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Prática de Ensino em Química no Ensino Médio Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Dr.ª Solange de Fátima Azevedo Dias Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Como ser professor de Química no Ensino Médio? • Introdução; • Competências e Habilidades a serem Desenvolvidas em Química; • O Currículo do Ensino Médio; • Conhecimentos Químicos da Base Comum. · O Ensino de Química no Ensino Médio. · O que ensinar em Química? · Os PCN e PCN+ no Ensino de Química. OBJETIVO DE APRENDIZADO Como ser professor de Química no Ensino Médio? Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Como ser professor de Química no Ensino Médio? Introdução O aluno do Ensino Médio (EM) não apresenta bom desempenho nas avaliações de Química, no final da Educação Básica. Um dos motivos para esses resultados, apresentado por várias pesquisas, é a falta de professores capacitados para ensinar. Na contramão desse dado, há cada vez menos pessoas interessadas em ingressar nos Cursos de Licenciatura, devido aos Planos de Carreira insuficientes, à violência nas Escolas, aos salários baixos e à falta de infraestrutura nas Escolas Públicas, entre outros motivos (BRASIL, 2007). Os alunos e a maioria dos professores de Escolas Públicas enfrentam muitos problemas de ordem social, econômica e financeira. Dessa forma, o ensino e a aprendizagem simplesmente não acontecem. Os professores têm dificuldades de ensinar conteúdos de Química ligada ao co- tidiano dos alunos e as Escolas não possuem estrutura para o ensino de conteúdos usando espaços apropriados para aulas de Química, carteiras adequadas ao tama- nho dos alunos, pessoal de apoio, funcionários administrativos e de serviços gerais. As aulas tornam-se apenas cópias de livros didáticos ou do Caderno do Aluno (CA), no caso do Estado de São Paulo, e exercícios que, por vezes, não são corrigidos. Não ocorre contextualização dos conteúdos na realidade de vida dos alunos e essa falta de contextualização os leva à desmotivação e ao desinteresse pelos assuntos. A Química é definida como instrumento de formação humana, meio de interpretar o mundo e de intervir na realidade. Se o ensino não estiver alicerçado na contextualização, a compreensão dos processos químicos fica desestruturada. As Ciências Naturais, as transformações e as reações que ocorrem a todo ins- tante no Universo são difíceis de entender. Há a necessidade de se desenvolver um ensino voltado para as competências e para as habilidades indicadas na Base Nacio- nal Comum, correspondentes à área de Ciências da Natureza (PCN, 2000, p. 4). A Figura 1 mostra um modelo de aula tradicional, em que alunos copiam e ouvem as explicações do professor, de forma descontextualizada. Figura 1 – Sala de aula tradicional Fonte: iStock/Getty Images 8 9 O aluno precisa ser preparado para enfrentar os desafios da vida moderna e os conteúdos devem propiciar a busca de interdisciplinaridade e contextualização para que ele esteja em condições de trabalhar e desenvolver relações entre o que aprendeu no Ensino Básico e a vida. Se os professores não estiverem bem formados, o ensino se torna ineficiente. A Figura 2 mostra uma sala de aula em que professor e alunos conseguem realizar experimentos que relacionam os modelos teóricos à vida cotidiana. Nesse caso, foi utilizada a própria sala de aula. Não havendo Sala de Laborató- rio específica para a prática de experimentos, o professor e os alunos conseguem elaborar atividades que auxiliem a aprendizagem e o desenvolvimento de conceitos e modelos teóricos x prática. Figura 2 – Sala de aula interativa Fonte: iStock/Getty Images Os PCNs (2000) definem como deve ser a formação de professores para que o ensino e a aprendizagem ocorram de forma a propiciar um ensino de qualidade. Dos Profissionais da Educação Art. 61. A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos: I - a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço; II - aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades. Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far- se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal (PCN, 2000, p. 39). 9 UNIDADE Como ser professor de Química no Ensino Médio? Quando se fala de formação de profissionais de Educação, fica claro na Legislação que essa responsabilidade não é só dele. A formação de professores está a cargo dos Cursos de Licenciatura e se estes não cumprem seu papel principal, são corresponsáveis pelo insucesso dos profissionais que formam e corresponsáveis pelos alunos da Educação Básica. É notório, também, em seus fundamentos que, se as Instituições de Ensino Superior não conseguirem formar profissionais capazes de correlacionarem teorias e práticas, os Cursos de Reciclagem devem ser oferecidos por Instituições de Ensino durante o exercício de trabalho. Cabe aos responsáveis legais das Secretarias de Estado de Educação oferecer Cursos de atualização aos seus profissionais, para que possam complementar sua formação acadêmica, com isso aprimorar seu desempenho como educador e assim melhorar a aprendizagem de seus alunos, como também prevê a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996). Os princípios definidos na LDB para o currículo, apoiados em competên- cias básicas para a inserção de nossos jovens na vida adulta, prevê um ensino que busque significado para o conhecimento escolar, mediante a contextuali- zação interdisciplinar, e que incentive o raciocínio e a capacidade de aprender. No caso específico das Ciências da Natureza e suas Tecnologias, as Competências e habilidades a serem desenvolvidas em Química, segundo os Parâmetros Curricu- lares Nacionais (2006), são as apresentadas a seguir.Competências e Habilidades a serem desenvolvidas em Química Representação e Comunicação • Descrever as transformações químicas em linguagens discursivas; • Compreender os códigos e os símbolos próprios da Química atual; • Traduzir a linguagem discursiva em linguagem simbólica da Química e vice-versa; • Utilizar a representação simbólica das transformações químicas e reconhecer suas modificações ao longo do tempo; • Traduzir a linguagem discursiva em outras linguagens usadas em Química: gráficos, tabelas e relações matemáticas; • Identificar fontes de informação e formas de obter informações relevantes para o conhecimento da Química (livro, computador, jornais, manuais etc.). 10 11 Investigação e Compreensão • Compreender e utilizar conceitos químicos dentro de uma visão macroscópica (lógico-empírica); • Compreender os fatos químicos dentro de uma visão macroscópica (lógi- co-formal); • Compreender dados quantitativos, estimativa e medidas, compreender relações proporcionais presentes na Química (raciocínio proporcional); • Reconhecer tendências e relações a partir de dados experimentais ou outros (classificação, seriação e correspondência em Química); • Selecionar e utilizar ideias e procedimentos científicos (leis, teorias, modelos) para a resolução de problemas qualitativos e quantitativos em Química, identificando e acompanhando as variáveis relevantes; • Reconhecer ou propor a investigação de um problema relacionado à Química, selecionando procedimentos experimentais pertinentes; • Desenvolver conexões hipotético-lógicas que possibilitem previsões acerca das transformações químicas. Contextualização Sociocultural • Reconhecer aspectos químicos relevantes à interação individual e coletiva do ser humano com o ambiente; • Reconhecer o papel da Química no sistema produtivo, industrial e rural; • Reconhecer as relações entre o desenvolvimento científico e tecnológico da Química e os aspectos sócio-político-culturais; • Reconhecer os limites éticos e morais que podem estar envolvidos no desenvolvimento da Química e da Tecnologia (PCN, 2006, p. 39). Os temas citados não compreendem os únicos assuntos e conteúdos a serem ministrados nas escolas; são apenas os mínimos a serem trabalhados. No entanto, eles não são fechados, pode-se e se deve introduzir outros conte- údos que se fizerem necessários, obedecendo aos costumes, hábitos e regionalis- mos brasileiros. Os itens servem como guia de orientação e de organização de conteúdo, mas cabe a cada professor(a) utilizar uma Metodologia de Ensino que propicie a introdução de assuntos que possam desenvolver as competências e habilidades necessárias a cada realidade e contexto da região, comunidade escolar e objetivos da Escola. 11 UNIDADE Como ser professor de Química no Ensino Médio? Como o EM é a etapa final da Educação Básica (LDB, Art. 36), ele se torna base para o Ensino Superior, caracterizado como término da escolarização básica necessária para a vida e para o início do indivíduo no campo de trabalho. Nesse sentido, a construção de sua identidade deve assegurar que, ao término do EM, o cidadão possa prosseguir nos estudos, trabalhar, exercer a cidadania e continuar a aprender, sempre. O Currículo do Ensino Médio Nessa perspectiva, incorporam-se como diretrizes gerais e orientadoras da Proposta Curricular as quatro premissas apontadas pela UNESCO como eixos estruturais da Educação na sociedade contemporânea (PCN, 2000, p.14): apren- der a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser. Aprender a conhecer Considera-se a importância de uma educação geral, suficientemente ampla, com possibilidade de aprofundamento em determinada Área de Conhecimento; prioriza-se o domínio dos próprios instrumentos do conhecimento, considerado como meio e como fim. Meio, como forma de compreender a complexidade do mundo, condição neces- sária para viver dignamente, para desenvolver possibilidades pessoais e profissio- nais, para se comunicar; fim, porque seu fundamento é o prazer de compreender, de conhecer, de descobrir. O aumento dos saberes que permitem compreender o mundo favorece o desenvolvimento da curiosidade intelectual, estimula o senso crítico e permite compreender o real, mediante a aquisição da autonomia na capacidade de discernir. Aprender a conhecer garante o aprender a aprender e constitui o passaporte para a Educação permanente, na medida em que fornece as bases para continuar aprendendo ao longo da vida. Aprender a fazer O desenvolvimento de habilidades e o estímulo ao surgimento de novas apti- dões tornam-se processos essenciais, na medida em que criam as condições ne- cessárias para o enfrentamento das novas situações que se apresentam. Privilegiar a aplicação da teoria na prática e enriquecer a vivência da Ciência na Tecnologia e destas no Social passa a ter significação especial no desenvolvimento da Sociedade contemporânea. 12 13 Aprender a viver Trata-se de aprender a viver juntos, desenvolvendo o conhecimento do outro e a percepção das interdependências, de modo a permitir a realização de projetos comuns ou a gestão inteligente dos conflitos inevitáveis. Aprender a ser A Educação deve estar comprometida com o desenvolvimento total da pessoa. Aprender a ser supõe a preparação do indivíduo para elaborar pensamentos autônomos e críticos e para formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir por si mesmo, frente às diferentes circunstâncias da vida. Supõe, ainda, exercitar a liberdade de pensamento, discernimento, sentimento e imaginação, para desenvolver os seus talentos e permanecer, tanto quanto possível, dono do seu próprio destino. Aprender a viver e aprender a ser decorrem, assim, das duas aprendizagens anteriores – aprender a conhecer e aprender a fazer – e devem constituir ações permanentes que visem à formação do educando como pessoa e como cidadão. A partir desses princípios gerais, o currículo deve ser articulado em torno de eixos básicos orientadores da seleção de conteúdos significativos, tendo em vista as competências e as habilidades que se pretende desenvolver no Ensino Médio. Um eixo histórico-cultural dimensiona o valor histórico e social dos conhecimen- tos, tendo em vista o contexto da sociedade em constante mudança e submetendo o currículo a uma verdadeira prova de validade e de relevância social. Um eixo epistemológico reconstrói os procedimentos envolvidos nos processos de conheci- mento, assegurando a eficácia desses processos e a abertura para novos conheci- mentos (BRASIL, 2000). A Figura 3 mostra que ao término do EM os alunos têm de ter possibilidade de seguir os estudos de forma cidadã, exercer os direitos e cumprir os deveres instituídos pela Federação. Figura 3 – Cidadãos prontos para enfrentar a vida Fonte: iStock/Getty Images 13 UNIDADE Como ser professor de Química no Ensino Médio? Conhecimentos Químicos da Base Comum Transformações Químicas: Reconhecimento e Caracterização Conceitos Químicos Transformações químicas no dia a dia: transformações rápidas e lentas e suas evidências macroscópicas; liberação ou absorção de energia nas transformações. Objetivos • Reconhecer as transformações químicas por meio de diferenças entre os seus estados iniciais e finais; • Descrever transformações químicas em diferentes linguagens e representações, traduzindo umas nas outras; • Reconhecer que a transformação química ocorre em certo intervalo de tempo; • Identificar formas de energia presentes nas transformações químicas; • Reconhecer transformações químicas que ocorrem na natureza e em diferentes sistemas produtivos ou tecnológicos; • Buscar informações sobre transformações químicas que ocorrem na natureza em diferentes sistemas produtivos e tecnológicos. Relações quantitativas de massa Conservação da massa nas transformações químicas (Lavoisier); proporção entre as massas de reagentes e de produtos (Proust); relação entre calor envolvido na transformação e massas dereagentes e produtos. Objetivos • Compreender e utilizar a conservação da massa nas transformações químicas; • Compreender e utilizar a proporção de reagentes e produtos nas transforma- ções químicas; • Estabelecer relação entre o calor envolvido nas transformações químicas e as massas de reagentes e produtos; • Representar e interpretar informações sobre variáveis nas transformações químicas por meio de tabelas e gráficos; • Fazer previsões de quantidades de reagentes, de produtos e energia envolvidos em uma transformação química; • Buscar informações sobre as transformações químicas que ocorrem na natureza e nos sistemas produtivos; • Associar dados e informações sobre matérias-primas, reagentes e produtos de transformações químicas que ocorrem nos sistemas produtivos, com implicações ambientais e sociais. 14 15 Reagentes, produtos e suas propriedades Caracterização de materiais e substâncias que constituem os reagentes e os pro- dutos das transformações em termos de suas propriedades; separação e identifica- ção das substâncias. Objetivos • Identificar uma substância, reagente ou produto, por algumas de suas proprie- dades características: temperatura de fusão e de ebulição, densidade, solubili- dade, condutividade térmica e elétrica; • Utilizar as propriedades para caracterizar uma substância pura; • Representar informações experimentais referentes às propriedades das subs- tâncias em tabelas e gráficos e interpretar tendências e relações sobre essas propriedades; • Elaborar procedimentos experimentais baseados nas propriedades dos mate- riais, objetivando a separação de uma ou mais substâncias presentes em um sistema (filtração, flotação, destilação, recristalização, sublimação); • Identificar e avaliar as implicações dos métodos de separação de substância utilizados nos sistemas produtivos. Reações orgânicas na obtenção de novos materiais Objetivos • Compreender as transformações de polimerização; • Compreender as transformações químicas dos carboidratos, lipídeos e proteí- nas na produção de materiais e substâncias como, por exemplo, etanol, carvão vegetal, fibras, papel, explosivos, óleos comestíveis, sabão, elastômeros, laticí- nios, lã, couro, seda, vacinas, soros, vitaminas, hormônios etc.; • Compreender os processos de transformação do petróleo, carvão mineral e gás natural em materiais e substâncias utilizados no sistema produtivo – refino do petróleo, destilação seca do carvão mineral e purificação do gás natural. Transformações químicas: aspectos energéticos Produção e consumo de energia térmica e elétrica nas transformações quími- cas: entalpia de reação (balanço energético entre ruptura e formação de novas ligações); reações de óxido-redução envolvidas na produção e consumo de energia elétrica; potenciais de eletrodo; energia de ligação. Objetivos • Identificar a produção de energia térmica e elétrica em diferentes transforma- ções químicas; 15 UNIDADE Como ser professor de Química no Ensino Médio? • Relacionar a formação e a ruptura de ligação química com energia térmica; • Compreender a entalpia de reação como resultante do balanço advindo de formação e ruptura de ligação química; • Prever a entalpia de uma transformação química a partir de informações pertinentes obtidas em tabelas, gráficos e outras fontes; • Relacionar a energia elétrica, produzida e consumida na transformação quími- ca, e os processos de oxidação e redução; • Compreender os processos de oxidação e de redução a partir das ideias sobre a estrutura da matéria; • Prever a energia elétrica envolvida numa transformação química a partir dos potenciais-padrões de eletrodo das transformações de oxidação e redução; • Compreender a evolução das ideias sobre pilhas e eletrólise, reconhecendo as relações entre conhecimento empírico e modelos explicativos; • Buscar informações sobre transformações químicas que produzem energia e são utilizadas nos sistemas produtivos; • Avaliar as implicações sociais e ambientais do uso de energia elétrica e térmica provenientes de transformações químicas. Energia e estrutura das substâncias Interações eletrostáticas entre átomos, moléculas e íons nos sólidos e líquidos; ligações covalentes, iônicas e metálicas como resultantes de interações eletrostá- ticas; relação entre propriedades da substância e sua estrutura; experiências de Faraday (eletrólise) para explicar o consumo de energia, em quantidades iguais a múltiplos de certa quantidade fixa de eletricidade e teorias da valência para explicar a ligação covalente. Objetivos • Identificar e compreender a energia envolvida na formação e na quebra de ligações químicas; • Compreender os estados sólido, líquido e gasoso em função das interações eletrostáticas entre átomos, moléculas ou íons; • Compreender as ligações químicas como resultantes de interações eletrostáticas entre átomos, moléculas ou íons; • Relacionar as propriedades macroscópicas das substâncias e as ligações químicas entre seus átomos, moléculas ou íons. 16 17 Produção e consumo de energia nuclear: processos de fusão e fi ssão nucleares; transformações nucleares como fonte de energia Objetivos • Compreender os processos de fusão e fissão nucleares e a produção de energia neles envolvida; • Reconhecer transformações nucleares como fonte de energia; • Buscar fontes de informação sobre geração e uso de energia nuclear; • Avaliar os riscos e os benefícios dos diferentes usos da energia nuclear. Transformações químicas: aspectos dinâmicos Controle da rapidez das transformações no dia a dia: variáveis que modificam a rapidez de uma transformação química; modelos explicativos. Objetivos • Observar e identificar transformações químicas que ocorrem em diferentes escalas de tempo; • Reconhecer e controlar variáveis que podem modificar a rapidez de uma trans- formação química (concentração, temperatura, pressão, estado de agregação, catalisador); • Propor e utilizar modelos explicativos para compreender a rapidez das trans- formações químicas; • Reconhecer as relações quantitativas empíricas entre rapidez, concentração e pressão, traduzindo-as em linguagem matemática; • Propor procedimentos experimentais para determinar e controlar a rapidez de uma transformação química. Estado de equilíbrio químico Coexistência de reagentes e produtos; estado de equilíbrio e extensão da trans- formação; variáveis que modificam o estado de equilíbrio; previsões quantitativas, modelos explicativos, pH de soluções aquosas, hidrólise salina, solubilidade, inte- ração ácido-base. Objetivos • Reconhecer que, em certas transformações químicas, há coexistência de reagentes e produtos (estado de equilíbrio químico, extensão da transformação); 17 UNIDADE Como ser professor de Química no Ensino Médio? • Identificar as variáveis que perturbam o estado de equilíbrio químico; • Representar, por meio da constante de equilíbrio químico, a relação entre as concentrações de reagentes e produtos em uma transformação química; • Prever as quantidades de reagentes e produtos em uma transformação química em equilíbrio; • Propor e utilizar modelos explicativos para compreender o equilíbrio químico; • Compreender a importância e o controle da dinâmica das transformações químicas nos processos naturais e produtivos; • Propor meios e avaliar as consequências de modificar a dinâmica de uma transformação química. Modelos de constituição da matéria Primeiras ideias ou modelos sobre a constituição da matéria: ideias de Dalton sobre transformação química e relações entre massas (Lavoisier e Proust); modelo de Rutherford sobre a matéria com carga elétrica e a desintegração radioativa; ideias sobre interações entre os átomos formando substâncias – ligação química como resultante de interações eletrostáticas, classificação periódica dos elementos químicos, modelo cinético dos gases. Objetivos • Compreender e utilizar as ideias de Dalton para explicar as transformações químicas e as relações de massa;• Compreender e utilizar as ideias de Rutherford para explicar a natureza elétrica da matéria; • Compreender a ligação química como resultante de interações eletrostáticas; • Aplicar ideias sobre arranjos atômicos e moleculares para entender a formação de cadeias, ligações, funções orgânicas e isomeria; • Compreender a transformação química como resultante de quebra e formação de ligação; • Compreender os modelos explicativos como construções humanas num dado contexto histórico e social; • Reconhecer que o conhecimento químico é dinâmico, portanto, provisório; • Compreender o “parentesco” e a classificação dos elementos químicos e seus compostos por meio de suas propriedades periódicas; • Reconhecer e relacionar as variáveis de estado (pressão total e parcial, volume, temperatura) para compreender o estado gasoso. 18 19 Radiações e modelos quânticos de átomo: radiações eletromagnéticas e quantização da energia Objetivos • Associar a luz emitida por gases de substâncias aquecidas (espectro descontínuo) com transições entre seus níveis quânticos de energia; • Conhecer os modelos atômicos quânticos propostos para explicar a constituição e as propriedades da matéria; • Compreender a maior estabilidade de certos elementos químicos e a maior interatividade de outros, em função da ocupação dos níveis eletrônicos na eletrosfera; • Conhecer os modelos de núcleo, constituídos de nêutrons e prótons, identifi- cando suas principais forças de interação; • Interpretar a radiação gama como resultante de transições entre níveis quânti- cos da energia do núcleo. Modelagem quântica, ligações químicas e propriedades dos materiais Tendência a não decomposição (estabilidade) e à interação de substâncias; ligações químicas; propriedades periódicas; propriedades e configurações moleculares. Objetivos • Compreender as ligações químicas como resultantes das interações eletrostáti- cas que associam átomos e moléculas de forma a lhes dar maior estabilidade; • Interpretar a periodicidade das propriedades químicas em termos das sucessivas ocupações de níveis quânticos em elementos de número atômico crescente. Constituição nuclear e propriedades físico-químicas: núcleo atômico; interações nucleares; isótopos; radiações e energia nuclear Todos esses conteúdos estão indicados com o objetivo principal de levar o aluno a ser um cidadão atuante na sociedade, de forma consciente e produtiva. 19 UNIDADE Como ser professor de Química no Ensino Médio? Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Práticas Pedagógicas no Ensino Médio: Perspectivas da Docência em Salas-Ambientes GUERRA, V. P. Práticas pedagógicas no Ensino Médio: perspectivas da docência em salas-ambientes. 2007. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de Tuiuti do Paraná, Curitiba, 2007; Vida de Aprendiz 2 – Estágio Supervisionado no Ensino Médio I MEDEIROS, J. B. L. P.; PONTE, E. L.; CRAVEIRO, A. C. Vida de Aprendiz 2 – Estágio Supervisionado no Ensino Médio I. Fortaleza: SEAD/UECE, 2011; Novas Tecnologias e Mediação Pedagógicas MORAN, J. M. M. Novas tecnologias e mediação pedagógicas. São Paulo: Papirus, 2000; Avaliação da Excelência à Regulação das Aprendizagens: Entre Duas Lógicas PERRENOUD, P. Avaliação da excelência à regulação das aprendizagens: entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999. Leitura Habilidades e Competências na Prática Docente: Perspectivas a partir de Situações-Problema https://goo.gl/Y613WB A Afetividade na Sala de Aula e a atuação dos Professores no Ensino Médio – Reflexões Pontuais https://goo.gl/77xPK3 20 21 Referências BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais para o Ensino Médio. Ciências Matemáticas e da Natureza e suas tecnologias. Brasília: Ministério da Educação (Secretaria de Educação Média e Tecnológica), 1999. v. 3. ________. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM). 2000. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2018. CACHAPUZ A. et al. (org.) A Necessária Renovação do Ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 2005. CARDOSO, S. P.; COLINVAUX, D. Explorando a Motivação para Estudar Química, Química Nova, Ijuí, UNIJUÍ, v.23, n.3. p. 401-404, 2000. GUERRA, V. P. Práticas pedagógicas no Ensino Médio: perspectivas da docên- cia em salas-ambientes. 2007. p. 39-86. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de Tuiuti do Paraná, Curitiba, 2007; 21
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