Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CASO CONCRETO 5 : Deustêmio, de posse de uma sentença estrangeira condenatória contra Zílio, devidamente homologada perante o Superior Tribunal de Justiça, propõe a competente execução perante uma das Varas Cíveis da Comarca de São Paulo, local onde reside o devedor, tendo sido distribuída para a 30ª. Vara Cível. Ocorre que o bem penhorado não é da propriedade de Zílio, pois trata-se de veículo de propriedade da empresa em que ele trabalha, estando na sua posse para exercício da profissão. Além do mais, os cálculos elaborados pelo credor estão em desconformidade com o disposto na sentença. Como advogado de Zílio, elabore a defesa cabível. EXCELENTISSIMO SRENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 30º VARA CIVIL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA CAPITAL Processo nº. ZILIO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade RG nº, inscrito no CPF sob nº, residente e domiciliado em á rua, nº, bairro, CEP, São Paulo, com endereço eletrônico, neste ato assentado por seu advogado que esta subscreve (procuração em anexo), vem, respeitosamente perante a Vossa excelência, com fundamento no art. 525 do CPC e mais disposições a espécie, apresentar a presente, IMPUGNAÇÃO COM REQUERIMENTO DE ATRIBUIÇÃO DE EFEITO SUSPENSIVO Em face de Deustêmio, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade RG nº, inscrito no CPF sob nº, residente e domiciliado em á rua, nº, bairro, CEP, São Paulo, com endereço eletrônico, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos. I – DOS FATOS Deustênio, ora impugnado, reconhecido titular de débito contra Zilio por meio de sentença condenatória estrangeira, deu início a fase de cumprimento de sentença em face de Zilio, ora impugnante no foro desta comarca. Houve a efetivação de penhora de um veículo pelo oficial de justiça. Considerando o prazo do art. 525, do CPC apresenta o impugnante, tempestivamente, a presente impugnação. É de se destacar que o bem penhorado não é de propriedade do impugnante e os cálculos elaborados pela impugnação não estão de acordo com os dispostos na sentença. É a síntese do necessário. II – DOS FUNDAMENTOS 1 – Da incompetência Absoluta do juízo: É bem claro a lei maior em seu art. 109, X que se tratando de sentença condenatória estrangeira a competência para processar e julgar são dos juízes federais, é não conforme segue. Sendo assim, conforme preceitua o art. 525, VI c/c 515, VIII, ambos do CPC, o executado poderá alegar a incompetência absoluta do juízo na execução quando se trata de títulos executivos judiciais cujo cumprimento se dá por sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça, neste caso trata-se de critério funcional, sendo necessário a remessa ao juízo competente. 2- Da nulidade de penhora: Constrição judicial de bem de terceiro e não do devedor. Art. 525, parágrafo 1º, IV e parágrafo 6º do CPC. Consoante se depreende auto de penhora em anexo, houve a constrição do veículo, dados do veículo. Contudo, nos termos do documento ora anexado percebe-se claramente que tal bem não é de propriedade do impugnante. O veículo, como facilmente se depreende do certificado de registro, é de propriedade da empresa, da qual o impugnante é empregado. Conforme se verifica do ofício em anexo, o veículo está na posse de Zilio para exercício de sua profissão. Assim, considerando que houve penhora de bem de terceiro, é indubitável que a mesma é INDEVIDA, devendo ser prontamente LEVANTADA. 3 – Da desconformidade dos cálculos apresentados pelo credor: Excesso de execução. Art. 525, parágrafo 1º, V do CPC. É de se apontar, também, a ocorrência de exceção de execução, tendo em vista que a fase de cumprimento de sentença está processada, por valor diverso daquele constante no título. Destarte da planilha em anexo, o valor correto do debito, a partir dos critérios fixados na sentença, e de RS.(valor), como pretende o impugnado. A apresentação da planilha anexa dá cumprimento ao disposto no CPC, art. 525, parágrafo 4º e 5º, com valores demostrados discriminados e atualizados. (valor). A diferença entre os valores deve-se a (valor). Assim, a fase de cumprimento de sentença deve prosseguir com base no valor aqui indicado. III – DA CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO Á PRESENTE IMPUGNAÇÃO Esta impugnação deve ser recebida no efeito suspensivo, tendo em vista a presença de todos os requisitos necessários para isso. Nos termos do CPC, art. 525, parágrafo 6º, três são os requisitos para que seja atribuído efeito suspensivo a impugnação: (i) juízo garantido por penhora, (ii) relevância dos fundamentos de defesa e (iii) grave dano no prosseguimento da execução. A documentação anexa demostra cabalmente que o veículo não é de propriedade do devedor e que os cálculos do credor estão equivocados. Assim, está claramente presente relevância dos argumentos. De seu turno, a penhora de bem de terceiro, empregador do impugnante, acarreta a existência de grave dano se prosseguir a execução. Afinal, o impugnante é depositário judicial do bem e pode, a qualquer momento, ter de devolver o bem a seu empregador- o que lhe pode causar uma situação de risco, já que não mais terá a guarda do bem depositado. Outrossim, há risco de dano pelo simples fato desta fase de cumprimento de sentença prosseguir por um valor superior ao devido, já que o nome do impugnado é colocado como devedor de quantia superior a efetivamente devida. IV – DOS REQUERIMENTOS Diante do exposto, requer-se: 1- Requer que seja atribuída a concessão de efeito suspensivo ao processo de execução, diante da possibilidade de ocorrência de danos de difícil reparação, nos termos do art. 525, parágrafo 6º; 2- A intimação do impugnado, na pessoa de seu procurador, para que, querendo, apresente resposta a esta impugnação; 3- O acolhimento da preliminar de incompetência absoluta do juízo, remetendo-se os autos para justiça federal, anulando-se os atos decisórios; 4- O levantamento da penhora realizada, tendo em vista ser o bem constrito de propriedade de terceiro; 5- A procedência desta impugnação, reconhecendo-se como correto o valor apontado pelo impugnante e não aquele apontado pelo impugnado (excesso de execução); 6- A condenação do impugnado ao pagamento de custas, honorários advocatícios e demais despesas; V – DAS PROVAS Requer provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, especialmente pelos documentos ora juntados, mas também, caso V. Excelência entenda necessário, por perícia contábil e ouros meios previstos em lei, conforme art. 369 do CPC. Termos em que pede deferimento. Local/data Advogado OAB/UF
Compartilhar