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Enfermidades do Sistema Digestório de Equinos Cólica ou Abdômen Agudo Síndrome Fatores predisponentes Anatômicos Inserção esofágica oblíqua Pequeno volume gástrico Área não glandular gástrica Longo intestino delgado Fixação mesentérica em único ponto Variação de diâmetro luminal Cólica Fatores predisponentes Manejo Fornecimento de grande volume de carboidratos Redução da quantidade de volumosos Redução acentuada do número de refeições Manutenção do animal estabulado por muito tempo Exposição a verminoses Sinais Clínicos de Dor Cavar Deitar e levantar Rolar Olhar o flanco Auto mutilação Sudorese Mímica de micção Posição de cão sentado Exposição peniana Protocolo de Exame Físico Manutenção da vida! Rapidez Sequencia: eMER 1º FC 2º Inspeção de mucosas e TPC 3º Auscultação abdominal 4º Sondagem nasogástrica (SEMPRE) 5º Controle da dor 6º Paracentese 7º Palpação retal EMERGÊNCIA Normal Turvo = ↑ celularidade ou proteína Sanguinolento = sofrimento de alça intestinal Triagem Clínico Cirúrgico Manutenção da vida!! Cirurgia imediata?? NÃO Exames adicionais: US, sg, bioquímico Tratamento: controle da dor, fluidoterapia, caminhada Monitoramento: FC, intestino, fezes, apetite, urina, dor, atitude SIM Minimizar duração e risco Manutenção de veias Fluidoterapia Cólicas Clínicas Úlceras Gástricas Úlceras Gástricas Alterações da mucosa que destroem elementos celulares, resultando em falhas (soluções de continuidade) e podem se estender até a lâmina própria Mucosa aglandular e margo plicatus Secreção ácida nos cavalos é contínua Fatores predisponentes Estresse (exercício, confinamento, desmame, doma, transporte, ...) Parasitismo gástrico (Gasterophillus sp) Antiinflamatórios não esteroidais Pós-operatório Sinais clínicos Dor leve a moderada Inapetência Emagrecimento BRUXISMO Salivação Exposição freqüente do pênis Diagnóstico: Gastroscopia Tratamento Antiácidos (Hidróxido de alumínio e de magnésio) Histamina tipo 2 bloqueadora de receptores: cimetidina (4,4 mg/Kg/IM TID) ou ranitidina (1,4 mg/Kg/IM TID). 2-6 semanas para cicatrização das úlceras Próton-íon bloqueador de secreção: omeprazol (1,4 mg/Kg/VO SID). 14 a 21 dias para cicatrização das úlceras Protetores de mucosa: salicilato de bismuto e sucralfato Objetivos Alivio dos sinais clínicos Cicatrização da úlcera Manutenção da cicatrização da úlcera Endotoxemia Maior causa de morte Endotoxinas = complexos de lipopolissacarídeos (LPS) e proteínas oriundos da membrana externa de bactérias Gram – e algumas Gram + Componente tóxico = lipídio A A endotoxina permanece intimamente ligada à membrana externa da bactéria viva e é liberada quando ocorre replicação rápida, lise ou morte bacteriana Endotoxemia Ativação da cascata inflamatória = inflamação sistêmica = colapso circulatório e renal Afecções intestinais facilitam a passagem de endotoxinas para a circulação, exercendo efeitos sistêmicos MEDIADOR FONTE EFEITOS Complemento C3a Proteína plasmática (fígado) Opsonização Complemento C5a Macrófago Quimiotaxia, aderência de leucócito Bradicinina Plasma Vasodilatação, dor Histamina Mastócito e plaqueta Vasodilatação, dor Serotonina Mastócito e plaqueta Vasodilatação, vasoconstrição Prostaglandinas Leucócito endotélio e fibroblasto Vasodilatação, vasoconstrição, dor e febre Tromboxano Plaqueta Vasoconstrição, agregação plaquetária Leucotrieno B4 leucócito Quimiotaxia, aderência de leucócito Leucotrieno C4, D4, E4 Leucócito Vasodilatação, broncoconstrição Metabólitos de O2 Leucócito Vasodilatação, quimiotaxia, aderência de leucócitos, lesão tecidual e endotelial Fator ativador de plaquetas leucócito Vasodilatação, quimiotaxia, aderência de leucócitos e broncoconstrição IL 1 Macrófago Quimiotaxia, aderência e reação de fase aguda TNF-ALFA Macrófago Vasodilatação, quimiotaxia, aderência e reação de fase aguda Endotelina Endotélio Broncoconstrição, vasoconstrição, motilidade intestinal Óxido nítrico Macrófago e endotélio Vasoconstrição, quimiotaxia, aderência e citotoxicidade Sinais Clínicos Fase hiperdinâmica (inicial): Anorexia, bocejo, depressão Sudorese Cólica moderada Fasciculação muscular, decúbito Taquicardia, taquipnéia, febre Hiperemia de membranas mucosas Diminuição de motilidade intestinal TPC diminuído Sinais Clínicos Fase hipodinâmica (tardia): Taquicardia, taquipnéia Membranas mucosas “vermelho tijolo” Halo toxêmico gengival TPC aumentado Pulso arterial fraco Hipotermia Esclera avermelhada Resposta hematológica Leucopenia inicial Neutropenia Desvio à esquerda Leucocitose tardia Neutrofilia Tratamento Restauração da volemia (fluidoterapia/ plasma/ drogas vasoativas) Restauração do equilíbrio ácido-base e eletrolítico Descompressão gástrica Controle da dor Antiinflamatórios Heparina Flunixin meglumine na dose anti-endotoxêmica (0,25 mg/kg/ IM QID) Carvão ativado (?) Antibióticos (?) Controlar a causa primária Duodeno Jejunite Proximal Duodeno Jejunite Proximal Sinonímias: enterite proximal, enterite anterior Inflamação catarral no segmento proximal do intestino delgado, principalmente duodeno Inflamação = efeitos deletérios sobre a motilidade e mecanismos de transporte de água e eletrólitos = hipersecreção, redução da absorção e aumento da permeabilidade Evolução: desidratação com acidose metabólica, choque hipovolêmico e séptico Duodeno Jejunite Proximal Sinais Clínicos Refluxo abundante: + que 48L nas primeiras 24 horas (2L/h), com coloração castanho-alaranjada, odor fétido e pH alcalino O animal apresenta depressão após a descompressão gástrica, com sinais de dor intermitente quando o estômago voltar a ficar sobrecarregado Sinais Clínicos Taquicardia Desidratação TPC aumentado Dor abdominal ou prostração Hipertermia ID distendido à palpação ***O curso da doença é de 7 a 14 dias. Quanto mais curto, melhor o prognóstico Diagnóstico Sinais clínicos Análise do refluxo gástrico US Tratamento Descompressão gástrica Fluidoterapia = Ringer Lactato, Ringer simples, plasma AINEs Flunixin meglumine como anti-endotoxêmico Metoclopramida + Ca (pró-cinéticos) Complicação LAMINITE Colite Colite Inflamação do intestino grosso (cólon) e do ceco (tiflite) Inflamação severa pode ocorrer perda do epitélio mucoso, aumento de permeabilidade e edema Sinais clínicos Diarréia Desidratação Acidose metabólica Endotoxemia Choque endotóxico Causas Salmonella sp Clostridium sp Antibióticos Excesso de antiinflamatórios não esteroidais Colite aguda Salmonella sp Suscetíveis: estressados, imunossuprimidos, potros Colite aguda, toxêmica, com diarréia profusa, refluxo gástrico, febre A bactéria sobrevive no ambiente (haras, hospitais) Diagnóstico Cultura de fezes: 3-5 amostras Sorologia pareada: ELISA Biópsia de reto Tratamento Fluidoterapia Plasma Plasma hiperimune Flunixin meglumine anti-endotoxêmico AINEs Antibióticos: gentamicina (6,6 mg/kg/IV SID) + ceftiofur (4-5 mg/kg/IV TID) Colite “X” Clostridium perfringens Colite hiperaguda Diarréia profusa sanguinolenta, refluxo gástrico, febre, choque endotoxêmico, mucosas “cor de tijolo”, sinais de laminite, dor abdominal Tratamento Metronidazol (15-20 mg/kg VO TID)Necrose de cólon Peritonite Inflamação do peritônio resultante de qualquer processo químico (urina, bile), mecânico (neoplasia, cirurgia, trauma vaginal, palpação) ou infeccioso (ruptura de víscera abdominal, hepatite, nefrite, complicações de castração, septicemia) Patofisiologia Causa inicial Degranulação de macrófagos e mastócitos Liberação de mediadores vasoativos (histamina e serotonina) Aumento da permeabilida de vascular Transudação proteínas células fluido Patofisiologia • Quimiotaxia Ne = TNFα, PAF, IL 1, prostaglandinas e leucotrienos • Degranulação lisossomal • Aumento da permeabilidade peritoneal • Absorção de substâncias pró-inflamatórias e bactérias • Endotoxemia • Bacteremia • Choque Classificação Aguda X crônica Primária (não se identifica a causa) X secundária Asséptica (irritação química ou mecânica) X séptica (obstrução intestinal com isquemia, contaminação cirúrgica) Peritonite séptica Urogenital: ruptura uterina, acidentes de cobertura Bacteremia: Streptococcus, Rhodococcus, Actinobacillus equuli Migração parasitária Sinais clínicos Depressão Anorexia Pirexia Desidratação Dor abdominal Taquicardia Taquipnéia Íleo ou diarréia Distensão abdominal Diagnóstico Paracentese Análises laboratoriais Cultura Tratamento Identificar e tratar a causa primária! Restaurar o volume circulatório e equilíbrio hidro-eletrolítico Tratamento Plasma hiperimune (Bactérias G-): 4,4 mL/kg Antibioticoterapia: gentamicina + penicilina, ceftiofur, metronidazol Flunixin meglumine, dose anti-endotoxêmica AINEs Lavagem peritoneal Cólicas Cirúrgicas Decisão pela cirurgia Dor incontrolável ou persistente Rápida deteriorização do estado hemodinâmico (marcado aumento FC, extremidades frias) Paracentese sanguinolenta (principalmente quando a proteína do líquido peritoneal ≥ 3 g/dL) Ausência de sons intestinais mesmo após fluidoterapia Palpação retal: distensão de alças ou tênias, deslocamentos de alças, presença de enterólitos Não estrangulativos Estrangulativos PROCESSOS OBSTRUTIVOS PROCESSOS OBSTRUTIVOS NÃO ESTRANGULATIVOS Isquemia do trato gastrointestinal por obstrução intravascular: tromboembolismo verminótico Obstrução luminal: impactações, sablose e enterólitos Tromboembolismo Verminótico Larvas de Strongylus vulgaris Migração Obstrução das veias e artérias mesentéricas Isquemia Impactação ID Ceco IG Distensão Luminal Gás produzido pela fermentação bacteriana Ingesta Líquido (↑ secreção ou ↓ absorção) Intestino tem pouca complacência: se aumenta o conteúdo, aumenta a pressão luminal Distensão luminal: comprometimento do fluxo sanguíneo da mucosa: isquemia Impactação Sinais clínicos: progressão lenta Dor Paracentese amarelada e turva Sondagem: sem refluxo ou fezes Palpação retal: presença de massa compactada em flexura pélvica ou ceco Impactação Tratamento Clínico Cirúrgico: laparotomia (laparotomia/celiotomia) pela linha branca ventral Cuidado para não romper ao exteriorizar!! Exteriorização Enterotomia Sablose Impactação por ingestão de areia Cólon maior (dorsal direito com cólon transverso) Cólon menor Areia irrita a mucosa: início = diarreia . Depois = impactação Enterólitos • Etiologia: formações minerais de fosfato de magnésio que se deposita concentricamente ao redor de um núcleo (pedrinha ou corpo estranho) • “Água pesada” ou alfafa Sinais clínicos Episódios recorrentes de desconforto abdominal Dor moderada Sinais de obstrução Exame físico Palpação retal Paracentese Enterolitíase Tratamento Cirúrgico OBSTRUÇÕES ESTRANGULATIVAS Oclusão vascular + obstrução luminal Sinais clínicos AGUDOS!!! Muita dor Rápida deteriorização do estado hemodinâmico Paracentese sanguinolenta Refluxo Intestino delgado Torção Vôlvulo Intussuscepção Encarceramentos Torção e Vôlvulo Torção < 180 º Vôlvulo > 180º Intussuscepção Jejuno-jejunal Jejuno-ileal Íleo-ileal Ileocecal (mais comum) Fatores que alteram a motilidade intestinal Infestações crônicas de Anaplocephala perfoliata ou mudanças abruptas de dieta Intussuscepção Encarceramentos Hérnia inguino-escrotal Forâmen gastro-eiplóico Ligamento nefro-esplênico Lipoma pedunculado Encarceramento forâmen gastro- epiplóico Forâmen de Winslow 4 cm de diâmetro na entrada da bursa omental, dorso-cranial ao processo caudal do fígado Id passa pelo forâmen e fica preso, causando estrangulamento Cavalos mais velhos são predispostos, pois há aumento do diâmetro do forâmen com a idade Forâmen gastro-epiplóico Hérnia ínguino-escrotal Lipoma pedunculado Cavalos mais velhos (+ 15 anos) Tumor benigno do tecido adiposo Localizado próximo à raiz mesentérica Solitário (mais comum) ou múltiplos Lipoma pedunculado TÉCNICAS CIRÚRGICAS INTESTINO DELGADO Cirurgia ID Identificação e correção da causa primária Descompressão intra-operatória das alças distendidas Ressecção do intestino acometido Preservação anatômica e funcionais das partes envolvidas Realização da cirurgia no menor tempo possível Causar menos trauma possível Suporte pós-operatório VIABILIDADE Coloração da serosa Volta da cor após a correção do estrangulamento Pulso das artérias mesentéricas Motilidade Ressecção (enterectomia) Mais que 60% causa má absorção Descomprimir antes de exteriorizar Ligar as artérias e veias mesentéricas com fio absorvível 3-0 Exteriorizar as alças Esvaziar o conteúdo Ressecar Enteroanastomose Jejuno-jenjunostomia término- terminal Jejuno-jejunostomia látero-lateral By pass Duodenocecostomia Jejunocecostomia INTESTINO GROSSO INTESTINO GROSSO Torção Vôlvulo Intussuscepção Dor começa moderada e progride para intensa (início menos agudo que ID) Menor quantidade de refluxo Distensão abdominal Torção IG Complicações de laparotomias Peritonite Aderências Hérnia incisional Endotoxemia (laminite) Ileus (íleo paralítico) Pós-operatório FLUIDOTERAPIA!!! PT ≤ 4,1 = plasma (2-4 mL/kg) Equilíbrio eletrolítico e ácido-básico AINE Antibioticoterapia Controle da produção de refluxo Endotoxemia AINE: flunixin meglumine (0,25 mg/kg IM, QID) Plasma hiperimune: bactérias conhecidas (E. coli, Salmonella sp) Corticóides: estabilizam membranas, previnem a agregação, adesão e degranulação de neutrófilos, bloqueiam a ativação do sistema complemento – dexametasona (2 mg/kg IV ou IM SID) ou predinisolona (10 mg/kg IV ou IM SID) – perigo de laminite!! Pentoxifilina (7,5 mg/kg VO, BID) Antibioticoterapia Cefalosporina (2,2-3,3 mg/kg IV, BID) + Penicilina (50000 UI/kg IM, BID) Gentamicina (6,6 mg/kg IV, SID) ou amikacina (12-15 mg/kg IV, SID) + Penicilina Metronidazol quando há infecção por anaeróbios (15-25 mg/kg VO, BID ou TID) Realimentação
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