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INFECÇÃO URINÁRIA ALTA • Semiologia • Epidemiologia (variações anatômicas) • Etiologia (bactérias mais prevalentes, infecção fúngica...) • Fisiopatologia • Profilaxia • Conduta (ATB mais usados + classes e cobertura) ANAMNESE Tem alguma dificuldade para urinar? A dificuldade ocorre para iniciar o jato? Com que frequência urina? Levanta à noite para urinar? O volume das micções está alterado? Alguma dor ou queimação? Algum tipo de incontinência? Não consegue prender o xixi O jato urinário tem a mesma força de sempre? Qual o aspecto da urina? SINAIS E SINTOMAS Disúria ardor ou dor ao urinar A passagem da urina faz doer? Normalmente, são infecções do trato urinário Polaciúria aumento da frequência urinária sem o aumento correspondente do volume urinário Poliúria aumento do volume urinário Nictúria acordar muitas vezes à noite para fazer xixi Enurese noturna fazer xixi na cama; não tem continência (não consegue prender o xixi) – é diferente de nictúria >> Incontinência: dificuldade ou incapacidade de conter ou controlar as excreções. De esforço: se pegar peso, tossir, dar risada = faz xixi Por transbordamento: a bexiga enche demais, pois não contrai quando tem que contrair Funcional: a bexiga contrai na hora que não é para contrair Alterações no jato urinário: força, tamanho, esforço necessário Gotejamento terminal Problemas de próstata – quadro de prostatismo – fazem mudanças no jato urinário. Dor: renal ou ureteral Quando o rim dói, o paciente sente dor nos flancos, ou até mesmo, dor lombar. Dor no ureter pode irradiar para a fossa ilíaca, chegando até mesmo a grandes lábios ou bolsa escrotal. Hematúria – alteração nos pigmentos urinários sangue na urina, não necessariamente faz uma urina vermelha, pode fazer uma urina acastanhada, vermelha escura que parece preto etc. Quando mioglobina sai na urina (mioglotúria), aparenta ser hematúria. Quando perde hemácia na urina – hematúria Hemoglobinúria presença de hemoglobina na urina. Significa que acontece o aumento da produção de hemoglobina, ao ponto de ela ser filtrada. PERCUSSÃO Punho percussão renal, pesquisa de hipersensibilidade ou sinal de Giordano. Colocar a mão não dominante na topografia renal, e a outra dá um “soquinho”. Sinal de Giordano positivo o paciente dá um pulo e/ou grito pois o rim está inflamado e o “soquinho” doeu. Normalmente ocorre em pielonefrite – infecção renal. Definições: A ITU pode ser assintomática (infecção subclínica) ou sintomática (doença). O termo ITU abrange uma variedade de entidades clínicas, incluindo bacteriúria assintomática (BUA), cistite, prostatite e pielonefrite. Tanto a ITU quanto a BUA indicam a presença de bactérias no trato urinário, habitualmente acompanhadas de leucócitos e citocinas urina. Entretanto, a BUA ocorre na ausência de sintomas atribuíveis à presença de bactérias no trato urinário e, em geral, não necessita de tratamento, enquanto a ITU implica em doença sintomática, justificando a terapia antimicrobiana. A ITU não complicada refere-se à cistite ou pielonefrite agudas em mulheres não grávidas em nível ambulatorial sem anormalidades anatômicas, nem instrumentação do trato urinário; a ITU complicada é um termo geral que abrange todos os outros tipos de ITU. A ITU recorrente não é necessariamente complicada; episódios individuais podem não ser complicados e tratados desse modo. A bacteriúria associada ao uso de cateteres pode ser sintomática (ITUAC) ou assintomática. Epidemiologia: pode ocorrer em ambos os sexos e tem prevalência variada, de acordo com a faixa etária e as situações individuais em relação à idade e ao sexo. Variações epidemiológicas acontecem em decorrência de vários fatores: flora bacteriana habitual de áreas anatômicas específicas, fatores antibacterianos e iatrogênicos (sondagens) e doenças associadas congênitas e adquiridas (diabetes). Na infância, assumem características importantes as alterações urológicas associadas à ITU, como malformações obstrutivas, que podem ser encontradas em 2 a 10%, e refluxo vesicoureteral, em 20 a 30% das crianças com ITU. Na idade adulta, em mulheres o início da atividade sexual tem papel importante, indicando relação estreita entre esses dois eventos. Outros fatores associados são pH vaginal, ausência de lactobacilos vaginais e vaginites bacterianas, no período gestacional ocorrem modificações anatomo funcionais do aparelho urinário que resultam em maior incidência de bacteriúria, de 4 a 7%, como também maior gravidade e risco de pielonefrite. Essas complicações são mais frequentes no terceiro trimestre da gravidez e o melhor período para verificação de possível bacteriúria é na 16 semana. Das patologias clínicas associadas, a mais importante é o diabetes, que tem maior incidência ligada à infecção (20%), como também aumento da probabilidade de complicações. A maior prevalência de pielonefrite pode estar relacionada à inadequada mobilização dos leucócitos em direção à área infectada, como também à isquemia secundária à doença microvascular. Não raras vezes, pielonefrite no diabético evolui para abscesso renal ou perirrenal, mesmo na ausência de patologias obstrutivas do trato urinário. Etiologia: ITU podem resultar da invasão de qualquer agente agressor, como bactérias, fungos, virus e agentes específicos. Encontramos prevalência acentuada em relação às bactérias gramnegativas, dentre elas, especificamente, a Escherichia coli 79% e Staphylococus saprophyticus 11%. Fisiopatologia: Na maioria dos casos de ITU, as bactérias estabelecem uma infecção por meio de sua ascensão até a bexiga através da uretra. A ascensão contínua do ureter até o rim constitui o caminho para a maioria das infecções do parênquima renal. Entretanto, a introdução de bactérias na bexiga não leva necessariamente a uma infecção duradoura e sintomática. A interação entre fatores do hospedeiro, do patógeno e ambientais determina se haverá invasão tecidual e infecção sintomática. Por exemplo, as bactérias frequentemente entram na bexiga após uma relação sexual, porém a micção normal e os mecanismos de defesa inatos do hospedeiro na bexiga eliminam esses microrganismos. Qualquer corpo estranho existente no trato urinário, como um cateter urinário ou cálculo, proporciona uma superficie inerte para a colonização de bactérias. A micção anormal e/ou um volume de urina residual significativo promove uma infecção verdadeira. Para simplificar, qualquer coisa capaz de aumentar a probabilidade das bactérias de entrar na bexiga e lá permanecer aumenta o risco de ITU. As bactérias também podem ter acesso ao trato urinário através da corrente sanguínea. Entretanto, a disseminação hematogênica responde por < 2% das ITU documentadas e, em geral, resulta de bacteremia causada por microrganismos relativamente virulentos, como Salmonella e S. aureus. Com efeito, o isolamento de um desses patógenos de um paciente sem cateter ou outra instrumentação justifica a pesquisa de uma fonte hematogênica. As infecções hematogênicas podem produzir abscessos focais ou áreas de pielonefrite dentro de um rim e resultam em culturas de urina positivas. A patogenia da candidúria é distinta, visto que a via hematogênica é, neste caso, comum. A presença de Candida na urina de um paciente imunocompetente sem instrumentação implica uma contaminação genital ou uma potencial disseminação visceral. Fatores de risco exercem importante papel na patogênese da infecção urinária. Destes, destacam-se por sua prevalência o início da atividade sexual no sexo feminino e principalmente a instrumentação urológica terapêutica ou propedêutica. Os principais mecanismos de defesa do hospedeiro contra a colonização da bexiga são a própria micção (fluxo urinário não obstruído) e o conteúdo urinário, que possui características específicas (osmolaridade, concentração de uréia, concentração de ácidos orgânicos e pH) capazes de inibir o crescimento e a colonizaçãobacteriana. Fatores ambientais Ecologia vaginal - A colonização do introito vaginal e da área periuretral por microrganismos da flora intestinal (habitualmente E. coli) constitui a etapa inicial crítica na patogenia da ITU. A relação sexual está associada a um risco aumentado de colonização vaginal por E. colie, portanto, aumenta o risco de ITU. O nonoxinol- 9 no espermicida é tóxico para a microflora vaginal normal e, portanto, também está associado a um risco aumentado de colonização vaginal por E. coli e bacteriúria. Em mulheres após a menopausa, os lactobacilos vaginais previamente predominantes são substituídos por colonização por microrganismos Gram Negativos. Anormalidades anatômicas e funcionais - Qualquer condição capaz de permitir a estase ou obstrução urinária predispõe o indivíduo à ITU. Os corpos estranhos, como cálculos ou cateteres urinários, proporcionam uma superfície inerte para a colonização das bactérias e a formação de um biofilme persistente. Por conseguinte, o refluxo vesicoureteral, a obstrução ureteral secundária à hipertrofia prostática, a bexiga neurogênica e a cirurgia de derivação urinária criam um ambiente favorável para a ITU. A inibição da peristalse ureteral e a diminuição do tônus ureteral, levando ao refluxo vesicoureteral, são importantes na patogenia da pielonefrite em mulheres grávidas. Os fatores anatômicos - especificamente, a distância entre a uretra e o ânus, são considerados como o principal motivo pelo qual a ITU é predominantemente uma doença de mulheres jovens, e não de homens jovens. - fenômenos inflamatórios locais (corpo estranho). - eliminação dos mecanismos habituais de defesa (esvaziamento completo da bexiga, alterações da imunidade local, via aberta de passagem até a bexiga). - obstrução mecânica das glândulas periuretrais (facilitando quadros de uretrites e epididimites). Nos pacientes com prostatite e epididimite, os microrganismos atuam, principalmente, através do refluxo da urina infectada nos ductos prostáticos e ejaculatórios. Fatores do hospedeiro - A base genética individual do hospedeiro influencia a suscetibilidade do indivíduo à ITU recorrente, pelo menos entre as mulheres. A predisposição familiar à ITU e a pielonefrite está bem documentada. As mulheres com ITU recorrente têm mais tendência a ter tido a primeira ITU antes dos 15 anos de idade e a ter uma história materna de ITU. As mutações em genes de resposta do hospedeiro (p. ex., aqueles que codificam receptores Toll Like e o receptor de interleucina-8) também têm sido associadas à ITU recorrente e à pielonefrite. Os polimorfismos no gene do receptor específico da interleucina-8 CXCR1 estão associados a um aumento da suscetibilidade à pielonefrite. A expressão do CXCR1 em níveis mais baixos na superfície dos neutrófilos compromete a defesa do hospedeiro dependente de neutrófilos contra a invasão bacteriana do parênquima renal. Fatores microbianos (E. coli é a mais estudada) - Adesinas fimbriais graduam a aderência aos receptores moleculares das células uroepiteliais, sendo essa aderência fundamental para invasão e para colonização bacteriana. Dois tipos de adesinas fimbriais ou "Pili" foram descritos, como se segue: Pili tipo 1 ou manose sensitivo, que se liga a glicoproteínas que contenham manose na superfície uropitelial e; Pili tipo P ou manose resistente, que adere às células uroepitelias que contenham globosséries de glicolídeo (Gala1-4, Galß). A expressão do Pili está sob controle genético da bactéria, sendo que algumas cepas de E. coli têm o potencial de produzir um ou outro Pili e, em alguns casos, ambos. A grande importância na diferenciação do tipo de Pili está na virulência provocada por cada um, pois leucócitos polimorfonucleares, que têm papel crítico no controle da graduação e na localização da infecção bacteriana no parênquima renal, contêm radicais de manose em suas membranas, que atuam como receptores de Pili tipo 1, facilitando a fagocitose bacteriana. Em contraste, globosséries de glicolipídios não são encontradas em leucócitos polimorfonucleares humanos, induzindo o aumento da virulência das bactérias que têm Pili tipo P por dificultarem a fagocitose. Essas bactérias poderiam provocar infecções urinárias de maior gravidade, como pielonefrites. Manifestações clínicas. A questão mais importante a considerar quando há suspeita de ITU é a caracterização da síndrome clínica como BUA, cistite não complicada, pielonefrite, prostatite ou ITU complicada. Essa informação irá definir a abordagem diagnóstica e terapêutica. BUA: O diagnóstico de BUA só pode ser considerado quando o paciente não apresenta sintomas locais ou sistêmicos relacionados com o trato urinário. A apresentação clínica é habitualmente de um paciente que realiza uma cultura de urina de triagem por algum motivo não relacionado com o trato genitourinário, e no qual se detecta incidentalmente a bacteriúria, A presença de sinais ou sintomas sistêmicos, como febre, alteração do estado mental e leucocitose, em associação a uma cultura de urina positiva, não define um diagnóstico de ITU sintomática, a não ser que tenham sido consideradas outras etiologias potenciais. Cistite: Os sintomas típicos de cistite consistem em disúria, polaciúria e urgência. Com frequência, observa-se também a ocorrência de noctúria, hesitação, desconforto suprapúbico e hematúria macroscópica. A dor lombar ou no flanco unilateral é geralmente uma indicação de comprometimento do trato urinário superior. A febre também é uma indicação de infecção invasiva do rim ou da próstata. Pielonefrite: A pielonefrite leve pode se manifestar na forma de febre baixa, com ou sem dor lombar inferior ou no ângulo costovertebral, enquanto a pielonefrite grave pode manifestar-se na forma de febre alta, tremores, náusea, vômitos e dor no flanco e/ ou lombar. Em geral, os sintomas são de início agudo, e pode não haver sintomas de cistite. A febre constitui a principal característica que distingue cistite e pielonefrite, a febre da pielonefrite exibe um padrão em "estaca de cerca" de pico alto, porém sofre resolução dentro de 72 h de terapia. Verifica-se o desenvolvimento de bacteremia em 20 a 30% dos casos de pielonefrite. A tríade de febre+calafrios + dor lombar está presente na maioria dos quadros de pielonefrite. Prostatite: inclui anormalidades tanto infecciosas quanto não infecciosas da próstata. As infecções podem ser agudas ou crônicas, quase sempre são de natureza bacteriana. A prostatite bacteriana aguda manifesta-se na forma de disúria, polaciúria e dor na área prostática, pélvica e perineal. Em geral, há febre e calafrios, e os sintomas de obstrução do orifício vesical são comuns. A prostatite bacteriana crônica manifesta-se de forma mais insidiosa, como episódios recorrentes de cistite, algumas vezes com dor pélvica e perineal associada. Os homens que apresentam cistite recorrente devem ser avaliados à procura de um foco prostático. ITU complicada: manifesta-se na forma de episódio sintomático de cistite ou pielonefrite em um homem ou mulher com predisposição anatômica à infecção, presença de corpo estranho no trato urinário ou fatores que predispõem a uma resposta tardia ao tratamento. Diagnóstico clínico: Sinais e sintomas, aspecto da urina (urina turva, pela presença de piúria e/ou avermelhada, pela presença de sangue), causada por cálculo e/ou pelo próprio processo inflamatório. Diagnóstico laboratorial: Exame de urina e algumas vezes urocultura. O diagnóstico por meio de cultura nem sempre é necessário. Caso realizado, o diagnóstico por cultura requer demonstração de bacteriúria significativa em amostra de urina coletada adequadamente Exame de urina: O exame microscópico é útil mas não definitivo. Define-se piúria como >/=8 leucócitos/ul de urina não centrifugada, que corresponde a 2 a 5 leucócitos por campo de grande aumento no sedimento centrifugado. A maioria dos pacientes realmente infectadosapresentam > 10 leucócitos/u. A presença de bactérias na ausência de piúria, em especial quando várias cepas são identificadas, geralmente é causada por contaminação durante a coleta. Hematúria microscópica ocorre em até 50% dos pacientes, mas a hematúria macroscópica é rara, Cilindros de leucócitos, que podem exigir colorações especiais para se diferenciarem de cilindros renais tubulares, indicam somente uma reação inflamatória; podem estar presentes na pielonefrite e na nefrite tubulointersticial não infecciosa. Testes com tira reagente: Um exame positivo para nitrito em amostra de urina fresca (a replicação bacteriana no frasco resulta em amostra não confiável se a amostra não for testada rapidamente) é altamente específico para ITU, mas o exame não é muito sensível. O exame de esterase de leucócitos é muito específico para a presença de > 10 leucócitos/ul e é razoavelmente sensível. Em mulheres adultas com casos não complicados e com sintomas típicos, a maioria dos médicos considera o exame microscópico e o da fita positivos suficientes para o diagnóstico; nesses casos, em razão da grande probabilidade de encontrar os patógenos habituais, é pouco provável a mudança do tratamento de acordo com o resultado de culturas, além do custo adicional. Culturas são recomendadas em pacientes cujas características e sintomas sugerem ITU complicada ou uma indicação para o tratamento de bacteriúria. Exemplos comuns incluem: Gestantes, Mulheres em pós-menopausa, Homens, Crianças pré- púberes, Pacientes com anomalias do trato urinário ou instrumentação recente, Pacientes com imunossupressão ou comorbidades significativas, Pacientes cujos sintomas sugerem pielonefrite ou sepse e Pacientes com ITU recorrentep2 3/anos). Deve-se obter uma amostra não contaminada pela cultura. É mais provável que a cultura de uma amostra pela manhã detecte ITU. Amostras mantidas na temperatura ambiente por > 2 h podem revelar contagens falsamente elevadas de colônias devido à proliferação bacteriana contínua. Critérios para a positividade da cultura incluem o isolamento de uma espécie bacteriana única de jato médio com coleta limpa ou urina cateterizada. Para bacteriúria assintomática, os critérios de positividade da cultura com base nas diretrizes da Infectious Diseases Society of America são: - Duas amostras (para homens, uma amostra) consecutivas de urina colhidas adequadamente devem mostrar a mesma cepa bacteriana em contagem de colônias > 105/ml. - Entre homens e mulheres, cultura positiva obtida de urina colhida por cateterismo que mostra uma única espécie bacteriana isolada em contagem de colônias > 102/mL. Para pacientes sintomáticos, os critérios da cultura são: - Cistite não complicada em mulheres: > 103/mL. - Pielonefrite não complicada aguda em mulheres: > 104/mL. - ITU complicada: > 105/mL em mulheres; ou > 104/mL em homens ou de material derivado de cateter em mulheres. - Síndrome uretral aguda: > 102/mL de uma única espécie bacteriana. Qualquer resultado de cultura positiva, independentemente da contagem de colônia, em uma amostra obtida por punção suprapúbica vesical deve ser considerado um resultado verdadeiro positivo. Ocasionalmente, a ITU está presente apesar de baixas contagens de colônias, possivelmente em decorrência de tratamento prévio com antibióticos, urina muito diluída (densidade específica < 1,003), ou obstrução do fluxo de urina com muito pus. A repetição da cultura melhora a precisão diagnóstica de um resultado positivo, i. e., pode diferenciar entre contaminação e resultado verdadeiramente positivo. Outros exames: Pacientes gravemente enfermos exigem avaliação para sepse, em geral com hemograma completo, eletrólitos, lactato, uréia sanguínea, creatinina e hemoculturas. Os que apresentam dor abdominal ou dolorimento são avaliados para outras causas de abdome agudo. Pacientes com disúria/piúria e sem bacteriúria devem ser testados para uma doença sexualmente transmissível (DST), geralmente usando testes à base de ácido nucleico de esfregaços da uretra e cérvice. Tratamento: A terapia antimicrobiana é necessária para qualquer ITU sintomática. A escolha do agente antimicrobiano e a dose e duração do tratamento dependem do local da infecção e da presença ou ausência de condições complicantes. Cada categoria de ITU exige uma abordagem diferente, baseada na síndrome clínica específica. Para pacientes com disúria importante, pode-se utilizar fenazopiridina para controlar os sintomas até que os antibióticos ajam (geralmente, em 48 h). Correção cirúrgica é normalmente necessária para uropatia obstrutiva, anormalidades anatômicas e lesões neurológicas do trato urinário como a compressão da coluna. A drenagem com cateter do trato urinário obstruído auxilia o controle imediato da ITU. Prevenção: Em mulheres que tiveram 2 3 ITUs/ano, recomendam-se medidas comportamentais, incluindo maior ingestão de líquidos, evitar espermicidas e uso de diafragma, não atrasar a micção, limpar de frente para trás após a defecação, evitar duchas vaginais e urinar imediatamente após relação sexual. Se essas técnicas forem ineficazes, profilaxia com antibióticos deve ser considerada. As opções comuns são profilaxia contínua e pós-coito.
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