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Farmacologia Prof. Marcelo Duzzioni – Aula 5 Cecilia Antonieta 82 A 1 FÁRMACOS COLINOLÍTICOS ANTAGONISTA MUSCARÍNICOS Algumas vezes chamados de parassimpatolíticos. Compostos de ocorrência natural com atividade anti- muscarínica (parassimpatolítica) usados como: medica- mentos, venenos, cosméticos. CLASSIFICAÇÃO OCORRÊNCIA NATURAL atropina (Atropina belladonna e Datura stramoniun) mistura racêmica, escopolamina (Hyoscyamus niger). SEMISSINTÉTICOS E SINTÉTICOS AMINAS TERCIÁRIAS pirenzepina, tropicamida, benztropina (Parkinson) dicicliomina/dicicloverina. AMINAS QUARTERNÁRIAS propantelina, glicopirrolato, ipratópio (asma), tiotrópio (DPOC). EFEITOS E APLICAÇÃO CLÍNICA SNC DOENÇA DE PARKINSON diminuem o tremor mais que a rigidez e hipocinesia, (benztropina e triexifenidil). TRANSTORNOS VESTIBULARES especialmente do movimento (escopolamina- atravessa BHE). Em doses tóxicas a escopolamina, mais que a atropina, causa: excitação, agitação, alucinações e coma. OLHOS midríase, impedem a contração do músculo ciliar → visão borrada → ciclopegia. Quando a pupila se dilata a drenagem do humor aquoso (canal de Schlemm) é impedida → glaucoma. SISTEMA CV inibição M2 → taquicardia, bloqueio da vasodilatação (ACh + M3 → NO). TGI ↓motilidade, ↓secreções (salivar; gástrica- ácido, mucina e pepsina). Endoscopia, síndrome do cólon irritável (atropina ou dicilomina v.o.), úlcera péptica (pirenzepina). SISTEMA RESPIRATÓRIO broncodilatação e ↓secreções. Asma e DPOC- inalação (ipratrópio), menos efetivo que β-adrenérgicos no tratamento da asma; pré-medicação anestésica inalatória atropina (EV). TRATO GENITOURINÁRIO relaxamento do músculo de- trusor e contração do esfíncter da bexiga → retenção urinária. Incontinência urinária. EFEITOS ADVERSOS Confusão (cautela: pacientes geriátricos, comprometi- mento cognitivo), constipação, retenção urinária, mi- dríase, visão borrada, aumento da frequência cardíaca. ANTAGONISTA NICOTÍNICOS: BLOQUEADO- RES GANGLIONARES Competitivamente bloqueiam a ação da ACh e agonistas similares NN dos gânglios autonômicos simpático pa- rassimpático. Alguns membros do grupo também bloqueiam o canal iônico. Devido à falta de seletividade, promovem ampla faixa de efeitos indesejados. FÁRMACOS TETRAETILAMÔNIO curta duração de ação. HEXAMETÔNIO muito da sua ação é devida ao bloqueio do canal. MECAMILAMINA absorção por v.o., atravessa a BHE. TRIMETAFANO curta duração de ação, inativa oralmente, administrada por via EV. EFEITOS SNC MECAMILAMINA atravessa a BHE → sedação, tre- mor, movimentos coreiformes e aberrações mentais. OLHOS ciclopegia (músculo ciliar) → perda da acomoda- ção. Muitas vezes moderada dilatação (predomínio do tônus parassimpático). SISTEMA CV ↓PA (↓RVP), moderada taquicardia. TGI ↓secreções, constipação. Buscopan escopolamina, bloqueia contrações do útero. Dilatação de pupila antagnonista muscarínico ou agonista adrenérgico. Alguns autores consideram atropina um agonista inverso. Farmacologia Prof. Marcelo Duzzioni – Aula 5 Cecilia Antonieta 82 A 2 USO CLÍNICO Infrequente pois agentes bloqueadores autonômicos mais seletivos estão disponíveis. MECAMILAMINA possível adjuvante com a nicotina transdérmica para reduzir a fissura por nicotina em paci- entes que estão tentando parar de fumar. AÇÃO CENTRAL bloqueia o efeito de recompensa da nicotina. TRIMETAFANO indução de hipotensão em cirurgias (↓sangramento). Emergências hipertensivas. BLOQUEADORES NEURO-MUSCULARES JUNÇÃO NEUROMUSCULAR ACh é o principal neuro- transmissor, liberada pelos neurônios motores, atua em receptores nicotínicos (NM) e resulta em despolarização da placa motora terminal. PRÉ-SINÁPTICO INIBEM A SÍNTESE DE ACh HEMICOLÍNICO bloqueia o transporte de colina para dentro da célula. VESAMICOL inibe o transporte de ACh para dentro da vesícula. INIBEM A LIBERAÇÃO DE ACh TOXINA BOTULÍNICA Clostridium botulinum e Clostridium parabotulinum. Bloqueia a liberação no neurônio pré-ganglionar. USO CLÍNICO suaviza rugas de expressão, hiperidrose, estrabismo e paralisias musculares. PÓS-SINÁPTICO AGENTES BLOQUEADORES NÃO-DESPOLARIZANTES/ COMPETITIVOS AÇÃO antagonista competitivo (baixas doses). Pode ainda: em altas doses entrar no poro do canal e produzir um bloqueio motor mais intenso; bloquear canais de Na+ pré-juncionais. Efeitos resultam principalmente em paralisia motora crescente (mm. da face e dos olhos, dedos, membros, pescoço, tronco, intercostais e diafragma) efeitos rever- tidos decrescentemente. CONSIDERAÇÕES GERAIS pouco absorvidos pelos TGI (inativo oralmente); excretados principalmente pelos rins: tubocurarina (40%) e pancurônio (80%) possuem meia vida maior; excretadas pelo fígado: vercurônio (75- 90%). FÁRMACOS D-TUBOCURARINA alcaloide natural, ação 6-80 min, eliminação renal e hepática, promove libera- ção de histamina (broncoespasmo, hipotensão, secre- ção Salivar e brônquica excessiva), quando injetada por via s.c. ou intra-arterial promove pápula tipo histamina. ATRACÚRIO 3-45 min, promove liberação de histami- na, eliminação: hidrólise por esterases plasmáticas e eliminação de Hofmann. Nefropatia e hepatopatia. PANCURÔNIO 3-100 min, menor tendência em promo- ver liberação de histamina após administração s.c. ou intra-arterial, comparando com a D-tubocurarina. Eliminação renal e hepática. VECURÔNIO 2-45 min, menor tendência em promover liberação de histamina após administração s.c. ou intra- arterial, comparado à D-tubocurarina. Eliminação renal e hepática. PIPECURÔNIO INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA INIBIDORES DA COLI- NESTERASE podem reverter o bloqueio, em doses mui- to elevadas podem causar bloqueio despolarizante como resultado a concentração elevada da ACh. HALOTANO potencialização do bloqueio devido à ação estabilizadora da JNM. ANTIBIÓTICOS E AMINOGLICOSÍDEOS gentamicina e tobramicina inibem a liberação de ACh nos nervos coli- nérgicos por competição com os íons cálcio, atuam sinérgicamente com os bloqueadores competitivos, au- mentando o bloqueio. BLOQUEADORES DE CANAIS DE CÁLCIO podem au- mentar o bloqueio neuromuscular. AGENTES BLOQUEADORES DESPOLARIZANTES succinil- colina: único fármaco disponível, resistente a AChE. MECANISMO DE AÇÃO despolarização prolongada inativa canais de sódio voltagem dependentes. FASE I ativação, membrana despolariza, descarga inicial → fasciculações, contração, canal passa para estado refratário (irresponsivo) → paralisia flácida. FASE II membrana repolariza, mas o receptor é dessen- sibilizado aos efeitos da ACh. Farmacologia Prof. Marcelo Duzzioni – Aula 5 Cecilia Antonieta 82 A 3 APLICAÇÃO CLÍNICA indução de bloqueio neuromus- cular na cirurgia, intubação. Também promove liberação de histamina, porém em menor grau que a D-tubocurarina. EFEITOS ADVERSOS bradicardia. Depleção de K+ (arritimias): aumento da pressão intra- ocular (contração da musculatura extraocular). Paralisia prolongada e apneia em situações como: em indivíduos com colinesterases geneticamente modifica- das, uso de anticolinesterásicos (organofosforados, glaucoma), hepatopatias. Hipertermia maligna (congênita rara): espasmo muscu- lar e aumento súbito da temperatura corporal. Explique, usando o gráfico, os dois tipos de efeitos sobre a pressão.
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