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Lucas Fraga – Medicina UFR turma 4 Contraceptivos Considerações Gerais • Um método contraceptivo pode ser avaliado em relação a sua eficácia com base no chamado índice de Pearl (principal avaliador de acordo com OMS) que se refere no número de gestação que se teve em 100 mulheres usando determinado método contraceptivo durante 1 ano. Ou seja, quanto menor o índice mais eficaz é o método. A OMS recomenda que os métodos contraceptivos tenham índice menor que 4%, sendo que os métodos mais eficazes possuem índice menor que 1%. Lucas Fraga – Medicina UFR turma 4 Tipos de métodos contraceptivos Métodos Comportamentais • Eles se baseiam na idéia de praticar abstinência sexual no período em que a mulher se encontra possivelmente fértil, ou seja, no período ovulatório da mulher, lembrando que Lucas Fraga – Medicina UFR turma 4 esperma vive até 72 hrs na vagina e o óvulo vive até 48 hrs pós-ovulação. Por isso esses métodos necessitam sempre de uma margem de segurança e essa margem de segurança varia conforme o método adotado. Lembrando que para aplicar esses métodos é necessário ter um ciclo menstrual regulado. Logo, não pode usar esses métodos logo após a menarca e na perimenopausa, pois esses períodos ocorrem ciclos muito irregulares. Além disso eles não protegem contra IST’s. Os métodos disponíveis são vários, sendo: • Método de Ogino-Knaus: Também conhecido como “tabelinha”, aqui a mulher deve calcular seu ciclo menstrual por 6 meses seguidos e ver a diferença entre o ciclo mais longo e o mais curto, se a diferença for maior que 10 dias esses métodos não pode ser usado. Caso dê menos que 10 dias pode usar e o método consiste em subtrair 18 do ciclo mais curto, sendo que o resultado é o dia em que a abstinência deve começar. Aí subtrai 11 do ciclo mais longo e o resultado é o dia em que pode parar a abstência sexual. Exemplo ciclo mais longo é 32d e o curto é 26d. 26-18= 8. 32-11= 21. Logo a abstência sexual deve ser durante o 8º até o 21º dia do ciclo menstrual da mulher. • Método da temperatura corporal: Aqui a mulher deve medir a Tº todos os dias pela manhã. A idéia é que após a ovulação a mulher tem sua Tº corporal aumentada em 0,3-0,8 ºC devido a secreção de progesterona pelo corpo lúteo. Aqui não tem como prever antes quando será a ovulação, logo a abstinência envolve toda a primeira parte do ciclo menstrual até o 4º dia de elevação de Tº constatada. Geralmente a Tº fica elevada por 11 a 16 dias. Se for menos que isso indica insuficiência do corpo lúteo e se for mais indica gravidez, pois aí o corpo lúteo vai continuar sendo mantido pelo beta-hCG do sinciciotrofoblasto. O problema desse método é que tem-se várias variáveis externas que afetam a Tº corporal. • Método do Muco cervical: Ele consiste na idéia de que o muco se modifica ao longo do ciclo menstrual. No início do ciclo o muco não é perceptível. A mulher começa percebê-lo próximo da ovulação, sendo que é espesso e pegajoso e quanto mais perto da ovulação ele fica mais elástico e parecido com clara de ovo. Após ovulação fica mais turvo e perde eslasticidade. Aqui a abstinência envolve apartir do momento em que a mulher começa a perceber o muco ou lubrificação vaginal até o 4º dia após a percepção de máxima lubrificação. Tem altos índices de falha, devido percepção precoce do muco, infecções que geram leucorreia... Lucas Fraga – Medicina UFR turma 4 • Método sintotérmico: Envolve associação do método da temperatura com o do muco, com intuíto de aumentar eficácia. • Coito interrompido: Se trata de retirar o pênis da vagina na hora de ejacular para que a ejaculação ocorra fora da vagina. O problema é que o muco liberado no início da ejaculação pelas glândulas bulbouretrais tem um pouco de esperma e nem sempre o homem consegue ter o controle de ejacular fora. Logo, índice de Pearl chega ser bem alto (25%), sendo esse método recomendado somente quando não houver outros disponíveis no momento. • Medidor portátil de hormônios: Aqui temos o medidor de LH e o medidor de gliconato de estriol, sendo que esses aparelhos identificam níveis hormonais na urina e indica o período fertíl da mulher. Não é comum no brasil. Métodos de Barreira • São métodos que envolve uma barreira química ou física que impede a ascenção do espermatozoide da vagina para o útero. Aqui temos: a) Preservativos masculino e feminino: Eles são bons porque é barato, protege contra IST’s, somente não proteje contra HPV pois pode haver contato pele a pele por partes não protegidas pelos preservativos e aí transmite. Se usados corretamente possuem baixo índice de Pearl. b) Espermicida: Eles são substâncias químicas que “matam” os espermatozóides, sendo que são pomadas colocadas dentro da vagina antes da relação e tem duração de 2hrs. Devem ser sempre associado a outro método de barreira pra ser mais eficaz se é contraindicado em casos de IST’s (AIDS principalmente) pois causa microfissuras na parede vaginal e aumenta chances de transmissão de IST’s. O mais usado é o nonoxinol-9 a 2%. c) Diafragma: É um dispositivo, tipo um chapeuzinho que cobre o colo do útero. Esse método deve ser associado ao espermicida para aumentar eficácia. É necessário a avaliação do médico para medir o tamanho do colo uterino e indicar o tamanho correto do diafragma. É colocado antes do coito e deve ser retirado somente 6-8hrs depois para dar tempo do espermicida agir e matar os espermatozóides. d) Esponja: É tipo um diafragma, mas já vem com espermicida. Lucas Fraga – Medicina UFR turma 4 e) Capuz cervical: Não é disponível no Brasil e é tipo um diafragma, devendo ser associado junto com espermicida. Aqui mulheres com prolapso podem usar, diferente do diafragma que não podem. Dispositivos Intrauterinos • Eles são feitos de polietileno e são colocados dentro do útero, sendo que tem vários tipos, uns que liberam substância metálica (cobre), outros que liberam hormônio (mirena) e outros que não liberam nada (chamados de inertes). Os que liberam substância são chamados de “ativos”, “medicados”. Um exemplo do inerte é o DIU em alça de Lipps. • Os DIU possuem ação imediata logo após colocados, não precisando “esperar” para fazer efeito. E sua contracepção acaba logo após serem retirados, retornando imediatamente à fertilidade. Diu de Cobre • Possui baixo índice de Pearl (0,8%), sendo muito eficaz. Eles precisam ser trocados a cada 10 anos, sendo que sua eficácia é mantida por todo o período. • Mecanismo de ação: O DIU de cobre consiste no DIU de polietileno e nas hastes tem um espiral do cobre. Somente pela implantação do DIU já gera uma reação inflamatória no endométrio uterino. Aí o cobre aumenta o processo inflamatório, que pode extender até as tubas e colo uterino. Esse processo inflamatório altera muco cervical, ocorrendo inviabilização dos espermatozóides (não conseguem se movimentar até as tubas), impedindo a fecundação. Além disso, a inflamação deixa o ambiente uterino infértil para a implantação de um possível blastocisto que possa ter sido formado. Lembrar que DIU de cobre não impede a ovulação. • Colaterais: Aumento do fluxo menstrual e piora dismenorreia (da mais cólica). Logo se tiver anemia deve corrigir antes de por o DIU de cobre. • Vantagens: Não gera colaterais do uso de hormonios, é um método de longa duração e que quando retirado a mulher já consegue engravidar logo em seguida, não diminui libido, não interfere no aleitamento materno, pode usar logo após o parto, pode ser usado até 1 ano após a menopausa, não interage com outras medicações. Lucas Fraga – Medicina UFR turma 4 DIU de Levonorgestrel (Mirena) • É um DIU, conhecido como Sistema Intrauterino Liberador de Levonorgestrel (SIU-LNG), que possui um reservatório de levonorgestrel (progestágeno derivado da testosterona) que libera diariamenteo hormônio na cavidade uterina. Ele possui eficácia melhor que o de cobre, só que tem que ser trocado por tempo menor (cda 5-7 anos geralmente). • Mecanismo de Ação: Consiste no efeito da progesterona em si que é liberada, logo temos: alteração muco cervical (fica mais espesso), inviabilizando a motilidade dos espermatozóides o que impede a fecundação. A progesterona impede o efeito proliferativo do estradiol sob o endométrio, deixando-o fino (atrofiado) e “infertil” para implantação. A progesterona sempre alta inibe o pico de LH, logo aqui a ovulação pode ser inibida (ainda ocorre na maioria das vezes). Lembrando que o estradiol aqui é produzido normalmente e assim temos lubrificação vaginal preservada. • Efeitos colaterais: Principal é sangramentos de escape (spotting ou sangramento irregular) nos primeiros 5 meses, que são sangramentos irregulares, clássicos do uso de progesterona isolada, sendo o principal motivo do abandono do método. Pode-se ter cefaleia, nauseas, acne, mastalgia, ganho de peso, mas é raro. Devido a atrofia endometrial, mtas mulheres ficam com amenorreia (20% no 1º ano e 50% no 2º ano). • Vantagens: Reduz fluxo menstrual e duração da menstruação (logo previne anemia devido perca sanguínea alta na menstruação e controla menorragia), reduz dismenorreia, não altera P.A, perfil lipídico e fatores de coagulação. Complicações do uso de DIU • Perfuração uterina, expulsão do DIU (ocorre mais em nulíparas). • Dismenorreia e sangramento intenso (DIU de cobre da isso): Isso é corrigido usando AINE’s. • DIP: De acordo com CDC 2015 não existe evidências suficientes para correlacionar a DIP com o uso de DIU. Lucas Fraga – Medicina UFR turma 4 • Gravidez ectópica: No caso das raras pessoas que engravidam usando o DIU, a chance de ocorrer uma gravidez ectópica nelas é maior. Isso não é contra-indicação para colocar DIU em mulheres que já tiveram gravidez ectópica anterior. Orientações Gerais • O melhor momento para colocar o DIU é durante a menstruação, justamente porque sabe- se que a mulher não está gravida e porque o colo uterino fica mais aberto e fica mais fácil de colocá-lo. • Em casos de gravidez usando DIU, ele deve ser retirado até a 12º semana devido ao risco de causar uma infecção e levar ao aborto. Cerca de 50% das mulheres que engravidam usando DIU terão aborto espontâneo. • Em casos de desenvolvimento de DIP usando o DIU, deve-se iniciar com atb e caso não melhora em 48hrs, ele deve ser retirado (isso é controverso e alguns autores falam que não precisa retirar). • O DIU pode ser colocado logo após o aborto ou o parto, desde que não haja infecção. • Contra-indicações do uso de DIU: Gravidez, infecção puerperal, aborto infectado, Ca colo útero, infecções na cavidade uterina ou vagina, morfologia uterina alterada, miomas no útero... Contracepção Hormonal • Os contraceptivos hormonais podem ser associação entre estrogênio + progesterona ou ser somente de progesterona isolada. Eles podem ser usados sob diversas vias: oral, injetável, vaginal, transdérmico e implantes. Mecanismo de Ação, Tipos e Colaterais • No caso dos que tem Progesterona + estrogênio (combinados) ocorre bloqueio do eixo central: FSH e LH são bloqueados. O progestágeno inibe o LH e o estrogênio inibe o Lucas Fraga – Medicina UFR turma 4 FSH, logo não ocorre amadurecimento folicular (pois não tem FSH) e não ocorre ovulação (pois não tem pico de LH). • No caso dos que tem somente progestogênios (isolados), como a minipílula, o mecanismo principal é por tornar muco cervical espesso (impede motilidade do espermatozóide) e causar atrofia do endométrio (impede implantação, caso ocorra a fecundação). Como ela inibe o eixo central, no caso principalmente o LH, a ovulação pode não ocorrer (no caso do cerazette que é desogestrel, a ovulação é inibida em 97% dos casos). O próprio amadurecimento folicular pode não ocorrer também. • No caso o problema de usar progesterona isolada é que elas causam comumente o sangramento de escape e para contornar isso associamos estrogênio. Progestágenos isolados também causam amenorreia persistente, que pode ser indejesável em algumas mulheres que gostam de menstruar. • Os progestágenos usados nos anticoncepcionais podem ser derivados da progesterona, da testosterona e da espironolactona. Dependendo do derivado eles vão ter características específicas. Os derivados da testosterona têm maior efeito androgênico. Os derivados da progesterona e espironolactona tem efeito antiandrogênico (exceto a medroxiprogesterona que é derivado da progesterona mais tem efeito androgênico). A drospirenona (derivado da espironolactona) e gestodeno tem efeito antimineralocorticoide. Lucas Fraga – Medicina UFR turma 4 • Colaterais: O principal efeito colateral dos estrogênios é o aumento do risco de tromboembolismo. Alguns progestágenos também aumentam esse risco (desogestrel). Importante lembrar que tabagismo aumenta muito o risco tromboembólico, ainda mais quando associado com um ACO combinado. Quanto maior a dose do estrogênio usado maior o risco tromboembólico, só que se a dose for muito baixa ocorre sangramento de escape aí tem que aumentar a dose. Anticoncepcional Oral (ACO) • Eles são o método contraceptivo reversível mais usado do mundo. • Pode ser do tipo combinado (P + E) ou isolado (só P, que são as minílulas). Anticoncepcional Oral Combinado • Eles podem ser monofásicos, bifásicos ou trifásicos, sendo que isso é em relação a dose hormonal. Os monofásicos todos comprimido tem a mesma dose de hormônios, nos bifásicos e trifásicos as doses variam nos comprimidos para tentar simular o ciclo menstrual. Lucas Fraga – Medicina UFR turma 4 • O momento de início de uso é no 1º dia da menstruação. Caso queira usar fora disso tem que confirmar se não está gravida e ainda usar um método de barreira por 7d após o início. • O estrogênio mais usado na associação é o etinilestradiol. Já os progestágenos tem vários que podem ser usados e deve ser escolhido aquele conforme a particularidade de cada pessoa, visto que temos progestágenos derivados da progesterona (17- hidroxiprogesterona), da testosterona (19-nortestosterona) e da espironolactona, sendo que cada um possui características diferentes conforme sua origem. • O progestagênio usado aqui pode ser de vários tipos. Dos derivados da 17- hidroxiprogesterona (derivados da progesterona) temos o acetato de ciproterona e acetato de clormadiona. Nos derivados da testosterona temos vários e no da espironolactona temos a drospirenona. Aí qual vai utilizar depende do efeito desejado, se quer um efeito mais androgênico ou efeito antiandrogênico. • Modo de usar: tem vários jeitos, temos cartelas com 21 comprimidos, aí toma por 21 dias direto e depois para por 7 dias (para que ocorra menstruação em mulheres que desejem isso) e depois retorna novamente. Temos esquemas também de 24 comprimidos e para por 4 dias e depois retorna. Temos também esquemas de uso contínuo com 28 comprimidos aonde nunca para de tomar, aí nesses casos podemos ter 7 comprimidos que seriam placebos para que a mulher menstrue ou então sem placebo aí a mulher não irá menstruar. Logo deve-se saber o desejo da mulher. Lembrando que os ACO podem ser usados continuadamente desde adolescência até menopausa, sem necessidade de parar o uso. Em caso de esquecimento de tomar 1 pilula, tomá-la logo ao lembrar e retornar a toamr as outras no horário habitual. Se esquecer de tomar 2 pilulas ou mais, deve-se retornar a tomar as pilulas e usar preservativos por 7 dias. • Contra-indicações: Lactante com menos 6 mês pós-parto, até 21º dia pós-parto (devido risco trombose), vários fatores de risco pra doença cardiovascular, hipertensão arterial, história atual ou prévia TVP ou emboliaarterial, AVC atual ou prévio, fumante com mais de 35 anos de idade, LES, hepatopatias, CA mama, uso de anticonvulsivantes ou rifampicina (diminuem efetividade do ACO), enxaqueca, DM complicado. • Vantagens: Regulariza ciclo menstrual, se for antiandrogênico melhora hirsutismo e acne, melhora TPM, reduz risco ca ovário e endométrio, diminui fluxo menstrual, aumenta densidade óssea, previne endometriose, diminui risco DIP/gravidez ectópica e doença trofoblástica gestacional. Lucas Fraga – Medicina UFR turma 4 Minipílula • Elas são progestágenos isolados em baixas doses quando comparada as doses dos ACO (1/2 a 1/10 da dose) sendo indicadas principalmente para lactantes, nas quais tem maior eficácia já que a lactação já tem um efeito anticoncepcional e aí a minipílula só “reforça” essa anticoncepção. Ela pode ser iniciada em qualquer momente pós-parto já que não tem efeitos na produção do leite e nem causa efeitos negativos para o lactente. • Mecanismo de ação: É os efeitos da progesterona já citados acima, torna o muco cervical espesso (impede mobilidade espermatozóide), causa atrofia endometrial (impede implantação) e dependendo da minipílula usada pode ter mais chances de causar anovulação ou não. Se for nortisterona, levonorgestrel e linestrenol a ovulação ainda ocorre em 50% dos casos. Já se for desogestrel (cerazette), a qual já contém uma dose um pouco maior de progestágeno a ovulação ocorre somente em 3% dos casos. • Modo de uso: Deve ser usada diariamente e no mesmo horário. Se usada por lactantes a taxa de falha é de somente 0,5%. • Efeitos colaterais: São os mesmos do uso de progesterona isolada já citado, como: sangramento de escape (spotting), amenorreia persistente, fluxo menstrual alterado (abundante ou prolongado). Pode-se ter cefaleia e sensibilidade mamária. • Contra-indicações: História atual de trombose e embolismo, doenças cardiovasculares atual ou passada (AVC, isquemia), CA de mama, enxaqueca, hepatopatias, LES, em uso de rifampicina e anticonvulsivantes. Anticoncepcionais Injetáveis Trimestrais • Eles são progesterona isoladas, sendo que a mais utilizada aqui é a medroxiprogesterona de depósito (AMPD), em que são feitas aplicações na dose 150 mg I.M a cada 3 meses e seu efeito dura por cerca 14 semanas inibindo a ovulação, Lucas Fraga – Medicina UFR turma 4 atrofiando endométrio e espessando muco cervical (efeitos da progesterona). Tem Pearl 0,3%. Deve ser iniciada até o 5º dia do ciclo menstrual e repetir a dose a cada 90 dias. • Efeitos Colaterais: Como é via I.M e fica em depósito, pode ocorrer da mulher ficar até 9 meses com infertilidade após cessar seu uso, depressão, amenorreia (50% dos casos), sangramento irregular (de escape), alteração fluxo menstrual, ganho de peso, acne, queda cabelo, mastalgia, alteração humor e libído, pode diminuir densidade óssea mas é reversível. • Contra-indicações: Lactante com menos 6 mês pós-parto, hepatopatias, história atual trombose e embolismo, fator risco pra doenças cardiovasculares, AVC atual ou passado, CA mama, hipertensão complicada, DM complicada, LES. Mensal • Eles são compostos de progesterona + estrogênio, sendo que a diferença entre eles e os ACO combinados é que os injetáveis mensais possuem estrogênio natural, eqto o estrogênio dos ACO combinados é sintético. Isso dá maior segurança no uso dos mensais. As combinações podem ser: di-hidroxiprogesterona + estradiol, noretisterona + estradiol, medroxiprogesterona + estradiol. Devem ser usados mensalmente via I.M de preferência sempre no mesmo dia do mês. • Devem ser iniciados até 5º dia de ciclo menstrual ou em qlq momento desde que tenha certeza de ausência de gravidez. Aqui diferente dos trimestrais, somente 1% das mulheres ficam com amenorreia e a maioria regulariza seu ciclo com 6 mês de uso. O retorno da fertilidade ocorre geralmente após 4 meses do término de uso. Ele é bom em relação os ACO combinados porque não precisa tomar diariamente. • Contra-indicações (mesmo dos ACO): Lactantes menos 6 mês pós-parto, até 21º dia pós- parto, Fator risco pra trombose, fumante com mais 35 anos, fator risco pra doença cardiovasculares, hipertensão, história prévia ou atual de trombose ou embolismo, AVC atual ou passado, isquemia atual/passada, enxaqueca, CA mama, DM complicado, hepatopatia. • Efeitos adversos: Mesmos dos ACO combinados. Lucas Fraga – Medicina UFR turma 4 Contraceptivos de Implante subdérmicos • Se trata de um dispositivo que é colocado na face medial do braço 6cm proximal ao cotovelo entre biceps e triceps sob uso de botão anestésico. Ele é composto de progesterona isolada (etonorgestrel) que tem ação por até 3 anos liberando hormônio diariamente. Tem Pearl 0,05. • Vantagens: Diminui dismenorreia e melhora TPM. • Desvantagens: Causa amenorreia (que pode ser bom ou ruim dependendo da opnião da mulher), exige profissional treinado pra colocar, mulher obesa tem maior chance falha. • Contra-indicações: mesmas dos injetáveis trimestrais. Contraceptivos de adesivos transdérmicos • São compostos por progesterona + estrogênio. Geralmente é etinilestradiol + norelgestromina e se trata de adesivos que são colocados sobre a pele, geralmente em região glúteo, braço, abdmômen. Não pode colocar em mamas, cabeça, pescoço, genitália e MMII. Tem Pearl 0,3-0,8%. • É utilizado 1 por semana e na quarta semana para para ocorrer a “menstruação”. Eles têm ação, efeito adversos e contra-indicação igual aos do ACO combinados. As vantagens aqui é que não precisa tomar diariamente, não ocorre primeira passagem hepática, não tem mudanças na absorção caso tenha-se problemas gastrointestinais. Anel Vaginal • Se trata de um anel que possui uma combinação de progesterona + estrogênio (etonogestrel + etinilestradiol) e é posicionado no final da vagina no fundo de saco pela própria mulher e fica lá por 3 semanas quando é descartado. Lembrando que diferente do diafragma a posição do anel não precisa ser certinho visto que aqui não é método de barreira e sim hormonal. Aí usa por 3 semanas e fica 1 semana sem usar para ocorrer a “menstruação”. Lucas Fraga – Medicina UFR turma 4 • Mecanismo de ação, contra-indicação e efeitos adversos é os mesmos dos ACO combinados. As vatagens aqui é que não tem risco de esquecimento de tomar diariamente, não possui primeira passagem hepática, causa uma menor flutuação hormonal. • O que a mulher costuma reclamar aqui é um incomodo vaginal e pode ocorrer do anel escapar e se ficar fora por mais 3 horas tem que utilizar método adicional contraceptivo. Método da Lactação e Amenorreia • A LAM (Método lactação e amenorreia) se trata basicamente da amamentação provocar uma contracepção natural para mulher, sendo que é eficaz nos primeiros 6 meses após o parto. A lactação impede a gravidez devido a supressão central que a prolactina causa, inibindo LH e FSH, assim não ocorre ovulação e também porque prolactina alta induz secreção dopamina que é seu regulador negativo, e a dopamina alta causa desrregulação na secreção pulsátil de GnRH e assim não ocorre os picos hormonais e não ocorre ovulação e tem-se amenorreia. Se sob amamentação materna exclusiva até os 6 meses esse método tem Pearl de 0,5%. Para saber se o método está sendo eficaz ou não é importante ver se está tendo amenorreia e assim que a menstruação voltar já é hora de iniciar o uso de um método anticoncepcional, isso geralmente ocorre após 6 meses pós- parto. Contracepção de Emergência • É indicada em casos de falha de um método utilizado ou por sexo desprotegido. Ex: rompimento de preservativo, sexo desprotegido esporádico. Importante lembrar que esse não deve ser utilizado como método contraceptivo de rotina. Os disponíveis são: a) Levonorgestrel isolado: Consiste em utilizar 2comprimidos de levonorgestrel 0,75mg de 12/12h ou tomar 1,5mg em dose única, preferencialmente 72hrs após a relação ou até 5 dias. Esse é o método de escolha, com menos colateral e maior eficácia. b) Método Yupze: Consiste usar levonorgestrel + etinilestradiol na dose total de 1 mg e 0,2 mg respectivamente. Vão ser tomados em 2 doses de 12/12h e a quantidade de comprimidos depende da concentração. Ex: se for pilulas de 0,05mg de etinilestradiol e Lucas Fraga – Medicina UFR turma 4 0,25mg de levonorgestrel é necessário 2 pilulas de cada um 12/12h. Aqui também é preferencialmente 72hrs após a relação ou até 5 dias. c) DIU de Cobre: Esse método não é permitido no Brasil e consiste em colocar DIU cobre até 5 dias após a relação. • Lembrando que contracepção de emergência não provoca aborto justamente porque ela atua somente impedindo a fecundação, sendo que depois de ocorrido a fecundação não provoca mais nada. Ela impede a fecundação pelos mesmos mecanismos já citados anteriormente que a progesterona. Se tomado antes da ovulação vai impedir a ovulação. Se tomado depois vai alterar muco cervical e impedir mobilidade dos espermatozóides. Quanto mais demora pra usar menor é a eficácia. O método de levonorgestrel é o mais eficaz. Contracepção Cirúrgica • É um método definitivo e irreversível. Esterilização Feminina • A laqueadura aqui pode ser realizada de várias formas e em diferentes momentos. Por exemplo pode ser feito em qualquer cirurgia que se faça uma laparotomia, como uma cesárea por exemplo. Além disso, pode ser feito em outros momentos exclusivos para isso como logo após o parto vaginal (minilaparotomia pós-parto vaginal que usa anestesia local), em ambulatório em intervalo entre as gestações (minilaparotomia no intervalo) ou em uma videolaparoscopia eletiva (requer anestesia geral). Essa laqueadura pode ser por diferentes técnicas. Podemos fazer também esterilização através de uma histeroscopia em que faremos a canalização das tubas com um dispositivo. Esterilização Masculina • Aqui fazemos a vasectomia que é feito sob anestesia local e consiste na ressecção do ducto deferente. Importante lembrar que não deixa o homem impotente e que deve-se usar métodos contraceptivos por 3 meses após cirurgia devido poder conter espermatozóides ainda no ejaculado. Lucas Fraga – Medicina UFR turma 4 Legislação • Só é permitido a esterilização em maiores de 25 anos ou com 2 ou mais filhos vivos. E o tempo entre o procedimento e a decisão deve ser de pelo menos 60 dias, período no qual será conversado com a pessoa certinho se é realmente isso que ela deseja. • Outro caso que é permitido a esterilização é quando ocorre risco de vida para a mulher ou pro futuro concepto, aí tem que ser assinado em relatório por 2 médicos. • Ver anotação da aula da Larissa.
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