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resumo - Semiologia Obstétrica

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SEMIOLOGIA OBSTÉTRICA!
A L T E R A Ç Õ E S 
— gestação é um momento no qual o organismo 
materno passa por inúmeras alterações na tentativa de 
adaptar-se ao estado gravídico — 
 Marcha 
é conhecida como marcha anserina (passos curtos e 
oscilantes), em virtude de todo o corpo da mulher 
grávida se jogar para trás compensatoriamente; 
 Pele e anexos 
é comum o aparecimento de estrias abdominais e 
mamárias devido à distensão abdominal e ao aumento 
das mamas; 
podem aparecer telangectasias em decorrência de 
altos níveis estrogênicos. 
outras características comuns são: hipertricose, unhas 
quebradiças, eritema palmar e hipertrofia das glândulas 
sudoríparas e sebáceas. 
 Cabeça 
pode ocorrer formação de lanugem junto à testa em 
consequência da intensificação da nutrição dos 
folículos pilosos (sinal de Halban). 
áreas expostas à luz, normalmente aparece uma 
hiperpigmentação difusa ou circunscrita que mancha a 
pele (cloasma gravídico); 
 Pescoço 
 pode haver um aumento da circunferência cervical 
devido à hipertrofia da tireoide; 
 Glândula Mamária 
o volume das mamas estará aumentado; 
aréola primitiva apresenta-se hiperpigmentada e, ao seu 
redor, aparece a aréola secundária, menos pig- 
mentada e de limites imprecisos (sinal de Hunter); 
desenvolvimento das mamas é acompanhado de 
aumento da circulação, fazendo aparecer uma trama de 
vasos venosos na pele (rede de Haller); 
tubérculos de Montgomery, que aparecem na aréola 
primitiva em número de 12 a 15 e regridem no 
puerpério, são glândulas mamárias acessórias ou 
glândulas sebáceas hipertrofiadas; 
 Abdome 
devido ao estado gravídico, o abdome apresenta-se 
globoso ou ovoide, em algumas situações, pode assumir 
forma de pêndulo (mais comum em mulheres multíparas 
devido à diminuição da tonicidade da musculatura 
abdominal); 
cicatriz umbilical pode mudar sua conformação, na 
grande maioria dos casos, evidencia-se a 
hiperpigmentação da linha Alba (linea nigra); 
estrias geralmente persistem até o fim do ciclo 
gravídico-puerperal; 
 Membros Inferiores 
em virtude do maior volume sanguíneo circulante, 
podem-se observar aparecimento de varizes ou 
aumento de varizes preexistentes nos membros 
inferiores; 
último trimestre da gestação, é comum a presença de 
edema; 
 Aparelho genital externo 
as modificações hormonais e mecânicas modificam a 
mucosa vaginal, que se torna hiperpigmentada, 
tumefeita e transformada quanto a sua coloração 
(varia de rosada a cianótica ou violácea – sinal de 
Kluge); 
também há hiperpigmentação da pele, que pode ser 
evidenciada por meio da coloração arroxeada da vulva 
(sinal de Jacquemier); 
 Útero 
— as alterações que ocorrem no útero são percebidas 
e avaliadas por meio do toque vaginal — 
local da implantação, há um amolecimento que progride 
por todo o órgão e pelas outras estruturas pélvicas; 
após 7 a 8 dias da fecundação, devido à implantação 
do blastocisto, pode haver um sangramento discreto 
(sinal de Hartman); 
diminuição da consistência no istmo uterino é 
denominada sinal de Hegar; 
crescimento uterino ocorre de maneira desigual, sendo 
mais acentuado na zona de implantação, e se traduz 
como uma assimetria uterina à palpação (sinal de 
Piskacek); 
toque dos fundos de saco laterais revela a morfologia 
globosa adquirida pelo útero (sinal de Nobile-Budin); 
pode-se palpar o pulso da artéria vaginal ao toque 
(sinal de Osiander) 
 Colo do útero 
na gravidez, há amolecimento do colo uterino percebido 
ao toque; 
— em não grávidas, a consistência do colo é 
semelhante à da cartilagem nasal (regra de Goodel). —
durante o toque vaginal, podem-se provocar um leve 
deslocamento do feto no líquido amniótico para longe 
do dedo do observador e retorno do feto à sua posição 
inicial resultando na sensação de re- chaço fetal (sinal 
de Puzos); 
A N A M N E S E 
de acordo com o Ministério da Saúde (2006), 
recomenda-se que sejam realizadas pelo menos seis 
consultas pré-natais: uma consulta no 1o trimestre; 
duas no 2o trimestre; e três no 3o trimestre; 
ainda, estabelece intervalo quadrissemanal para 
consultas até 28 semanas, bissemanal de 28 a 36 
semanas e semanal posteriormente, até o nascimento; 
Identificação ————————————— 
idade materna está diretamente relacionada à 
incidência de cromossomopatias e outras complicações 
durante a gestação, quanto maior a idade materna, 
maiores os riscos tanto para a mãe quanto para o bebê; 
profissão materna é importante porque mulheres que 
sofreram ameaça de abortamento na gestação atual ou 
têm história prévia de abortamentos devem ser 
submetidas a repouso físico e mental; 
escolaridade e a religião são necessárias, uma vez que 
estão diretamente relacionadas à cultura materna, 
podendo interferir tanto no andamento da gestação 
quanto no momento do parto; 
Antecedentes familiares ————————— 
— colher dados sobre o parceiro e sobre possíveis 
patologias existentes na família do casal — 
Antecedentes pessoais ————————— 
questiona-se sobre os antecedentes patológicos, uso 
de medicamentos, alergias a medicamentos e cirurgias 
e internações prévias; 
questionar hábitos e vícios, sendo importante saber se 
a mãe é tabagista, etilista ou usuária de drogas ilícitas, 
e, se sim, qual a quantidade/dose utilizada; 
— tabagismo está intimamente relacionado à restrição 
de crescimento intrauterino (RCIU) — 
Antecedentes ginecológicos ——————— 
pergunta-se a respeito da idade da menarca, das 
características dos ciclos menstruais (ciclos regulares, 
duração dos ciclos, volume menstrual ou outras 
alterações), das cólicas menstruais, da coitarca, do 
número de parceiros sexuais e dos métodos 
contraceptivos; 
investigação tanto de leucorreia e suas características 
como sobre doenças sexualmente transmissíveis são 
imprescindíveis; 
Antecedentes obstétricos ———————— 
deve ser interrogada sobre o número de gestações 
anteriores, informação descrita procedida pelo sufixo 
gesta, por exemplo, primigesta (primeira gravidez), 
secundigesta (segunda gravidez), etc; 
número de partos anteriores, serão apresentadas com 
o sufixo para (p. ex.: nulípara – não apresentou parto 
ainda; primípara – primeiro parto); 
também se descreve como se deram os partos 
anteriores: se foram normais, cesáreas ou necessitaram 
de algum método de alívio, como o fórcipe; 
intervalo entre os partos – idealmente, maior que dois 
anos – também deve ser questionado; 
ocorrência de abortos anteriores é um dado 
importante; se presentes, devem ser quantificados 
questionando-se se foram espontâneos ou provocados, 
e se houve necessidade de curetagem; 
deve-se sempre anotar quais nasceram vivos, quais 
morreram depois do parto e quais nasceram mortos; 
Dados sobre a gravidez atual ——————— 
primeira informação que tem importância nesse 
momento é a data da última menstruação (DUM), que 
corresponde ao primeiro dia da menstruação do último 
ciclo menstrual; 
sinais e sintomas subjetivos e objetivos que a gestante 
pode apresentar (sintomas urinários, leucorreias, dores 
abdominais, êmese, hipersensibilidade mamária, 
perversões do apetite e sialorreia) e sobre possíveis 
alterações em outros órgãos e aparelhos (edema em 
membros inferiores, dispneia, entre outras que possam 
estar pre- sentes), vida sexual, eventuais terapêuticas, 
aceitabilidade da gestação e intervalo interpartal; 
necessário perguntar se os movimentos fetais já são 
notados; se sim, quando se iniciaram; 
dependendo da idade gestacional, algumas queixas são 
mais importantes que outras, assim, se a gestação está 
na primeira metade (até 20 a 22 semanas), a 
ocorrência de sangramentos e dores sempre deve ser 
questionada; 
se a gestação está a termo, é importante saber se 
houve queda do ventre, se há contrações e qual sua 
periodicidade, se as membranas ovulares (bolsa das 
águas) estão íntegras e se houve perda do tampão 
mucoso ou, ainda, sangramentos genitais 
— causas de sangramentomais comuns na primeira 
metade da gestação são abortamento, moléstia 
trofoblástica gestacional e gestação ectópica e na 
segunda metade, as causas mais frequentes são o 
descolamento prematuro de placenta e a placenta 
prévia — 
C O N C E I T O S 
Menarca: idade da primeira menstruação da mulher; 
Leucorreia: saída de secreções pelo trato genital 
(corrimento); apresentará características específicas 
de acordo com o agente causador; 
Primigesta: mulher que está grávida pela primeira vez; 
Multigesta: mulher que engravidou mais de uma vez; 
Nulípara: mulher que nunca teve filhos; 
Multípara: mulher que já tem outros filhos; 
Êmese: náuseas que ocorrem fisiologicamente na 
mulher devido ao excesso de hormônios, piores no 
início da gestação; 
Abortamento: quando o feto encontra-se antes de 
20 a 22 semanas ou antes de o feto atingir 500 g; 
Parto a termo: parto cuja idade gestacional encontra-
se entre 37 e 42 semanas; 
Parto pré-termo: parto cuja idade gestacional 
encontra-se entre 20 e 22 e 37 semanas; 
Parto pós-termo: parto cuja idade gestacio- nal 
encontra-se após 42 semanas; 
Pós-datismo: parto cuja idade gestacional encontra-
se após 40 semanas (mas não 42 semanas); 
E X A M E O B S T É T R I C O 
— realiza-se o exame físico geral antes do exame 
obstétrico propriamente dito — 
exame físico geral de uma gestante, dados como 
pressão arterial e peso são extremamente relevantes; 
exame físico obstétrico é dividido nos seguintes 
tempos: inspeção; palpação-mensuração; ausculta; 
exame especular; e toque vaginal; 
medida da altura da paciente e seu peso de- vem ser 
colocados no gráfico (nomograma) para avaliar o 
ganho ponderal na gestação e o estado nutricional da 
grávida de acordo com a idade gestacional; 
após verificar a porcentagem do peso/altura, deve-se 
inserir este valor na curva-padrão da idade gestacional 
em relação à porcentagem peso/altura; 
Inspeção ——————————————— 
todas as alterações físicas que ocorrem no organismo 
materno podem ser evidenciadas nesse momento; 
abdome (forma e tamanho) e as mamas (pode haver 
saída de pequena quantidade de colostro a partir da 
16a semana de idade gestacional); 
deve-se observar o estado emocional materno e as 
fácies de dor ou posições antálgicas, principalmente se 
a mulher encontra-se próximo ao momento do parto; 
Palpação/mensuração ————————— 
palpação do abdome tem o objetivo de palpar 
indiretamente o útero e seu conteúdo; 
verificam-se altura uterina, circunferência abdominal, 
consistência uterina, regularidade da superfície uterina 
e conteúdo uterino por meio de manobras especiais; 
altura uterina é mensurada por meio de dois pontos: a 
borda superior do osso pube e o fundo do útero, que é 
facilmente palpável com a borda cubital da mão; 
— usa-se uma fita métrica para medir esse arco, que 
deve ser mensurado acompanhando a linha média — 
 medida da altura uterina permite estimar a idade 
gestacional e acompanhar o crescimento fetal; 
altura uterina também deve estar de acordo com a 
idade gestacional; 
circunferência abdominal é avaliada no nível da cicatriz 
umbilical (normalmente mede de 90 a 92 cm na 
gestante a termo); 
consistência uterina que se espera encontrar em um 
útero gravídico é elástico-pastoso-cística (exceto 
durante as contrações do trabalho de parto) devido ao 
amolecimento da parede uterina e à presença de líquido 
amniótico; 
superfície do útero normal é lisa e regular e, se a 
parede uterina estiver adelgaçada, é possível palpar 
pequenas partes fetais; 
para o estudo do conteúdo uterino, normalmente é 
usada a técnica de Leopold-Zweifel (dividida em quatro 
tempos), possível após 20 semanas de gravidez: 
  1o tempo – delimita-se o fundo uterino e, com 
as palmas das duas mãos, tenta-se palpar a parte fetal 
que ocupa essa região, na maioria dos casos, observa- 
-se a presença do polo pélvico; 
 2o tempo – deslizam-se as mãos do fundo 
uterino em direção ao polo inferior do órgão a fim de 
sentir o dorso fetal e as pequenas partes ou membros, 
quando o dorso orienta-se para trás, percebem-se 
melhor as pequenas partes fetais; 
  3o tempo – tempo conhecido como 
manobra de Leopold, visa à exploração da mobilidade 
do polo que se apresenta em relação ao estreito 
superior, procura-se apreender o polo entre o polegar e 
o médio da mão direita, imprimindo-lhe movimentos de 
lateralidade que indicam o grau de penetração da 
apresentação na bacia, quando a cabeça está alta e 
móvel, esse polo balança de um lado para o outro; 
 4o tempo – explora-se a escava, examinador 
volta as costas para a cabeça da paciente e coloca as 
mãos sobre as fossas ilíacas caminhando em direção 
ao hipogástrio; com as extremidades dos dedos, 
procura-se penetrar na pelve, movimento que 
dependerá do grau de insinuação do polo apresentado; 
Ausculta ——————————————— 
ausculta no exame obstétrico visa a avaliar os 
batimentos cardiofetais (BCF), pela presença de 
batimentos, tem-se apenas a informação se o feto está 
vivo ou morto, não sendo possível inferir sobre suas 
condições de higidez; 
a ausculta clínica realizada é a indireta, na qual se usa 
o sonar-Doppler, com o qual se pode perceber os BCF 
a partir de 10 a 12 semanas de idade gestacional; 
batimentos cardíacos também podem ser ouvidos com 
o estetoscópio de Pinard a partir da 20a semana de 
gestação; 
até a 20a semana de gravidez, não é possível palpar 
as partes fetais e o foco de ausculta encontra-se na 
linha média, sobre o corpo uterino; 
idades gestacionais mais avançadas, para a localização 
do foco de ausculta, é importante saber qual é a 
apresentação fetal: se for cefálica, o foco estará na 
região infraumbilical da mãe; se pélvica, encontra-se na 
região supraumbilical; e, se transversa, na linha 
abdominal mediana; 
como a área cardíaca do feto situa-se mais próximo ao 
polo cefálico, o foco máximo de escuta estará próximo 
a essa região, do lado do dorso fetal; 
apresentações cefálicas fletidas, que respondem pela 
maioria dos casos, o foco de ausculta encontra-se na 
divisa entre os terços inferior e médio da linha que liga 
o umbigo materno à crista ilíaca (linha de Ribemont-
Dessaignes), do lado em que está o dorso fetal; 
— no momento em que se auscultam os BCF, é 
necessário ter atenção para não confundir os 
batimentos maternos com os fetais, para isso, 
recomenda-se contar antes os batimentos maternos ou 
comparar o pulso materno com os batimentos que são 
ouvidos pelo sonar, frequência dos batimentos fetais 
oscila entre 120 e 160 batimentos por minuto (bpm), 
em média 140 — 
ausência de batimentos pode indicar morte fetal, 
embora isso deva ser comprovado com outros exames, 
como a cardiotocografia ou a ultrassonografia; 
Exame especular ———————————— 
deve ser feito no pré-natal a fim de avaliar possíveis 
lesões no colo do útero, possibilitando a realização de 
colposcopia, se necessário, e a coleta de material para 
citologia oncótica, que é obrigatória, principalmente em 
multigestas; 
nos atendimentos de emergência, preconiza-se a 
utilização do espéculo antes do toque vaginal quando a 
mulher apresenta queixa de sangramentos vaginais, 
leucorreia ou ruptura das membranas ovulares; 
Toque vaginal ————————————— 
deve ser reduzido ao mínimo de vezes e com os 
cuidados indispensáveis; 
pode ser unidigital, bidigital (mais comum) ou manual 
(excepcional); 
durante a gestação, o toque combinado permite estimar 
o volume uterino, quando ainda não é possível palpá-lo 
no abdome, sendo, portanto, útil no diagnóstico de 
gravidez; 
1o trimestre da gestação, são avaliados volume, 
forma, situação e amolecimento do corpo uterino, além 
de posição, consistência, comprimento e 
permeabilidade do colo do útero. 
nas proximidades do parto, avaliam-se as condições 
do colo, a relação entre a apresentação e a bacia, 
assim como as características do trajeto ósseo; 
no decurso do trabalho de parto, é indispensável, 
para diagnosticaro seu início, acompanhar a dilatação 
cervical (apagamento cervical e dilatação do orifício), a 
progressão fetal e precisar o tipo de apresentação, de 
posição e suas variedades; 
C O N C E I T O S D A S R E L A Ç Õ E S 
Ú T E R O - F E T A I S 
Situação: relação entre os eixos longitudinais do feto 
e do útero (longitudinal, transversa ou oblíqua); 
Apresentação: região fetal que se relaciona com o 
estreito superior da bacia, onde se insinua (cefálica, 
pélvica ou córmica); 
Atitude: posição do polo cefálico em relação ao seu 
eixo anteroposterior (flexão ou deflexão) e em relação 
ao seu eixo laterolateral (sinclitismo ou assinclitismo), 
ou seja, relação das partes fetais entre si, após 28 
semanas, o feto adquire a atitude em flexão (membros 
todos fletidos), de modo a formar um ovoide de dois 
polos (cefálico e pélvico); 
Posição: relação entre o dorso fetal e o lado direito ou 
esquerdo do abdome materno (esquerda – quando o 
dorso fetal está à esquerda do abdome materno; direita 
– quando está à direita do abdome materno); 
 P E L V I M E T R I A 
estudo da pelve se faz necessário, pois pode inferir a 
respeito do prognóstico do parto; 
há três estreitos ou regiões da pelve que devem ser 
avaliados, já que representam locais passíveis de 
impedir ou dificultar a progressão fetal: os estreitos 
superior, médio e inferior; 
estreito superior é delimitado pelo promontório, asa do 
sacro e anteriormente pelo púbis, estreito médio é 
importante por conter o menor diâmetro do trajeto do 
parto (biespinha ciática – plano zero de De Lee, com 
diâmetro transverso de 10 cm), o estreito inferior é 
delimitado pelo cóccix e púbis, sendo seu diâmetro 
variável devido à retro- pulsão do cóccix; 
diâmetros anteroposteriores da bacia são chamados de 
conjugatas; 
Existem quatro conjugatas, a saber: 
 anatômica (11 cm) – do promontório à borda 
superior da sínfise púbica; 
 obstétrica (10,5 cm) – do promontório à face 
interna mais saliente (ponto retropúbico de 
Crouzat) da sínfise púbica; 
 diagonalis (12 cm) – do promontório à borda 
inferior do pube; 
 exitus (9,5 a 11 cm) – da articulação 
sacrococcígea à borda inferior do pube. 
Idade da gestação e data provável do parto —— 
idade gestacional pode ser estimada a partir da data da 
última menstruação, do aumento do volume uterino, da 
ausculta fetal, dos movimentos fetais ou da 
ultrassonografia; 
na prática, usam-se a data da última menstruação e a 
ultrassonografia realizada mais precocemente; 
 
Data da última menstruação (DUM) 
data provável do parto será em média 280 dias após o 
primeiro dia do último período menstrual; 
na prática, vale-se da regra de Nägele, que consiste em 
adicionar 7 dias e mais 9 meses à data da última 
menstruação (ou menos 3 meses, quando se faz o 
cálculo retrógrado), a data provável do parto; 
Por exemplo, se a DUM da mulher foi dia 12 de janeiro, 
a data provável do parto será calculada da seguinte 
forma: 
Dia: 12 + 7 = 19 
Mês: 01 + 9 = 10, então a data provável do parto será 
dia 19 de outubro 
para calcular a idade gestacional, somam-se à data da 
última menstruação os dias que passaram até o 
momento atual em que se deseja saber a data da 
gravidez, como os dados obstétricos têm mais valor 
quando calculados em semanas, faz-se a seguinte 
conta: o número total de dias até o atual momento 
dividido por 7. 
Por exemplo: se da última menstruação até o dia atual 
existem 142 dias, esse valor deverá ser dividido por 7. 
Assim, o resultado será de 20 e restarão dois dias, 
então a mulher apresenta 20 semanas e 2 dias de 
idade gestacional. 
 Aumento do volume uterino 
a partir de 12 semanas, o útero pode ser palpado no 
abdome; 
na primeira metade da gestação, a mensuração do 
fundo uterino é bom indicador para o cálculo da idade 
gestacional, já que, nessa fase, o crescimento fetal é 
praticamente constante em todas as gestações; 
na segunda metade, o crescimento é mais variável e 
os erros tornam-se mais comuns; 
com 16 semanas, o fundo do útero deverá coincidir 
com o ponto médio entre a sínfise púbica e o umbigo. 
 Ausculta fetal 
 sonar-Doppler identifica o pulso fetal desde 10 a 12 
semanas de idade gestacional, portanto, se os BCF 
estão presentes, conclui-se que o feto tem idade 
superior a 10 a 12 semanas; 
 Movimentos fetais 
movimentos costumam ser percebidos com 
aproximadamente 20 semanas de idade gestacional 
nas primigestas e 16 semanas nas multíparas; 
 Ultrassonografia 
algumas mulheres, apenas a ultrassonografia consegue 
precisar a idade gestacional, devido à imprecisão do 
registro da data da última menstruação, aos ciclos 
irregulares, à amenorreia pós-parto ou pós-ovulatória 
ou “hemorragia de implantação”; 
na ultrassonografia, avalia-se da seguinte forma: 
 1o trimestre – a idade gestacional é avalia- da 
por meio do comprimento cabeça-ná- dega do embrião, 
a ultrassonografia que mostra a idade gestacional de 
maneira mais fidedigna. 
 2o trimestre – a idade da gravidez é dada 
pela medida do diâmetro biparietal (DBP) 
do feto. 
 3o trimestre – estima-se a idade gestacional 
por meio do comprimento do fêmur (CF). 
D I A G N Ó S T I C O D E T R A B A L H O 
D E P A R T O 
— definição de trabalho de parto é diferente para 
mulheres primíparas e multíparas — 
considera-se que uma primípara está em trabalho de 
parto quando apresenta contrações uterinas dolorosas, 
rítmicas (no mínimo 2 em 10 minutos), que se estendem 
a todo o útero e têm duração de 50 a 60 segundos, e 
exibe colo apagado e dilatado em 2 cm; 
durante o trabalho de parto, é fundamental o 
acompanhamento de sua evolução, para o qual se 
utiliza o partograma (representação gráfica do trabalho 
de parto), além de possibilitar acompanhar a evolução, 
tem o objetivo de documentar, diagnosticar alterações 
e auxiliar o raciocínio médico para indicar condutas; 
 Partograma 
é composto de divisórias horizontais e verticais; 
cada divisória horizontal corresponde a 1 hora e cada 
vertical, a 1 cm de dilatação cervical e de descida de 
apresentação, 
no partograma, também devem estar anotadas a 
frequência cardíaca fetal (entre 120 e 160 bpm), a 
integridade da bolsa, as características do líquido 
amniótico, a frequência e a intensidade das contrações 
uterinas; 
preenchimento deve ser iniciado quando a paciente 
estiver em fase ativa do trabalho de parto (2 a 3 
contrações eficientes em 10 minutos e dilatação 
cervical de 3 cm); 
se houver dúvida quanto ao trabalho de parto, o toque 
vaginal precisará ser realizado após 1 hora; se a 
diferença de dilatação for maior ou igual a 1 cm, inicia-
se o preenchimento do partograma; 
dilatação cervical é indicada no ponto correspondente 
do gráfico, traçando-se na hora imediatamente 
seguinte a linha de alerta e, em paralelo, 4 horas 
depois, a linha de ação; 
se a linha de alerta for ultrapassada, indica-se que o 
trabalho de parto exigirá um acompanhamento mais 
rigoroso; se a linha de ação for atingida, o parto deverá 
ser resolvido rapidamente, pois indica que o trabalho de 
parto normal não está ocorrendo de acordo com o 
esperado; 
preenchimento deve ser realizado a cada 1 hora com 
toques vaginais subsequentes, lembrando que a 
anotação precisará respeitar o tempo no gráfico; 
em cada toque, deverão ser avaliados: dilatação 
cervical (máximo de 10 cm, cerca de 1 cm por hora); 
esvaecimento (estimar porcentagem); posição do colo 
uterino (anterior, médio ou posterior); consistência do 
colo (firme, médio e mole); e altura da apresentação; 
registro das contrações uterinas deve ser realizado em 
10 minutos, a cada hora, assim como o registro dos 
BCF, da cor do líquido amniótico, da administração de 
líquidos e drogas e do início da analgesia, dependendo 
da evolução do trabalho de parto por meio do 
partograma bem preenchido,são diagnosticadas as 
distócias, cujas condutas são específicas para cada 
caso;

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