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ATIVIDADE INDIVIDUAL SEGURO E RESSEGURO LUCAS VINICIUS SALOME SEGURO E RESSEGURO 0321-1_2

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1 
 
ATIVIDADE INDIVIDUAL 
 
Matriz de análise 
Disciplina: Seguro e Resseguro 0321-1 Módulo: 01 a 03 
Aluno: LUCAS VINÍCIUS SALOMÉ Turma: 0321-1_2 
Tarefa: Elaborar um parecer com um prognóstico de êxito, abordando todas as questões jurídicas que 
possam ser utilizadas como matéria de defesa, considerando as condições contratuais padronizadas 
previstas na Circular Susep nº 477, de 30 de setembro de 2013, para o setor público (ramo 0775), 
especificamente as condições expressas no Capítulo II, Modalidade II – Seguro garantia para construção, 
fornecimento ou prestação de serviços. 
Introdução 
Trata-se de parecer que visa esclarecer à Seguradora X se sua conduta em negar 
a cobertura do seguro o qual o Governo Federal era beneficiário está dentro dos ditames legais e qual ou 
quais matérias de defesa podem ser aventadas em eventual disputa extra ou judicial. 
 
A Construtora XPTO após vencer licitação federal, firmou em 25 de maio de 
2014 um contrato administrativo para a construção de uma nova rodovia interestadual com previsão de 
entrega das obras em 25 de maio de 2018. 
 
Obra orçada em 980 milhões de reais, a construtora ofereceu um seguro garantia, 
cujas condições gerais seguem o texto padrão da SUSEP. 
 
Em 20 de fevereiro de 2016, a Seguradora X foi notificada pelo Governo Federal 
sobre a recisão contratual com a Construtora XPTO. 
 
A notificação informa que após apuração de irregularidades apontadas e 
determinadas em processo administrativo, a construtora foi condenada ao pagamento de multa no valor de 
120 milhões de reais, ressaltando que até aquele momento, os valores não haviam sido adimplidos, desta 
forma, a notificação destinada a Seguradora X teve o intuito de exigir o pagamento da multa que 
supostamente estaria segurada pelo contrato de seguro garantia. 
 
 
2 
 
 
Após a regulação do sinistro em 03 de março de 2016, a Seguradora X negou a 
cobertura informando que o segurado descumpriu suas obrigações previstas em apólice. 
 
Diante do exposto, o presente parecer irá tratar sobre a negativa da cobertura e 
quais suas fundamentações para tal fim. 
 
Desenvolvimento 
 
1. Do Seguro Garantia. 
 
Para melhor trabalharmos a questão exposta, o primeiro ponto que deve ser 
abordado trata do tipo de seguro foi realizado e quais suas características. 
 
Conforme exposto, houve a contratação de um seguro garantia, o qual tem seu 
clausurado seguindo o padrão da SUSEP previstas na Circular Susep nº 477, de 30 de setembro de 
2013. 
 
O seguro garantia é uma garantia de outro contrato ou obrigação. Trata-se de 
um contrato associado a um contrato principal. Nesse sentido o artigo 2.º da circular nos traz os 
seguintes ditames: “O seguro garantia tem por objetivo garantir o fiel cumprimento das obrigações 
assumidas pelo tomador perante o segurado”g.n. 
 
Gladimir Polleto define o seguro garantia como aquele em que mediante o 
pagamento de um prêmio, o segurador garante o cumprimento das obrigações do tomador do seguro 
firmadas como segurado ou beneficiário, exclusivamente dentro dos limites convencionados na apólice, 
seja pelo pagamento dos prejuízos ocorridos ou pelo cumprimento efetivo da obrigação contemplada 
pela importância segurada. 
 
Uma característica importante do seguro garantia, encontra-se na forma da 
regulação do seu sinistro, pois diferente de outros tipos de seguro, entre as obrigações do segurado, 
existe a necessidade desse, comunicar a seguradora sobre a expectativa do sinistro, sob pena de ser 
negada a corbetura e perder o direito a indenização. 
 
Nesse sentido o determinado pela circular supracitada em seus itens 4.1 e 
4.2.2 do Capítulo II, Modalidade II: “4.1. Expectativa: tão logo realizada a abertura do processo 
administrativo para apurar possível inadimplência do tomador, este deverá ser imediatamente 
notificado pelo segurado, indicando claramente os itens não cumpridos e concedendo-lhe prazo para 
regularização da inadimplência apontada, remetendo cópia da notificação para a seguradora, com o 
fito de comunicar e registrar a Expectativa de Sinistro.” e “4.2.2. A não formalização da Reclamação 
do Sinistro tornará sem efeito a Expectativa do Sinistro”.g.n. 
 
Portanto, o item 4.1 dispõe sobre a obrigação do segurado em comunicar a 
seguradora acerca da instauração de qualquer processo administrativo para verificação de 
inconformidades na prestação de serviço. Comunicação esta que tem o intuito de registrar a expectativa 
de sinistro. 
 
No presente caso, o Governo Federal, notificou a Seguradora X sobre a 
decisão do processo administrativo, porém não informou o inicio do procedimento, conforme determina 
o supracitado item 4.1 da circular 477 de 30/09/2013. 
 
Desta forma aplica-se o previsto no item 11, inciso V das Condições Gerais – 
Ramo 0775 em conjunto ao artigo 771 do Código Civil que aduz que há a perda no direito a cobertura 
em face ao descumprimento da obrigação de informar a exitencia do processo administrativo, tão logo 
sua abertura: “11. Perda de Direitos: O segurado perderá o direito à indenização na ocorrência de 
uma ou mais das seguintes hipóteses: (...) V - O segurado não cumprir integralmente quaisquer 
obrigações previstas no contrato de seguro; (...)” e “Art. 771. Sob pena de perder o direito à 
indenização, o segurado participará o sinistro ao segurador, logo que o saiba, e tomará as 
providências imediatas para minorar-lhe as conseqüências.”g.n. 
 
Era obrigação do Governo Federal ter comunicado a Seguradora de forma 
imediata o início do processo administrativo, uma vez que foi exigência da propria administração 
pública o seguro garantia. 
 
Para corroborar, seguem decisões em casos análogos: 
 
ADMINISTRATIVO. SEGURO-GARANTIA. INADIMPLEMENTO DA 
TOMADORA. FALTA DE COMUNICAÇÃO. ISENÇÃO DE 
 
 
4 
 
RESPONSABILIDADE DA SEGURADORA. 1. Ao deixar de ter 
conhecimento acerca do inadimplemento contratual por parte da Tomadora, a 
seguradora apelada se viu impossibilitada de tomar providências para minorar 
as consequências, tanto para a segurada, como para a própria seguradora, 
trazendo prejuízo à apelada. Sabendo da inadimplência da Tomadora, a 
Seguradora ré poderia ter adotado os seguintes procedimentos: acompanhar os 
procedimentos de apuração das infrações contratuais cometidas pela 
Tomadora; realizar, por meio de terceiros, o objeto do contrato principal, e 
minorar as consequências do inadimplemento impugnado pela apelante. 2. 
Não há em ponto algum das Condições Gerais qualquer dúvida acerca das 
obrigações assumidas pela Segurada, tampouco acerca das condições que 
levam à isenção de responsabilidade ou à perda do direito à garantia 
securitária. 3. A cláusula que isenta a responsabilidade da seguradora, bem 
como a que exige a comunicação imediata do sinistro, são plenamente válidas 
e aplicáveis ao caso concreto, não havendo falar em abusividade das mesmas. 
4. Improcedência do pedido de condenação da ré ao pagamento do valor de 
apólice de seguro-garantia relativo ao contrato de prestação do serviço de 
vigilância. (TRF-4 - AC: 50287689120134047000 PR 5028768-
91.2013.404.7000, Relator: FERNANDO QUADROS DA SILVA, Data de 
Julgamento: 24/02/2016, TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: D.E. 
25/02/2016). 
 
CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO MONITÓRIA. SEGURO-GARANTIA. 
CONTRATO ADMINISTRATIVO. DESCUMPRIMENTO DO DEVER 
CONTRATUAL. PERDA DO DIREITO À INDENIZAÇÃO. 
EXPECTATIVA DE SINISTRO. 1. O descumprimento do dever do segurado 
em comunicar à seguradora tão logo ocorra a inadimplência do tomador do 
serviço, a fim de registrar a expectativa do sinistro, acarreta a perda do direito 
ao pagamento do seguro. 2. A deflagração do procedimento administrativo 
para apurar falhas cometidas no curso do contrato administrativo deveria ser 
objeto de informação imediata à seguradora, a fim de possibilitar a minoração 
do sinistro. 3. Recurso desprovido. (TJ-DF 07031038420198070018DF 
0703103-84.2019.8.07.0018, Relator: MARIO-ZAM BELMIRO, Data de 
Julgamento: 04/12/2019, 8ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no 
DJE : 18/12/2019 . Pág.: Sem Página Cadastrada.) 
 
Diante do exposto, a Seguradora X tem base legal para sua negativa a 
cobertura e ao pagamento da indenização correspondente. 
 
2. Da Multa. 
 
Conforme exposto, o contrato administrativo foi realizado no total de 980 
milhões de reais. O Governo Federal ao notificar a Seguradora X exigiu o pagamento de 120 milhões 
de reais, valores resultantes da penalidade aplicada a Construtora XPTO. 
 
Além do aventado no item anterior, ainda que a administração pública 
tivesse respeitado os ditantes estabelecidos pela Circular n. 477, os valores exigidos como indenização 
ultrassariam o limite permitido pela Lei 8666/90 como veremos a seguir. 
 
A circular supracitada em seu item 1.2. da Modalidade II traz a seguinte 
inteligência: “Encontram-se também garantidos por este contrato de seguro os valores das multas e 
indenizações devidas à Administração Pública, tendo em vista o disposto na Lei nº 8.666/93.”g.n. 
 
O paragrafo 3.º do artigo 56 da Lei 8.666/1993 determina que a garantia 
para obras de grande vulto, complexidade técnica e alto risco financeiro podem atingir o teto de até 
10% (dez por cento) do valor da obra. “Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e 
desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas 
contratações de obras, serviços e compras. (...) § 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande 
vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através 
de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto no 
parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do contrato. (Redação dada 
pela Lei nº 8.883, de 1994)”. 
 
Assim, o valor pleiteado pela administração pública, poderia chegar ao 
máximo de 98 milhões de reais, exatos 10% de 980 milhões de reais, ainda que desse valor de 98 
milhões de reais, deve-se descontar eventuais serviços efetivamente prestados pela Construtora XPTO, 
conforme paragrafo 1.º da Art. 13 da Circular: “A seguradora indenizará o segurado, mediante acordo 
entre as partes, segundo uma das formas abaixo (...) §1º - No caso de rescisão do contrato principal, 
todos os saldos de créditos do tomador no contrato principal serão utilizados na amortização do 
prejuízo e/ou da multa objeto da reclamação do sinistro, sem prejuízo do pagamento da indenização no 
prazo devido.”g.n. 
 
 
6 
 
 
3. Da Prescrição: 
 
Apontamos a falta de comunição da expectativa de sinistro, bem como o 
excesso nos valores pleiteados de indenização. Além destes pontos, o último que devemos discutir, trata 
da prescrição. Como reza o artigo 206 do Código Civil a pretensão do segurado em face da seguradora 
é de um ano do fato gerador. 
 
Como sabe-se, um processo administrativo pode durar anos, desta forma, em 
análise mais profunda do caso, é possível que exista uma tese de prescrição em relação ao sinistro e o 
pedido de cobertura. Caso se tenha acesso ao conteúdo do processo administrativo será possível depurar 
a possibilidade da prescrição após a exata definição do fato gerador que, por fim, aniquiliaria qualquer 
pretensão Governamental. 
 
Conclusão 
Após a análise do caso, especificamente a natureza do seguro garantia e a 
vinculação das partes ao clausurado da Circular n.º 477 de 30/09/2013, a falta de cumprimento do 
Segurado, neste caso, a Administração Pública, em informar a expectativa do sinistro, afastou sua 
possibilidade de receber a indenização pleiteada. 
 
Atentando ainda que mesmo que fosse possível, o valor perseguido pela 
Administração está em excesso, sendo, no máximo, possível indenizar 10% dos valores da obra 
devendo-se ainda analisar o que da prestação de serviço foi efetivamente realizado para haver, em cima 
dos 10% do contrato, o devido abatimento. 
 
Por fim, existe ainda a possibilidade da prescrição da pretensão do Governo, 
fato esse que para se dar melhor posicionamento, necessário ter acesso ao processo administrativo e 
determinar a data do fato gerador. 
 
Este é o parecer. 
 
Referências bibliográficas 
POLETTO, Gladimir Adriani. O seguro garantia: em busca de sua natureza jurídica. Rio de Janeiro: 
FUNENSEG, 2003, p. 44. 
Revista Juridica de SEGUROS / CNseg, maio de 2020. 314 pp. 
https://www.conjur.com.br/2021-fev-22/direito-civil-atual-eficacia-seguro-garantia-judicial-estaria-
xeque 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8666cons.htm 
https://www.editoraroncarati.com.br/v2/Diario-Oficial/Diario-Oficial/circular-susep-no-477-de-
30092013.html#item5 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm 
 
 
https://www.conjur.com.br/2021-fev-22/direito-civil-atual-eficacia-seguro-garantia-judicial-estaria-xeque
https://www.conjur.com.br/2021-fev-22/direito-civil-atual-eficacia-seguro-garantia-judicial-estaria-xeque
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8666cons.htm
https://www.editoraroncarati.com.br/v2/Diario-Oficial/Diario-Oficial/circular-susep-no-477-de-30092013.html#item5
https://www.editoraroncarati.com.br/v2/Diario-Oficial/Diario-Oficial/circular-susep-no-477-de-30092013.html#item5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm

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