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DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL Grupo de condições inflamatórias crônicas representadas principalmente pela doença de Crohn e pela retocolite ulcerativa, resultantes da ativação persistente e inadequada do sistema imune Ambiente: - Antibiótico antes da primeira infância - Poluição - Alimentação Diferenças de DC X RCU Doença de Crohn Retocolite Ulcerativa Possível acometimento da boca ao ânus Acometimento do intestino grosso (pode haver ileíte de refluxo) Inflamação transmural Inflamação da mucosa Estenose, fístulas e abcessos Maior risco de displasia e câncer Maior risco de displasia e câncer Acontecimento espassado Acometimento contínuo em sentido proximal Inflamação transmural: acomete todas as camadas da parede do intestino → dano da parede Manifestações ● Gastrointestinais da DC Tríade clássica: perda de peso, dor abdominal, diarreia crônica - Esôfago, estômago e duodeno (3-5%): dor epigástrica, odinofagia, diasfagia - Delgado e cólon (40-55%): diarreia alta/baxa, enteropatia perdedora de proteína, anemia - Cólon isolado (20-25%): diarreia, constipação, dor abdominal, sangue nas fezes - Envolvimento do reto (11-26%): dor anorretal e sangramento - Doença anorretal - fístulas, fissura, abscesso (30-40%): urgência, sensação de evacuação incompleta, dor anal, drenagem de secreção pio sanguinolenta ● Gastrointestinais da RCU Mais comuns: tenesmo, dor abdominal e sangue nas fezes - Pancolite (15-20%): pode acometer o reto e cólon, além do transverso: diarreia com sangue, dor e cólica abdominal, fadiga e perda ponderal significativa, febre, perda de apetite, hematoquezia - Colite esquerda (30-50%): acomete reto até flexura esplênica: diarreia com sangue, dor abdominal em cólica, dor em QIE, perda ponderal não intencional - Proctossigmoidite: acomete reto e sigmóide: sangramento retal pode ser o único sintoma, diarréia frequente, pouca quantidade, com sangue, dor abdominal tipo cólica, tenesmo, urgência ● Extraintestinais Pioderma gangrenoso: mais comum no RCU Exames endocópicos ● Enteroscopia com duplo padrão Exame padrão ouro ● VCE Serve para avaliar intestino delgado ● Colonoscopia ● EDA Não faz parte do exame inicial, exceto na infância ACHADOS NA DOENÇA DE CROHN: Nenhum achado é patognomônico - Inflamação descontínua - Úlceras longitudinais - Pedra em calçamento (ilhas de mucosa preservada) - Estenose e fístulas - Preservação do reto ACHADOS NA RETOCOLITE ULCERATIVA - Extensão proximal - Contíua - Demarcação abrupta - Acometimento do reto - Ileíte de refluxo (até 20%) ● Outros achados Pseudopólipos: mostra regeneração pós inflamação prévia intensa Histologia Ileocolites crônicas → injúria epitelial Alterações: - Granulomas - Depleção de mucina - Neutrófilos (atividade) - Microabcessos de criptas - Irregularidade na superfície - Distorção / atrofia de cripta - Perda do gradiente inflamatório - Metaplasia de células de Paneth - Inflamação crônica na lâmina própria Protocolo de biópsias: - Mínimo de 2 amostras para biópsia dos 5 segmentos em frascos diferentes Exames laboratoriais ● Sangue PCR (alta) VHS (alta) Ferritina (alta) Albumina (baixa) Hemograma (leucocitose, anemia de doença crônica e/ou ferropriva, trombocitose) ● Fezes Calprotectina fecal: sinaliza inflamação na luz intestinal - Diagnóstico de DII - Diagnóstico diferencial - Monitoramento do tratamento, principalmente pós cirurgia - Evita exames invasivos continuamente - Indica a realização de colonoscopia se elevada Sinal do pente: ingurgitamento dos vasinhos que irrigam a parede intestinal Exame de imagem ● Entero-RM/ Entero-TC/ USI Diagnóstico Soma dos achados e exclusão dos diagnósticos diferenciais Tratamento Tratamento individualizado ● Expectativas do paciente Segurança Ausência de sintomas Qualidade de vida normal Vida social, sexual e no trabalho ● Metas do médico Remissão profunda com cicatrização da mucosa Evitar hospitalização Prevenir complicações como câncer e estenose Evitar cirurgia de urgência (pior prognóstico) Minimizar o dano intestinal Baixa toxicidade das drogas ● Perfil da doença Atividade Remissão Extensão Gravidade Comportamento ● Perfil da droga Eficácia Segurança Disponibilidade Via de administração ● Perfil do paciente Preferiencia Adesão à terapia Decisão compartilhada Terapia medicamentosa ● Observações Metotrexato só é indicado para doença de Crohn Doença exclusiva ao reto: é mais recomendado o uso exclusivo de suspensório de mesalazina Os imunobiológicos, principalmente Anti-TNF, aumentam muito o risco de tuberculose Step-up acelerado: atualmente é o esquema mais recomendado ● Tabela para o tratamento de RCU PROCTITE Leve a moderada: supositório de mesalazina 1 g/dia Acentuada: pode associar mesalazina oral COLITE ESQUERDA Mesalazina oral 2 a 4g /dia + mesalazina enema 1 a 3 g/dia Casos moderados a grave: corticóide oral PANCOLITE Leve: mesalazina e,4 a 4,8 g /dia Moderada a grave: associar corticóide Quando há corticodependência Associar azatioprina 2 a 2,5 mg/kg/dia Reavaliar em 12 semanas Caso de falha: imunobiológicos - Infliximabe 5mg/kg/ semana 0/2/6 e após a cada 8 semanas COLITE AGUDA GRAVE Internação Hidrocortisona 100mg 6/6h venoso Afastar clostridium Atenção ao megacólon tóxico MANUTENÇÃO DA REMISSÃO PROCTITE LEVE Não há necessidade PROCTITE MODERADA A GRAVE Supositório de mesalazina 3x por semana Demais situações Manter a medicação que levou à remissão Tratamento cirúrgico Pode ser necessário na doença de Crohn ● Epidemiologia 70-85% dos pacientes Probabilidade > 80% após 20 anos de doença ● Indicações Doença localizada Complicações (obstrução, abscesso, estenoses, fístulas, perfuração, hemorragia, megacólon tóxico) Intratabilidade clínica Dependência de corticoides Manifestações extraintestinais graves Retardo de crescimento e desenvolvimento Displasia e câncer Prognóstico da doença de Crohn A doença tende a progredir Azul: atividade inflamatória Janela de oportunidade: 2 primeiros anos, menor atividade e flutuação da atividade inflamatória ● Fatores que pioram o prognóstico Tabagismo Doença extensa Doença perianal Úlceras profundas Diagnóstico < 40 anos Necessidade de corticóide Dano estrutural Dano estrutural diagnóstico Prognóstico da retocolite ulcerativa ● Fatores de pior prognóstico Doença extensa Úlceras profundas Diagnóstico < 40 anos Necessidade de corticóide Infecção por CMV ou C. difficile
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