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1ª QUESTÃO – 15 pontos. A sociedade empresária Restaurante Panela Mineira Ltda., lhe contrata como advogado(a), e lhe informando que Josefina Castro Guimarães, foi empregada do restaurante de 10/05/2008 a 29/09/2018 e que ela ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade empresária, em 15/10/2018. O processo tramita na 13ª Vara do Trabalho de Contagem, sob o número 1000856/2018. Josefina requereu da ex-empregadora o pagamento de indenização por dano moral, alegando que mesmo após laborar por 10 anos na empresa, foi obrigada a pedir demissão. Afirmou que a empresa fornecia plano médico e odontológico gratuitamente. Informou também que recebia prêmios de R$ 500,00 (quinhentos reais) praticamente todos os meses, pagos em razão da criação de pratos exclusivos para o restaurante, assim, requereu que ambos benefícios sejam considerados para fins de base de cálculo para pagamento das verbas rescisórias. Relatou que, no ano de 2018, permanecia, duas vezes na semana, por mais uma hora na sede da sociedade empresária para participar de um culto ecumênico, caracterizando tempo à disposição do empregador, motivo pelo qual requereu o pagamento de hora extra. Requereu a anulação do pedido de demissão e o pagamento dos direitos inerentes da dispensa imotivada por parte do empregador. Formulou um pedido de adicional de periculosidade, mas não o fundamentou na causa de pedir. Requereu por fim o pagamento de adicional noturno, incidente sobre 5 horas, sob o argumento que laborava nos finais de semana (sexta, sábado e domingo) no período de 19 hrs às 23 hrs. Josefina juntou, com a petição inicial, a cópia do cartão do plano odontológico, que lhe foi entregue pela empresa na admissão, circular da empresa que informava a todos os empregados que eles poderiam participar de um culto na empresa, que ocorreria todos os dias após o final do expediente e recibos dos pagamentos dos prêmios recebidos. A empresa lhe entregou pedido de demissão escrito de próprio punho pela reclamante, além de recibo e TRCT com a quitação dos direitos laborais considerando o pedido de demissão. Informou por fim que o restaurante funcionava de segunda à sexta, encerrando as atividades às 23 hrs. Diante da situação, elabore a peça processual adequada à defesa dos interesses da empresa. MM. JUÍZO TRABALHISTA DA 13ª VARA DO TRABALHO DE CONTAGEM – MG Processo nº 1000856/2018. RESTAURANTE PANELA MINEIRA LTDA., já devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe , vem a presença de Vossa Excelência, com fundamento nos termos do art. 847 da CLT, c/c o art. 335, NCPC, aplicável por força do art. 769 da CLT e 15 do NCPC , apresentar defesa na forma de CONTESTAÇÃO À RECLAMATÓRIA TRABALHISTA, que lhe move, JOSEFINA CASTRO GUIMARÃES, também já qualificada nos autos do processo, o que faz de acordo com os fundamentos fáticos e jurídicos a seguir expostos: SINTESE DA INICIAL I - DA EMPREGADA A Reclamada confirma, na integra, que todos os fatos alegados com veemência, que a Reclamante que foi empregada, justamente do restaurante no período de 10/05/2008 a 29/09/2018, ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade empresária, em 15/10/2018. A Reclamante requereu da ex-empregadora o pagamento de indenização por dano moral, alegando que mesmo após laborar por 10 anos na empresa, foi obrigada a pedir demissão. Afirmou que a empresa fornecia plano médico e odontológico gratuitamente. Informou também que recebia prêmios de R$ 500,00 (quinhentos reais) praticamente todos os meses, pagos em razão da criação de pratos exclusivos para o restaurante, assim, requereu que ambos benefícios sejam considerados para fins de base de cálculo para pagamento das verbas rescisórias. Relatou, ainda, que, no ano de 2018, permanecia, duas vezes na semana, por mais uma hora na sede da sociedade empresária para participar de um culto ecumênico, caracterizando tempo à disposição do empregador, motivo pelo qual requereu o pagamento de hora extra. Formulou um pedido de adicional de periculosidade, mas não o fundamentou na causa de pedir. Requereu a anulação do pedido de demissão e o pagamento dos direitos inerentes da dispensa imotivada por parte do empregador. Requereu por fim o pagamento de adicional noturno, incidente sobre 5 horas, sob o argumento que laborava nos finais de semana (sexta, sábado e domingo) no período de 19 hrs às 23 hrs. O processo está tramitando na 13ª Vara do Trabalho de Contagem, sob o número 1000856/2018. II – DA PRELIMINAR DE INÉPCIA EM RELAÇÃO AO PEDIDO DE ADICIONAL DE PERICULOSIDADE Requer o reconhecimento preliminar de inépcia em relação ao pedido de adicional de periculosidade, com a extinção do processo sem resolução do mérito em relação a esse pleito, na forma do Art. 330, § 1º, inciso I, e do Art. 485, inciso I, ambos do CPC/15. III – DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL PARCIAL A Reclamante foi empregada do restaurante no período de 10/05/2008 a 29/09/2018, ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade empresária, em 15/10/2018. A Reclamada argüiu nessa oportunidade a prejudicial de mérito de prescrição das pretensões anteriores a cinco anos do ajuizamento da ação para ver declarado prescrito todo e qualquer suposto direito anterior a 15/10/2013, conforme o Art. 7º, inciso XXIX, da CRFB/88, OU o Art. 11, da CLT OU a Súmula 308, inciso I, do TST. IV – DOS DANOS MORAIS Tendo em vista estes aspectos, a Reclamante requereu da ex-empregadora o pagamento de indenização por dano moral, alegando que mesmo após laborar por 10 anos na empresa, foi obrigada a pedir demissão. A Reclamada apresentou pedido de demissão escrito de próprio punho pela Reclamante, deixando claro que não houve nenhum tipo de coação no pedido de demissão, não sendo devido qualquer indenização por danos morais. Ressalta – se que o ônus de provar o alegado vício de consentimento pertence à autora, na forma do Art. 818, inciso I, da CLT e do Art. 373, inciso I, do CPC/15. Resta saber,que será aceita a tese de negar a prática de qualquer ato ilícito capaz de provocar danos e iludir a empregada, conforme Artigos 186 e 927 CCB. Não existe plausibilidade legal, para tal feita em prejuízo da Reclamada. Requer, portanto, a improcedência do pedido. V - DO PLANO ODONTOLÓGICO Com relação ao plano odontológico, não é caracterizado como salário utilidade por expressa vedação legal, na forma do Art. 458, § 2º, inciso IV e § 5º, da CLT, daí porque não poderá ser integrado ao salário da ex - empregada. VI - DO CULTO ECUMÊNICO Em virtude dos fatos mencionados, ainda no ano de 2018, permanecia se na dependência facultativa liturgia, duas vezes na semana, por mais uma hora na sede da sociedade empresária para participar de um culto ecumênico, caracterizando tempo à disposição do empregador, que deve ser remunerado como hora extra, o que requereu. Diante do exposto, cabe ressalvar o pedido de tempo à disposição porque a participação voluntária do empregado em práticas religiosas dentro da empresa não o caracteriza, por explícita vedação legal, na forma da legislação vigente do Art. 4º, § 2º, I, CLT, não devendo, portanto ser remunerado como hora extra. VI – DO ADICIONAL NOTURNO A Reclamante requereu o pagamento de adicional noturno, incidente sobre 5 horas, sobre finais de semana; porém a incidência conforme o art. 7º, IX da Constituição Federal e artigo 73 da CLT, deve ocorrer sobre 1 hora, pois o estabelecimento encerrava suas atividades às 23:00 , de segunda a sexta – feira. Nas cidades, está inserido nessa modalidade quem trabalha entre às 22 horas e às 5 horas da manhã seguinte. VIII – DO PRÊMIO A Reclamante requereu que o prêmio recebido com regularidade fosse integrado à base de cálculo para pagamento das verbas rescisórias. Resta saber que parágrafo 2º do artigo 457 deixa claro que os prêmios não integram o salário nem constituem base de incidência de encargos.Já o parágrafo 4º define o que são prêmios, determinando de maneira expressa que a premiação deve ser necessariamente relacionada a desempenho. Dessa forma, podemos concluir que a empresa pode pagar premiação aos seus empregados, sem integração destes valores ao salário, desde que a premiação esteja diretamente relacionada a um desempenho superior ao esperado, no caso em questão, o prêmio se dava em razão da produção de pratos exclusivos para o restaurante. Requer, portanto, a improcedência do pedido. IX - DA INDENIZAÇÃO DAS DESPESAS COM ADVOGADO E HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA A reclamada pugna pela condenação da reclamante ao pagamento de indenização por ter contratado advogado particular e honorários de sucumbência com fulcro no art. 85 do NCPC. Não merece razão o obreiro porquanto na justiça do trabalho vige o jus postulandi, o que faculta ao reclamante ingressar com a ação sem o auxílio de um advogado, de maneira que, poderá receber o valor pleiteado de forma integral, sem a obrigatoriedade de contratação de profissional habilitado. X - DAS COMPENSAÇÕES, DEDUÇÕES E RETENÇÕES Requer sejam compensadas as verbas pagas e comprovadas nos autos das que são pleiteadas pelo reclamante para evitar de incorrer em bis in idem. Seja ainda deduzida da parcela do obreiro as contribuições previdenciárias devidas ao INSS calculado sobre as verbas de natureza salarial. Por fim a retenção do Imposto de Renda devido, aplicado sobre as parcelas incidentes nos termos da lei. XI - DOS REQUERIMENTOS FINAIS Ante todo o exposto, requer o acolhimento das preliminares nos termos da fundamentação e no mérito requer seja a presente ação julgada IMPROCEDENTE pela ausência de fundamento fático e jurídico que embase as teses do reclamante. Requer a renovação das preliminares de inépcia e prescrição. Requer ainda a condenação do reclamante em multa de 1% sobre o valor da causa pela litigância de má-fé amoldada no art. 80, inciso II, NCPC, pela alteração da verdade fática, bem como nos termos do art. 85 do NCPC no pagamento de honorários advocatícios. Por fim, requer a condenação do reclamante no pagamento de custas processuais e dos honorários do perito em caso de sucumbência no pedido. Nestes termos, Pede deferimento Local, data. Advogado OAB XXXX 2ª QUESTÃO – 5 pontos. Antônio foi contratado pela Fundação Carros Velhos, para trabalhar na filial localizada em Conselheiro Lafaiete, em 10 de outubro de 2016. A contratação ocorreu em São Paulo, local onde está localizada a matriz da empresa. Foi despedido em 20 de julho de 2020, sob alegação de justa causa por ter chegado atrasado para o trabalho, ocasião em que recebia salário mensal de R$ 1.000,00 (mil reais). Nada lhe foi pago a título de verbas rescisórias. Não existiam férias vencidas nem 13º salário em atraso. Como advogado (a) de Antônio, diante do caso narrado, informe tudo que é possível requerer na reclamatória trabalhista para Antonio? Informe o juízo competente. O juízo competente é o do local da prestação do serviço, portanto, Conselheiro Lafaiete. Antônio poderá requerer na reclamatória trabalhista: Saldo de salários; Salário-família (quando for o caso); Horas extras ou pagamento de saldo de banco de horas (se houver); Depósito do FGTS do mês anterior e/ou do mês da rescisão.
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