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Módulo Controle da Incidência Tributária
SEMINÁRIO II - CONTROLE PROCESSUAL DA INCIDÊNCIA: DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
Leitura básica
•	CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário: Fundamentos Jurídicos da Incidência. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 2015. Capítulo I, itens 15 (Validade como relação de pertencialidade da norma com o sistema) e 16 (Vigência, eficácia técnica, eficácia jurídica e eficácia social). 
•	CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. 2.ed. v.1. São Paulo: Noeses, 2014. Tema VI (Controle da constitucionalidade: eficácia do crédito-prêmio de IPI em face da Resolução do Senado n. 71/2005). 
· PANDOLFO, Rafael. Jurisdição constitucional tributária – Reflexos nos processos administrativo e judicial. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Noeses, 2019. Capítulos 6, 7 e 8.
Leitura complementar
· ARAÚJO, Juliana Furtado Costa. Os efeitos da coisa julgada em matéria tributária sobre as relações jurídicas de trato sucessivo sob a ótica do CPC/15 em face do novo posicionamento fixado pelo Supremo Tribunal Federal. In: CONRADO, Paulo César. Processo tributário analítico. v.4. São Paulo: Noeses, 2019. 
· CAMILOTTI, José Renato. Precedentes judiciais em matéria tributária no STF. São Paulo, Noeses, 2018. Capítulo 2.
· DALLA PRIA, Rodrigo. Coisa julgada tributária e mudança de orientação na jurisprudência do STF: a (in)constitucionalidade da CSLL e a controvérsia a ser dirimida nos recursos extraordinários representativos da controvérsia – temas 881 e 885. In: CONRADO, Paulo César. Processo tributário analítico. v.4. São Paulo: Noeses, 2019. 
· GONÇALVES, Carla de Lourdes, Rescisão da Transação individual diante da declaração de inconstitucionalidade pelo STF. In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Transação Tributária na prática da lei nº 13.988/2020. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2020. 
· LINS, Robson Maia. Controle de constitucionalidade da norma tributária. São Paulo: Quartier Latin, 2005. Itens 4.1 a 4.3 e 7.1 a 7.3.
· MASSOUD, Rodrigo G. N. Coisa julgada, rescisória, súmula STF 343 e Parecer PGFN n. 492/2011: impactos com o Código de Processo Civil de 2015. In: ARAUJO, Juliana Furtado Costa. CONRADO, Paulo Cesar. O novo CPC e seu impacto no direito tributário. 2 ed. São Paulo: FISCOSOFT, 2016.
· MOUSSALLEM, Tárek Moysés; SILVA, Ricardo Álvares da. Hipóteses de fraudes à Jurisdição do STF – Análise de leis já revogadas. In: VIII CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS DO IBET. São Paulo: Noeses. 
· RIBEIRO, Diego Diniz. Coisa julgada, direito judicial e ação rescisória em matéria tributária. In: CONRADO, Paulo César. Processo tributário analítico. 2.ed. v.2. São Paulo: Noeses, 2017. 
Questões
1.	 A respeito do controle de constitucionalidade no sistema processual brasileiro, pergunta-se:
(a) Quais as espécies de controle de constitucionalidade existentes no ordenamento jurídico brasileiro? 
Quadro disponível em: https://renatonasci.jusbrasil.com.br/artigos/572600127/controle-de-constitucionalidade-atual?ref=topic_feed. Acesso em 14 de abril de 2021.
As espécies de controle de constitucionalidade existentes no OJ brasileiro são aquelas previstas na Constituição, descritas no quadro acima. 
(b) Explique as diferentes técnicas de interpretação adotadas pelo STF no controle de constitucionalidade (parcial com redução de texto, sem redução de texto, interpretação conforme à Constituição). 
· Sem redução de texto ou também chamada por Lins de declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade (do texto), ocorre quando “dentre as várias interpretações possíveis, somente uma não guardar consonância com a Constituição, será esta declarada inconstitucional e as outras constitucionais” (correção do texto). Aqui, “há declaração de inscontitucionalidade das acepções (que são normas jurídicas) incompatíveis com a Constituição”. (LINS, Robson Maia. Controle de constitucionalidade da norma tributária. São Paulo: Quartier Latin, 2005, p.146/147)
· Parcial com redução de texto, por corolário lógico, é quando a declaração de inconstitucionalidade ocorre relativa a apenas uma palavra ou trecho da norma. 
· Interpretação conforme à Constituição ocorre quando “quando pelo menos uma das normas jurídicas construídas a partir da lei (ou ato normativo) arguida de inconstitucional está em consonância com o ordenamento jurídico [...] o STF prescreve aquela significação como possível de ser aplicada pelos órgãos competentes e, portanto, válida.”. Aqui, “[...] não há declaração de inconstitucionalidade das outras acepções construídas a partir do texto normativo, mas declaração de inconstitucionalidade de uma acepção [...]” (LINS, Robson Maia. Controle de constitucionalidade da norma tributária. São Paulo: Quartier Latin, 2005, p.146/147)
(c) Considerando os efeitos (inter partes x erga omnes) da decisão proferida em controle de constitucionalidade, é possível afirmar que na hipótese de julgamento de recurso extraordinário repetitivo, nos termos do CPC/15, o ordenamento jurídico passou a admitir efeito erga omnes a decisão do STF que julga a questão constitucional mediante provocação difusa?
Sim. O STF passou a entender que quando ele declara inconstitucional uma norma a partir do controle difuso, isto é, incidentalmente, porque a declaração de constitucionalidade se dá com o julgamento do mérito do caso, não sendo objeto principal da ação, a decisão ganha efeito vinculante erga omnes automaticamente. 
Isso porque o STF decidiu adotar uma nova concepção (mutação constitucional) do art. 52, X da CF, que prevê a necessidade de suspender a execução da lei inconstitucional:
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
[...]
X - suspender a execução (da lei), no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; 
(BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988)
2.	A respeito da modulação de efeitos prescrita no (i) art. 27 da Lei n. 9.868/99 e no (ii) § 3º do art. 927 do CPC/15, responda:
(a) há distinção entre a espécie de controle de constitucionalidade em que a modulação dos efeitos pode ser consagrada, considerando o teor de cada um dos dispositivos em análise? 
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. (Brasília, DF: Senado, 1999. BRASIL. Lei 9.868. Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal)
 Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
[...]
§ 3º Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica. (Brasília, DF: Senado, 1988. BRASIL. Código de Processo Civil (1973). Código de Processo Civil Brasileiro)
Como dito na letra “a”, via de regra no controle i) concentrado, abstrato ou via de ação, se produziriam efeitos ex tunc, erga omnes e vinculante; enquanto no controle difuso, concreto ou via de exceção, se produziriam efeitos ex tunc, inter partes e não vinculantes. Porém ambos os artigos mencionados no enunciado autorizam a modulação de efeitos a ser exercida a critério do órgão julgador. Logo, para os artigos não há distinção entre as espécies de controle de constitucionalidade. 
(b) há identidade entre os fundamentos apontados em cada um dos dispositivos para que seja convocada a modulação dos efeitos da decisão proferida em controle de constitucionalidade? Identifique-os.
Ambos os artigos possuem como motivação e justificativapara a modulação de efeitos a segurança jurídica e o interesse social. 
3. Os conceitos de controle concreto e abstrato de constitucionalidade podem ser equiparados aos conceitos de controle difuso e concentrado, respectivamente? Que espécie de controle de constitucionalidade o STF exerce ao analisar pretensão deduzida em reclamação (art. 102, I, “l”, da CF)? Concreto ou abstrato, difuso ou concentrado?
Não penso que se seria adequado afirmar que os conceitos podem ser equiparados, pois dizem respeito a critérios distintos. Definir como concreto ou abstrato o controle, é definir a finalidade da demanda, se será criar uma norma para partes determinadas ou indeterminadas. Definir como difuso ou concentrado o controle é discorrer sobre a competência para julgar a ação, bem como se o controle ocorrerá de maneira incidental ou não. 
Fato é que os conceitos podem ser cumulados, isto é, o controle de constitucionalidade pode ser concreto e difuso, quando a declaração de constitucionalidade se dá em um caso com pessoas determinadas e o julgamento do mérito sobre a (in)constitucionalidade é incidental. Já o controle abstrato e concentrado ocorre por intermédio de ações especiais cujo objetivo é atingir a declaração de (in)constitucionalidade e não há partes determinadas. 
De certa forma, não se pode atribuir a reclamação o caráter de controle de constitucionalidade, porque ela apenas visa conferir efetividade e força a uma decisão já tomada. Porém, se eu fosse classificá-la, entenderia como controle concreto (para partes específicas) e concentrado (análise por órgão específico). É quando a parte já tem uma decisão definitiva e ajuíza-se uma reclamação para garantir a eficácia dessa decisão, é meio mais ágil e evita a demora dos recursos pelo descumprimento da decisão. 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
[...]
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
(BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988)
4.	Que significa afirmar que as sentenças produzidas em ADI e ADC possuem “efeito dúplice”? As decisões proferidas em ADI e ADC sempre vinculam os demais órgãos do Poder Executivo e Judiciário? E os órgãos do Poder Legislativo? O efeito vinculante da súmula referida no art. 103-A, da CF/88, introduzido pela EC n. 45/04, é o mesmo da ADIN? Justifique sua resposta.
Afirmar que as sentenças produzidas em ADI e ADC possuem “efeito dúplice” é afirmar que ambas têm “dupla possibilidade”, são “facas de dois gumes”. Isso porque sempre se obtém como resultado sempre a inconstitucionalidade ou constitucionalidade de leis e atos normativos que a ação tem como objeto. 
Sim, as decisões proferidas em ADI e ADC sempre vinculam os demais órgãos do Poder Executivo e Judiciário. O art. 102, §2º da CF prevê que:
 Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
[...]
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.  
(BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988)
Não há previsão acerca da vinculação do poder legislativo. Logo, as decisões em ADI e ADC não vinculam o poder legislativo. 
Sim, o efeito vinculante da súmula referida no art. 103-A, da CF/88, introduzido pela EC n. 45/04, é o mesmo da ADIN, porque como a ADIN, apenas recai sobre o judiciário e executivo. 
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. 
(BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988)
5.	O STF tem a prerrogativa de rever seus posicionamentos ou também está inexoravelmente vinculado às decisões por ele produzidas em controle abstrato de constitucionalidade? Se determinada lei tributária, num dado momento histórico, é declarada constitucional em ADC, poderá, futuramente, após mudança substancial dos membros desse tribunal, ser declarada inconstitucional em ADI? É cabível a modulação de efeitos neste caso? Analisar a questão levando-se em conta os princípios da segurança jurídica, coisa julgada e as disposições do art. 927, § 3o, do CPC/15.
O STF pode rever sim seus posicionamentos, afinal, com o passar dos tempos mudam as perspectivas e há necessidade de adequação à evolução social.
Sim, pode haver mudança no entendimento do Tribunal e uma norma que antes era constitucional, passa a ser inconstitucional. Podem ser consideradas pedra toque para isto, segundo Camilotti, mudança de composição de tribunais, desatualização do precedente com relação às expectativas e valores sociais. O autor ainda delineia que “precedentes cujo núcleo decisório forem hermenêutica de valores e princípios possuem maios probabilidade de superação” se comparados com aqueles de “núcleos decisórios com hermenêutica de regras”. (CAMILOTTI, José Renato. Precedentes judiciais em matéria tributária no STF. São Paulo, Noeses, 2018, p. 122)
É possível a modulação de efeitos, conforme previsão do art. 27 da Lei 9.868.
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
(Brasília, DF: Senado, 1999. BRASIL. Lei 9.868. Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal)
A partir da análise do referido artigo, deduz-se que a alteração do entendimento do STF também pode ser adotada modulação dos efeitos, de modo a resguardar a segurança jurídica das decisões anteriores. 
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
[...]
§ 3º Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
(Brasília, DF: Senado, 1988. BRASIL. Código de Processo Civil (1973). Código de Processo Civil Brasileiro)
Segundo Camilotti,
[...] o equilíbrio na superação dos precedentes é pedra de toque da utilização da técnica da prospective overruling. Pelo termo equilíbrio, queremos designar os efeitos na segurança, certeza e confiança que os tutelados devem guardar no Estado-Juiz, frente à superação de um precedente. (CAMILOTTI, José Renato. Precedentes judiciais em matéria tributária no STF. São Paulo, Noeses, 2018, p. 124)
6.	O art. 535, §5º, do CPC/15 prevê a possibilidade de desconstituição, por meio de impugnação ao cumprimento de sentença, de título executivo fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo STF ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal em controle concentrado ou difuso. Pergunta-se: 
Art. 535, § 5º do CPC - Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se tambéminexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal , em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
(Brasília, DF: Senado, 1988. BRASIL. Código de Processo Civil (1973). Código de Processo Civil Brasileiro)
(a) É necessário que a declaração de inconstitucionalidade seja anterior à formação do título executivo? 
Não, porque mesmo com a declaração posterior, se houver efeitos retroativos da declaração de inconstitucionalidade até a data da formação do título, ele poderá ser atingido. 
Portanto, 
[...] No que atina ao disciplinamento dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade, o enunciado legal é expresso no sentido de que a regra é o não disciplinamento dos efeitos ocorridos durante a vigência da norma declarada inconstitucional, o que implica dizer que, em princípio, não devem ser mantidos no sistema jurídico. Apenas se razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social e tendo sido alcançada a maioria de dois terços é que tais efeitos (alguns ou todos) podem ser mantidos. (LINS, Robson Maia. Controle de constitucionalidade da norma tributária. São Paulo: Quartier Latin, 2005, p. 184)
(b) E se for posterior, poderá ser alegada? Se sim, por qual meio? Há prazo para esta alegação? 
Se a declaração de inconstitucionalidade for posterior a formação do título, existem duas hipóteses: impugnação se anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda ou ação rescisória, se posterior ao trânsito, no prazo de 02 (dois) anos. (LINS, Robson Maia. Controle de constitucionalidade da norma tributária. São Paulo: Quartier Latin, 2005, p. 234/236)
7.	Contribuinte ajuíza ação declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária que o obrigue em relação a tributo cuja lei instituidora seria, em seu sentir, inconstitucional (porque violadora do princípio da anterioridade). Paralelamente a isso, o STF, em ADIN, declara constitucional a mesma lei, fazendo-o, contudo, em relação a argumento diverso. Pergunta-se (vide anexo I):
a) Como deve o juiz da ação declaratória agir: examinar (1) o mérito da ação e julgá-la procedente, ou (2) extingui-la, sem julgamento de mérito (sem análise do direito material), por força dos efeitos erga omnes da decisão em controle de constitucionalidade abstrato?
Extingui-la sem julgamento de mérito, porque sobre o tema recai força do efeito erga omnes da decisão em controle de constitucionalidade. 
b) Se o STF tivesse se pronunciado sobre o mesmo argumento veiculado na ação declaratória (violação do princípio da anterioridade), qual solução se colocaria adequada? Responda a essa pergunta, considerando o que foi respondido na questão “a)”.
Extingui-la sem julgamento de mérito, porque sobre o tema recai força do efeito erga omnes da decisão em controle de constitucionalidade. 
c) Se a referida ação declaratória já tivesse ocorrido o trânsito em julgado de decisão de improcedência (rejeitando o pedido do contribuinte), poder-se-ia falar em ação rescisória com base no julgamento do STF (art. 966 CPC/15)? Qual o termo inicial do prazo para ajuizamento da ação rescisória? E se o prazo para propositura dessa ação (2 anos) houver exaurido? Haveria alguma outra medida a ser adotada pelo Fisco objetivando desconstituir a coisa julgada, diante desse último cenário (exaurimento do prazo de 2 anos da ação rescisória)? Vide art. 505, I do CPC/15.
O contribuinte poderia ajuizar ação rescisória legando entendimento similar do STF pela violação do princípio da anterioridade, em 2 anos a partir do trânsito em julgado. 
Se o prazo para 2 anos da rescisória tiver se exaurido, a decisão anterior/sentença será mantida. 
O fisco deveria respeitar a coisa julgada, porque passados 2 anos, a sentença não é mais suscetível de ação rescisória. De certa forma, essa regra cria certa segurança jurídica em relação a coisa julgada. Caso contrário, as decisões ficariam sempre suscetível de reanálise.
8. Considerando os mecanismos de controle de constitucionalidade existentes é possível admitir que atualmente consagram-se duas formas (meios) de provocação do Supremo Tribunal Federal para que aquele órgão exerça o controle de constitucionalidade (concentrado e difuso), mas que a decisão por ele proferida é dotada dos mesmos efeitos independentemente do meio de sua provocação (erga omnes)? 
Com a leitura dos textos indicados e estudos de algumas jurisprudências, pude chegar à conclusão de que é possível afirmar que todas as decisões do STF, sejam por intermédio de abstrato ou concreto, possuem efeitos erga omnes. Isso corrobora o fato de que o STF é uma Corte Constitucional e que não analisa casos em particulares como qualquer Tribunal. 
Sugestão para pesquisa suplementar
•	Itens 2.4 (Sistema e norma: validade, vigência, eficácia e interpretação da legislação tributária) da segunda parte do livro Direito tributário, linguagem e método, de Paulo de Barros Carvalho. 7.ed. São Paulo: Noeses, 2018. 
•	Capítulo IV do livro Curso de direito tributário, de Paulo de Barros Carvalho. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019. 
•	Capítulo IV do livro Competência tributária – fundamentos para uma teoria da nulidade, de Tácio Lacerda Gama. São Paulo: Noeses. 
•	Artigo: “Controle de constitucionalidade pelos tribunais administrativos”, de Paulo Cesar Conrado, Revista de Direito Tributário n. 71.
•	Artigo: “Aspectos procedimentais do controle difuso de constitucionalidade das leis”, de Paulo Roberto Lyrio Pimenta, Revista Dialética de Direito Processual n. 03.
Anexo I
RE 730.462
DJ 09/09/2015
CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE PRECEITO NORMATIVO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. EFICÁCIA NORMATIVA E EFICÁCIA EXECUTIVA DA DECISÃO: DISTINÇÕES. INEXISTÊNCIA DE EFEITOS AUTOMÁTICOS SOBRE AS SENTENÇAS JUDICIAIS ANTERIORMENTE PROFERIDAS EM SENTIDO CONTRÁRIO. INDISPENSABILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO OU PROPOSITURA DE AÇÃO RESCISÓRIA PARA SUA REFORMA OU DESFAZIMENTO. 1. A sentença do Supremo Tribunal Federal que afirma a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito normativo gera, no plano do ordenamento jurídico, a consequência (= eficácia normativa) de manter ou excluir a referida norma do sistema de direito. 2. Dessa sentença decorre também o efeito vinculante, consistente em atribuir ao julgado uma qualificada força impositiva e obrigatória em relação a supervenientes atos administrativos ou judiciais (= eficácia executiva ou instrumental), que, para viabilizar-se, tem como instrumento próprio, embora não único, o da reclamação prevista no art. 102, I, “l”, da Carta Constitucional. 3. A eficácia executiva, por decorrer da sentença (e não da vigência da norma examinada), tem como termo inicial a data da publicação do acórdão do Supremo no Diário Oficial (art. 28 da Lei 9.868/1999). É, consequentemente, eficácia que atinge atos administrativos e decisões judiciais supervenientes a essa publicação, não os pretéritos, ainda que formados com suporte em norma posteriormente declarada inconstitucional. 4. Afirma-se, portanto, como tese de repercussão geral que a decisão do Supremo Tribunal Federal declarando a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito normativo não produz a automática reforma ou rescisão das sentenças anteriores que tenham adotado entendimento diferente; para que tal ocorra, será indispensável a interposição do recurso próprio ou, se for o caso, a propositura da ação rescisória própria, nos termos do art. 485, V, do CPC, observado o respectivo prazo decadencial (CPC, art. 495). Ressalva-se desse entendimento, quanto à indispensabilidade da ação rescisória, a questão relacionada à execução de efeitos futuros da sentença proferida em caso concreto sobre relações jurídicas de trato continuado. 5. No caso, mais de dois anos se passaram entre o trânsito em julgado da sentençano caso concreto reconhecendo, incidentalmente, a constitucionalidade do artigo 9º da Medida Provisória 2.164-41 (que acrescentou o artigo 29-C na Lei 8.036/90) e a superveniente decisão do STF que, em controle concentrado, declarou a inconstitucionalidade daquele preceito normativo, a significar, portanto, que aquela sentença é insuscetível de rescisão. 6. Recurso extraordinário a que se nega provimento.
(RE 730462, Relator(a):  Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 28/05/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-177 DIVULG 08-09-2015 PUBLIC 09-09-2015)

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