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1 PROCESSO DE IRRADIAÇÃO EM ALIMENTOS: FUNCIONAMENTO E SEGURANÇA Simone Ramos Deconte 1 Danielle da Silva Souza2 Adriane Borges Franco3 Eduardo Batista de Carvalho4 Daiane Miron de Souza5 Idercy Cabral de Castro6 RESUMO: A irradiação em alimentos é um processo que os alimentos são expostos à radiação ionizante (alfa beta e gama). Os alimentos são apenas expostos à radiação, portanto não são contaminados. E tem como finalidade prolongar a vida útil nas prateleiras, e assim evitar o desperdício dos alimentos. Entretanto, os alimentos são levados à sala de irradiação e conduzidos a câmera de irradiação de acordo com a dose calculada, assim que a radiação é emitida , o alimento e liberado automático. No entanto quanto à percepção do consumidor em relação ao consumo é negativa, pois desconhem os benefícios, é evidente pela falta de informação. Assim, o presente estudo justifica-se pela importância social e cientifica de se manter um estudo atualizado acerca do processo de irradiação em alimentos, tendo como foco seu funcionamento e segurança para população. O objetivo geral é analisar a percepção dos consumidores em relação aos alimentos irradiados. Já os objetivos específicos são: conceituar irradiação em alimentos; apresentar os principais motivos de preocupação dos consumidores ao consumir alimentos irradiados; demonstrar os benefícios da irradiação em alimentos. PALAVRAS-CHAVES: Irradiação; Alimentos; Ionizante. ABSTRACT: Irradiation in food is a process that foods are exposed to ionizing radiation (alpha beta and gamma). Food is only exposed to radiation, so it is not contaminated. And it aims to extend shelf life, and thus avoid wasting food. However, food is taken to the irradiating room and conducted to the irradiating camera according to the calculated dose, as soon as the radiation is emitted, the food is automatically released. However, the consumer's perception of consumption is negative because they do not know the benefits, it is evident from the lack of information. Thus, the present study is justified by the social and scientific importance of maintaining an up-to-date study about the irradiation process in foods, focusing on its functioning and safety for the population. The general objective is to analyze consumers' perception of irradiated foods. The specific objectives are: to conceptualize irradiation in foods; present the main reasons for consumer concern when consuming irradiated food; demonstrate the benefits of irradiation in food. KEYWORDS: Irradiation; Foods; Ionizing. 1Doutora em Genética e Bioquímica pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU; Docente da Faculdade Santa Rita de Cássia- UNIFASC- srdufu@gmail.com; 2 Discente do Curso de Tecnologia em Radiologia pela Faculdade Santa Rita De Cássia – UNIFASC – daniellesouzasilva4@hotmail.com 3 Mestranda em Engenharia Biomédica-UFU; Coordenadora e docente do curso de Radiologia da Faculdade Santa Rita de Cássia- UNIFASC- adrianeborgesfranco@hotmail.com 4 Mestrando em Engenharia Biomédica-UFU e Especialista em Imaginologia pela ABBM; Docente da Faculdade Santa Rita de Cássia- UNIFASC- eduardobcarvalho@yahoo.com.br 5 Mestre em Radiodiagnóstico pela Universidade de São Paulo – USP; daianemiron@usp.br 6 Mestre em disfunção Temporomandibular pelo Centro de Pesquisas São Leopoldo Mandic- CPSLM- Brasil – Docente da faculdade Santa Rita de Cássia-idercycastro@hotmail.com mailto:srdufu@gmail.com mailto:daniellesouzasilva4@hotmail.com mailto:adrianeborgesfranco@hotmail.com mailto:eduardobcarvalho@yahoo.com.br mailto:daianemiron@usp.br mailto:idercycastro@hotmail.com 2 1 INTRODUÇÃO A irradiação de alimentos é uma técnica utilizada pelas indústrias nas quais determinados tipos de alimentos são expostos à radiação ionizante de maneira controlada por tempo adequado. É um processo realizado em alimentos já embalados ou não, e tem como finalidade o combate à ação maléfica de microrganismos, sendo que em alguns casos é retardar o amadurecimento de alguns vegetais, especialmente frutas e legumes. Na irradiação de alimentos são aplicados cinco tipos diferentes de radiação, sendo elas: alfa, beta, gama, raios X e nêutrons. A diferença entre essas radiações está no grau de penetrabilidade, pois os raios alfa e beta são menos penetrantes, enquanto os raios gama e raios X têm uma vasta capacidade de penetração (NUNES et al., 2014). A investigação sobre a irradiação de alimentos começou logo em 1905 e tem demonstrado através de muitos anos de estudos científicos ser um processo saudável. No início de 1920, um cientista francês descobriu que a irradiação poderia ser utilizada para preservar alimentos, mas a tecnologia não foi estudada extensivamente nos Estados Unidos até a Segunda Guerra Mundial. As pesquisas em irradiação de alimentos resultaram de um programa intitulado “Atoms for Peace” (Átomos para Paz) no início de 1950, estabelecido pelo presidente americano Eisenhower (BOISSEAU, 1994). Sanz (2008) também descreve que a primeira aprovação para o uso da irradiação em produtos alimentícios dada pela Food and Drug Administration (FDA) foi em 1963 para irradiar trigo e farinha de trigo com a finalidade de desinfestação de insetos. Apenas em 1983, foi concedida a aprovação da irradiação para matar insetos e para o controle de microrganismos numa lista específica de ervas, especiarias e condimentos vegetais (BOISSEAU, 1994). Contudo, podemos compreender a importância da evolução da pesquisa na área da irradiação dos alimentos, pois a sua principal vantagem é o fato desta técnica destruir as bactérias prejudiciais, assim como, outros microrganismos passíveis de causar intoxicações alimentares nos seres humanos e aumentar a sua durabilidade evitando o desperdício (LEVY et al., 2018) No entanto, ao tomar conhecimento do processo, a maior preocupação dos consumidores é saber se os alimentos podem se tornar radioativos quando são irradiados. É importante informar aos consumidores sobre o que é irradiação, como funciona, e os seus benefícios, pois a percepção dos consumidores em relação a 3 irradiação é negativa, isso faz com que aumente os motivos para que não venha consumir esses alimentos. Quanto ao problema mais perceptivo em relação a esse tema, podemos descrever a grande insegurança dos consumidores ao comprar alimentos irradiados que em geral é devido à falta de conhecimento acerca do assunto. Outro fator evidenciado são os riscos a cerca desses alimentos. Assim, o presente estudo justifica-se pela importância social e cientifica de se manter um estudo atualizado acerca do processo de irradiação em alimentos, tendo como foco seu funcionamento e segurança para população. O objetivo geral é analisar a percepção dos consumidores em relação aos alimentos irradiados. Já os objetivos específicos são: conceituar irradiação em alimentos; apresentar os principais motivos de preocupação dos consumidores ao consumir alimentos irradiados; demonstrar os benefícios da irradiação em alimentos. A presente pesquisa foi desenvolvida com base em pesquisas bibliográficas, acerca do assunto irradiação em alimentos. A principal base de dados pesquisada foi: scielo, google acadêmico e revistas brasileiras e internacionais na área da saúde. 2 CONCEITUANDO IRRADIAÇÃO EM ALIMENTOS A irradiação em alimentos é o processo de exposição à radiação ionizante para destruir os insetos e microorganismos prejudiciais a saúde humana que estão presente nos mesmos. Segundo Neves et al.,(2002) A irradiação de alimentos consiste na exposição de um dado material, de origem vegetal e/ou animal, à radiação ionizante, proveniente tanto de uma máquina de feixes de elétrons como de fontes radioativas. A radiação ionizante, e responsável pelo processo de ionização que tornam íons positivose possuem energia suficiente para ionizar átomos e moléculas. A irradiação de alimentos é um tratamento físico que os alimentos são expostos, e tem como fonte a radiação ionizante. Os alimentos são embalados a granel, e tem como finalidade: a inibição de brotamentos, eliminação de micro-organismos patogênicos, desinfecção de grãos, redução da carga microbiana, os patogênicos, esterilização, desinfecção de grãos, cereais, frutas e retardo na maturação (COUTO, 2010). Com a definição descrita acima fica evidente que a radiação é um processo importante e abrangente desde o produtor até o consumidor final. Logo, Couto (2010) 4 descreve também o processo de aceitação dos países este tipo de tratamento foi autorizado, em muitos países, depois de testes toxicológicos e nutricionais que confirmaram a segurança de alimentos irradiados com doses de até 10 kGy e por possuírem benefícios que incluem: melhora na higiene do alimento, redução de desperdícios e extensão da vida de prateleira . Este processo elimina micróbios causadores de doenças por meio das mudanças microbiológicas associadas à irradiação. A irradiação de frutas e vegetais é usada por tratamento de quarentena que tem a vantagem de excluir pesticidas e insetos. Um número sempre crescente de países tem aprovado a irradiação de uma longa e também crescente lista de diferentes tipos de alimentos, alcançando desde especiarias e grãos até frutas, vegetais, carnes, frangos e mariscos. 2.1 Contaminação x Irradiação A contaminação é quando elemento radioativo e absorvido pelo material ou indivíduo e a irradiação é quando o indivíduo é o material e exposto à radiação. De acordo com Couto (2010) a contaminação radioativa pressupõe o contato físico comum com a fonte radioativa, enquanto a irradiação é a energia emitida de uma fonte de radiação. No entanto, os alimentos irradiados não se tornam radiativo, pois são apenas expostos a radiação. De acordo com COUTO (2010) a contaminação com material radioativo, implica a presença da fonte no local e, consequentemente, na irradiação do local, onde esse material estiver. Na contaminação, o material radioativo fica em contato com o indivíduo ou objeto. Contaminação podendo ser externa, quando o material se deposita sobre a pele ou superfície, e passa a irradiar o indivíduo ou objeto; ou interna, quando o emissor entra no corpo via pulmão, boca, poros, ou no caso de objetos, por processos de fabricação, deposição, absorção. Nesse caso, enquanto houver material radioativo, ele estará irradiando, e o indivíduo/objeto sendo irradiado, até que a descontaminação ocorra. A descontaminação consiste em retirar o contaminante (material radiativo) da região onde se localizou. A partir do momento da remoção do contaminante, não há mais irradiação sobre o indivíduo ou objeto. 5 2.2 Funcionamento O processo de irradiação em alimentos é realizado em uma área apropriada (figuras 1 e 2), contendo piscina de armazenamento, console de controle, sala de irradiação e depósito para depositar o material (SILVA et al., 2010). Os alimentos a serem irradiados são levados a sala de irradiação e conduzidos a câmera de irradiação e assim recebendo sua dosagem de acordo com que foi calculado. O radioisótopo Cobalto-60 que é o utilizado (SILVA et al., 2010). Segundo Walder e Camargo (2007) a unidade de medida utilizada é o Gray (Gy) ou quilo Gray (kGy), sendo que um Gray equivale a um Joule de energia por quilograma de alimento irradiado. Para aplicação em alimentos, a maioria das doses utilizadas se encontram entre 0,1 e 10,0 kGy. A tabela 1 ilustra a quantidade de dose depositada nos produtos em todas as etapas do processo: TABELA 1: Quantificação da dosagem de irradiação aplicada em determinados alimentos PROPÓSITO DOSE (kGy) PRODUTOS Dose reduzida (< 1 kGy) Inibir a germinação 0,05 – 0,15 Batata, cebola, alho etc. Eliminar insetos e parasitas 0,15 – 0,50 Cereais, legumes, frutas frescas e secas, peixe e carnes frescos e secos. Retardar processos fisiológicos (amadurecimento) 0,50 – 1,0 Frutas e hortaliças frescas Dose média (1 a 10 kGy) Prolongar tempo de conservação 1,0 – 3,0 Peixe fresco, morangos etc. Eliminar microrganismos alternantes e patogênicos 1,0 – 7,0 Marisco fresco e congelado, carne de aves e de animais de abastecimento crua ou congelada. Melhorar propriedades tecnológicas do alimento 2,0 – 7,0 Uvas (aumenta a produção de suco), verduras desidratadas (diminui o tempo de cocção) FONTE: (CNEN, 2010 apud MODANEZ, 2012). 6 A irradiação de alimentos ocorre em temperatura ambiente; portanto, o alimento pode ser acondicionado em embalagens plásticas ou de papel antes mesmo de ser irradiado. A sala e toda blindada, as paredes são de concreto e possui aproximadamente 2 metros de altura. Cada tipo de alimento e calculado uma quantidade de dose, o alimento e colocado em esteiras e são levados para irradiação, e apenas depositados a dose no alimento e retirado automaticamente. (MONDANEZ, 2012). Figura 1: Sala de irradiação de alimentos Fonte: http://pelicano.ipen.br/posg30/textocompleto/leila%20modanez_d.pdf Figura 2: Fonte de radiação Fonte: http://pelicano.ipen.br/posg30/textocompleto/leila%20modanez_d.pdf http://pelicano.ipen.br/posg30/textocompleto/leila%20modanez_d.pdf 7 2.3 Percepção dos Consumidores Levy e colaboradores (2018) ressaltam que a percepção de risco por parte da sociedade é oposta da percepção de risco da comunidade científica. Pois membros do público temem o que não podem entender a intenção de compra de alimentos irradiados colidirem em julgamentos de risco de intenção dos consumidores e uma percepção de risco incorreta sobre os malefícios da tecnologia nuclear para a saúde e o meio ambiente. Podemos destacar outo fator evidente, o público desconhece as questões de proteção radiológica associadas ao uso de radiação ionizante em todas as áreas de aplicações industriais, e principalmente a da irradiação de alimentos (LEVY et al., 2018). A proteção radiológica, segundo Levy e colaboradores (2018), é um campo específico que estuda os efeitos biológicos no corpo humano e estabelece limites de dose compatíveis com outros riscos na vida cotidiana. O limite de dose para a população é de apenas 1 mSva-1 . Para os trabalhadores envolvidos os limites de radiação ionizante são muito maiores: um limite anual de 20 mSv (média em 5 anos) ou até 50 mSv em um único ano. A técnica de irradiação de alimentos segue as recomendações e requisitos nacionais e internacionais para garantir a segurança das radiações e a segurança física das fontes radioativas, dos trabalhadores e do meio ambiente. O uso comercial também cresce lentamente devido a interpretações equivocadas por grande parte dos consumidores brasileiros, que possuem uma ideia preconcebida, que pode estar relacionada com a imagem negativa que a energia nuclear deixou ao mundo após as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, na Segunda Guerra Mundial, o acidente nuclear de Chernobyl e, especificamente no Brasil, o desastre com o Césio 137, em Goiânia, e ainda devido à interpretação errônea existente entre os termos irradiação e radioatividade, frequentemente relacionados aos malefícios causados à saúde (FRANÇA, 2000; BOAVENTURA, 2004; ORNELLAS et al., 2006; KURAMOTO, 2008). Segundo Fox (2002), os consumidores não reagem de forma positiva quando questionados sobre o consumo de alimentos irradiados, pois associam consumo de alimentos irradiados com maior risco de aparecimento de câncer. Portanto, os consumidores são expostos a informações desfavoráveis sobre a irradiação de alimentos 8 feita pelos adversários. Os efeitos desfavoráveis à irradiação de alimentos podem ser neutralizados, se os esforços forem concentrados na educação dosconsumidores. A aceitação de novas tecnologias de produção e processamento de alimentos por parte dos consumidores está diretamente relacionada à credibilidade e confiança nas fontes de informação. Quando devidamente informados sobre o que é, para que serve e quais os benefícios da tecnologia de irradiação de alimentos, grande parte dos consumidores passa a reagir de forma positiva, quanto à aceitação da tecnologia (FREWER et. al., 1995). 2.4 Legislação e Segurança Conforme a resolução nº 21 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que é responsável por regulamentar o emprego de radiação em alimentos no Brasil, estabelece que as fontes de radiação utilizadas devam ser as autorizadas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e que qualquer alimento pode ser irradiado desde que observados os limites mínimos (alcançar a finalidade pretendida) e máximos (inferior àquela que comprometeria as propriedades funcionais e/ou atributos sensoriais do alimento) da dosagem aplicada (BRASIL, 2001). É importante que alimentos irradiados sejam identificados em suas embalagens pelo rótulo (figura3) específico. Para Delincée (2002) a apresentação desses rótulos na embalagem além de representar cumprimento à legislação nacional e o respeito ao consumidor demonstra também a importância desta declaração no rótulo e se faz necessária, uma vez que os métodos laboratoriais para determinar se o produto foi tratado por irradiação geralmente são caros, demandam tempo e nem sempre são suficientemente sensíveis, além de serem, evidentemente, inacessíveis ao consumidor final. Figura 3: Radura / símbolo utilizado em produtos irradiados. FONTE: https://alunosonline.uol.com.br/quimica/uso-radiacao-alimentos.html https://alunosonline.uol.com.br/quimica/uso-radiacao-alimentos.html 9 2.5 Vantagens e Desvantagens A irradiação de alimentos possui inúmeras vantagens, dentre elas podemos elencar: o processo é a frio; os raios gama tem alto poder de penetração; ocorre um considerável aumento na vida útil de frutas frescas, vegetais e carnes; pode ser utilizado como substituto de tratamentos químicos; a irradiação é um tratamento efetivo para eliminar os microrganismos patogênicos; podem ser irradiados alimentos em embalagens termossensíveis (BRENNAN et al., 2012 apud RUSIN et al., 2015). Já dentre as desvantagens podemos elencar: a mudança de sabor em decorrência dos radicais livres; mudança de cor; as vitaminas C e as vitaminas K podem sofrer ação dos radicais livres produzidos e pode-se provocar a oxidação das gorduras do alimento, que dá um sabor de ranço aos produtos gordurosos (COUTO , 2010). Além das vantagens e desvantagens já descritas, o quadro 1 a seguir ilustra de maneira mais compreensível as vantagens e desvantagens defendidas pelos autores descritos: QUADRO 1: Vantagens e Desvantagens de Consumir Alimentos Irradiados Vantagens Autor Desvantagens Autor Em doses comerciais, a irradiação não causa danos à qualidade nutricional dos alimentos. http://www.eventosufrpe.com. br/2013/cd/resumos/r1144- 1.pdf Josephson et al., (1975), citado por Fellows (2006). A inexistência de mercados consumidores nacionais e internacionais promissores. Marques; Costa (2013). A radiação gama, associada a procedimentos adequados pós- colheita pode prolongar a vida comercial de frutas frescas, pois retardam os processos de amadurecimento e senescência, reduzindo o apodrecimento sem provocar alterações significativas em seu aspecto, sabor e qualidade nutritiva. Oliveira et al., (2005). Alimentos com alto conteúdo de lipídios podem sofrer rancificação oxidativa, além da possibilidade de reinfestação de insetos e sobrevivência de microorganismos se em dosagem errada de irradiação. Silva (2000); Fellows (2008); Nabilghobril (2008). FONTE: Elaborado pelo autor, 2018. 10 Assim podemos destacar que a durabilidade o alimento irradiado e bem maior que o não irradiado (MONDANEZ, 2012). A seguir será ilustrada a comparação dos alimentos irradiados através da tabela abaixo: Tabela 1: Diferença de vida útil de um alimento irradiado e não irradiado Produto Vida útil sem Irradiação (dias) Vida útil com Irradiação (dias) Cebola 60 180 Banana 15 45 Legumes /Verduras 5 18 Frango 7 30 Fonte: Adaptado de MODANEZ, 2012. O gráfico 1 nos proporciona um melhor entendimento a cerca da vida útil do alimento irradiado e não irradiado. GRÁFICO 1: Diferença de vida útil de um alimento irradiado e não irradiado Fonte: Adaptado de MODANEZ, 2012. 11 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Observou-se que a população é receosa ao assunto abordado, pois é evidente a falta de informação e conhecimento do tema. E necessário que insira o tema irradiação em alimentos nos meios de comunicação para que o consumidor tenha mais entendimento. É importante que as escolas trabalhem sobre o assunto e as indústrias que fabricam os alimentos façam propaganda informado como que funciona, os benefícios e informar também onde fica o símbolo nos rótulos dos alimentos. Portanto só assim para mudar a concepção negativa do consumidor, pois a irradiação de alimentos é uma técnica eficaz e ambientalmente segura, que contribui para dois aspectos primordiais: a segurança do alimento e o combate ao desperdício. 4 REFERÊNCIAS ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 21, de 26 de janeiro de 2001. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/394219/Resolucao_RDC_n_21_de_26_de_ janeiro_de_2001.pdf. Acesso em: 02 dez. 2018. BOAVENTURA, M. Irradiação. Minas Faz Ciência. Minas Gerais, n. 21, dez. 2004/maio 2005. Disponível em: http://revista.fapemig.br/materia.php/id=220 Acesso em: 22 nov. 2018 BOISSEAU, P. Irradiation and the food insdustry in France. Food Technology. vol. 48. pág. 138–140. 1994. COUTO, Renata Ribeiro; SANTIAGO, Arnaldo José. Radioatividade e irradiação de alimentos. Revista Ciências Exatas e Naturais. vol.12, nº 2. 2010. FOX, J. A. Influences on purchase of irradiated foods. Food Technology. v.56, n. 11, p. 34-37, 2002. FRANÇA, H. Brasileiro ainda desconhece benefícios da irradiação de alimentos. Agência Brasil. Brasília, 5 maio, 2000. Disponível em: http://radiobras.gov.br Acesso em: 01 dez. 2018. FREWER, L. J.; HOWARD, C.; SHEPHERD, R. Genetic engineering and food: what determines consumer acceptance? 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