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SISTEMATIZAÇÃO DO CUIDAR II PROF. GEISON RICARDO DA SILVA VALENÇA • Especialista em Saúde Coletiva – UFS • Especialista em Educação Profissional em Enfermagem – Fiocruz • Enfermeiro Da Secretaria Municipal De Saúde De Aracaju • Docente da Faculdade Estácio-FASE – CURSO ENFERMAGEM ARACAJU - 2020 EXAME FÍSICO NUTRICIONAL • História dietética e história de saúde: o enfermeiro deve realizar o rastreamento sobre as condições nutricionais do paciente e deve incluir informações subjetivas sobre: História nutricional • História familiar; • Fatores socioeconômicos; • História clínica atual; • Fatores culturais; • Sintomas gastrointestinais. • as preferências pessoais alimentares; • os fatores psicológicos; • o peso habitual; • as modificações do apetite, paladar, olfato, mastigação e deglutição; • a realização de cirurgia recente, traumas, queimaduras e infecção; • a presença de doença crônica; • As condições nutricionais de uma pessoa são definidas como o equilíbrio entre a ingesta e a necessidade corporal de nutrientes. • O excesso nutricional é classificado como o alto consumo de quilocalorias, sódio e gorduras, ultrapassando a quantidade necessária às funções corporais. • Pode ocasionar grandes problemas como a obesidade e as doenças relacionadas (hipertensão arterial e diabetes mellitus são as mais comuns). • Já a subnutrição é classificada quando a ingesta de nutrientes é inadequada, sendo responsável pelo surgimento da disfunção do crescimento e desenvolvimento, diminuição da resistência imunológica, retardo no processo de cicatrização, aumento das possibilidades e do tempo de internação e, por consequência, aumento dos custos da assistência à saúde. Avaliação dos distúrbios nutricionais Avaliação dos distúrbios nutricionais Sistema ou área corporal Sinal ou sintoma Implicações Geral • Fraqueza e fadiga • Perda de peso • Anemia ou desiquilíbrio eletrolítico • Diminuição da ingestão de proteínas ou ingestão/absorção inadequada de nutrientes Avaliação dos distúrbios nutricionais Sistema ou área corporal Sinal ou sintoma Implicações Pele,cabelos e unhas • Pele seca e descamativa • Pele seca com diminuição do turgor • Petequias ou equimoses • Ferida de difícil cicatrização • Cabelos secos e queda de cabelos • Unhas em forma de colher, quebradiças ou sulcos • Deficiência de vitamina A ou complexo B • Desidratação • Deficiência de vitamina C ou K. • Deficiência de proteínas, vitamina C ou K. • Deficiência de proteínas • Deficiência de ferro Exame físico nutricional Avaliação dos distúrbios nutricionais Sistema ou área corporal Sinal ou sintoma Implicações Olhos • Cegueira noturna • Conjuntiva pálida • Deficiência de vitamina A. • Deficiência de ferro Boca • Gengivas sangrantes • Fissuras nos cantos da boca • Deficiência de vitamina C. • Deficiência de vitamina riboflavina ou niacina Pescoço • Aumento do pescoço (Bócio) • Deficiência de Iodo. Avaliação dos distúrbios nutricionais Sistema ou área corporal Sinal ou sintoma Implicações Cardiovascular Taquicardia e hipotensão Déficit de volume de líquido Gastrintestinal Ascite Deficiência de proteínas Na deficiência nutricional, observamos: • na pele: descamação, ressecamento, petéquias, equimoses, rachaduras e hiperpigmentação; • nos cabelos: ausência de brilho, ressecamento, ralo e modificações da coloração natural; • nos lábios: presença de fissuras nos cantos laterais e estomatite; • na língua: coloração pálida e escamosa; • nas gengivas: intenso sangramento; • nas unhas: presença de depressões, fracas e quebradiças. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA - Acompanhar o crescimento; - Detectar variações patológicas; - Dosar medicamentos (anestésicos, antibióticos, contraste radiológico, etc.) - Regular equipamentos como ventiladores mecânicos, oxigenadores, etc. - Avaliar condições nutricionais do indivíduo; - Para acompanhar evolução clínica nos nefropatas, cardiopatas, evolução de edemas, etc. I – Finalidades - Obesidade: aumento do peso devido ao acúmulo de tecido adiposo; - Caquexia: emagrecimento intenso, desnutrido; - Desnutrição: debilidade orgânica provocada pela ingestão insuficiente de calorias e proteínas; - Eutropia: bom estado nutricional. II – Terminologia - Testar, tarar e travar a balança; - Forrar a plataforma da balança com papel toalha; - Avisar ao cliente o que vai ser feito e orientá-lo pedindo para ficar com o mínimo de roupa e acessórios, subir descalço na balança; - Destravar a balança; - Ajustar o peso (deslocando o massor do quilograma até o valor estimado do cliente); observar a nivelação; III – Procedimento - Travar a balança e registrar o peso; - Auxiliar o paciente para que se vire de costas para o antropômetro, orientando para permanecer ereto, encaixar a cabeça no ângulo da régua, fazer a leitura e registrar mensuração da altura; - Auxiliar o cliente a descer da balança e a se vestir; - Manter a ordem e limpeza da unidade; - Anotar no gráfico. • O cálculo é feito através de uma fórmula simples, dividindo pesodo pacientepor sua altura ao quadrado assim calculando seu índice de massa corporal (IMC) e tirando sua dúvida. IMC Fórmula do IMC: IMC = Peso Atual (kg) ALTURA ² (Altura X Altura) • Como Calcular IMC: Exemplo da conta, a pessoa tem 1,70 de altura e pesa 70 kilos. Calculo: IMC = 70 ÷ 1,70² IMC = 70 ÷ 2,89 IMC = 24,22 Kg/m² RESULTADOS CASO CLÍNICO • DURANTE CONSULTA REALIZADA PELO ENFERMEIRO AO SR. NJR, 80 ANOS, IDENTIFICOU-SE AS SEGUINTES CONDIÇÕES: PESO= 45 Kg, ESTATURA = 1,82cm. RESPONDA : 1. QUAL É O IMC DO PACIENTE? CLASSIFIQUE. RESPOSTA 1 Fórmula do IMC: IMC = Peso Atual (kg) ALTURA ² (Altura X Altura) • IMC= 45 / ( 1,82 X 1,82) • IMC= 45 / 3,31 • IMC= 13,59 Kg/m² DESAFIO 2. QUAL DEVE SER O SEU PESO MÍNIMO IDEAL? 3. QUAL DEVE SER O SEU PESO MÁXIMO IDEAL? TABELA RESPOSTA 2 Fórmula do IMC: IMC = Peso Atual (kg) ALTURA ² (Altura X Altura) PESO MÍNIMO IDEAL: PESO MÍNIMO IDEAL = IMC MÍNIMO x ALT² ENTÃO: PESO MÍNIMO IDEAL = 18,6 X 3,31 • IMC= 61,566 kg RESPOSTA Fórmula do IMC: IMC = Peso Atual (kg) ALTURA ² (Altura X Altura) PESO MÁXIMO IDEAL: PESO MÁXIMO IDEAL = IMC MÁXIMO x ALT² ENTÃO: PESO MÁXIMO IDEAL = 24,9 X 3,31 • IMC= 82,419 kg Antropometria - Peso • BALANÇA ESPECIAL - MACA BALANÇA AVALIAÇÃO PRÉ-NATAL: GESTANTE Estatura 1,55m IG PESO IMC RESULTADO 8 semanas 45 kg 12 semanas 48 Kg 16 semanas 53 Kg AVALIAÇÃO PRÉ-NATAL: GESTANTE Estatura 1,55m IG PESO IMC RESULTADO 8 semanas 45 kg 19 12 semanas 48 Kg 20 16 semanas 53 Kg 22 GESTANTE Estatura 1,55m IG PESO IMC RESULTADO 8 semanas 45 kg 19 BAIXO PESO 12 semanas 48 Kg 20 BAIXO PESO 16 semanas 53 Kg 22 ADEQUADO PEDIATRIA - PESO - INSTRUMENTOS E TÉCNICAS • BALANÇA: – Mensura massa corporal total – Mecânica ou digital (precisão de 100g ou 1g) – Medida simples e rápida (mas requer cuidados) • Calibrar balança, mantê-la travada • Subir na balança, no centro da plataforma, com o mínimo de roupas • Deslocar o cilindro que marca a dezena • Destravar a balança • Encontrar ponto de equilíbrio com o cilindro menor • Após pesagem, zerar a balança e travá-la TÉCNICA PESAGEM TÉCNICA PESAGEM TÉCNICA PESAGEM TÉCNICA PESAGEM TÉCNICA PESAGEM TÉCNICA PESAGEM TÉCNICA PESAGEM ESTATURA Significado: crescimento linear – Medida antropométrica simples, utilizadatanto quanto o peso – Em lactentes: difícil de ser obtida com exatidão – Adolescentes: fases de estirão de crescimento – Medida é valorizada quando relacionada com outros indicadores (peso, idade) ESTATURA - INSTRUMENTOS E TÉCNICAS ESTADIÔMETRO: – Registra altura, para crianças maiores de 2 anos (em pé), ou comprimento, para crianças menores de 2 anos (deitado) – Acoplado à balança, de parede ou régua – Precisão de 0,1cm Altura: sem calçados, calcanhares unidos, braços relaxados, olhar no “horizonte”, corpo eretos Comprimento: deitado, sem calçados, com ombros, costas e nádegas bem apoiados, cabeça da parte fixa da régua, joelhos extendidos, pés em ângulo reto em relação à perna. Melhor aferido com 2 pessoas. TÉCNICA COMPRIMENTO TÉCNICA ALTURA • No gráfico peso-idade, temos uma explicação da curva de peso para mostrar se a criança está indo bem ou não. • Nos casos de PERIGO e GRANDE PERIGO a criança precisa: – Ir mais vezes ao serviço de saúde; – Receber mais visitas do ACS. Exemplo de sinal de perigo Exemplo sinal de grande perigo ATENÇÃO • Quando a curva de peso ficar na horizontal ou descer isto é sinal de perigo, pois a criança parou de ganhar peso. Exemplos de bom crescimento: ANTROPOMETRIA - Testar, tarar e travar a balança; - Forrar a plataforma da balança com papel toalha; - Avisar ao cliente o que vai ser feito e orientá-lo pedindo para ficar com o mínimo de roupa e acessórios, subir descalço na balança; - Destravar a balança; - Ajustar o peso (deslocando o massor do quilograma até o valor estimado do cliente); observar a nivelação; III – Procedimento - Travar a balança e registrar o peso; - Auxiliar o paciente para que se vire de costas para o antropômetro, orientando para permanecer ereto, encaixar a cabeça no ângulo da régua, fazer a leitura e registrar mensuração da altura; - Auxiliar o cliente a descer da balança e a se vestir; - Manter a ordem e limpeza da unidade; - Anotar no gráfico. Cuidados de Enfermagem •Pesar o paciente antes do desjejum e com a bexiga vazia •Utilizar preferencialmente sempre a mesma balança •Orientar e auxiliar o paciente no procedimento •Pesar o paciente, de preferência, com roupas leves, sem sapatos e sem acessórios •Lavar as mãos •Anotar valores no gráfico ou prontuário. Antropometria - Peso Deve ser interpretado com atenção para as situações de desequilíbrio hídrico (retenção hídrica e desidratação Ascite Edema Antropometria - Peso • Estimativa de peso com edema Edema Excesso de peso hídrico + Tornozelo 1 kg ++ Joelho 3 a 4 kg +++ Raiz de coxa 5 a 6 kg ++++ Anasarca 10 a 12 kg Fonte: Martins C. In: Riella MC, Martins C.. Nutrição e o Rim, 2001 Antropometria - Perímetros/Circunferências • Podem estimar reservas corporais • Identificar distribuição de gordura abdominal • EQUIPAMENTO: Fita métrica flexível DISTRIBUIÇÃO DA GORDURA CORPORAL Tipo GINECÓIDE (tipo pera) Tipo ANDRÓIDE (tipo maçã) MEDIDA DA CIRCUNFERENCIA ABDOMINAL Obesidade abdominal – Circunferência/Perímetro da cintura Risco aumentado para doenças metabólicas, associadas à obesidade: Homens: ≥ 94 cm Mulheres: ≥ 80 cm Risco substancialmente aumentado para doenças metabólicas, associadas à obesidade Mulheres: ≥ 88 cm Homens: ≥ 102 cm Han TS. et al. Waist circumference action levels in the identification of cardiovascular risk factors: prevalence in a random sample. Brit Med J 311: 1401-5, 1995 Avaliação dos dados laboratoriais Exames laboratoriais e bioquímicos • Não há exame específico, e sim avaliação de alterações nestes resultados, influenciados pelo equilíbrio hidroeletrolítico, pela função hepática e renal, além da presença de patologias. São avaliados os valores de hemoglobina, hematócritos, colesterol, triglicérides, contagem total de linfócitos, albumina sérica, glicose, entre outros. Avaliação dos dados laboratoriais OBJETIVO: • Detectar problemas nutricionais em fases precoces e possibilitar o diagnóstico. Exames bioquímicos Exames Objetivo Achados anormais Hemoglobina Mulher: 12 a 16 g/dl Homem: 14 a 18 g/dl Hematócrito Mulher: 42% Homem: 47% • Ajuda detectar anemia ferropriva • Estado de hidratação • A diminuição sugere anemia por deficiência de ferro. • O aumento pode indicar a presença de desidratação. Glicemia jejum Valor normal: 60-100 mg/dl Avaliar teor glicose no sangue • O aumentado indica diabetes • A diminuição indica hipoglicemia COLESTEROL E TRIGLICERÍDEOS: • Avalia metabolismo de gordura • Rastrear hiperlipidemia Exames bioquímicos Exames Objetivo Achados anormais ALBUMINA • Desnutrição leve: 3- 3,5g/100ml • Desnutrição moderada: 2,1-3g/100ml • Desnutrição grave: menor 2,1 g/100ml • Avalia os níveis de proteínas no organismo Deficiência de albumina pode ser decorrente desnutrição CREATININA URINÁRIA Mulher: 18mg/kg Homem: 23mg/kg • Ajuda a definir a massa proteica corporal ( massa muscular) TRANSFERRINA • Desnutrição leve: 150- 175g/100ml • Desnutrição moderada: 100-150g/100ml • Desnutrição grave: menor 100mg/100ml • Usada como medidas dos déficits de ferro no corpo. • Avalia estado proteico atual do paciente • Os níveis aumentados podem indicar deficiência grave de ferro. • A diminuição pode indicar a produção inadequada de proteínas Referência bibliográfica 1. BARROS, A.L.B.L.Anamnese e exame físico.1 ed.Porto Alegre,Artmed,2002. 2. Association,N.A.N.G.Diagnóstico de enfermagem da Nanda.Ed.Porto Artmed,1999. 3. SMELTZER,S.C;BARE,B.G.Tratamento de enfermagem médico cirúrgico, Guanabara,1990. 4. Deborah A.Andris...et al. Semiologia: Bases para a prática assistencial. 1 ed. Rio de Janeiro, Editoralab, 2006.
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