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SEMIOLOGIA OBSTÉTRICA! A L T E R A Ç Õ E S — gestação é um momento no qual o organismo materno passa por inúmeras alterações na tentativa de adaptar-se ao estado gravídico — Marcha é conhecida como marcha anserina (passos curtos e oscilantes), em virtude de todo o corpo da mulher grávida se jogar para trás compensatoriamente; Pele e anexos é comum o aparecimento de estrias abdominais e mamárias devido à distensão abdominal e ao aumento das mamas; podem aparecer telangectasias em decorrência de altos níveis estrogênicos. outras características comuns são: hipertricose, unhas quebradiças, eritema palmar e hipertrofia das glândulas sudoríparas e sebáceas. Cabeça pode ocorrer formação de lanugem junto à testa em consequência da intensificação da nutrição dos folículos pilosos (sinal de Halban). áreas expostas à luz, normalmente aparece uma hiperpigmentação difusa ou circunscrita que mancha a pele (cloasma gravídico); Pescoço pode haver um aumento da circunferência cervical devido à hipertrofia da tireoide; Glândula Mamária o volume das mamas estará aumentado; aréola primitiva apresenta-se hiperpigmentada e, ao seu redor, aparece a aréola secundária, menos pig- mentada e de limites imprecisos (sinal de Hunter); desenvolvimento das mamas é acompanhado de aumento da circulação, fazendo aparecer uma trama de vasos venosos na pele (rede de Haller); tubérculos de Montgomery, que aparecem na aréola primitiva em número de 12 a 15 e regridem no puerpério, são glândulas mamárias acessórias ou glândulas sebáceas hipertrofiadas; Abdome devido ao estado gravídico, o abdome apresenta-se globoso ou ovoide, em algumas situações, pode assumir forma de pêndulo (mais comum em mulheres multíparas devido à diminuição da tonicidade da musculatura abdominal); cicatriz umbilical pode mudar sua conformação, na grande maioria dos casos, evidencia-se a hiperpigmentação da linha Alba (linea nigra); estrias geralmente persistem até o fim do ciclo gravídico-puerperal; Membros Inferiores em virtude do maior volume sanguíneo circulante, podem-se observar aparecimento de varizes ou aumento de varizes preexistentes nos membros inferiores; último trimestre da gestação, é comum a presença de edema; Aparelho genital externo as modificações hormonais e mecânicas modificam a mucosa vaginal, que se torna hiperpigmentada, tumefeita e transformada quanto a sua coloração (varia de rosada a cianótica ou violácea – sinal de Kluge); também há hiperpigmentação da pele, que pode ser evidenciada por meio da coloração arroxeada da vulva (sinal de Jacquemier); Útero — as alterações que ocorrem no útero são percebidas e avaliadas por meio do toque vaginal — local da implantação, há um amolecimento que progride por todo o órgão e pelas outras estruturas pélvicas; após 7 a 8 dias da fecundação, devido à implantação do blastocisto, pode haver um sangramento discreto (sinal de Hartman); diminuição da consistência no istmo uterino é denominada sinal de Hegar; crescimento uterino ocorre de maneira desigual, sendo mais acentuado na zona de implantação, e se traduz como uma assimetria uterina à palpação (sinal de Piskacek); toque dos fundos de saco laterais revela a morfologia globosa adquirida pelo útero (sinal de Nobile-Budin); pode-se palpar o pulso da artéria vaginal ao toque (sinal de Osiander) Colo do útero na gravidez, há amolecimento do colo uterino percebido ao toque; — em não grávidas, a consistência do colo é semelhante à da cartilagem nasal (regra de Goodel). — durante o toque vaginal, podem-se provocar um leve deslocamento do feto no líquido amniótico para longe do dedo do observador e retorno do feto à sua posição inicial resultando na sensação de re- chaço fetal (sinal de Puzos); A N A M N E S E de acordo com o Ministério da Saúde (2006), recomenda-se que sejam realizadas pelo menos seis consultas pré-natais: uma consulta no 1o trimestre; duas no 2o trimestre; e três no 3o trimestre; ainda, estabelece intervalo quadrissemanal para consultas até 28 semanas, bissemanal de 28 a 36 semanas e semanal posteriormente, até o nascimento; Identificação ————————————— idade materna está diretamente relacionada à incidência de cromossomopatias e outras complicações durante a gestação, quanto maior a idade materna, maiores os riscos tanto para a mãe quanto para o bebê; profissão materna é importante porque mulheres que sofreram ameaça de abortamento na gestação atual ou têm história prévia de abortamentos devem ser submetidas a repouso físico e mental; escolaridade e a religião são necessárias, uma vez que estão diretamente relacionadas à cultura materna, podendo interferir tanto no andamento da gestação quanto no momento do parto; Antecedentes familiares ————————— — colher dados sobre o parceiro e sobre possíveis patologias existentes na família do casal — Antecedentes pessoais ————————— questiona-se sobre os antecedentes patológicos, uso de medicamentos, alergias a medicamentos e cirurgias e internações prévias; questionar hábitos e vícios, sendo importante saber se a mãe é tabagista, etilista ou usuária de drogas ilícitas, e, se sim, qual a quantidade/dose utilizada; — tabagismo está intimamente relacionado à restrição de crescimento intrauterino (RCIU) — Antecedentes ginecológicos ——————— pergunta-se a respeito da idade da menarca, das características dos ciclos menstruais (ciclos regulares, duração dos ciclos, volume menstrual ou outras alterações), das cólicas menstruais, da coitarca, do número de parceiros sexuais e dos métodos contraceptivos; investigação tanto de leucorreia e suas características como sobre doenças sexualmente transmissíveis são imprescindíveis; Antecedentes obstétricos ———————— deve ser interrogada sobre o número de gestações anteriores, informação descrita procedida pelo sufixo gesta, por exemplo, primigesta (primeira gravidez), secundigesta (segunda gravidez), etc; número de partos anteriores, serão apresentadas com o sufixo para (p. ex.: nulípara – não apresentou parto ainda; primípara – primeiro parto); também se descreve como se deram os partos anteriores: se foram normais, cesáreas ou necessitaram de algum método de alívio, como o fórcipe; intervalo entre os partos – idealmente, maior que dois anos – também deve ser questionado; ocorrência de abortos anteriores é um dado importante; se presentes, devem ser quantificados questionando-se se foram espontâneos ou provocados, e se houve necessidade de curetagem; deve-se sempre anotar quais nasceram vivos, quais morreram depois do parto e quais nasceram mortos; Dados sobre a gravidez atual ——————— primeira informação que tem importância nesse momento é a data da última menstruação (DUM), que corresponde ao primeiro dia da menstruação do último ciclo menstrual; sinais e sintomas subjetivos e objetivos que a gestante pode apresentar (sintomas urinários, leucorreias, dores abdominais, êmese, hipersensibilidade mamária, perversões do apetite e sialorreia) e sobre possíveis alterações em outros órgãos e aparelhos (edema em membros inferiores, dispneia, entre outras que possam estar pre- sentes), vida sexual, eventuais terapêuticas, aceitabilidade da gestação e intervalo interpartal; necessário perguntar se os movimentos fetais já são notados; se sim, quando se iniciaram; dependendo da idade gestacional, algumas queixas são mais importantes que outras, assim, se a gestação está na primeira metade (até 20 a 22 semanas), a ocorrência de sangramentos e dores sempre deve ser questionada; se a gestação está a termo, é importante saber se houve queda do ventre, se há contrações e qual sua periodicidade, se as membranas ovulares (bolsa das águas) estão íntegras e se houve perda do tampão mucoso ou, ainda, sangramentos genitais — causas de sangramentomais comuns na primeira metade da gestação são abortamento, moléstia trofoblástica gestacional e gestação ectópica e na segunda metade, as causas mais frequentes são o descolamento prematuro de placenta e a placenta prévia — C O N C E I T O S Menarca: idade da primeira menstruação da mulher; Leucorreia: saída de secreções pelo trato genital (corrimento); apresentará características específicas de acordo com o agente causador; Primigesta: mulher que está grávida pela primeira vez; Multigesta: mulher que engravidou mais de uma vez; Nulípara: mulher que nunca teve filhos; Multípara: mulher que já tem outros filhos; Êmese: náuseas que ocorrem fisiologicamente na mulher devido ao excesso de hormônios, piores no início da gestação; Abortamento: quando o feto encontra-se antes de 20 a 22 semanas ou antes de o feto atingir 500 g; Parto a termo: parto cuja idade gestacional encontra- se entre 37 e 42 semanas; Parto pré-termo: parto cuja idade gestacional encontra-se entre 20 e 22 e 37 semanas; Parto pós-termo: parto cuja idade gestacio- nal encontra-se após 42 semanas; Pós-datismo: parto cuja idade gestacional encontra- se após 40 semanas (mas não 42 semanas); E X A M E O B S T É T R I C O — realiza-se o exame físico geral antes do exame obstétrico propriamente dito — exame físico geral de uma gestante, dados como pressão arterial e peso são extremamente relevantes; exame físico obstétrico é dividido nos seguintes tempos: inspeção; palpação-mensuração; ausculta; exame especular; e toque vaginal; medida da altura da paciente e seu peso de- vem ser colocados no gráfico (nomograma) para avaliar o ganho ponderal na gestação e o estado nutricional da grávida de acordo com a idade gestacional; após verificar a porcentagem do peso/altura, deve-se inserir este valor na curva-padrão da idade gestacional em relação à porcentagem peso/altura; Inspeção ——————————————— todas as alterações físicas que ocorrem no organismo materno podem ser evidenciadas nesse momento; abdome (forma e tamanho) e as mamas (pode haver saída de pequena quantidade de colostro a partir da 16a semana de idade gestacional); deve-se observar o estado emocional materno e as fácies de dor ou posições antálgicas, principalmente se a mulher encontra-se próximo ao momento do parto; Palpação/mensuração ————————— palpação do abdome tem o objetivo de palpar indiretamente o útero e seu conteúdo; verificam-se altura uterina, circunferência abdominal, consistência uterina, regularidade da superfície uterina e conteúdo uterino por meio de manobras especiais; altura uterina é mensurada por meio de dois pontos: a borda superior do osso pube e o fundo do útero, que é facilmente palpável com a borda cubital da mão; — usa-se uma fita métrica para medir esse arco, que deve ser mensurado acompanhando a linha média — medida da altura uterina permite estimar a idade gestacional e acompanhar o crescimento fetal; altura uterina também deve estar de acordo com a idade gestacional; circunferência abdominal é avaliada no nível da cicatriz umbilical (normalmente mede de 90 a 92 cm na gestante a termo); consistência uterina que se espera encontrar em um útero gravídico é elástico-pastoso-cística (exceto durante as contrações do trabalho de parto) devido ao amolecimento da parede uterina e à presença de líquido amniótico; superfície do útero normal é lisa e regular e, se a parede uterina estiver adelgaçada, é possível palpar pequenas partes fetais; para o estudo do conteúdo uterino, normalmente é usada a técnica de Leopold-Zweifel (dividida em quatro tempos), possível após 20 semanas de gravidez: 1o tempo – delimita-se o fundo uterino e, com as palmas das duas mãos, tenta-se palpar a parte fetal que ocupa essa região, na maioria dos casos, observa- -se a presença do polo pélvico; 2o tempo – deslizam-se as mãos do fundo uterino em direção ao polo inferior do órgão a fim de sentir o dorso fetal e as pequenas partes ou membros, quando o dorso orienta-se para trás, percebem-se melhor as pequenas partes fetais; 3o tempo – tempo conhecido como manobra de Leopold, visa à exploração da mobilidade do polo que se apresenta em relação ao estreito superior, procura-se apreender o polo entre o polegar e o médio da mão direita, imprimindo-lhe movimentos de lateralidade que indicam o grau de penetração da apresentação na bacia, quando a cabeça está alta e móvel, esse polo balança de um lado para o outro; 4o tempo – explora-se a escava, examinador volta as costas para a cabeça da paciente e coloca as mãos sobre as fossas ilíacas caminhando em direção ao hipogástrio; com as extremidades dos dedos, procura-se penetrar na pelve, movimento que dependerá do grau de insinuação do polo apresentado; Ausculta ——————————————— ausculta no exame obstétrico visa a avaliar os batimentos cardiofetais (BCF), pela presença de batimentos, tem-se apenas a informação se o feto está vivo ou morto, não sendo possível inferir sobre suas condições de higidez; a ausculta clínica realizada é a indireta, na qual se usa o sonar-Doppler, com o qual se pode perceber os BCF a partir de 10 a 12 semanas de idade gestacional; batimentos cardíacos também podem ser ouvidos com o estetoscópio de Pinard a partir da 20a semana de gestação; até a 20a semana de gravidez, não é possível palpar as partes fetais e o foco de ausculta encontra-se na linha média, sobre o corpo uterino; idades gestacionais mais avançadas, para a localização do foco de ausculta, é importante saber qual é a apresentação fetal: se for cefálica, o foco estará na região infraumbilical da mãe; se pélvica, encontra-se na região supraumbilical; e, se transversa, na linha abdominal mediana; como a área cardíaca do feto situa-se mais próximo ao polo cefálico, o foco máximo de escuta estará próximo a essa região, do lado do dorso fetal; apresentações cefálicas fletidas, que respondem pela maioria dos casos, o foco de ausculta encontra-se na divisa entre os terços inferior e médio da linha que liga o umbigo materno à crista ilíaca (linha de Ribemont- Dessaignes), do lado em que está o dorso fetal; — no momento em que se auscultam os BCF, é necessário ter atenção para não confundir os batimentos maternos com os fetais, para isso, recomenda-se contar antes os batimentos maternos ou comparar o pulso materno com os batimentos que são ouvidos pelo sonar, frequência dos batimentos fetais oscila entre 120 e 160 batimentos por minuto (bpm), em média 140 — ausência de batimentos pode indicar morte fetal, embora isso deva ser comprovado com outros exames, como a cardiotocografia ou a ultrassonografia; Exame especular ———————————— deve ser feito no pré-natal a fim de avaliar possíveis lesões no colo do útero, possibilitando a realização de colposcopia, se necessário, e a coleta de material para citologia oncótica, que é obrigatória, principalmente em multigestas; nos atendimentos de emergência, preconiza-se a utilização do espéculo antes do toque vaginal quando a mulher apresenta queixa de sangramentos vaginais, leucorreia ou ruptura das membranas ovulares; Toque vaginal ————————————— deve ser reduzido ao mínimo de vezes e com os cuidados indispensáveis; pode ser unidigital, bidigital (mais comum) ou manual (excepcional); durante a gestação, o toque combinado permite estimar o volume uterino, quando ainda não é possível palpá-lo no abdome, sendo, portanto, útil no diagnóstico de gravidez; 1o trimestre da gestação, são avaliados volume, forma, situação e amolecimento do corpo uterino, além de posição, consistência, comprimento e permeabilidade do colo do útero. nas proximidades do parto, avaliam-se as condições do colo, a relação entre a apresentação e a bacia, assim como as características do trajeto ósseo; no decurso do trabalho de parto, é indispensável, para diagnosticaro seu início, acompanhar a dilatação cervical (apagamento cervical e dilatação do orifício), a progressão fetal e precisar o tipo de apresentação, de posição e suas variedades; C O N C E I T O S D A S R E L A Ç Õ E S Ú T E R O - F E T A I S Situação: relação entre os eixos longitudinais do feto e do útero (longitudinal, transversa ou oblíqua); Apresentação: região fetal que se relaciona com o estreito superior da bacia, onde se insinua (cefálica, pélvica ou córmica); Atitude: posição do polo cefálico em relação ao seu eixo anteroposterior (flexão ou deflexão) e em relação ao seu eixo laterolateral (sinclitismo ou assinclitismo), ou seja, relação das partes fetais entre si, após 28 semanas, o feto adquire a atitude em flexão (membros todos fletidos), de modo a formar um ovoide de dois polos (cefálico e pélvico); Posição: relação entre o dorso fetal e o lado direito ou esquerdo do abdome materno (esquerda – quando o dorso fetal está à esquerda do abdome materno; direita – quando está à direita do abdome materno); P E L V I M E T R I A estudo da pelve se faz necessário, pois pode inferir a respeito do prognóstico do parto; há três estreitos ou regiões da pelve que devem ser avaliados, já que representam locais passíveis de impedir ou dificultar a progressão fetal: os estreitos superior, médio e inferior; estreito superior é delimitado pelo promontório, asa do sacro e anteriormente pelo púbis, estreito médio é importante por conter o menor diâmetro do trajeto do parto (biespinha ciática – plano zero de De Lee, com diâmetro transverso de 10 cm), o estreito inferior é delimitado pelo cóccix e púbis, sendo seu diâmetro variável devido à retro- pulsão do cóccix; diâmetros anteroposteriores da bacia são chamados de conjugatas; Existem quatro conjugatas, a saber: anatômica (11 cm) – do promontório à borda superior da sínfise púbica; obstétrica (10,5 cm) – do promontório à face interna mais saliente (ponto retropúbico de Crouzat) da sínfise púbica; diagonalis (12 cm) – do promontório à borda inferior do pube; exitus (9,5 a 11 cm) – da articulação sacrococcígea à borda inferior do pube. Idade da gestação e data provável do parto —— idade gestacional pode ser estimada a partir da data da última menstruação, do aumento do volume uterino, da ausculta fetal, dos movimentos fetais ou da ultrassonografia; na prática, usam-se a data da última menstruação e a ultrassonografia realizada mais precocemente; Data da última menstruação (DUM) data provável do parto será em média 280 dias após o primeiro dia do último período menstrual; na prática, vale-se da regra de Nägele, que consiste em adicionar 7 dias e mais 9 meses à data da última menstruação (ou menos 3 meses, quando se faz o cálculo retrógrado), a data provável do parto; Por exemplo, se a DUM da mulher foi dia 12 de janeiro, a data provável do parto será calculada da seguinte forma: Dia: 12 + 7 = 19 Mês: 01 + 9 = 10, então a data provável do parto será dia 19 de outubro para calcular a idade gestacional, somam-se à data da última menstruação os dias que passaram até o momento atual em que se deseja saber a data da gravidez, como os dados obstétricos têm mais valor quando calculados em semanas, faz-se a seguinte conta: o número total de dias até o atual momento dividido por 7. Por exemplo: se da última menstruação até o dia atual existem 142 dias, esse valor deverá ser dividido por 7. Assim, o resultado será de 20 e restarão dois dias, então a mulher apresenta 20 semanas e 2 dias de idade gestacional. Aumento do volume uterino a partir de 12 semanas, o útero pode ser palpado no abdome; na primeira metade da gestação, a mensuração do fundo uterino é bom indicador para o cálculo da idade gestacional, já que, nessa fase, o crescimento fetal é praticamente constante em todas as gestações; na segunda metade, o crescimento é mais variável e os erros tornam-se mais comuns; com 16 semanas, o fundo do útero deverá coincidir com o ponto médio entre a sínfise púbica e o umbigo. Ausculta fetal sonar-Doppler identifica o pulso fetal desde 10 a 12 semanas de idade gestacional, portanto, se os BCF estão presentes, conclui-se que o feto tem idade superior a 10 a 12 semanas; Movimentos fetais movimentos costumam ser percebidos com aproximadamente 20 semanas de idade gestacional nas primigestas e 16 semanas nas multíparas; Ultrassonografia algumas mulheres, apenas a ultrassonografia consegue precisar a idade gestacional, devido à imprecisão do registro da data da última menstruação, aos ciclos irregulares, à amenorreia pós-parto ou pós-ovulatória ou “hemorragia de implantação”; na ultrassonografia, avalia-se da seguinte forma: 1o trimestre – a idade gestacional é avalia- da por meio do comprimento cabeça-ná- dega do embrião, a ultrassonografia que mostra a idade gestacional de maneira mais fidedigna. 2o trimestre – a idade da gravidez é dada pela medida do diâmetro biparietal (DBP) do feto. 3o trimestre – estima-se a idade gestacional por meio do comprimento do fêmur (CF). D I A G N Ó S T I C O D E T R A B A L H O D E P A R T O — definição de trabalho de parto é diferente para mulheres primíparas e multíparas — considera-se que uma primípara está em trabalho de parto quando apresenta contrações uterinas dolorosas, rítmicas (no mínimo 2 em 10 minutos), que se estendem a todo o útero e têm duração de 50 a 60 segundos, e exibe colo apagado e dilatado em 2 cm; durante o trabalho de parto, é fundamental o acompanhamento de sua evolução, para o qual se utiliza o partograma (representação gráfica do trabalho de parto), além de possibilitar acompanhar a evolução, tem o objetivo de documentar, diagnosticar alterações e auxiliar o raciocínio médico para indicar condutas; Partograma é composto de divisórias horizontais e verticais; cada divisória horizontal corresponde a 1 hora e cada vertical, a 1 cm de dilatação cervical e de descida de apresentação, no partograma, também devem estar anotadas a frequência cardíaca fetal (entre 120 e 160 bpm), a integridade da bolsa, as características do líquido amniótico, a frequência e a intensidade das contrações uterinas; preenchimento deve ser iniciado quando a paciente estiver em fase ativa do trabalho de parto (2 a 3 contrações eficientes em 10 minutos e dilatação cervical de 3 cm); se houver dúvida quanto ao trabalho de parto, o toque vaginal precisará ser realizado após 1 hora; se a diferença de dilatação for maior ou igual a 1 cm, inicia- se o preenchimento do partograma; dilatação cervical é indicada no ponto correspondente do gráfico, traçando-se na hora imediatamente seguinte a linha de alerta e, em paralelo, 4 horas depois, a linha de ação; se a linha de alerta for ultrapassada, indica-se que o trabalho de parto exigirá um acompanhamento mais rigoroso; se a linha de ação for atingida, o parto deverá ser resolvido rapidamente, pois indica que o trabalho de parto normal não está ocorrendo de acordo com o esperado; preenchimento deve ser realizado a cada 1 hora com toques vaginais subsequentes, lembrando que a anotação precisará respeitar o tempo no gráfico; em cada toque, deverão ser avaliados: dilatação cervical (máximo de 10 cm, cerca de 1 cm por hora); esvaecimento (estimar porcentagem); posição do colo uterino (anterior, médio ou posterior); consistência do colo (firme, médio e mole); e altura da apresentação; registro das contrações uterinas deve ser realizado em 10 minutos, a cada hora, assim como o registro dos BCF, da cor do líquido amniótico, da administração de líquidos e drogas e do início da analgesia, dependendo da evolução do trabalho de parto por meio do partograma bem preenchido,são diagnosticadas as distócias, cujas condutas são específicas para cada caso;
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