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Bruna Magbis- Fisio 98 Patologias do trato genital inferior (PTGI) Patologia cervical: patologia do colo do útero. É a patologia mais prevalente do nosso meio, o que não é bom, já que a maioria das doenças no colo do útero, incluindo o câncer de colo do útero são altamente preveníveis, o que falta é orientação, prevenção e acesso a isso. O câncer do colo do útero é um dos tipos de câncer que tem a maior taxa de cura, desde que você descubra numa fase precoce, o problema é que esse exame e as medidas profiláticas (que seriam as medidas preventivas, como uso do preservativo e a imunização do HPV-vacina) são pouco disseminados. A segunda medida importante para conter o número de casos do câncer do colo do útero, seria o exame preventivo, chamado também de Papanicolau ou pelo seu termo técnico exame citopatológico, que seria a análise citológica do colo e da vagina a partir da coleta das células que se descamaram. Como o exame é procedido: O profissional em saúde vai colocar o bico de pato no canal vaginal e com uma espátula vai no colo do útero e retira uma amostra de células e em seguida leva para análise. Prevenção primária- uso do preservativo e vacina. Prevenção secundária- exame preventivo. A imunização contra o HPV não é passaporte para promiscuidade sexual, então o incentivo a vacinação é extremamente importante. A vacina é distribuída gratuitamente e indicada para meninos e meninas de 9 a 13 anos, também é indicada para os meninos porque esses são vetores assintomáticos do HPV e o HPV (papiloma vírus humano) é o principal fator ligado a gênese do câncer de colo do útero, câncer de colo sem HPV não faz sentido. Na imagem a seguir nós temos: 1. Orificio cervical externo 2. Epitelio colunar ou cilidrico (parte mais central e avermelhada, esta na endocérvice, no canal do colo). Porque estamos vendo ele pelo orifício externo? Porque a mulher na idade fértil produz estrogênio que hidrata e prolifera esse epitélio e conquentemente ele fica mais evidente. Se eu pegar uma mulher que ainda não menstruou ou que esta na menopausa, eu não vou ver esse epitélio. As vezes ao fazer o exame preventivo aparece uma manchinha, mas essa manchinha pode ser o epitélio escamoso se transformando em colunar. Epitélio escamoso estratificado não queratinizado. 3.Junçao escamo-colunar (JEC). Na menopausa, o epitelio escamoso volta a recobrir o colunar pela diminuiçao de estrogenio e a JEC vai se aproximando do orifício cervical externo, esse fenomeno recebe o nome de metaplasia escamosa. 4. Zona de transformação (quando o epitelio escamoso já recobriu todo o epitelio colunar) É nessa regiao que o HPV se fixa, pois está tento grande diferenciação celular (as celulas estao ´trocando` de epitelio) 5.Ectrópio ou mácula rubra (zona avermelhada) Quando a mácula rubra está grande demais a paciente pode recorrer a cauterizaçao dessa região para diminuir a área e evitar infeções genitais, pois o trato genital é logo a cima. 6.Cistos de inclusao ou cistos de Naboth (não é doença, é decorrente do processo de metaplasia escamosa.) O HPV possui varios tipos: 16, 18, 31,33, 45, 54, 6 e 11. Por quando uma pessoa faz o exame para o HPV e dá positivo ainda é importante se vacinar, porque ela entrou em contato com um desses tipos, não com todos! Fatores de risco Coitarca precoce Muitos parceiros sexuais IST´s Pílulas combinadas (Ao tomar pílula a mulher se previne da gravidez e ignora a prevenção de doenças, já que para de usar os preservativos, então o problema não seria a pílula, e sim a falta do preservativo) Deficiência de vitamina A Tabagismo Imunodeficiência Multiparidade Oque devemos fazer? Mobilizar mulheres para realizar o exame Profissionais treinados para coleta do material Incentivar uso do preservativo Condições de sucesso para rastreio: Busca ativa dos casos positivo: 40% das mulheres que realizam o exame não retornam para buscar o resultado. Serviços de referência para tratamento dos casos de maior complexidade. Cobertura do programa: acima de 80%, para a qual estima-se uma redução da mortalidade de 50%. No Brasil há 6.5 milhões de mulheres que nunca realizaram o preventivo devido ao difícil acesso. O tempo de evolução da doença é longo, 10 anos, quando sai de uma condição pré metaplásica para uma condição metaplásica. Quando deve ser feito o exame (rastreamento)? A partir de partir de 25 anos (antes em casos individualizados) Qual a periodicidade do exame? Uma vez por ano. Após dois exames anuais consecutivos negativos, repetir a cada 3 anos. Até quando fazer? Até os 65 anos de idade, se paciente com histórico de exames de Papanicolau inalterados e sem outras condições clínicas (imunodeficiência) Orientações para quem vai fazer o exame preventivo: Evitar nas 48hs antes do exame: utilizar duchas ou medicamentos vaginais (espermicida ou anel vaginal), realizar exames intravaginais como ultrassonografia ou manter relações sexuais. Não utilizar cremes vaginais 7 dias antes do exame. Não realizar o exame no período de sangramento menstrual. Obs: o álcool é o agente fixador do material que vai para análise. Se eu faço o preventivo e deu alteração celular ligadas ao HPV, a paciente está tendo atividade viral. NIC: neoplasia intraepitelial cervical, lesão precursora do câncer. Se eu ver que há a NIC, eu completo meu exame com colposcopia para ter certeza do resultado da citologia (preventivo), dependendo do resultado da colposcopia, eu posso refazer o exame em 6 meses. Mulheres virgens: o exame não deve ser realizado de rotina. Considerar a realização do exame na presença de condilomatose vaginal, perineal ou perianal. O exame não é realizado com o espectro, só é utilizado uma escova passando pelo orifício vaginal. Mulheres submetidas à histerectomia (HT): se for HT por doença benigna e exames anteriores normais, podem ser excluídas do rastreamento, se for HT por lesão precursora ou câncer de colo, acompanhamento de acordo com a lesão tratada. Gestantes: deve fazer, porem preferencialmente no segundo trimestre. A coleta endocervical pode ser feita com cautela. Proscrito nos casos de ameaça de abortamento e placenta prévia. Puérperas: recomendável aguardar pelo menos 2/3 meses de pós-parto, porque a pró-lactina deixa o trato vaginal ressecado.
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