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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER Profª. Jaqueline O. Santos Constituição Federal (Artigo 226, parágrafo 7) “Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas”. (CF, art. 226, §7º) Planejamento Reprodutivo como normativa legal Entende-se planejamento familiar como o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. Proibida as ações para qualquer tipo de controle demográfico. Lei nº. 9.263/96 (Lei do Planejamento familiar) Planejamento Reprodutivo é um conceito que se aproxima mais das necessidades das pessoas. É simplesmente fazer uso, do conhecimento e dos recursos que existem para poder planejar sua vida reprodutiva. Planejamento Reprodutivo Requer uma organização dos serviços e dos processos de saúde no desenvolvimento de ações, com atividades educativas e atividades clínicas, relacionadas à pré-concepção, à investigação inicial e abordagem da infertilidade, acesso à tecnologias de reprodução assistida quando necessário, bem como à contracepção e esterilização cirúrgica voluntária, desde que respeitados os critérios da lei do planejamento familiar. (Planejamento Familiar Artigo 2º Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996) ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO Consulta de Enfermagem Educação em Saúde Respeito aos direitos sexuais e reprodutivos “O melhor método para uma pessoa usar é aquele que a deixa confortável e que melhor se adapta ao seu modo de vida à sua condição de saúde”. (Brasil, 2009) MÉTODOS 1. Comportamentais 2. Lactação e amenorreia (LAM) 3. Barreira 4. Hormonais 5. Emergência 6. Dispositivo intrauterino (DIU) 7. Cirúrgicos Métodos de abstinência periódica ou de percepção da fertilidade ou métodos naturais. Métodos comportamentais São técnicas para obter ou evitar a gravidez, mediante a identificação do período fértil da mulher. • O casal pode concentrar as relações sexuais Caso deseje obter uma gravidez • O casal deve abster-se de relações sexuais vaginais (6 dias) Caso deseje evitar uma gravidez Métodos comportamentais 1. Tabela ou calendário ou ritmo 2. Muco cervical 3. Temperatura corporal basal 4. Sintotérmico 5. Método dos dias fixos ou método do colar Sucesso depende do reconhecimento: • sinais da ovulação (aproximadamente 14 dias antes do início da menstruação) e • período fértil da mulher. 1. Tabela ou calendário ou ritmo: 9 em 100 mulheres. 2. Muco cervical: 3 em 100 mulheres. 3. Temperatura corporal basal: 1 em 100 mulheres. 4. Sintotérmico: 2 em 100 mulheres. 5. Método dos dias fixos ou método do colar: 4,75 em 100 mulheres. Eficácia BAIXA EFICÁCIA!! Taxa de falha de anticoncepcionais (número de gravidez por cada 100 mulheres, no primeiro ano de uso). Não aconselhado para mulheres: com longos períodos de anovulação, com ciclos irregulares ou amenorreia, adolescentes, nos períodos pós-parto, pós-aborto, durante a amamentação e na perimenopausa. LAM Condições: • Aleitamento materno exclusivo. • Amenorreia. Taxas de gravidez • 0,5 a 2%. “Impedem a trajetória do espermatozoide em direção ao óvulo, impondo obstáculos mecânicos e/ou químicos à penetração dos espermatozoides no canal cervical”. MÉTODOS DE BARREIRA 1. Preservativos masculinos. 2. Preservativos femininos. 3. Diafragma. 4. Espermaticidas. PRESERVATIVO MASCULINO • Látex. • MECANISMO DE AÇÃO. • EFICÁCIA: • Taxa de gravidez - 14% com uso incorreto. • Taxa de falha: • 3% (3 casos para 100 mulheres) PRESERVATIVO FEMININO • Poliuretano • 17 cm de comprimento • Mecanismo de ação • Eficácia - Taxa de gravidez • 21 para cada 100 mulheres (21% - uso comum) • 5 em cada 100 mulheres (5%). DIAFRAGMA • Capuz macio de látex ou de silicone côncavo. • Tamanhos: • 60 mm, 65 mm, 70 mm, 75 mm, 80 mm e 85 mm • Mecanismo de ação • Eficácia • taxa de gravidez é de 6% • Pode ser colocado na hora da relação sexual ou, no máximo, duas horas antes. • Só deve ser retirado de 6 a 8 horas após a última relação sexual, não devendo permanecer mais de 24 horas. • Pode ser usado com ou sem geleia espermicida. DIAFRAGMA ESPERMATICIDAS • Mecanismo de ação • Eficácia • 6 para cada 100 mulheres, no primeiro ano de uso. 1. Oral (combinado e minipílula) 2. Injetável (mensal e trimestral) 3. Implantes subcutâneos COMBINADO MINIPÍLULA (PROGESTOGÊNIO) Pílulas combinadas • Estrogênio e progestogênio • Mecanismos de ação • Eficácia • Taxa de falha 0,1% (1 para cada 1.000) • Modo de uso • 21 comprimidos – pausa 7 dias e início 8° • 22 comprimidos – pausa 6 dias e início 7° • 7 placebos Minipílula • Nutrizes (progestogênio) • Mecanismos de ação • Alteração endometrial • Espessamento do muco cervical • Inibição da ovulação (15% a 40%) • Modo de uso: • Iniciar após 6 semanas do parto • Uso contínuo • Eficácia • Taxa de falha: 0,5% (5 para cada 1.000) Com retorno da menstruação: iniciar a qualquer momento. Se incerteza de gestação: aguardar a menstruação. Combinada mensal Trimestral Combinada mensal • Mecanismos de ação • Eficácia • Taxa de falha: 0,1% a 0,3% • Modo de uso: • Primeira: até 5° dia do início da menstruação. • Subsequentes: cada 30 dias (± 3 dias) • IM profunda Injetável trimestral • Progestogênio • Mecanismo de ação • Eficácia • Taxa de falha: 0,3% • Modo de uso: • Primeira: até o 7° dia do início da menstruação • Subsequentes: cada 3 meses (±2 semanas) Implantes subcutâneos • Silicone polimerizado • Mecanismos de ação • Eficácia • Taxa de falha zero (gravidez 3 anos) • Mais estudos • Validade: 3 anos Profissional treinado Face interna do braço Pílulas contendo estrogênio e progestogênio ou apenas progestogênio depois de uma relação sexual desprotegida. “Pílula do dia seguinte” ou “Pílula pós-coital” Emergência • Levonorgestrel 0,75 mg • Eficácia • Taxa de falha 2% • Modo de uso • Até 5 dias (120 horas) após a relação sexual desprotegida. • Dose total: 1,5 mg • Dose única: 2 comprimidos de 0,75 mg ou um comprimido de 1,5 mg. • Duas doses: 2 comprimidos de 0,75 mg administradas com intervalo de 12 horas. Não é de uso REGULAR! Emergência • Antes da ovulação: • Inibe ou atrasa a liberação do óvulo do ovário • Interfere na migração dos espermatozoides do colo uterino às trompas • Impede a fecundação. • Se ocorreu a fecundação • Não impede e não altera o desenvolvimento do ovo (zigoto) • 50% de probabilidade de que o zigoto se implante e a gravidez ocorra 1. Cobre 2. Hormônio DIU • Polietileno • Formato de T • Mede aproximadamente 31 mm DIU de Cobre Mecanismos de ação • Provoca reação inflamatória pela presença de corpo estranho na cavidade uterina. • Há liberação aumentada de prostaglandinas por macrófagos e neutrófilos. • Precipitação de espermatozoides por reações imunológicas. • Assincronia no desenvolvimento endometrial. • Alterações enzimáticas no endométrio: • diminuição da amilase (menor sobrevida do espermatozoide) • diminuição da fosfatase alcalina (dificuldade na motilidade espermática) • aumento da anidrase carbônica (implantação dificultada). • Alterações no muco cervical. • Fagocitose de espermatozoides por macrófagos. DIU de Cobre DIU TCu-380 A Taxa de falha é de 0,6 a 0,8 por 100 mulheres TCu-380 A (10 anos) e o MLCu-375 (5 anos) DIU com levonorgestrel – SIU-LNG-20 Mecanismos de ação • Efeitos endometriais: efeito antiproliferativo, com atrofia endometrial. • Muco cervical: diminui a produção e aumenta a viscosidade do muco cervical, inibindo a migração espermática. • Inibição da ovulação: produz anovulação em aproximadamente25% das mulheres, porém com produção estrogênica, o que possibilita boa lubrificação vaginal. • Outros efeitos: efeitos uterovasculares, diminuição da motilidade espermática, reação de corpo estranho, entre outros. • Eficácia • Taxa de falha: 0 e 0,2% • Duração • 5 anos DIU com levonorgestrel – SIU-LNG-20 1. Laqueadura ou ligadura tubária 2. Vasectomia (ligadura dos canais deferentes) DEFINITIVOS! Lei nº 9.263/96 Critérios Obrigatórios I – Homens ou mulheres com: • capacidade civil plena • maiores de 25 anos de idade ou • mínimo dois filhos vivos • prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico II – Risco à vida ou à saúde • da mulher ou • do futuro concepto • testemunhado em relatório e assinado por dois médicos Laqueadura tubária A legislação federal não permite a esterilização cirúrgica feminina durante os períodos de parto ou aborto ou até o 42º dia do pós-parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade, por cesarianas sucessivas anteriores (BRASIL, 1996) • Eficácia • 0,5 para 100 mulheres • Técnicas • Minilaparotomia • Colpotomia • Laparoscopia transumbilical Laqueadura tubária Procedimento cirúrgico de oclusão das tubas uterinas. Salpingectomia parcial Anéis Tipos de oclusão tubária Eletrocoagulação Grampos Tipos de oclusão tubária Vasectomia • Ambulatório • Anestesia local Vasectomia • Eficácia • Taxa de gravidez de 0,15 para cada 100 homens • Técnica convencional • Incisão da pele da bolsa escrotal com aproximadamente 1 cm, sobre o ducto deferente. • Ressecção • Ligadura das duas extremidades Referência • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva. 1. ed., 1. reimpr. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.