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Eletrofisiologia Amanda Gonçalves M2 2020.2/UFRJ Macaé - Trata da atividade elétrica produzida por conta da movimentação de íons para dentro e para fora das células cardíacas - Envolve tanto a movimentação iônica do sistema de condução (formada pelas células marcapasso, que iniciam seus próprios potenciais de ação) quanto pelas células condutoras que são especializadas em transmitir o impulso elétrico para os cardiomiócitos contráteis - Existem vários tipos de potenciais de ação, e a diferença entre um e outro se deve por conta da quantidade de canais que essas células possuem - Existem 2 tipos de potenciais de ação: de resposta lenta (3 fases) e de resposta rápida (5 fases, de zero a 4) OBS: - No potencial de repouso, o potencial de membrana da célula normalmente está muito próximo do potencial de equilíbrio do potássio, pois a membrana celular é mais permeável ao K+ do que aos outros íons - O que determina o potencial da membrana celular são as concentrações diferentes dos íons dentro e fora da célula, a permeabilidade da célula e a atividade de transportadores ativos na membrana. OBS 2: A variação do potencial de membrana leva a alterações de condutância (potencial de geração de corrente, permeabilidade celular e força motriz para a movimentação do íon), e vice e versa - A nomenclatura de resposta rápida e lenta se refere à fase zero, que corresponde à despolarização da célula - No PA de resposta rápida, a despolarização é bem verticalizada, ou seja, ocorre de forma imediata - No PA de resposta lenta, relacionado às células marcapasso, a despolarização ocorre de forma mais lenta (curva não é tão verticalizada) PA RÁPIDO - Fase 4: A atividade da Na+/K+-ATPase e a corrente de vazamento de potássio pelos canais de K+ (do tipo K1) abertos mantém o potencial de repouso constante - Fase 0: célula recebe um PA de ação, o que causa a abertura dos canais rápidos de Na+ para o interior dos cardiomiócitos (célula despolariza até +20 mV) + abertura dos canais de Ca++ (mais lentos que o de Na+, receberam o estímulo para abrirem, mas ainda não estão abertos) - Fase 1: Depois que o cardiomiócito despolarizou, ele sofre uma pequena repolarização rápida. Nessa fase, é necessário que os canais de sódio sejam inativados + abertura dos canais de K+ (Ito1 - um tipo específico de canal de potássio). Canais de Ca++ ainda no processo de abertura - Fase 2: “Platô” ● Retorno lento ao potencial de membrana de repouso ● Há corrente de K+ e Ca++ (esses dois canais estão abertos). ● Canais de Ca++: Tipo L (lento) e tipo T (mais rápido) ● Canais de Ca++ permitem a entrada desse íon na célula ● Canais de K+: Ks (leva um tempo maior para abrir, produzindo uma corrente mais intensa no final da fase 2) e Kr (abre desde o início da fase 2) ● Canais de K + permitem a saída desse íon da célula (equilibrada com a entrada de cálcio) ● Pode ocorrer também, no início da fase 2, uma entrada de cálcio devido ao trocador RCX (troca sódio por cálcio, botando Na+ para fora e Ca++ para dentro) - Fase 3: Não há mais corrente de cálcio e o que predomina é a corrente repolarizante de K+ (Kr e Ks), produzindo correntes que levam à repolarização da célula (retorno pra fase 4) “Uma despolarização lenta da membrana celular inativa os canais de Na+” - isso porque o retorno dos canais de sódio para sua conformação “fechada” e pronta para receber um estímulo se dá somente quando a célula repolariza. Se a célula permanece parcialmente despolarizada (-55mV), os canais continuam inativados (período refratário absoluto, em que a célula não é capaz de receber nenhum PA novo). - Período refratário relativo: O potencial ainda não é o de repouso mas já está bem negativo, então parte dos canais de Na+ voltam a conformação fechada - A importância desse período é importante porque, quando um novo estímulo chegar durante o período refratário relativo, somente os canais de sódio já fechados vão se abrir, o que levará a despolarizações precoces, menores e mais fracas, o que não leva a uma sístole de fato - É importante que o período refratário absoluto seja prolongado para dar tempo da musculatura relaxar e o ventrículo encher PA LENTO - Presente nas células marcapasso - Fase 4: ● Não é constante, despolariza lentamente ● Apresenta correntes catiônicas (efluxo de K+, canais Ik) - retarda o processo de despolarização ● Influxo de Na+ (canais If) permite a despolarização ● Influxo de Ca+ (Canais Icat) ● Os influxos de Na+ e Ca+ são maiores que o efluxo de K+, o que leva a uma despolarização lenta - Fase 0: Os canais de Ca++ do tipo L e T são ativados quando a despolarização atinge um potencial específico, levando a uma despolarização mais rápida. A despolarização ocorre, então, pelo influxo de cálcio - Fase 3: ● Ocorre por conta da saída de K+ (Correntes Ikr e Iks, repolarizantes) ● Repolarização OBS: Sobre as correntes (IcaL, IcaT, If, etc): As que vão para baixo são despolarizantes, as que vão para cima são repolarizantes - O nó sinoatrial, principal marcapasso cardíaco, tem uma frequência de ativação de 60-100 bpm - O nó AV: 40-60 bpm - Fibras de Purkinje: 15-40 bpm - O sistema de purkinje tem a velocidade de condução mais rápida pois precisa passar o estímulo para toda a parede ventricular - Se o Nó Sinoatrial não funcionar, ainda há batimento cardíaco, mas iniciado do nodo AV, o que faz com que somente os ventrículos contraiam e que a frequência cardíaca seja menor ATIVAÇÃO PARASSIMPÁTICA - Célula parte de um PA de membrana mais negativo (hiperpolariza), levando mais tempo para atingir o PA que leva a ativação de mais canais de Ca2+ - A ativação dos canais de cálcio também é mais lenta, o que se deve a não fosforilação desses canais ATIVAÇÃO SIMPÁTICA REFERÊNCIAS: -Silverthorn, Dee Unglaub. Fisiologia Humana: uma abordagem integrada. Artmed, 2017 -Raff H. e Levitzky M. Fisiologia Médica: uma abordagem integrada. Artmed, 2012 -Guyton e Hall. Tratado de Fisiologia Médica. Guanabara Koogan, 2017 -Koeppen e Stanton. Berne & Levy Fisiologia. Elsevier, 2009
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