Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo por: Yasmin Barros - @idealizavet @yasminbarro.s Dermatites alérgicas e hipersensibilidade URTICÁRIA E ANGIOEDEMA · Urticária: derme. Mais leve que o angioedema. · Angioedema: subcutâneo · Surgimento agudo · Pruriginosa ou não · Afeta cães e mais raramente gatos Podem ser ocasionadas por: · Drogas (aspirina, sulfa, etc) · Alimentos · Ferroada de insetos · Animais sensíveis a vacina: nesses casos deve-se aplicar anti-histaminico antes da próxima vacinação. · Transfusões · Contato com plantas · Atopia · Pressão · Calor/frio · Urticária Aspectos das lesões: · Normotérmicas (não ficam quente). · Cedem a pressão · Tufos de pelos eriçados · Aguda ou crônica A foliculite pode apresentar quadro parecido com o da urticária, mas ela não cede a pressão e os peles se soltam pela infecção no local, o que não ocorre nessa. · Angioedema · Aumento de volume e edema · Acomete: face, pálpebras, cervical. · Pode ter edema de glote, levando o animal a ter dificuldade respiratória. Sendo assim, o angioedema é considerado quadro de emergência. · Diagnóstico · Histórico · Exame físico · Aspecto da lesãoTratamento ELIMINAR A CAUSA DE BASE · Dexametasona 0,5 mg/kg (SC/IV). · Hidrocortisona 50 mg/kg (IV). · Prednisolona 1-2mg/kg VO Corticoide para resolução do problema. Escolher um dos citados acima. · Adrenalina 0,01mg/kg IM usando 1mg/ml (solução 1:1000). Dose máxima 0,3mg em paciente de 40 kg. Usada em animais com edema de glote, para evitar o agravamento do quadro. Anti-histaminico: impedem maior degranulação dos mastócitos. Escolher uma das citadas abaixo: · Difenidramina 1,0-2,0 mg/kg (IM). · Prometazina 0,4mg/kg (IM). Ambas doenças possuem prognóstico favorável quando apresentadas de forma aguda. Em casos crônicos é um desafio, até conseguir identificar a causa de base.Dermatites alérgicas Principais: · DAPP: saliva da pulga · 1-4 anos · ALIMENTAR: proteína do alimento · <1 ano-4 anos · ATOPIA: alergenos ambientais · 6m-3 anos Sintoma em comum: Prurido: designado também por coceira ou comichão, corresponde a uma sensação desagradável causada por doenças ou agentes irritantes, que levam o indivíduo a coçar-se em procura de alívio. Pode provocar escoriações que podem se tornar inflamadas, com degradação cutânea e possivelmente infecções secundárias (como malassezia). Quando o prurido é crônico, a pele se torna liquenificada, descamativa e escoriada. Além disso pode acarretar ao autotraumatismo, alterações da coloração e avulsão do pelo. É dependente da intensidade, distribuição, gravidade, escala e progressão. Quando o animal chega com um prurido intenso e incontrolável pode-se tratar com o corticoide por 1 semana, porém ele irá impedir o fechamento do diagnóstico nesse período. É importante mostrar esse quadro pro tutor, para ele identificar qual o grau de prurido do animal. Processo infeccioso: primeiro a lesão, depois o prurido. Processo alérgico: primeiro o prurido e depois a lesão. · A DAPP é rara em felinos. · Doenças associadas: dermatites bacterianas, dermatites por leveduras, otites · Diagnóstico diferencial: dermatite bacteriana, dermatite fúngica, dermatite parasitária. Se tratar a doença bacteriana e fúngica e o animal cessar o prurido, fecha-se o diagnóstico em uma dessas, porém se o animal continuar com o prurido, é indicativo que seja uma associação com a DAPP. DERMATITE ALERGICA A PICADA DE PULGA (DAPP) Em felinos: · Áreas acometidas: pescoço, dorso, lombo-sacra. · Alopecia simétrica bilateral · Complexo granuloma eosinofílico principalmente no abdômen. · Dermatite miliar · Diagnóstico · Histórico · Exame físico · Presença de pulgas ou suas fezes: pra ter certeza que é fezes de pulgas, pode-se molhar o algodão e passar na região, pois a tendência é que elas diluem e fiquem avermelhadas. · Terapêutico 1° etapa do protocolo terapêutico de dermatites alérgicas é o controle de ectoparasitas com medicamentos com poder residual, tanto no animal, como no ambiente. Associado ao tratamento tópico para outras causas, quando presentes (ex: malassezia). · Inseticidas pour-on, spray, talco · Inseticidas para pulverização · Inseticidas em shampoo · Colar antipulgas · Progran; Capstar; Frontiline; Bravecto (duração de 3 meses); Nexgard; Simparic · Isoxazolinas · Tratar todos os animais da casa Raciocínio clínico: Se o animal foi tratado com corticoide e/ou tratado para infecções por bactérias ou leveduras, associado ao controle de pulga e o prurido cessou, o diagnóstico definitivo é incerto, pois não se sabe qual era o motivo principal do prurido (infecção/levedura ou DAPP?). Porém, o animal também pode apresentar somente a DAPP, neste caso, apenas o controle de ectoparasitas é efetivo. Se o prurido não cessou e o animal não tem mais infecção e pulgas, deve-se seguir o diagnóstico terapêutico → hipersensibilidade alimentar. HIPERSENSIBILIDADE ALIMENTAR (dermatite trofoalérgica) Alérgenos mais comuns: carne bovina, arroz, frango. · Cão: leite, alimento enlatado, trigo, carne bovina, biscoito canino, ovos. · Gato: leite, carne bovina, frango e peixe. Rações: a maioria das rações de melhor custo benefício não possuem um padrão de proteínas, variando de acordo com o valor de mercado. Por isso um animal que sempre comeu a mesma ração, pode desenvolver hipersensibilidade após um certo período de tempo. Já as rações super premium (mais caras), não possuem essa variedade de alimentos. As rações hipoalérgicas também podem acarretar a HA, pois possuem aditivos, conservantes, corantes e podem ter variação dos ingredientes. Raças predispostas: poodle, pinscher, pastor alemão, shih-tzu, ilhasa apso. Os animais possuem prurido crônico, pois estão em contato constantemente com o alergeno. · Diagnóstico Sintomas Dieta hipoalergênica baseada no histórico alimentar de cada paciente · Substâncias as quais o animal não foi exposto · Livre de aditivos · 10 a 13 semanas seguidas · Retirada de petiscos (tomar cuidado com animais caçadores) É indicado instituir a dieta caseira nesses pacientes, sem nenhum aditivo, visto que as dietas comerciais também podem desencadear a hipersensibilidade alimentar. Caso o tutor queira entrar de qualquer maneira com as dietas comerciais, deve-se observar se o prurido se mantém, se manter, deve-se ser trocada para dieta caseira. Durante a anamnese, é importante perguntar se o animal convive com crianças ou idosos, que geralmente são as pessoas que mais dão petiscos aos animais. Pode entrar com corticoide para retirar o prurido intenso, porém posteriormente deve ser retirado e mantido somente na dieta caseira. Além disso, o animal pode não responder muito bem ao corticoide, pois o animal está em contato constante com o alergeno dentro do seu trato digestivo. Em relação aos petiscos, caso o tutor for irredutível em retira-los (ex: maça), pode mantê-los, porém, caso o prurido se mantenha, deve-se retira-los e observar se o prurido cessa, pois o petisco pode ser o causador da HA. Deve observar a intensidade do prurido, pois com a instituição da dieta de exclusão, possa ser que o animal tenha redução do prurido, mas não cesse completamente, nesses casos, é indicativo de ter associação com dermatite atópica. Opções de proteínas: carneiro, peixe, coelho, batata. Desafio: acrescenta-se um alimento simples de cada vez por 10 a 14 dias, se teve prurido retira, se cessa o prurido anota que aquele alimento ele pode ingerir. Fez a dieta caseira e o prurido continuou, deve continuar o diagnóstico terapêutico → dermatite atópica ou atopia DERMATITE ATÓPICA OU ATOPIA · Doença de caráter hereditário · Relacionado a fatores ambientais · Predisposição a formação de anticorpos · Deficiência da barreira cutânea Etiologia: · Poeira doméstica · Ácaros · Pólen · Fungos · Lã · Perfumes · Desinfetantes, etc. Pele atópica · Aumento da perda de água transepidérmica, levando a desidratação da pele e aumento do prurido. · Penetração transcutânea de substâncias exógenas tais como irritantes, alérgenos, antígenosmicrobianos e fármacos. · Felinos: · Alopecia simétrica · Complexo granuloma eosinofílico · Dermatite miliar Animal pode chegar apenas com otite como sintomatologia clínica. · Raças mais afetadas: lhasa apso; shih-tzu, beagle, poodle. Porém pode ocorrer em qualquer raça. · Diagnóstico · Histórico · Exame físico · Descartar causas de prurido · Testes intradérmico: descobrir o alérgeno para fazer a imunoterpia. Se não for realiza-la não tem necessidade de fazer o teste. · Testes sorológicos Tratamento · Não há cura, apenas controle · Evitar alérgenos, se possível. · Restaurar barreira cutânea com hidratantes. · Tratamento tópico: se conseguir controlar apenas com ele, não é necessário instituir tratamento sistêmico. · Tratamento sistêmico: usado durante as crises agudas. · Dessensibilização · Tratamento das infecções bacterianas e fúngicas Animais em crise aguda: pele eritematosa, inflamada e com prurido. Animais crônicos em crise: liqueinificação, descamação, hiperpigmentação. O corticosteroides são os medicamentos de escolha para retirar o animal da crise. Outra opção é a ciclosporina (maior custo), porém demora cerca de 4 semanas para ter a ação completa, por isso a linha de frente para tratamento de animais em crise é o corticoide. · Prednisona/prednisolona: efeito rápido – 0,5-1,0mg/kg 10 dias – desmamar. · Acetato de metil prednisolona 4,0mg/kg – gatos máximo de 3 ao ano. · Ciclosporina: 5mg/kg: cão 7,5mg/kg: gato Quadro crônico Animais fora da crise (manutenção): · Antipruriginosos Anti-histamínicos: pouco eficaz · Hidroxizine 2,2mg/kg TID, VO · Cetirizina 10mg/kg (SID<15kg, BID>15kg VO · Clemastina 0,05mg a 0,1mg/kg BID VO · Clorfeniramina 2mg/kg BID VO: gatos Todos devem ser usados associados a ácidos graxos: ômegas 3 e 6. Apoquel/oclacitinib (alto custo) · É um inibidor sintético das enzimas Janus Quinase (JAK) dentro das células. · Impede a ação das citocinas dependentes da JAK, impedindo a transmissão dos sinais de prurido e dos sinais de inflamação. · Início em 4 horas · 0,4 a 0,6 mg/kg BID/14 dias · Associado a hidratantes e banhos. Iniciou-se o tratamento tópico e oral com glicocorticoides e após saída da crise, manteve com o uso do oclacitinib. Lokivetmab Cytopoint (alto custo) · Anticorpo monoclonal que objetiva e neutraliza especificamente a IL-31 canina, uma importante citocina envolvida na transmissão de sinais de coceira para o cérebro na dermatite atópica · Início 24 horas, age por 4-8 semanas. · Dose mínima de 2,0mg/kg · Associado a hidratantes e banhos. Manter barreira cutânea integra: hidratantes aumenta o teor de água da pele e ajuda a mantê-la macia. Hidratantes: · Uréia 2 a 10% · Glicerina 2 a 10% · Óleo de amêndoas 0,5 a 5% · Silicone volátil 2 a 10% · Hidroviton 1 a 5% · Extrato glicólico de germe de trigo 0,5 a 1,5% Emoliente: · Extrato glicólico de Aloe vera 2 a 6% · Óleo de abacate 2 a 10% · Óleo de girassol 1 a 3% · Óleo de macadâmia 0,5 a 5% · Manteiga de karité 1 a 3% Umectante · Uréia 2 a 10% · Propilenoglicol 2 a 10% · Ácido lático 0,5 a 2% Pode tentar manter o paciente com banho semanal/quinzenal de corticoide, sem medicações. Animal evitando contato com alérgeno e sob imunoterapia (terapia menos agressiva) → animal entra em crise (lokivetmab, oclacitinib, ciclosporina, glicocorticoide de uso tópico) → não melhorou e aumentou o quadro de crise → associação do glicocorticoide tópico com o oral. Depois que ele sair da crise, entrar novamente com o tratamento de manutenção · Tratamento tópico Shampoos/enxagues hidratantes · Creme hidratante Hidrapet · Allerderm Spot on · Allermyl Glyco · Dermogen shampoo · Douxo Agentes anti-pruriginosos · Hidrocortisona 1% (Cortshamp): 2x na semana
Compartilhar