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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 30ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO DO ESTADO DE SÃO PAULO Processo n° (dez linhas) ZÍLIO, já qualificado nos autos, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (procuração anexa), com escritório profissional no “endereço completo”, onde recebe intimação e notificações, para fins do art. 77, inciso V, do CPC, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, com fundamento no art. 525 do CPC e mais disposições aplicáveis à espécie, propor: IMPUGNAÇÃO COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO Em face de DEUSTÊMIO, já qualificado, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos. I - DOS FATOS Deustêmio, ora impugnado, de posse de uma sentença condenatória, deu início à fase de cumprimento de sentença em face de Zílio, ora impugnante. Deu-se a efetivação de penhora de um veículo pelo intermédio de oficial de justiça. Considerando o prazo do art. 525, caput, do Código de Processo Civil, apresenta o impugnante, tempestivamente, a presente impugnação. Vale destacar que o bem penhorado não é de propriedade do impugnante e os cálculos elaborados pelo impugnado não estão de acordo com o disposto na sentença. É a síntese do necessário. II - DOS ARGUMENTOS QUE DEVEM LEVAR AO PROVIMENTO DESTA IMPUGNAÇÃO I - DA NULIDADE DE PENHORA: CONSTRIÇÃO JUDICIAL DE BEM DE TERCEIRO E NÃO DO DEVEDOR (CPC/2015, art. 525, § 1º, IV) Consoante se depreende do auto de penhora em anexo, houve a constrição do veículo (dados do veículo). Contudo, nos termos do documento ora anexado, percebe-se claramente que tal bem não é de propriedade do impugnante. O veículo, como facilmente se percebe do certificado de registro, é de propriedade da empresa, em que o impugnante é empregado. Conforme se verifica do ofício em anexo, o veículo está na posse de Zílio para o exercício de sua profissão. Assim, considerando que houve penhora de bem de terceiro, é indubitável que a referida é irregular, devendo ser de pronto levantada. II - DA DESCONFORMIDADE DOS CÁLCULOS APRESENTADOS PELO CREDOR: EXCESSO DE EXECUÇÃO (CPC/2015, art. 525, § 1º, V) Resta claro também a ocorrência de excesso de execução, tendo em vista que a fase de cumprimento de sentença está sendo processada por valor diverso daquele constante no título (CPC/2015, art. 525, § 1º, V). Destarte, nos termos da planilha em anexo, o valor correto do débito, a partir dos critérios fixados na sentença, é de R$ ... (conforme o valor constante no demonstrativo de débitos atualizado) e não R$ ..., como pretende o impugnado. A apresentação da planilha anexa dá cumprimento ao disposto no CPC/2015, art. 525, § 4º. (indicação, pelo impugnante, do valor que este entende devido). III - DA CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO À PRESENTE IMPUGNAÇÃO Esta impugnação deve ser recebida no efeito suspensivo, tendo em vista a presença de todos os requisitos necessários para isso. Nos termos do CPC/2015, art. 525, § 6º, três são os requisitos para que seja atribuído efeito suspensivo à impugnação: a) Juízo garantido por penhora, b) Relevância dos fundamentos de defesa c) Grave dano no prosseguimento da execução. A documentação apresentada (em anexo) demonstra sem sombras de dúvidas que o veículo não é de propriedade do devedor e que os cálculos do credor estão equivocados. Assim, resta claro a presença da relevância dos argumentos. De seu turno, a penhora de bem de terceiro, empregador do impugnante, acarreta a existência de grave dano se for dado prosseguimento a execução. Afinal, o impugnante é depositário judicial do bem e pode, a qualquer momento, ter de devolver o bem a seu empregador – o que lhe pode causar uma situação de risco, já que não mais terá a guarda do bem depositado. Outrossim, há risco de dano pelo simples fato desta fase de cumprimento de sentença prosseguir por um valor superior ao devido, já que o nome do impugnado é colocado como devedor de quantia superior à efetivamente devida. III - DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: a) liminarmente, a atribuição de efeito suspensivo a esta impugnação; b) a intimação do impugnado, na pessoa de seu procurador, para que, se assim o desejar, apresente resposta a esta impugnação; c) o levantamento da penhora realizada, tendo em vista ser o bem constrito de propriedade de terceiro; d) a procedência desta impugnação, reconhecendo-se como correto o valor apontado pelo impugnante e não aquele apontado pelo impugnado (excesso de execução); e) a condenação do impugnado ao pagamento de custas, honorários advocatí- cios e demais despesas; IV - DAS PROVAS Requer que seja provado o alegado, por todos os meios em direito admitidos, especialmente pelos documentos ora juntados, mas também, caso V. Exa. entenda pertinente, por perícia contábil (divergência nos cálculos) e outros meios previstos em lei. Termos em que, Pede deferimento. Local e data Advogado OAB/UF nº ... EMENTA RECURSOS DE APELAÇÃO – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDENCIA RECURSO DA REQUERIDA (1) AFASTAMENTO DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – IMPOSSIBILIDADE – PENHORA INDEVIDA DE VEÍCULO – BEM PERTENCENYE A TERCEIRO ESTRANHO A LIDE – CIENCIA DA REQUERIDA QUE MESMO ASSIM PLEITEOU A PENHORA DO BEM – DANO IN RE IPSA CONFIGURADO – REDISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS SUCUMBENCIAL – DEVIDO – SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA - ART. 86 DO CPC – RECURSO OARCUIALMENTE PROVIDO RECURSO DO AUTOR (2) – MAJORAÇÃO DO QUANTUM ARBITRADO A TÍTULO DE DANOS MORAIS – POSSIBILIDADE – VALOR DESPROPORCIONAL – RECURSO PROVIDO (TJPR – 18ª C. Cível – 0002722-86.2014.8.16.0101 – Jandaia do Sul – Rel.: Desembargadora Denise Kruger Pereira – J. 14.06.2018) Defendida por José Miguel de Garcia Medina, os embargos à execução possuem natureza jurídica híbrida, conforme a matéria defensiva veiculada. Caso a matéria seja somente a indicação de algum erro no procedimento executório, deverá ser entendido como mera defesa do executado. Por outro lado, se a matéria defensiva tiver o condão de inovar na relação jurídica processual, a natureza será de verdadeira ação autônoma.
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