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Resumo do livro "O mercador de Veneza"

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Pedro Almeida da Silva
Atividade 1 de Civil II
Salvador
2021
Avaliação inicial
Analisar o pacto celebrado na obra O mercador de Veneza, de Shakespeare, na perspectiva da teoria geral do negócio jurídico, em especial à luz da autonomia privada, critérios interpretativos e requisitos de validade. Resumir brevemente a obra de Shakespeare, de forma concisa e coesa; Transcrever as passagens do texto que fundamentam as teses a serem sustentadas.
O livro trata de uma comédia baseada na peça de William Shakespeare escrita em 1596, e se passa na cidade de Veneza na Itália. Dentre os personagens principais que aparecem na trama, temos Antônio, cristão e comerciante que vende os mais variados produtos, Shylock, um judeu com bastante poder aquisitivo que emprestava dinheiro a juros, Pórcia, a dama rica em busca de um marido e Bassânio, o melhor amigo de Antônio que deseja ascender socialmente de uma forma incomum.
O livro se inicia com o diálogo de Antônio com dois dos seus amigos Salarino e Salânio, que se mostram super preocupados com a frota de navios mercantis que traziam as mercadorias de Antônio, que investiu todo o seu dinheiro nos produtos que seriam comercializados, uma embarcação estava a caminho das Índias, outra a Trípoli e dentre outros destinos que eram considerados rentáveis, na época, ao redor do mundo.
Bassânio, um simples rapaz melhor amigo de Antônio, possuía muitas dívidas e fraca renda, surge com a ideia de embarcar secretamente para Belmonte na Itália, com a missão de conseguir conquistar a mão da bela e rica donzela Pórcia, mas para isso ele deveria passar por um desafio que pode transformar totalmente a sua vida. Para que o seu grande sonho fosse realizado, ele contava com a ajuda de Antônio, com o pedido de três mil ducados, que arcaria com os custos da viagem. Antônio não mede esforços para ajudar o amigo, assim como fez por toda a vida, mas no momento o mercador ainda não tinha em mãos o lucro que receberia dos navios, pois fazia muitos dias que ele não recebia notícias da sua frota.
Como Antônio era muito fiel e não queria desapontar o seu amigo, ele tem a brilhante ideia de fazer um empréstimo com o Judeu Shylock, na esperança que conseguiria devolver o valor o quanto antes quando as suas mercadorias fossem devolvidas. Shylock e Antônio, possuíam uma relação extremamente conflituosa, Shylock não gostava de Antônio por ele ser cristão e por prejudicá-lo nos negócios do comércio, jurava que nunca iria perdoá-lo e guardava todos os acontecimentos entre os dois com muito rancor, no texto, o judeu expressa diversas vezes que gostaria muito de vingar todo o seu sofrimento, ele relata ter sido xingado de diversos nomes chulos e humilhado, levando até mesmo cuspida no rosto. Já Antônio, por ser cristão julgava fortemente o semitismo de Shylock, prejudicava-o nos negócios, emprestando dinheiro para a população sem juros e condenava todos os seus feitos.
        	Shylock então, apesar de tudo, concorda em fazer o empréstimo para Antônio, sem cobrar juros, mas com uma condição: caso o cristão não devolvesse o seu dinheiro em 3 meses, ele deveria pagar 1 libra de carne humana como forma de pagamento. Antônio concorda com as condições do fiador e demonstra estar confiante que conseguiria pagar o determinado valor 1 mês antes do prazo ser vencido. Antônio finalmente consegue emprestar o valor da viagem para Bassânio, que se apressa em embarcar para Belmonte de encontro ao seu possível futuro amor.
Em Belmonte, Pórcia, na missão de escolha do seu futuro amado, delegada por seu falecido pai, se mostra bastante resistente aos pretendentes para o casamento, que são muito bem sucedidos, e em conversas com sua amiga Nerissa, apresenta toda a sua insatisfação com os homens dentre eles estão o Príncipe Napolitano, e de Marrocos, o Conde Palatino, Duque da Saxônia e etc. O futuro marido deveria passar pelo desafio e escolher dentre três arcas, uma de ouro, prata e bronze, o felizardo seria o que encontrasse o retrato de Pórcia estampado. No entanto, todos os pretendes até o momento não haviam acertado a arca premiada.
Enquanto isso Jéssica, filha do judeu Shylock, começa a se envolver amorosamente com um cristão, o que deixaria o seu pai bastante furioso caso ele viesse a descobrir. Ela demonstra a sua insatisfação em ser filha de Shylock, e tem o forte desejo de viver ao lado do seu amado como uma cristã. Tempos depois, Jéssica foge e leva para a fuga dois sacos de ducados e joias preciosas. O pai descobre, e não esconde o desejo da pena fatal para a sua própria filha.
Salarino, amigo de Antônio, recebe a triste notícia de que os navios com as mercadorias preciosas foram perdidos aos arredores de um lugar muito perigoso e fatal, onde encontra-se a carcaça de muitas navegações. Shylock recebe a notícia, e se mostra bastante animado em alimentar a sua vingança de finalmente tirar carne humana do inimigo e reforça todas as injustiças que sofreu como: humilhações, impedimento de lucrar meio milhão, zombarias e etc.
Em Belmonte, num quarto na casa de Pórcia, Bassânio chega com o objetivo de tentar a sorte dentre as três arcas. De cara, de forma surpreendente, Pórcia se mostra bastante apaixonada por Bassânio, e não poupa elogios ao seu possível amado. Bassânio aposta todas as suas fichas na arca de chumbo e de forma inigualável consegue acertar a arca correta com a foto da sua mais nova amada.
Depois de muitas comemorações, Salânio consegue chegar em Belmonte e avisa por meio de uma carta ao amigo sobre a tragédia em relação às mercadorias e o informa que Antônio não poderá pagar o valor emprestado em dinheiro, devendo quitar a dívida em carne humana como combinado. Bassânio decide contar toda a verdade para Pórcia, revelando que não possuía fortuna alguma, explica também toda a situação da dívida do seu melhor amigo Antônio. Pórcia demonstra solidariedade e compreensão ao seu amado e imediatamente oferece dinheiro suficiente para pagar até mesmo vinte dívidas como essa. Bassânio vai rapidamente para Veneza de encontro ao seu amigo para pagar o valor.
Em Veneza, Shylock conversa furioso com Bassânio acerca da falta de pagamento da dívida, pois por conta dos navios perdidos, o prazo não havia sido cumprido, ele chega a levar o carcereiro exigindo que a letra da lei fosse cumprida e que o Doge fizesse justiça. Bassânio então, é convocado pela Corte de Justiça para o seu julgamento.
Pórcia, preocupada com a possível não aceitação do pagamento da dívida, o que resultaria no sofrimento do seu marido, tem a brilhante ideia de ir a Veneza disfarçada de Advogado e desse modo, participar do julgamento de Antônio sem que ninguém percebesse.
No dia do julgamento estavam presentes na corte de justiça o Doge de Veneza e os Senadores. O Doge sugere que Shylock perdoe metade da dívida, mas ele se mostra bastante resistente a favor do pagamento da libra de carne humana e continua demonstrando toda a sua repugnância por Antônio. Entra em cena o advogado Baltasar – que era Pórcia disfarçada – e dá início ao julgamento analisando as entrelinhas do caso.
Pórcia usa seu disfarce muito bem, o que dá esperanças a Shylock, visto que, em determinado momento do julgamento ela se mostra a favor do judeu, criando toda uma narrativa falsa para pôr em prática o seu plano. Ao analisar todo o documento ela conclui que ele está vencido, por conta disso deu razão ao credor para retirar uma libra de carne que ele deveria cortar junto ao coração do mercador.
A reviravolta da Peça acontece quando Pórcia reanalisa o contrato e percebe que a carne deveria ser retirada sem que derramasse, no instante do corte, nenhuma gota de sangue cristão, não poderia ser encontrada nem uma grama a mais de carne ou fio de cabelo. Caso isso acontecesse, Shylock perderia os seus bens e suas terras para o Estado. Ela também argumenta que na lei de lei de Veneza, diz que se a provar se vier que um estrangeiro, por processos diretos ou indiretos, atentar contra a vida de um dos membros da comunidade, há de a pessoapor ele assim visada, assenhorear-se da metade dos bens desse estrangeiro, indo a outra parte para os cofres públicos.
Shylock então, tenta voltar atrás e desiste da cobrança da dívida, implorando por perdão. O Doge Determina que para que seu pedido de perdão fosse aceito ele deveria doar metade dos seus bens para Antônio, e tornar-se cristão, além de ter que deixar parte dos seus bens, após a sua morte, para a sua filha que havia fugido com o seu amado cristão. Shylock encontra-se sem saída e se vê obrigado a aceitar as condições do contrato para que não perdesse todos os seus bens para e fosse expulso da cidade. A vitória é dada ao mercador Antônio que consegue se livrar da dívida e o seu grande amigo Bassânio passa a viver entre tapas e beijos com a dama de Belmonte.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No livro, o judeu Shylock e o mercador Antônio iniciam um contrato que se caracteriza por ser um tipo de Negócio Jurídico, em que as partes envolvidas expressam as suas vontades, para que as intenções fiquem claras e assim, possam adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial. O mercador assina a letra em que determina, caso ele não pague os três mil ducados deveria pagar com uma libra de carne humana, como mostra o trecho do livro ditado por Shylock: “Assinai-me o documento da dívida, no qual, por brincadeira, declarado será que se no dia tal ou tal, em lugar também sabido a quantia ou quantias não pagardes, concordais em ceder, por eqüidade, uma libra de vossa bela carne, que do corpo vos há de ser cortada onde bem me aprouver”.
 	Nesse viés, o contrato se baseia na autonomia privada que é o poder que os particulares têm de regular, pelo exercício de sua própria vontade, as relações de que participam, estabelecendo-lhes o conteúdo e a respectiva disciplina jurídica. Contudo, é possível perceber no livro, que os agentes manifestaram as suas vontades, todavia é preciso analisar se o contrato firmado é válido ou não, para que assim obtenha a legitimidade necessária. 
 	Segundo as leis de Veneza que vigoravam na época, o contrato classifica-se como válido. No momento do julgamento pela Corte de Justiça da cidade, tanto os amigos de Antônio, o próprio Antônio, quanto o Doge e os juízes concordaram que a justiça deveria estar ao lado de Shylock, confirmando a validade da letra na época. Como expressa o trecho ditado por Pórcia a seguir: “E deveis retirá-la justamente do peito dele; a corte o reconhece, porque a lei o permite”.
 	Na sociedade brasileira contemporânea, o contrato seria inválido, pela impossibilidade jurídica do objeto, em razão da ilicitude e por ferir a Constituição Federal que protege a dignidade da pessoa humana, como preceito fundamental. Destarte, o contrato também violaria o princípio da boa-fé, que no Artigo 113 do Código Civil denota que os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração, visto que, Shylock deixa explícito que iria pôr em prática toda a sua maldade e alimentaria a sua vingança por Antônio.

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