELHADO, 2006). Fajersztajn (1987), relata que a grande utilização do concreto armado nas construções brasileiras deve-se a excelente compatibilidade entre o concreto e o aço, possibilitando a obtenção de estruturas monolíticas e hiperestáticas. O autor cita também outras vantagens como a adaptação a qualquer tipo de forma, facilidade economia frente às outras opções disponíveis no mercado. Os pisos industriais de alta resistência são amplamente empregados nos mais diversos tipos de construções que precisam de um sistema eficiente contra a retração e fissuras no concreto. Indústrias, postos de gasolina, galpões de oficinas de equipamentos de grande porte, estacionamentos, armazéns, quadras poliesportivas, são alguns dos locais em que a maioria dos projetistas optam pela execução de piso de concreto armado. Por apresentar uma estrutura reforçada, esse sistema é adequado para a transferência de cargas e ligação das placas de concreto. Na execução de piso de concreto armado, são utilizadas telas metálicas soldadas para reforçar a estrutura, e as juntas construtivas ou serradasfazem a ligação entre as placas, garantindo a transferência de cargas e minimizando os danos provocados pela retração do concreto. https://ctguedes.com.br/home/obras/execucao-piso-concreto-armado/piso-concreto.html https://ctguedes.com.br/home/obras/execucao-piso-concreto-armado/piso-concreto.html 16 3 METODOLOGIA DA PESQUISA A metodologia é uma parte essencial para a elaboração de qualquer trabalho acadêmico ou científico. Como Kauark, Manhães e Medeiros (2010, p. 54 e 55) afirmam: a metodologia, “é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho) de pesquisa. Para Gerhardt e Silveira (2009, p. 11), “metodologia é o estudo do método, ou seja, é o corpo de regras e procedimentos estabelecidos para realizar uma pesquisa”. Nesse contexto, podemos observar que a metodologia nada mais é que a definição do caminho a ser ou percorrido durante todo processo de elaboração da pesquisa. O estudo foi classificado como exploratório e descritivo. De acordo com Gil (2008) as pesquisas exploratórias buscam aprimorar ideias e descobrir intuições. O estudo exploratório visa proporcionar uma maior familiaridade com a problemática levantada com o estudo, visando torna-lo mais explícito de maneira que seja possível a construção de hipóteses (GIL, 2008). Ainda de acordo com Gil (2008) os estudos exploratórios são capazes de aprimorar ideias ou descobre as intuições. Em relação à pesquisa descritiva, Silva e Menezes (2000) a caracterizam como a descrição de determinada população ou fenômeno para o estabelecimento das variáveis relacionadas No caso da pesquisa aqui aplicada se trata de uma pesquisa de campo, em que os dados obtidos para a pesquisa, foram a partir do levantamento primário e secundário. Os dados primários são constituídos por documentos de origem do próprio autor para a pesquisa (MEDEIROS, 2000). 17 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste trabalho, será apresentado o processo construtivo usado na execução de piso de concreto armado para pátio de oficinas de equipamentos de grande porte no processo construtivo do piso de concreto armado geralmente são empregados os seguintes materiais: britas, distribuídas sobre o solo compactado; manta de polietileno, popularmente conhecida por lona plástica (preta), colocada sobre a camada de brita; espaçadores plásticos; pastilhas (feitas de concreto); telas metálicas soldadas, posicionadas sobre a lona plástica; barras de transferência e de ligação; concreto usinado na dosagem ideal para se obter a resistência definida em projeto; agentes de cura ou proteção para cura do concreto. Para a execução de um piso de concreto armado com especificação 13,55m x 11,85m por dama, com nível de piso com 30cm de altura por exemplo, as principais etapas contidas no projeto para execução de piso de concreto armado com essas características podem variar conforme as características do solo e projeto, a utilização a qual o pavimento será destinado, a exposição às intempéries climáticas, ou ainda a agressão provocada por produtos químicos. Por esta razão, deve-se fazer um estudo prévio das condições geotécnicas do terreno, bem como analisar o impacto dos carregamentos, seja estático ou dinâmico, para definir qual a resistência adequada a ser utilizada na execução de piso de concreto armado. É fundamental para a boa execução de piso de concreto armado, que cada etapa do projeto seja cuidadosamente planejada, especialmente no que se refere ao tempo de transporte e lançamento do concreto, bem como à previsão do tempo em obras realizadas em ambientes externos. Pisos armados são estruturas constituídas por placas de concreto, armadura em telas soldadas posicionada a 1/3 da face superior, por juntas com barras de transferência, por uma sub-base normalmente de brita tratada com cimento e um solo de apoio. A execução de estruturas em concreto armado ganhou espaço significativo na produção de edifícios desde seu surgimento. Atualmente é o sistema estrutural mais utilizado no país para edifícios de múltiplos pavimentos (BARROS e MELHADO, 2006). 18 FAJERSZTAJN (1987), relata que a grande utilização do concreto armado nas construções brasileiras deve-se a excelente compatibilidade entre o concreto e o aço, possibilitando a obtenção de estruturas monolíticas e hiperestáticas. O autor cita também outras vantagens como a adaptação a qualquer tipo de forma, facilidade de execução, resistência a efeitos térmicos, atmosféricos e a desgastes mecânicos, além de sua economia frente às outras opções disponíveis no mercado. Para Barros e Melhado (2006) os edifícios produzidos em concreto armado muitas vezes recebem o nome de convencionais ou tradicionais, isto é, aqueles produzidos com uma estrutura de posto foram encontrados muitos trabalhos e publicações apresentando várias discussões sobre o assunto. FREIRE (2001), caracteriza as tecnologias e formas de gestão adotadas na produção de estruturas em concreto armado na Grande São Paulo. O autor discute criticamente desde a concepção do projeto estrutural até as atividades envolvidas no processo de produção. FACHINI (2005), também apresenta isoladamente todos os serviços referentes à execução da estrutura em concreto armado. Além disso, apresenta subsídios e diretrizes para a sua programação no nível operacional, bem como as operações envolvidas na produção de estruturas no canteiro de obras. Embora cada projeto tenha suas próprias especificidades, geralmente o projeto construtivo engloba as seguintes etapas: • Topografia do local; Locação De pontos e fixação de gabaritos; • Escavação Mecanizada (Caso o terreno os desníveis sejam muito acentuados e de material rochoso; • Terraplenagem e compactação do solo; Preparação do subleito e da sub- base; • Lançamento de Lona e Pastilhas; • Deslocamento de forma; • Ferragem; • Colocação das telas metálicas soldadas (armaduras); • Lançamento de caranguejos e amarração; e segunda camada de telas, (Superior) • Colocação das mestras; • Lançamento e amarração de Barra de transferências; 19 • Lançamento, espalhamento e adensamento do concreto usinado; • Nivelamento e acabamento superficial; • Desforma; • Cura do concreto; É fundamental para a boa execução de piso de concreto armado, que cada etapa do projeto seja cuidadosamente planejada, especialmente no que se refere ao tempo de transporte e lançamento do concreto, bem como à previsão do tempo em obras realizadas em ambientes externos. Solo Base/Sub Leito: Absorver as solicitações de carga impostas ao pavimento, controlar do coeficiente de recalque “K” de acordo com suas propriedades físicas mecânicas e capacidade de suporte. Figura 2: Regularização do solo, sub-leito base Fonte: Do Autor, 2020. Sub Base: Isolar e Estabilizar as condições do sub Leito através de tratamento granulométrico e de capacidade de distribuição de carga dar suporte uniforme e constante. Evitar bombeamento. Controlar as variações volumétricas do sub Leito, aumentar o suporte da fundação. Lona Plástica/Barreira de Vapor: Impermeabilizar a superfície para evitar umidade ascendente nas placas de concreto. Garantir movimentação da placa de concreto em relação a sub base. Garantir hidratação do cimento evitando perda da água de amassamento para a Sub Base. 20 Figura 3: Lona de impermeabilização Fonte: Do Autor, 2020. Abaixo, será descrito como ocorreu o processo construtivo do piso de concreto armado que é o objeto deste estudo. 4.1 TOPOGRAFIA Etimologicamente, Topografia é uma palavra que vem do grego e significa descrição do lugar. Sendo considerada uma ciência que tem por objetivo o estudo dos instrumentos e métodos utilizados para obter a representação gráfica de uma porção do terreno sobre uma superfície plana, ou seja, o plano topográfico. Elaé a base para diversos projetos de Engenharia, onde é essencial o conhecimento das formas e dimensões do relevo. 21 Figura 4: Topografia Fonte: Do Autor, 2020. Presente em diversas fases de um projeto, a Topografia auxilia nas etapas que vão desde as fases que antecedem a execução de uma obra, como nas etapas de planejamento e projeto, até na execução e acompanhamento. No que tange as obras civis, a Topografia tem papel essencial em diversas etapas. Utilizada particularmente para traçar os pontos para confecção dos gabaritos, onde será montado o piso industrial. 4.2 ESCAVAÇÃO A escavação nada mais é do que o processo de criação de furos e valas no terreno, de acordo com o projeto desenvolvido. Estas escavações servem para a fundação, que será encaixada nestas aberturas na terra. Ou seja, é indispensável o estudo do projeto, suas medidas e características, para definir então qual a largura e tamanho das valas a serem desenvolvidas. Caso contrário, a fundação não irá ter a sustentação necessária, e um grande valor monetário deverá ser investido para refazer o terreno e, novamente, realizar a escavação. 22 Nesta fase que se procede ao detalhamento de forma a quantificar os serviços necessários ao desenvolvimento do projeto executivo. Projeto executivo Nesta fase o projeto define claramente os diversos componentes da obra, incluindo memoriais descritivos, cálculos estruturais, desenhos, especificações técnicas e executivas, planilhas de orçamento e cronogramas básicos. Projeto “como executado” Esta fase compreende o acompanhamento sistemático da execução da obra, reexame dos critérios de dimensionamento em função de dados obtidos durante a execução e elaboração de um relatório final, comentando a execução com as dificuldades encontradas, sendo recomendada a complementação com fotografias. Ou seja, antes de iniciar as escavações deve-se respeitar algumas recomendações conforme NBR 9621 apresentando um projeto de escavação. Para identificar possíveis interferências subterrâneas. A escavação tem por objetivo remover quantidades de terra de um determinado local, modificando o estado natural do terreno, a fim de adequar o nível ao projeto de terraplenagem ou de construção. Pode ser feita das seguintes maneiras: Escavação com remoção de terra: Nesta operação, a terra é escavada e carregada em caminhões basculantes que transportaram o material para locais denominados Aterros ou Bota-Foras. 23 Figura 5: Escavação manual Fonte: Do Autor, 2020. Figura 6: Escavação com maquinário Fonte: Do Autor, 2020 Escavação sem remoção de terra: A terra é escavada onde a topografia está acima das cotas do projeto, e é utilizada no Aterro das áreas onde o nível do terreno está abaixo das cotas do projeto de construção. Este processo também é conhecido como “corte e compensação”. 24 Todo trabalho de escavação, assim como outras tarefas na terraplenagem, deve ser realizado com muito cuidado. Um estudo prévio das condições das edificações vizinhas é algo imprescindível. Também deve-se atentar para as diferenças entre o nível (altura do solo) das construções vizinhas e do indicado no projeto de terraplenagem ou de construção. Em caso de diferenças, caso não seja feito um trabalho de contenção antes da escavação, deve-se criar taludes em ângulo de 45°, visando manter o máximo de segurança às edificações existentes nas divisas e aos trabalhadores da futura construção. Para esse tipo de escavação são utilizados retroescavadeiras com auxílio de um sinaleiro, dependendo da não necessidade de retirada ou colocação de solo, a regularização pode ser feita manualmente com o uso de ferramentas manuais, picareta, enxadas e pás. O auxílio para o transporte, será realizado com carrinho de mão. A preparação do sub-leito e da sub-base; para pisos com essa característica de 13,55m x 11,85m por dama, com nível de piso com 30cm de altura. Utilizasse enxadas, pá, e compactador de solo manual para a compactação do solo. 4.3 TERRAPLANAGEM Terraplenagem nada mais é do que um processo que busca tornar a terra ou um determinado terreno plano, como o próprio nome já diz, significa “ato ou efeito de terraplanar”, encher de terra os vãos de um terreno. Ele é utilizado principalmente em terrenos que possuem declives e que podem causar problemas na hora de construir uma casa ou um edifício. Também consiste na limpeza do terreno, retirando eventuais detritos que lá estejam depositados, vegetação, restos de árvores e possíveis pedras de maior porte que possam prejudicar a construção. O trabalho tem início com as investigações das características do terreno, onde é feito uma avaliação do comportamento do solo para projetar um serviço seguro e eficaz. Após essas análises são definidas quais técnicas devem ser implantadas para aperfeiçoar a topografia do terreno, são elas: escavação, aterramento, compactação, 25 troca de solo, drenagem e prevenção à erosão. A regularização utilizada para pisos com essa característica de 13,55M x 11,85M Tabela 2: Execução de terraplanagem Fonte: Do Autor, 2020. 4.4 LANÇAMENTO DO CONCRETO MAGRO O concreto magro é um tipo de concreto sem função estrutural, muito utilizado para regularização ou proteção mecânica de superfícies. Sua principal característica é ter um baixo teor de cimento no seu traço, alto teor de agregados e reduzida quantidade de água. É mais econômico do que o concreto convencional e deve ser utilizado quando a necessidade não demandar muita resistência e impermeabilidade. https://www.escolaengenharia.com.br/tipos-de-concreto/ https://www.escolaengenharia.com.br/impermeabilizacao-de-lajes/ 26 Figura 7 - Concreto magro (a) Fonte: Do Autor, 2020. Figura 8: Concreto magro (b) Fonte: Do Autor, 2020. A aplicação desse tipo de concreto varia de acordo com o projeto do piso. Quando for a aplicado a lona, não a necessidade de lançar o concreto, E vice e versa. este lastro deve ter espessura mínima de 5 centímetros para que evite, efetivamente, o contato do solo com o concreto da fundação que será lançado 27 posteriormente; e então, a fundação é concretada conforme especificações do projeto de fundações. 4.5 CONFECÇÃO DE FORMAS Fôrmas são as estruturas provisórias, geralmente de madeira, destinadas a dar forma e suporte aos elementos de concreto até a sua solidificação. Além da madeira, que pode ser reutilizada várias vezes. Dependendo do projeto pode ser utilizados formas metálicas, plásticas ou papelão. No processo de construção do tipo de piso proposto, serão adotados a confecção de formas de madeira, (Madeirite) por serem mais acessíveis a dinâmica de obra e se adequarem ao projeto. Figura 9: Confecção de formas (a) Fonte: Do Autor, 2020. https://www.escolaengenharia.com.br/projeto-de-fundacao/ 28 Figura 10: Confecção de formas (b) Fonte: Do Autor, 2020. Para a execução das fôrmas na obra, alguns cuidados devem ser levados em consideração a previamente elaboração das fôrmas, como por exemplo: como o recebimento e estocagem das peças brutas de madeira e dos compensados (Madeirite); a existência do projeto estrutural das prumadas do piso e do projeto das fôrmas, e preferencialmente, a existência de uma central de carpintaria (central de formas) com todos os equipamentos, bancadas necessárias. A princípio, o material e direcionado para frente serviço, e descarregado com o apoio de caminhão munck de forma que viabilizar o transporte manual até a base a ser montada. Para FREIRE (2001), o sistema de fôrmas consiste em um conjunto de elementos combinados em harmonia, com o objetivo de atender às funções a ele atribuídas. As principais atribuições do sistema de fôrmas segundo BARROS e MELHADO (2006) são: 1) Dar forma ao concreto;2) Fazer a contenção do concreto fresco e sustentá-lo até que atinja resistência suficiente para se auto-sustentar; 3) Proporcionar à superfície do concreto a rugosidade requerida; 4) Servir de suporte para o posicionamento da armação; 29 5) Servir de suporte para o posicionamento de elementos das instalações e outros itens embutidos; 6) Servir de estrutura provisória para as atividades de armação e concretagem. Devendo resistir às cargas provenientes do seu peso próprio, além das cargas de serviço como pessoas trabalhando e equipamentos; As fôrmas de madeira são projetadas e fabricadas adequando-se à geometria da obra. Da mesma maneira, elas devem ser dimensionadas para atender às solicitações específicas de execução, baseando-se nas informações de: tipos de concreto, forma de lançamento e de adensamento. Fajersztajn (1987), relaciona as principais características das fôrmas para estruturas em concreto armado para atender as funções a ele atribuídas: Resistência: resistência mecânica à ruptura suficiente para suportar os esforços provenientes do seu peso próprio, do empuxo do concreto, do adensamento e do tráfego de pessoas e equipamentos; Rigidez: resistência a deformação, ou seja, apresentar rigidez suficiente para manter as dimensões e formas previstas em projeto; Estabilidade: o sistema deve apresentar os devidos suportes e contraventamentos. A suas dimensões não devem ser alteradas durante o lançamento ou durante a fase de cura, fazendo com que os elementos estruturais apresentem dimensões compatíveis com as previstas em projeto; Estanqueidade: visando evitar a perda de água e de finos de cimento durante a cura. Economia: as fôrmas devem ser projetadas e construídas visando à simplicidade, permitindo facilmente desforma e reaproveitamento. O sistema deve facilitar a manutenção e reposição das peças danificadas; Segurança: significa apresentar rigidez e estabilidade suficientes para não colocar em risco a segurança dos operários e da própria estrutura; Aderência: visando facilitar a desforma, a aderência entre fôrma e concreto deve ser a menor possível para preservar a superfície do concreto. Além das características acima, as fôrmas devem apresentar: Regularidade geométrica: para resultar em geometria compatível com as especificações de projeto; 30 Textura superficial adequada: deve ser compatível com as exigências de projeto, principalmente quando o concreto for especificado com o aparente; Proporcionar facilidade para o correto adensamento do concreto; Possibilitar o correto posicionamento da armadura: não deve apresentar detalhe de montagem que dificulte ou impeça a colocação da armadura no local especificado em projeto; Não deve apresentar absorção d’água que comprometa a necessidade de adicionar água para a hidratação do cimento do concreto. Adotou-se neste trabalho a nomenclatura sugerida por FREIRE (2001) para o sistema de fôrmas, pois temos disponível no mercado uma grande variedade de sistemas e não existe um consenso na nomenclatura adotada. Os elementos que compõe o sistema de fôrmas são: Molde: é a parte do sistema que dá forma à peça e é o elemento que entra em contato direto com o concreto. Composto por painéis que podem ser estruturados ou não. Os painéis estruturados são os que possuem peças complementares para enrijecimento fixados permanentemente e os painéis não estruturados são os que não possuem nenhum elemento fixado permanentemente. Cimbramento: é o que dá apoio à estrutura da fôrma. Conjunto de elementos que absorve ou transfere para local seguro as cargas que atuam nas fôrmas. Pode ser dividido em quatro grupos: Escoramento: peças verticais que absorvem os esforços verticais de compressão Vigamento: peças horizontais que absorvem os esforços verticais; Travamento: peças verticais ou horizontais que absorvem esforços horizontais; Mão-francesa: peças inclinadas para contenção horizontal. 4.6 FERRAGEM Armação é o conjunto de atividades relativas à preparação e posicionamento do aço dentro da estrutura (FREIRE, 2001). Fachini (2005), afirma que o aço nas estruturas em concreto armado tem a função de resistir aos esforços de tração e 31 cisalhamento, além de aumentar a capacidade resistente dos elementos estruturais submetidos à compressão. Figura 11: Execução da armação A maioria das empresas brasileiras são geridas por pessoas que não dominam completamente as estratégias, bem como, os conhecimentos básicos para a gestão dos serviços. Apesar de vivermos em um mundo rodeado pelo avanço da tecnologia, e por este motivo, a tecnologia de produção nas obras ainda é baseada num molde de atuação artesanal e rudimentar. Os avanços de automação e mecanização existentes no mercado estão situados do lado de fora do canteiro, nas empresas que fornecem o aço pré-cortado e pré-dobrado (FREIRE, 2001). Independentemente do tipo de aço, todos eles necessitam de cuidados especiais nas etapas de compra, recebimento, estocagem e processamento. De acordo com a forma de fornecimento do aço, o processo de armação varia passando por operações de pré-montagem e montagem. O aço pode ser fornecido pelo fabricante de duas formas: já cortado e dobrado ou pode ser entregue na obra em barras, sendo cortado e dobrado no próprio canteiro. Nas obras onde o processo de corte e dobra é executado no próprio canteiro, esta etapa é realizada dando origem às peças, para em seguida, serem montadas as armaduras. Nestas situações, é recomendável considerar no planejamento do canteiro uma central para processamento. 32 De acordo com os diversos comprimentos determinados no projeto estrutural são realizados os cortes das telas de aço. Os cortes são realizados com tesourões especiais e máquinas de corte manuais ou talhadeira. Os tesourões são utilizados quando as barras tiverem diâmetros inferiores ou iguais a 16mm. As talhadeiras são utilizadas quando os diâmetros forem inferiores a 6,3mm, nesse processo de montagem não a necessidade do uso de ferramenta elétricas com o policorte , pois as peças já são entregues no tamanho e adequadas ao projeto se necessidade de corte, em grandes proporções. Após o corte das peças, inicia-se a dobra das barras. As dobras ou “endireitamento” podem ser realizadas na obra, em bancadas, chaves de dobras, ou então podem ser realizadas em empresas de corte e dobra, através da utilização de dobradeiras mecânicas. Esta bancada deve ser feita em madeira grossa (espessura aproximada de 5cm), nela geralmente são fixados diversos pinos que auxiliar na dobra das peças (BARROS e MELHADO, 2006). A pré-montagem é feita utilizando o projeto estrutural. A interligação das peças é realizada com arame recozido. A definição de quais peças podem ser pré- montadas normalmente realiza-se em função de diversos fatores como: Sistema de transporte vertical disponível na obra; Peso e dimensões das peças a serem montadas; Diâmetro das barras para resistir os esforços de transporte da peça. Barros e Melhado (2006), salientam dois cuidados que devem ser tomados na utilização da pré-montagem. O primeiro deles é garantir o cobrimento mínimo da armadura conforme especificação e o segundo é o correto posicionamento da mesma, evitando que a armadura negativa se torne involuntariamente positiva. A utilização do caminhão Munck possibilita a pré-montagem em locais protegidos, facilitando a conferência e a racionalização do processo. Estes procedimentos tornam o canteiro mais organizado evitando enganos e desperdícios. A montagem final também é feita de acordo com o projeto de armação e ocorre depois que as fôrmas já foram liberadas no local da concretagem. Para garantir o correto posicionamento da armadura, todo cuidado deve ser tomado durante seu posicionamento nas fôrmas. Tais cuidados são necessários para evitar que olocal não fique sujo e obstruído, para ser feito o carregamento manual das telas e lançadas a primeira 33 camada no local de armação, são posicionados e feito a amarração dos espaçadores (Caranguejos) e em sequência e lançado a segunda camada de tela, e importante que as peças (Espaçadores) fiquem bem posicionas conforme o projeto, para que não aja retrabalho e desperdício de tempo. Também muito é importante que todos os pontos de amarração da mestras estejam posicionados e fixados para ser fito a amarração, após o lançamento e amarração das ferragens e a hora de fazer a marcação e furação dos buracos onde serão posicionados as barras de transferências, que devem atender os seguintes requisitos: espaçadas a cada 30cm deverão ser posicionadas através dos espaçadores soldados, ou por meio de caranguejos, as barras de transferência devem ser metade isoladas, normalmente pintadas e engraxadas, de modo a permitir a movimentação horizontal e restringir a vertical. Figura 12: Montagem da armação Segundo Tamaki (2011), as barras de transferência são de aço CA 25,geralmente de seção circular, e lisa, no comprimento padrão de 50 cm e diâmetros que variam de 10 mm a 32 mm. 34 Figura 13: Conferencia da armação A mão-de-obra para o serviço de armação necessita de equipes especializadas, caracterizada por armadores e ajudantes. CONCRETAGEM A concretagem representa a última etapa do ciclo de execução da estrutura. Figura 14: Fluxograma esquemático das etapas da concretagem Fonte: FREIRE (2001). 35 Esta etapa necessita de uma boa gestão e um bom planejamento em todos os fatores que interferem em sua execução, embora ela tenha uma duração inferior quando comparada a outros serviços da estrutura (FACHINI, 2005). A seguir, baseado na proposta do autor supracitado será descrito o processo de concretagem desde o recebimento até sua cura. Para FREIRE (2001), o serviço de concretagem consiste em receber ou produzir o concreto, transportá-lo até o local de aplicação, lançá-lo nas fôrmas, espalhá-lo, adensá-lo, nivelá-lo e dar-lhe o acabamento necessário, para depois curá-lo. A vida útil de uma estrutura de concreto depende da realização correta de sua execução e do controle tecnológico. O controle tecnológico consiste no estudo da dosagem dos materiais constituintes e no controle do concreto produzido (FACHINI, 2005). Na maioria das obras executadas em concreto armado para edifícios residenciais, o concreto é fornecido por empresas subcontratadas. Dificilmente o concreto para fim estrutural é produzido no próprio canteiro. Portanto, este trabalho irá tratar das etapas envolvidas após o seu recebimento na obra. O concreto é recebido na obra em caminhão-betoneira por um profissional qualificado. Este profissional que pode ser funcionário da própria construtora ou de uma empresa subcontratada, que é mais usual. Os itens a serem conferidos são: Verificar na nota fiscal se o concreto recebido está de acordo com o programado; Verificar o horário de saída do caminhão-betoneira da usina e o tempo disponível para descarga do concreto; Verificar a quantidade de água a ser adicionada na obra e se o manômetro está funcionando perfeitamente; Verificar se o lacre do caminhão não foi violado. Os ensaios mais comuns realizados para o controle de recebimento do concreto são o abatimento de tronco de cone (slump-test) e o controle deresistência a compressão (fck), a partir dos corpos de prova moldados na obra. Também é recomendável a realização de vistas periódicas na usina pesagem dos insumos que o compõe, e para conferência do traço contratado. Através desta visita também é possível conferir se o volume de concreto O concreto deve ser transportado do local do armazenamento ou da boca de descarga do caminhão-betoneira até o local da concretagem num tempo compatível 36 com as condições de lançamento; e quanto ao meio utilizado para o transporte, este não deve acarretar desagregação dos componentes do concreto ou perda sensível de água, pasta ou argamassa por vazamento ou evaporação. NBR 14931 (ABNT, 2003). O concreto pode ser transportado pelo caminhão-betoneira até a peça a ser concretada. Quando isso não é possível pode ser feito o uso de ferramentas e equipamentos como carrinho-de-mão, jerica, elevadores de carga, gruas ou bombas. A utilização de bombas para o transporte de concreto permite a continuidade no fluxo do material e a redução da mão-de-obra necessária. As bombas podem ser estacionárias ou acopladas a lanças, e a opção entre elas é função das características do local a ser concretado, tais como, altura e dimensões, além das condições do canteiro. Figura 15: Concretagem A figura exemplifica o transporte do concreto através de uma bomba: 37 Figura 16: Uso da bomba para concretagem Após ser transportado até o local de aplicação, o concreto é lançado nas fôrmas. Esta operação pode ser feita com o próprio equipamento de transporte que, com o auxílio da mão-de-obra preenche o molde do elemento estrutural que está sendo concretado (FREIRE,2001). Apesar de simples, nesta etapa devem ser observados alguns cuidados como: Tempo e altura de lançamento: segundo SÜSSEKIND (1984) apud FREIRE (2001), o concreto deverá ser lançado após o amassamento, não sendo permitido entre o fim deste e o lançamento, intervalo superior à uma hora (exceto em casos com uso de retardador de pega). Além disso, a altura de queda livre não deve ultrapassar 2m; Molhar as fôrmas para evitar a absorção de água de amassamento; Antes de aplicar o concreto, observar a limpeza da armadura; Não lançar o concreto após o início da pega; Observar se todos os equipamentos necessários para as etapas seguintes do lançamento estão disponíveis; O concreto lançado deve ser rastreado, ou seja, devem-se mapear as peças concretadas em função do volume aplicado, do número da nota fiscal e dos caminhões-betoneiras. Este procedimento é importante caso o concreto não atinja resistência prevista. Desta forma, é possível identificar qual peça estrutural utilizou o concreto em questão. Segundo FREIRE (2001), devido à dificuldade de lançar uniformemente o concreto nas fôrmas, após o lançamento, é necessário espalhá-lo. Nessa etapa 38 utilizam-se enxadas ou pás e não se tem o objetivo de nivelar o concreto, mas apenas distribuí-lo por todo o componente estrutural, preenchendo os locais de difícil acesso e facilitando a atividade de nivelamento. O adensamento tem a função de preencher os espaços vazios do concreto, diminuindo a sua porosidade e aumentando a resistência, consequentemente aumentando a vida útil da estrutura (FREIRE, 2001). O adensamento pode ser feito com vibradores de imersão e com régua vibratória. Figura 17: Adensamento O concreto depois de adensado é nivelado superficialmente. Esta etapa do processo também é chamada de sarrafeamento por utilizar um sarrafo apoiado em mestras que estabelecem a espessura da laje. Pode-se utilizar também taliscas de aço, madeira ou argamassa como referência de nível. Para que o nivelamento ocorra é importante que a fôrma esteja nivelada, pois isto facilita o posicionamento correto das mestras, especialmente as com alturas fixas. A partir da referência das mestras o concreto pode ser nivelado com o auxílio de réguas de alumínio. 39 Figura 18: Nivelamento Segundo FREIRE (2001), esta etapa tem a função de dar à superfície da laje a textura desejada. Entretanto, nem todas as obras chegam a executá-la, deixando a laje apenas sarrafeada. Para esse tipo de piso proposto e aplicado apenas o processo de nivelamento, não havendo necessidade de sarrafear. 4.7 DESFORMAS A retirada das fôrmas e do escoramento somente poderá ser feitaquando o concreto estiver suficientemente endurecido para resistir aos esforços que nele atuarem. Um plano prévio de desforma pode reduzir custos, prazos e melhorar a qualidade. A desforma deve ser progressiva a fim de impedir o aparecimento de fissuras e trincas. Também é indicada a utilização de pessoal capacitado para executar a desforma. Sugere-se atribuir o encargo da desforma a, no mínimo, um auxiliar de carpintaria (nunca deixar a cargo de serventes), sob a supervisão de um carpinteiro experiente ou um oficial pedreiro. Evitar utilizar ferramentas que danifiquem as formas ou mesmo a superfície do concreto (nunca usar pés-de-cabra ou pontaletes). Os prazos de desforma definidos pela norma, tanto para concretos com cimento portland comum e cura úmida como para concretos aditivados (com cimento de alta resistência (Usinado 40 inicial). E estimado o tempo para a desforma para esse tipo de piso de dois a três dias. 4.8 CURA DO CONCRETO A realização da cura é fundamental para a garantia da resistência desejada na estrutura, pois evita a ocorrência de fissuração plástica do concreto, uma vez que impede a perda precoce da umidade. Fachini (2005), define cura como um conjunto de medidas com a finalidade de evitar a evaporação prematura da água necessária para a hidratação do cimento, necessários para a sua pega e seu endurecimento. Essa proteção precisa ser feita atentando-se para os seguintes fatos: A cura deve ser iniciada assim que a superfície tenha resistência à ação da água; No caso de lajes, recomenda-se a cura por um período mínimo de 7 dias; O concreto deve estar saturado com água até que os espaços ocupados pela água sejam inteirados por produtos da hidratação do cimento; Figura 19: Cura do Concreto As temperaturas iniciais são as mais importantes para o concreto, sendo as baixas temperaturas mais prejudiciais ao crescimento da resistência, enquanto as altas o aceleram. 41 Dessa forma, no inverno, deve-se tomar cuidado com resistências menores em idades baixas (7 ou 14 dias), enquanto no verão haverá maior crescimento, desde que a cura seja realizada adequadamente. A cura da obra pode ser realizada por, molhagem das fôrmas eIrrigação periódica das superfícies, recobrimento com material para manter a estrutura sempre úmida, podendo ser areia, sacos de aniagem, papel impermeável ou mantas. O melhor agente de cura é a água potável. Na impossibilidade de utilizá-la, pode-se empregar as películas. Essas películas são produtos obtidos por soluções ou emulsões aquosas de resinas e parafinas, que se depositam durante um certo prazo sobre a superfície do concreto, impedindo a dessecação prematura. Após esse período são naturalmente destruídas ou carreadas pela ação das intempéries, restabelecendo a superfície natural do concreto. 42 5 CONCLUSÃO O concreto se destaca por ser um material moldável, que permite uma grande variabilidade para a composição de formas e concepções arquitetônicas diversas, ele apresenta uma boa resistência em grande parte dos tipos de solicitações desde que, corretamente dimensionado, desde que, seja realizado o correto detalhamento das armaduras. O concreto armado possui uma estrutura monolítica que faz com que todo o conjunto trabalhe no momento que a peça é solicitada, ele possui uma matéria-prima de baixo custo e não exige que os profissionais que o usem tenham níveis elevados de qualificação. Desse modo, por se tratar de processos construtivos conhecidos e difundidos em larga escala, o uso do concreto armado tem como principal benefício a sua facilidade e sua rapidez de execução. O presente trabalho permitiu então que fosse realizada uma descrição detalhada sobre o processo construtivo de um piso industrial de concreto armado, e a partir dele, foi possível conhecer esse processo mais detalhadamente, de modo a subsidiar os conhecimentos mais aprofundados sobre o tema. 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, C.A. Construções em alvenaria estrutural de blocos cerâmicos: um breve panorama do empreendimento: aspectos do mercado, importância do planejamento e ações para prevenir falhas frequentes. 1990. Interciência, 1990. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Guia básico de utilização do cimento portland. 7. ed. São Paulo: ABCP, 2002. 28p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. NBR 6118, ABNT, 2014, 238p. 10. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Execução de estruturas de concreto Procedimento. NBR 14931, ABNT, 2004, 53p. BAUER, Luiz Alfredo Falcão. Materiais de Construção. 5. ed. 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