RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO GESTÃO EDUCACIONAL

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Nome Completo: Flávia Miranda Gonçalves
	RGM: 24885886
	Instituição: Cruzeiro do Sul Virtual – Polo Conceição do Mato Dentro
	Data: 19/11/2020
	Curso: Pedagogia
	Disciplina: Estágio Curricular Supervisionado em Gestão Educacional
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO – PLANO EMERGENCIAL
A elaboração do Relatório Final de Estágio Curricular Supervisionado é obrigatória. Para realizá-lo, você deve seguir as orientações para qual modelo deve usar, pois dependerá do modelo de estágio que fará neste Plano Emergencial.
O Relatório Final de Estágio do Plano Emergencial deverá ser composto por: Tabela contendo o nome das atividades realizadas e a carga horária correspondente a cada uma delas (consulte a Tabela - Atividades e Horas Equivalentes); e Texto dissertativo respondendo à pergunta proposta com, no mínimo, 2 páginas de extensão sem contar a tabela e cabeçalho.
Atenção: Caso você tenha solicitado dispensa docente, você deve incluí-la na tabela de atividades indicando a quantidade de horas dispensadas.
Tabela de atividades e horas equivalente
	Atividades Realizadas
	Horas equivalentes de cada atividade
	Dispensa docente
	50 horas
	Projeto Interdisciplinar
	25 horas
	Relatório Final
	25 horas
	Total de horas
	100 horas
Pergunta/Texto dissertativo
Em que medida as atividades realizadas no Plano emergencial contribuíram para minha formação como professor e educador para o século XXI?
Neste relatório, irei apresentar atividades que foram desenvolvidas no Estágio Curricular Supervisionado em Gestão Escolar, realizado no curso de Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul Virtual. Foram 100 horas de estágio, sendo que 50 horas foram dispensadas por docência. Assim começarei falando da minha experiência na Escola Municipal São Sebastião, localizada na zona rural do meu município, com turma multisseriada, ou seja, 4º e 5º anos na mesma sala e logo após farei o relato da minha experiência com a atividade do Projeto Interdisciplinar do Plano Emergencial de Estágio.
Nesses tempos de pandemia levar educação de qualidade aos nossos alunos tem sido um desafio constante. Desde o início da paralisação das aulas, venho trabalhando com aulas remotas, através de apostilas impressas e vídeos informativos postados no canal da Secretaria Municipal de Educação, mas considerando que a escola em que leciono se localiza em zona rural e que meus alunos sem exceção não possuem acesso a um computador e internet de qualidade, o trabalho se tornou ainda mais complexo, difícil e desafiador.
As apostilas são enviadas mensalmente aos alunos e, obrigatoriamente, temos que utilizar como base as apostilas que são elaboradas pela Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais. Nós professores fazemos apenas uma adaptação das atividades considerando o grau de aprendizagem e dificuldade de cada turma. Paralelamente a isso, lançamos no portal da Secretaria Municipal de Educação, vídeos com explicações chaves para resolução das apostilas. Para sanar dúvidas, utilizamos também o recurso do WhatsApp, o qual infelizmente nem todas as famílias possuem. Os alunos tem 30 dias para resolver todas as questões e devolver a apostila para correção.
Hoje já estamos na 5º apostila e após correções das atividades pude perceber o quanto meus alunos tem sido prejudicados pela pandemia. A escola em que leciono se localiza em uma comunidade rural muito carente, meus alunos possuem pais que em sua maioria são analfabetos funcionais, não possuindo assim quem os auxilie nas atividades da apostila de forma correta dentro de casa. Os vídeos lançados no portal não têm sido muito utilizados, já que meus alunos não conseguem assistir por falta de recursos tecnológicos. As conversas através do recurso do WhatsApp, também não tem sido de muita ajuda, já que somente algumas mães possuem e mesmo assim as que tem acesso são com um péssimo pacote de dados, o que impossibilita alguns dos recursos como chamadas de vídeo. Para tentar diminuir o impacto dessa falta de acesso à recursos que poderiam ajudar na qualidade da educação dos meus alunos, tomei a inciativa de gravar DVDs com as explicações e enviar às famílias, pois após fazer uma pesquisa descobri que todos eles possuem um aparelho reprodutor de vídeo em casa.
Trabalhar com turma multisseriada por si só já é um desafio, pois são 2 planejamentos diferentes para serem trabalhados ao mesmo tempo na sala de aula. E nessa nossa nova realidade, garantir que os alunos não sejam prejudicados em seu processo de aprendizagem e evitar o crescimento das desigualdades de acesso e de oportunidades de ensino tem sido uma tarefa árdua e considerando os resultados por mim coletados até o momento, me assusta a ideia de que esse prejuízo educacional jamais seja recuperado pelos meus alunos, levando em conta que o sistema educacional já é falho e esse novo modelo de vida imposto pelo Coronavírus dificulta ainda mais o processo.
Ser professor e educador em tempos comuns já é uma tarefa desafiadora, em tempos de isolamento social devido ao covid-19, isso se tornou mais difícil ainda. O estágio em gestão educacional é uma ferramenta essencial para que o estudante de Pedagogia, como é o meu caso, realize observações distintas sobre a atuação dos gestores frente às demandas escolares cada vez mais complexas.
Das opções de estágio oferecidas pela Universidade, optei por fazer o plano Emergencial de Estágio, considerando que as escolas do meu município estão todas praticamente fechadas, apenas funcionando com trabalhos remotos e não estão admitindo estagiários. Para completar as horas do estágio me propus realizar o Projeto Interdisciplinar, para isso fiz uma leitura de alguns pontos da BNCC que achei pertinente, levando em consideração o meu tema escolhido. Para me aprofundar no tema, contei com a ajuda de integrantes do Espaço Educacional Contraponto.
Sobre o projeto, considerando que a escola em que leciono se localiza em uma comunidade rural e a crescente preocupação com as questões ambientais, optei pelo tema “Permacultura e Sustentabilidade - Colorindo com Geotinta”. A permacultura e Sustentabilidade já é uma questão forte nessa comunidade, os moradores já estão imersos nessa proposta, já que na comunidade existe um Espaço Educacional chamado “Contraponto”, que se trata de um projeto de sustentabilidade que visa a educação humano-ambiental e promove práticas de empoderamento no meio rural.
Ao me inteirar das atividades do Espaço Educacional Contraponto, notei que levar a Permacultura e Sustentabilidade para o ambiente escolar iria contribuir enormemente para a formação, não só acadêmica, mas também a formação social dos alunos da escola. A permacultura possui princípios que se inspiram em conhecimentos ancestrais e possui “...atitudes e técnicas que ao serem praticadas abrem muitas oportunidades de ensino na educação básica” (GEPP/UFMG). 
Dentre as atividades que são trabalhadas no espaço, escolhi trabalhar com a Geotinta que se trata de uma mistura totalmente ecológica e sustentável fabricada a partir de terra argilosa (tabatinga), cola branca, água e pigmentos naturais para dar cor. A Geotinta já está presente em vários lares de alunos da comunidade, o que proporciona uma excelente troca de conhecimentos e envolvimento das famílias de forma indireta, já que para a sua fabricação, os alunos trariam de suas casas os materiais necessários. Materiais que são todos retirados da natureza o que envolve a ajuda de seus pais para a extração dos mesmos, como terra e plantas.
A ideia do projeto em trabalhar com a Geotinta leva em conta o seu baixo custo, facilidade na fabricação e que durante a introdução do tema e a confecção das tintas, vários conteúdos de diferentes áreas do conhecimento poderão ser abordados de diversas formas diferentes considerando o grau de conhecimento de cada turma participante. Áreas do conhecimento como matemática, história, geografia, ciências e artes podem ser abordadas de forma divertida proporcionando aos alunos que habilidades e competências exigidas pela BNCC sejam assimiladas com mais facilidade pelos estudantesresultando em “...aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da educação básica...”(BNCC/2018).
O projeto começa com palestra e visita ao “Espaço Educacional Contraponto”, onde os alunos poderão observar, além de trabalhos feitos com a Geotinta, diversas outras práticas de permacultura existentes no espaço o que levanta inúmeros questionamentos sobre a questão ambiental e a vida sustentável. Estes questionamentos serão aprofundados em sala de aula nos conteúdos envolvidos assim como aqueles questionamentos sobre a fabricação e utilização da Geotinta.
Ao falar sobre a Geotinta, entramos no conteúdo de história no qual estudamos a época paleolítica onde os homens das cavernas utilizavam-se de “tintas” com pigmentos naturais para as suas “pinturas rupestres”. Pinturas estas que temos presentes nos paredões ao entorno da comunidade onde a escola se localiza. 
Dando continuidade aos estudos vemos que na ciência e geografia temos a opção de trabalhar com tipos de solos através da coleta e estudo, misturas homogêneas/heterogêneas e suas fases, formação das cores, preservação ambiental entre outros. 
Já na matemática a proposta é trabalhar com medidas e proporções, já que a fabricação das tintas necessita dessas ferramentas para serem produzidas. 
E fechando temos o trabalho com as Artes, onde os alunos poderão utilizar das tintas fabricadas para tornar o espaço mais agradável, elaborando e pintando painéis nos muros da escola, desenvolvendo assim a sua criatividade e o sentimento de pertencimento ao local.
Assim concluo que , desenvolver o Projeto Interdisciplinar do plano emergencial, foi de grande importância e vejo como uma enorme contribuição para a minha formação como professor e educador, pois pensar como gestor e elaborar projetos que envolvam toda a escola de forma multidisciplinar, requer uma visão muito além daquela que temos em sala de aula. Pensar e agir envolvendo toda a escola respeitando as particularidades de cada turma é um trabalho desafiador. 
Ao elaborar o projeto percebi que trabalhar de forma contextualizada pode proporcionar aos educandos desenvolver diversas das competências gerais que são mencionadas na BNCC. O trabalho com projetos transforma o ambiente escolar para além da sala de aula, envolvendo corpo docente, discente e comunidade.
Referências:
Grupo de Estudos e Práticas em Permacultura/GEPP UFVJM; Diálogos Entre Educação E Permacultura: Formando Professores Para A Sustentabilidade; Disponível em: https://9cabf609-984a-46d1-8104-f4fbc668687d.filesusr.com/ugd/f86c3e_eef5c36d475647a08826899b93d1ae03.pdf
Espaço Educacional Contraponto; Disponível em https://contraponto.eco.br/
Base Nacional Comum Curricular - BNCC; Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
II Congresso Nacional de Educação, Aprender Solos, Brincando Com A Terra. Disponível em: file:///C:/Users/Flavia/Downloads/silo.tips_aprender-solos-brincando-com-a-terra.pdf