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historiografia brasileira

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HISTORIOGRAFIA 
BRASILEIRA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Descrever o reflexo da política na construção da historiografia nacional.
 > Identificar a influência internacional no olhar político na historiografia 
brasileira.
 > Reconhecer os principais analistas dos movimentos políticos da história 
brasileira.
Introdução
A historiografia é o produto da escrita da história, o trabalho realizado por inte-
lectuais que analisam e interpretam o passado a partir de uma perspectiva e de 
uma metodologia. Dessa forma, a operação historiográfica também está sujeita 
às transformações do tempo, e os acontecimentos políticos refletem diretamente 
nesse processo. Como diz Manoel Luiz Salgado Guimarães (2010, p. 9–10): 
[...] a historiografia se interroga de modo sistemático sobre as diferentes formas de 
transformar o passado nesse objeto de investigação, materializado num conjunto 
de textos dados à leitura de uma coletividade como parte de seu próprio esforço 
de construção identitária. O passado como parte da construção do presente e 
como desejo de projeção para o futuro, como projeto social, portanto, inscreve 
necessariamente a investigação de natureza historiográfica numa teia em que o 
diálogo com outros campos da pesquisa histórica se faz necessário.
Assim, é correto afirmar que a escrita da história do Brasil possui caracterís-
ticas análogas ao seu tempo, já que é o presente que dita a interpretação dos 
documentos. Por exemplo, análises sobre o período colonial têm focos diferentes 
Historiografia 
política brasileira
Ana Carolina Machado de Souza
de acordo com a época. Enquanto, no século XIX, a perspectiva geral e a exaltação 
da monarquia eram comuns, na década de 1980, a escravidão se tornou uma 
temática protagonista, assim como outros assuntos, vide os estudos feministas, 
dos movimentos sindicais e dos personagens que não faziam parte do “lado 
vencedor” da história. 
Neste capítulo, falaremos sobre a importância e a influência dos processos 
políticos na produção historiográfica brasileira. Você vai observar que diferentes 
épocas possuem olhares específicos para os temas e eventos do passado e 
presente do Brasil. Como a historiografia está sujeita aos desdobramentos do 
tempo, cada obra feita tem uma ideia, uma teoria, um método por trás, ou seja, 
não é verdade absoluta, mas tem um ponto de vista contemporâneo.
A história e o século XIX
A questão política faz parte do processo histórico brasileiro desde o 
início do País. Autores como Frei Vicente do Salvador (1564–1636) e Pero 
de Magalhães Gândavo (1540–1579) foram testemunhas oculares, mas 
também discutiam o passado próximo. Suas agendas, que podiam ser 
desde apresentar o desenvolvimento administrativo na colônia até a 
busca por títulos e riquezas pessoais, ajudam a entender a complexidade 
da construção da narrativa. São documentos importantes para a compre-
ensão dessa época. Salvador, por exemplo, escreveu a História do Brasil, 
que foi publicada em 1620 e é considerada a primeira obra do tipo feita 
no Brasil. Os cinco volumes narram a formação dos Governos-gerais, que 
começaram a partir de 1548. 
Um episódio importante que demonstra a influência direta de questões 
políticas na construção historiográfica é o da França Antártica. Em 1555, os 
franceses criaram uma colônia na região do Rio de Janeiro, e o autor des-
creveu o evento como parte de uma conspiração dos invasores contra os 
portugueses. Inclusive, acusava-os de armarem conluio com os índios para 
expulsarem aqueles que chegaram ao Brasil anteriormente. Ou seja, toda 
sua escrita valorizava a metrópole em detrimento de qualquer outra nação 
que buscasse tomar posse do País indiscriminadamente. 
Apesar dessa longa história de produção historiográfica, o destaque aqui 
residirá nos trabalhos feitos a partir do século XIX, quando a história como 
ciência e disciplina científica surgiu. 
Historiografia política brasileira2
As transformações dos oitocentos
O contexto político brasileiro era de profunda transformação. A Família Real 
se mudou para a colônia em 1808 fugida de Portugal por causa da expansão 
napoleônica. O Rio de Janeiro se tornou a capital do Império português, 
sendo modernizada e reformada para receber toda a corte. Em 1815, a colô-
nia foi alçada a Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, considerado um 
dos primeiros momentos para a separação, que se concretizou em 1822. O 
Primeiro Reinado (1822–1831), as Regências, o Segundo Reinado (1840–1889) e 
a Proclamação da República (1889) foram grandes eventos da política brasi-
leira, mas permeados por outros, que só tiveram destaque na historiografia 
no final do século XX. A Lei de Terras (1850), a Lei Eusébio de Queirós (1850), 
os movimentos abolicionista e republicano, além da Lei Áurea (1888), são 
exemplos de mudanças políticas e legislativas que alteraram os rumos do País.
É importante lembrar que o Brasil viveu constantes crises políticas 
e econômicas desde o período colonial. No final do século XVIII e 
início do seguinte, revoltas separatistas como a Inconfidência Mineira (1789), a 
Conjuração Carioca (1794), a Conjuração Baiana (1798) e a Revolução Pernambu-
cana (1817) desestabilizaram a já frágil organização política da colônia. 
Durante o século XIX, mesmo com a independência e com o Poder Moderador 
da Constituição de 1824, a quantidade de conflitos não diminuiu. A Confedera-
ção do Equador (1824), a Revolta dos Malês (1835), a Cabanagem (1835–1840), a 
Sabinada (1837–1838), a Balaiada (1831–1841) e a Farroupilha (1835–1845) foram 
episódios que demonstram o descontentamento com o governo vigente. 
Em relação à ciência, foi nesse período, em 1838, que surgiu o Instituto 
Histórico Geográfico Brasileiro (IHGB). Dessa maneira, a história oficial da 
nação foi normatizada, isto é, criaram práxis e metodologias a serem seguidas 
pelos historiadores. Foi o processo de formação de uma identidade, além 
de ser um marco para a construção historiográfica, sobretudo no Segundo 
Reinado. A narrativa era teleológica, com o presente ditando a evolução do 
passado e do futuro. Enxergavam o documento como verdade absoluta e 
que os acontecimentos seguiam uma ordem específica a fim de alcançar 
aquele presente. Havia uma manipulação do tempo a favor do argumento 
construído pelo historiador. 
Nesse momento, as obras dos séculos coloniais foram descobertas e/
ou resgatadas pelos pesquisadores, que queriam cada vez mais ampliar o 
conhecimento acerca do passado. Portanto, o IHGB institucionalizou a prá-
Historiografia política brasileira 3
tica historiográfica, além de consolidar o processo de formação do Estado 
Nacional. As obras tinham objetivos claros de discutir a formação do Brasil, 
mas pela via tradicional, abordando “grandes fatos”, eventos e personagens. 
Um exemplo disso foi o texto do alemão Carl Friedrich Philipp von Martius 
(1794–1868) intitulado “Como se deve escrever a história do Brasil”, publicado 
pela Revista do IHGB em 1843. Esse texto foi eleito como o mais importante 
para se estabelecer as diretrizes temáticas e metodológicas para as futuras 
historiografias. Todos os conflitos citados anteriormente, fora a profunda 
desigualdade racial e de classe, foram motivos para que a história nacional 
prezasse pela união e grandeza do País. Von Martius discorre sobre a impor-
tância das três raças (brancos, índios e negros) para a constituição do Brasil. 
Contudo, não significa que eram paritários, pois os portugueses eram vistos 
como superiores.
Na época, vigorava a ideia de superioridade racial. Em 1859, foi pu-
blicada A origem das espécies, de Charles Darwin (1809–1882), que 
abordava a teoria da evolução. Da mesma maneira como revolucionou a biologia 
e a ciência no geral, essa ideia foi analisada sob o viés social. O darwinismo 
social, por exemplo, foi o conceito criado por Herbert Spencer (1820–1903) 
que aplicava a evolução para o desenvolvimento da sociedade. Suas ideias 
embasaram práticas preconceituosas, de higienização social, que perdurarampor décadas, como o Neocolonialismo na África e na Ásia e o surgimento da 
ideia de superioridade racial ariana no século XX. 
Ainda que Von Martius tenha sido escolhido como matriz ideológica e 
metodológica, outro nome importante é o de Francisco Adolfo de Varnhagen 
(1816–1878), que escreveu a História Geral do Brasil entre 1854 e 1857, reedi-
tada em 1877. Conhecido como Visconde de Porto Seguro, sua obra exalta a 
figura de Dom Pedro II (1825–1891), a Monarquia e, sobretudo, a busca pela 
unidade nacional. 
No século XX, ficou conhecido o nome de João Capistrano de Abreu (1853–
1927), pertencente a uma geração influenciada por Varnhagen, Spencer, Hip-
polyte Taine (1828–1893) e Auguste Comte (1798–1857), mas com latente viés 
crítico a eles. O desenvolvimento do povo brasileiro era o tema abordado 
pelos novos historiadores, que deixavam de lado, aos poucos, a narrativa 
dos grandes heróis da Monarquia. A Proclamação da República (1889) mu-
dou sensivelmente a forma de se escrever História. A memória que queriam 
construir exaltaria figuras que condissessem com o ponto de vista político 
da época. Tiradentes, por exemplo, tornou-se herói nacional por simbolizar 
Historiografia política brasileira4
uma luta separatista, que visava ao fim do Antigo Regime. Essa representação 
era escrita ou imagética, já que muitas pinturas foram feitas sobre ele. Pedro 
Américo (1843–1905) e Décio Villares (1851–1931) foram artistas que o retrataram 
de maneira divina, em uma alusão a Jesus Cristo (Figura 1). 
Figura 1. (a) Tiradentes Esquartejado (Pedro Américo, 1893, Museu Mariano Procópio, Juiz de 
Fora. (b) Tiradentes (Décio Villares, 1893, Coleção Privada).
Fonte: (a) Tiradentes... ([2020], documento on-line); (b) Retrato... ([2013], documento on-line). 
Capistrano de Abreu escreveu análises literárias, biografias, mas a obra 
historiográfica mais importante foi Capítulos de história colonial (1907), 
que apontava o meio como parte da construção da sociedade. Abrangia 
tanto a história tradicional como a de Leopold von Ranke (1795–1886), 
como o cientificismo da história natural. Segundo Nicodemo, Santos e 
Pereira (2018, p. 41):
A produção histórica de finais do século XIX e início do século XX vai procurando, pelo 
menos no discurso, se afastar das práticas históricas dos historiadores anteriores. 
[...] As diferenças se colocam sobretudo em termos discursivos e geracionais: os 
historiadores formados no contexto de crise da Monarquia e nos primeiros anos 
republicanos procuravam se diferenciar das gerações anteriores, mostrando-se 
atualizados nas discussões científicas típicas da Belle Époque. As diferenças de 
fato, técnicas, vão se colocando em um tempo mais lento, mas geram efeitos 
importantes na experiência histórica.
Nesse período de transição, autores plurais ganharam destaque, como 
Sílvio Romero (1851–1914), Oliveira Lima (1867-1928) e Euclides da Cunha (1866–
1909), que rompiam com a tradição erudita encabeçada pelos primeiros nomes 
do IHGB, consolidada com Varnhagen (1977).
Historiografia política brasileira 5
O Modernismo e a geração de 1930
A Primeira República (1889–1930), também conhecida como República Oligár-
quica e República Velha, foi um período de mudanças estruturais na política, 
ainda que, para a sociedade, o efeito tenha sido moderado. Getúlio Vargas 
(1882–1954) foi uma figura que personalizou a política, concentrando o poder 
em suas mãos. Porém, essa percepção está diretamente conectada à produção 
histórica feita sobre esse momento, que exaltou o processo revolucionário, 
inclusive o chamando como tal. 
Nos anos 1930, além do rompimento institucional, o surgimento das univer-
sidades atingiu profundamente a produção intelectual, que criou conceitos, 
ideias, esquemas explicativos que dominaram o meio acadêmico, como: 
República Nova e República Velha, Revolução de 1930 e Golpe de 1930, Revo-
lução de 1932 e Contrarrevolução, etc. (BORGES, 2007). Ainda que a Historia 
magistra vitae permeasse alguns trabalhos, as fontes da época, assim como 
os trabalhos focados em política, trouxeram a novidade para o campo de 
pesquisa. Segundo Borges, (2007, p. 160):
O campo da história política evidencia, mais do que qualquer outro, os laços inex-
tricáveis entre essa forma de conhecimento e o poder, os laços entre uma história 
política vivida e uma história política escrita por memorialistas e historiadores. 
Escrever história sob essa perspectiva nos faz rever nossa posição ante as relações 
de poder, aos conflitos sociais.
Com as mudanças, ocorrem os discursos legitimadores, e aí entra o campo 
da historiografia política, que debate as ideias do momento — e que é in-
fluenciado por elas, ainda que para contestá-las. Ocorre, no Brasil, uma 
nova urgência da produção intelectual, similar ao que aconteceu no século 
anterior. A vanguarda modernista dos anos 1920 era plural não só em conceito, 
mas na prática. Influenciados pelas discussões modernas que ocorriam, 
principalmente, na Europa, músicos, pintores, escritores e poetas buscavam 
uma representação artística que fosse tipicamente brasileira. O movimento 
fez parte dessa necessidade de se entender o Brasil, e estudos históricos e 
sociológicos encabeçariam esse projeto.
Em 1927, o historiador Paulo da Silva Prado (1869–1943) publicou Retratos 
do Brasil, uma obra pouco tradicional e que analisava o passado do País pelo 
prisma da decadência comportamental, moral e política. Esse é um exemplo 
de uma nova perspectiva que nascia e que ganhou espaço em diversos campos 
científicos, inclusive no debate político. Um dos nomes mais influentes foi 
o do sociólogo fluminense Francisco José de Oliveira Viana (1883–1951), que 
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escreveu, em 1920, Populações meridionais do Brasil, em 1938, Problemas de 
Direito Corporativo, em 1934, Raça e assimilação e, em 1949, Instituições polí-
ticas brasileiras. Esses títulos demonstram sua diversa produção intelectual 
e a profundidade de suas contribuições, já que participou ativamente do 
debate sobre a criação da Legislação e do Direito Trabalhista.
A obra de 1920 influenciou Getúlio Vargas e seus apoiadores da Aliança 
Liberal, sobretudo no processo de formulação do projeto político de 1930 e 
posteriormente. As constituições de 1934 e 1937 instituíram mudanças impor-
tantes, como o voto feminino na primeira, e o caráter autoritário da segunda. 
O presidente assumiu um poder considerável a partir da possibilidade de se 
assinar Decretos-Lei. Vianna diz (2005, p. 50):
Para a perfeita compreensão do passado, a investigação científica arma hoje os 
estudiosos com um sistema de métodos e uma variedade de instrumentos, que lhes 
dão meios para obterem dele uma reconstituição, tanto quanto possível, rigorosa 
e exata. No estado atual da ciência histórica, o texto dos documentos não basta 
só por si para permitir reviver uma época ou compreender a evolução particular 
de um dado agregado humano. É preciso que várias ciências, auxiliares da exegese 
histórica, completem com os seus dados as insuficiências ou obscuridades dos 
textos documentários ou expliquem pelo mecanismo das suas leis poderosas 
aquilo que estes não podem fixar nas suas páginas mortas. O culto do documento 
escrito, o fetichismo literalista é hoje corrigido [...] e nas suas insuficiências pela 
contribuição que à filosofia da história trazem as ciências da natureza e as ciências 
da sociedade. Estas, principalmente, abrem à interpretação dos movimentos sociais 
do passado possibilidades admiráveis e dão à ciência histórica um rigor que ela não 
poderia ter, se se mantivesse a descrita ao campo da pura exegese documentária.
Ele aponta mudanças no fazer histórico, sobretudo a importância de se 
encarar a documentação com questionamentos e problemáticas, influenciados 
pelas conjunturas do momento. Apesar da relevância de Oliveira Viana, os 
autores mais conhecidos dos anos 1930 foram Gilberto Freyre (1900–1987), 
Sérgio Buarque de Holanda (1902–1982) e Caio Prado Júnior (1907–1990).Eles 
encabeçaram estudos seminais para as ciências humanas por abordarem a 
formação do Brasil e do brasileiro.
A importância de Gilberto Freyre e Sérgio Buarque 
de Holanda
Gilberto Freyre escreveu, em 1933, a obra Casa grande e senzala, um clássico 
da análise da formação da sociedade brasileira. Freyre, assim como outros 
atores citados acima, sofreu influência da produção científica de outros 
países. Seu trabalho, pautado pelas discussões raciais que ocorriam nos 
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Estados Unidos, abordou o patriarcalismo de nossa política, além de embasar 
a teoria da democracia racial. Apesar de manter elementos muito analisados 
anteriormente, seu foco era entender como o Brasil chegara ao estado em que 
estava, destacando o processo de dominação que ocorria desde a colônia, 
seu ponto de partida cronológico. A economia açucareira deu início à coloni-
zação, então as relações sociais da época criaram raízes a partir daí. Ou seja, 
a monocultura baseada na mão de obra escrava e na forte hierarquia social 
ditou a formação do nosso povo, segundo o autor (FREYRE, 2003). 
O ponto importante da argumentação de Freyre foi sua análise sobre as raças, 
sobretudo as que constituiriam a população. Essa ideia seria criticada com a 
nova tradição historiográfica das décadas 1960 e 1970, cujo apogeu criativo se 
deu nos anos 1980. Porém, a construção do autor foi tão influente que até hoje 
vemos argumentos baseados em sua proposição para justificar atitudes racistas.
Primeiro que, assim como Von Martius sugeriu, ele apontava o protagonismo 
de brancos, índios e negros na sociedade brasileira. Acreditava que a mesti-
çagem, ou hibridismo, era parte natural da transformação social, visto que os 
europeus também eram formados por vários povos, sobretudo os da Península 
Ibérica. Essa configuração social dava ao Brasil seu caráter particular e essen-
cial, pois a cultura também se mescla e modifica, criando elementos, de fato, 
nacionais. Por isso a valorização do cotidiano no engenho e em outras formas 
de socialização: por serem fundamentais na construção do que seria o Brasil.
Até aí, não há uma aproximação de Freyre com as teses eugenistas que 
circulavam na época. Inclusive, ele destacava a força e a virilidade do negro 
por conseguir se adaptar ao clima, ao local e, até, à dominação. Ele dá aos 
negros (já que sua abordagem é mais abrangente do que individualizada) 
agência, isto é, protagonismo. A crítica que surgiu depois foi que Freyre, com 
sua retórica permeada por adjetivos, ajudou a solidificar a ideia de que haveria 
uma democracia racial no Brasil. Cada uma das raças teria seu “papel” na 
formação do Brasil, com uma paridade social e de classe que nunca existiu. 
O próprio descrevia o negro como uma figura sexualizada e, dessa forma, 
parte do processo de miscigenação, vide o capítulo IV, intitulado “O escravo 
negro na vida sexual e da família do brasileiro” (FREYRE, 2003).
Outro ponto importante é que Freyre dialogava com seus contemporâ-
neos modernistas, que escolheram os índios como o ponto de partida para a 
construção da memória nacional. Obras como Macunaíma (1928), de Mário de 
Andrade (1893-1945), e até as românticas de José de Alencar (1829–1877), como O 
Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874), ainda que diferentes no escopo, 
elencaram os nativos como símbolo do Brasil. Freyre (2003, p. 368), contudo, 
dizia que “Ideia extravagante para os meios ortodoxos e oficiais do Brasil 
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essa do negro superior ao indígena e até ao português, em vários aspectos de 
cultura material e moral. Superior em capacidade técnica e artística [...]”. Ele se 
aprofunda ao dizer que a cultura africana não era inferior e que essa afirmação 
era anticientífica. Porém, ao tentar demonstrar que eram equivalentes, ele 
atenua os efeitos da violência colonial, monárquica e republicana, visto que 
não houve um processo compensatório para os séculos de escravidão. 
Sérgio Buarque de Holanda, por sua vez, tratou desde o período colonial 
até o século XIX, com foco nos rompimentos institucionais ocorridos no País, 
como a Independência, a Abolição e a Proclamação. Além de dialogar com a 
historiografia tradicional feita até então, criticava-a a partir do que acredi-
tava ser a melhor perspectiva para se compreender o passado e o presente, 
sobretudo. O caráter patriarcal e pessoal da política brasileira também era 
parte da construção social (HOLANDA, 1995).
Ao se colocar as ideologias pessoais acima dos interesses públicos, a 
sociedade se tornou errática e submissa às próprias vontades. Faltaria es-
trutura, como o autor diz (HOLANDA, 1995, p. 146):
No Brasil, pode dizer-se que só excepcionalmente tivemos um sistema adminis-
trativo e um corpo de funcionários puramente dedicados a interesses objetivos 
e fundados nesses interesses. Ao contrário, é possível acompanhar, ao longo de 
nossa história, o predomínio constante das vontades particulares que encontram 
seu ambiente próprio em círculos fechados e pouco acessíveis a uma ordenação 
impessoal. Dentre esses círculos, foi sem dúvida o da família aquele que se exprimiu 
com mais força e desenvoltura em nossa sociedade. E um dos efeitos decisivos da 
supremacia incontestável, absorvente, do núcleo família — a esfera, por excelência 
dos chamados “contatos primários”, dos laços de sangue e de coração — está em 
que as relações que se criam na vida doméstica sempre forneceram o modelo 
obrigatório de qualquer composição social entre nós [...].
O autoritarismo fascista do Estado Novo (1937–1945) era o entrave para 
o desenvolvimento social e político, mas as raízes criadas desde o período 
colonial contribuíram para essa situação. É importante destacar que o autor 
se tornou parte do Departamento de História da Universidade de São Paulo 
(USP) na década de 1960, o que simboliza outro momento importante para a 
historiografia política brasileira. 
As universidades e a produção acadêmica 
a partir dos anos 1990
Na década de 1930, duas grandes instituições de ensino e pesquisa foram 
criadas: a USP, em 1934, e Universidade do Distrito Federal, em 1935. No caso 
Historiografia política brasileira 9
paulista, o Departamento de História surgiu logo no início, com o foco no 
desenvolvimento científico. Para isso, buscaram a contratação de docentes 
estrangeiros para contribuírem na consolidação desses novos centros de 
pesquisa. Claude Lévi-Strauss (1908–2009) e Fernand Braudel (1902–1985) 
assumiram aulas nas ciências sociais e história, respectivamente. 
Essa vinda dos europeus foi um processo comum às ciências brasileiras, 
que desde a chegada da Família Real e das Missões Artísticas e Científicas 
se fiavam no ponto de vista do outro para construir o próprio. A diferença 
é que, nos anos 1930, a ideia era solidificar o campo de pesquisa a partir de 
métodos consagrados e trabalhar temas nacionais. Outra questão era a difi-
culdade de se encontrar profissionais qualificados. A primeira universidade, 
a Universidade do Rio de Janeiro, surgiu apenas em 1920. Foi Getúlio Vargas 
que sancionou leis e decretos autorizando a criação de centros de ensino 
superior. Um exemplo disso foi o nascimento da Escola Livre de Sociologia 
e Política, em 1932, em São Paulo, outro local que enfatizava os estudos 
sociológicos e políticos.
Dessa forma, apesar da importância de historiadores como Buarque de 
Holanda e Freyre, o campo historiográfico floresceu a partir dos anos 1960. E 
os motivos são diversos. Primeiramente, sugiram mais profissionais no Brasil, 
ampliando as vozes e as interpretações. Porém, as mudanças teóricas e meto-
dológicas que ocorreram em outros países também influenciaram o trabalho 
desenvolvido aqui. A escola dos Annales (criada em 1927, na França), assim como 
o Marxismo, transformaram a história. Os historiadores começaram a questionar 
os paradigmas vigentes como os determinismos explicativos, os grandes esque-
mas de compreensão do passado, pouco pessoais. Istoé, não se reconheciam 
os personagens “comuns” da história, ainda que os antigos “grandes heróis” 
já não tivessem sido revisados. Cada vez mais a micro-história, ou a “história 
vista de baixo”, se tornou a perspectiva mais atraente para a análise histórica. 
José Honório Rodrigues (1913–1987) foi um dos primeiros historiadores 
a estudar a produção historiográfica feita no Brasil, enquanto o 
campo ainda era perene. Obras como Teoria da História do Brasil (1949), A pesquisa 
histórica no Brasil (1952), História e historiografia (1970) foram publicadas em 
diferentes períodos, mas debatem a construção da narrativa histórica. 
Novamente, o cenário político influenciou diretamente a produção aca-
dêmica. Em 1964, o país viveu o golpe civil-militar e entrou no Regime Militar, 
que só terminou em 1985, com profundas consequências para a economia e a 
Historiografia política brasileira10
política. Recortes cronológicos mais curtos, personagens específicos e novas 
problemáticas ganharam espaço. A ideia de democracia racial de Gilberto 
Freyre, por exemplo, foi contestada. A escravidão passou a ser tema constante 
nas análises sobe a formação do País e sob a compreensão de que o racismo 
era estrutural. Contudo, a ideia, que hoje é solidificada, surgiu nesse momento 
de desvinculação e debate contra o sistema políticos e autoritário que o País 
vivia. E isso acontecia com outros temas, como os movimentos sindicais, as 
greves da década de 1910, o golpe de 1930, etc. Em relação à escravidão, nomes 
como Florestan Fernandes (1920–1995), Octavio Ianni (1926–2004), Fernando 
Henrique Cardoso (1931), Jacob Gorender (1923–2013) se destacaram como os 
primeiros a questionarem a historiografia sobre os negros no Brasil.
As portas para novos trabalhos foram abertas. Influenciados pelas mudan-
ças metodológicas, autores como Silvia Hunold Lara, que escreveu Campos 
da violência: escravos e senhores na Capitania do Rio de Janeiro, 1750–1808, de 
1988, Kátia de Queirós Mattoso, que fez Ser escravo no Brasil, de 1982, e Sidney 
Chalhoub, com o já clássico Visões de Liberdade: uma história das últimas 
décadas da escravidão na corte, de 1990, solidificaram a nova abordagem para 
a produção historiográfica brasileira. Eles apresentaram a individualidade do 
negro escravizado, as reações ao processo violento aos quais foram subme-
tidos, seus laços culturais, que se tornaram sociais e políticos. O Brasil era 
analisado, então, sob a ótica da violência, dos conflitos e das problemáticas 
que moldaram a sociedade. 
A década de 1980 representou o fim do Regime Militar e a aprovação da 
Constituição de 1988, conhecida como a “Constituição Cidadã”, que trazia à 
tona pontos fundamentais para o funcionamento do País, como a expansão 
da educação básica, leis para a erradicação da fome e das consequências da 
seca, além da criação de um sistema público de saúde. Os direitos civis eram 
debatidos junto da nova política, que abria espaço para o diálogo. 
Brasilianistas e a produção historiográfica 
feita até hoje
É importante destacar o papel dos pesquisadores estrangeiros que se de-
dicaram a estudar o Brasil, os brasilianistas, e que também influenciaram a 
produção nacional. Em relação à escravidão, a forma como o País conduziu 
o fim dessa violência abria questionamentos em outros locais. O fato de 
não ter ocorrido um processo segregacionista como nos Estados Unidos ou 
na África do Sul despertava curiosidades. Um dos principais nomes que se 
estabeleceram aqui foi o americano Robert W. Slenes. Professor da Univer-
Historiografia política brasileira 11
sidade Estadual de Campinas (instituição que surgiu no contexto autoritário 
da década de 1960), ele faz parte do grupo que mudou a forma de se analisar 
os negros escravizados e o impacto social e político disso. 
Seu artigo “Malungu, Ngoma vem!: África coberta e descoberta no Brasil”, 
publicado em 1992, aprofundou a pesquisa sobre a cultura desses povos afri-
canos e sobre como essa identidade atingia as relações individuais. A partir 
da análise dos dialetos originais, ele demonstrou a forma de comunicação 
criada entre os diferentes povos que foram trazidos compulsoriamente ao 
Brasil (SLENES, 1992). Essas relações afetivas eram necessárias para a própria 
sobrevivência. A pesquisa nos arquivos nacionais, sobretudo em documentos 
jurídicos, ajudou a pintar um novo cenário para a compreensão do negro. O 
mesmo ocorreu com sua obra Na senzala, uma flor — esperanças e recordações 
na formação da família escrava: Brasil Sudeste, século XIX, de 1999, na qual 
se dedicou a entender a constituição familiar dos escravizados, abordagem 
inédita e revolucionária, dando mais um passo na análise de um povo que 
sofreu violência por séculos e que a historiografia silenciara.
Outro nome que compõe esse grupo de brasilianistas exemplifica algu-
mas facilidades que o fato de ser estrangeiro traria ao pesquisador. Thomas 
Skidmore publicou, em 1969, no Brasil (e dois anos antes nos Estados Unidos), 
sua obra Brasil: de Getúlio a Castelo, que criticava o Regime Militar em pleno 
vigor. Seu recorte cronológico era inovador por tratar de um assunto recente 
(o golpe militar de 1964) e por questionar o governo, que, em 1968, adquiriu 
um caráter mais autoritário com o AI-5. 
Muitos perseguidos políticos foram exilados, enquanto estrangeiros 
puderam pesquisar no País. Skidmore (2010) criticava não só os militares, 
mas também atitudes do presidente deposto, João Goulart. No contexto 
internacional, a Guerra Fria ficava cada vez mais tensa, e as tendências à 
esquerda de Jango não eram bem vistas por muitos americanos. Apesar dessa 
abordagem ter sofrido críticas, a pesquisa que envolvia sua obra auxiliou no 
estabelecimento de fatos que foram analisados posteriormente. A relação 
entre Brasil e Estados Unidos, nessa época, pode ser compreendida por meio 
de visitas aos arquivos americanos, já que esses documentos ainda estão 
em sigilo por aqui.
Não foram só os americanos que estudaram o Brasil e as Américas, no geral. 
O inglês Kenneth R. Maxwell (1941) escreveu um dos principais livros sobre a 
Inconfidência Mineira, intitulado A devassa da devassa: a inconfidência mi-
neira: Brasil–Portugal, 1750–1808, de 1973. Até então, havia sido construído todo 
um misticismo simbólico ao redor das figuras do movimento, como descrito 
acima. A comparação com a Revolução Francesa de 1789 aprofundava ainda 
Historiografia política brasileira12
mais o caráter “progressista” e “libertador” dos eventos em Minas Gerais. O 
que Maxwell fez foi apontar novas perspectivas sociais e econômicas sobre 
a região e as consequências que experienciou no início do século XIX, além 
dos resultados práticos que se relacionaram ao processo de emancipação e 
chegada dos portugueses ao Brasil. Dessa forma, a historiografia que exaltava 
os inconfidentes foi questionada. 
Dos anos 1990 até hoje, a proliferação de universidades e centros de pesquisa 
ampliou o escopo analítico brasileiro. Os programas de intercâmbio na pós-
-graduação auxiliaram na consolidação dessas instituições como fundamentais 
para a ciência brasileira. A produção historiográfica sobre a escravidão, por 
exemplo, despertou questionamentos sobre o racismo atual e influencia trabalhos 
feitos no exterior, já que, em muitos assuntos, o Brasil é vanguarda na pesquisa.
Com a proliferação das universidades federais nos anos 2000, novas 
temáticas ganharam espaço no cenário acadêmico. A expansão das ciências 
humanas ajudou no aprofundamento das questões relacionadas ao interior 
e a locais por muito tempo negligenciados e longe dos centros urbanos e 
capitais. A internet e as facilidades que dela advêm, como a consulta em 
arquivos e bibliotecas digitalizadas, aceleram a produção historiográfica. Além 
disso, novas necessidades foram criadas, como a atualização dos arquivos e 
da forma de se cuidar dos documentos.
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