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Inversão do Ônus da Prova

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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
CURSO DE BACHARELADO 
EM CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS
GABRIEL BARBOSA REBOLLO
do ÔNUS DA PROVA E DOS MEIOS DE PROVAS NO PROCESSO DO TRABALHO
São Paulo
2020
iv
Sumário
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
CURSO DE BACHARELADO 
EM CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS
GABRIEL BARBOSA REBOLLO
do ÔNUS DA PROVA E DOS MEIOS DE PROVAS NO PROCESSO DO TRABALHO
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Cruzeiro do Sul para obtenção do titulo de Bacharel em Direito.
Orientador: Prof. Me. Welington Castilho Garcia.
São Paulo
2020
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
CURSO DE BACHARELADO 
EM CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS
do ÔNUS DA PROVA E DOS MEIOS DE PROVAS NO PROCESSO DO TRABALHO
Gabriel Barbosa Rebollo
Banca Examinadora:
_____________________________________________
Presidente: Prof. Me. Welington Castilho Garcia.
_____________________________________________
2º Membro: 
_____________________________________________
3º Membro: 
São Paulo, ____de ______________de 2020.
Dedicatória
A minha mãe Fátima por todo apoio em momentos difíceis, me incentivando e mostrando que sou capaz de realizar tudo aquilo que pensávamos não ser do nosso alcance com muita fé em Deus. 
A minhas irmãs Gisleine e Gicelle por sempre cuidarem de mim me dando o suporte necessário para me dedicar aos meus objetivos.
Ao grande amor da minha vida Sabrina, pelo imenso apoio e compreensão em todos esses anos.
Agradecimentos
A Deus, por mais esta oportunidade de evolução. 
A todas as pessoas que sempre estiveram do meu lado e de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho.
Epígrafe
RETRATO DO HOMEM ATIVO
... É aquele que sabe realizar aquilo que para os outros constitui simples aspiração; que cumpre sempre o seu dever; que tem iniciativa; que não espera as ocasiões, mas que as cria.
Que ataca resolutamente as dificuldades; que dá de si, logo de entrada, boa impressão, que sabe ouvir e calar; que crê no poder divino; que não deixa as coisas no meio; imprime cunho e superioridade em tudo que lhe passa pelas mãos.
Homem, enfim, que toma por divisa: “aperfeiçoar tudo o que puder; fazer tudo o melhor que puder; melhorar ainda mais aquilo que já tiver realizado.”
Página constante do livro: “Sabedoria Universal”
 
Resumo
A primeira providência para esse trabalho foi a escolha do assunto “DO ÔNUS DA PROVA E DOS MEIOS DE PROVAS NO PROCESSO DO TRABALHO”. A discussão será sobre os meios de provas admitidos no Processo do Trabalho, os momentos em que ocorre a inversão do ônus ou sua distribuição de forma dinâmica, as peculiaridades da Justiça do Trabalho e a aplicação do uso subsidiário de outras leis na lacuna de dispositivos por parte da CLT.
Palavras-chaves: Provas, ônus, inversão, meios de prova.
Sumário
Introdução	9
1	Meios de prova: aspéctos gerais.	11
1.1	Conceito.	11
1.2	Documental.	13
1.3	Testemunhal	16
1.4	Confissão	17
1.5	Prova emprestada.	20
1.6	Prova Legal	20
1.7	Prova Racional ou Lógica.	21
2	Ônus da prova no processo do trabalho.	22
2.1	Conceito.	23
2.2	Da distribuição estática e dinâmica do ônus da prova.	24
2.3	Do fato negativo e inversão	24
2.4	Ônus da prova no acidente de trabalho.	28
2.5	Dispensa arbitrária.	31
2.6	Rescisão indireta.	32
2.7	Dano moral ou assédio moral.	36
3	Produção de provas e o direito ao contraditório.	38
3.1	Momento da distribuição ou da inversão do ônus.	41
3.2	Nulidade.	43
3.3	Legalidade.	44
4	Conclusão.	46
5	REFERÊNCIAS	47
Introdução
O presente trabalho tem a finalidade, por meio das pesquisas realizadas, elucidar o ônus da prova no ordenamento jurídico brasileiro, especialmente no âmbito do Direito Processual do Trabalho. Para tanto, respondendo algumas indagações: o que é considerada prova? Quando será aceita? A quem recai o dever ou, a obrigação de provar seu fato constitutivo, modificativo ou extintivo? 
Nesse contexto, analisa-se as consequências em deixar de provar o que pretendia ou deveria na lide, as controversas que exigem ou quais se invertem o ônus, assim incumbindo a parte adversa. Quando surgirem novas provas em qualquer momento em que se encontre o processo, deve se dar vistas a parte contraria, sob pena de ofensa ao Princípio Constitucional do contraditório e ampla defesa. Assim, dando oportunidade ao contraditório e respeitando o momento adequado para tanto, pois em alguns casos pode ter precluído o momento ou direito, contudo, uma vez que não admitem juntar provas se não no seu devido tempo, sob pena de não serem aceitas.
Os fatos alegados na inicial ou até mesmo na defesa, para que se tornem efetivamente controvertidos, é necessário que o réu (se for o seu direito) ou autor (se for o seu ônus) apresente contestação especifica acerca da matéria fática, não se admitindo, portanto, impugnação genérica, sob pena de confissão quanto à matéria de fato.
O processo do trabalho difere do processo civil fundamentalmente pela celeridade e facilitação de acesso que o legislador procura imprimir-lhe. É um ramo do direito diferenciado, pois admite algumas peculiaridades que em outros ramos não há. 
As diferenças entre o Direito Processual do Trabalho e o Direito Processual Civil, em grande parte nos seus princípios, pois cada um tem sua peculiaridade, como por exemplo o jus postulante existe no âmbito trabalhista, visando a celeridade processual, levando-se em conta a natureza alimentar da prestação. 
O ônus da prova, muitas vezes é invertido, por exemplo, nos casos em que o autor pleiteia o reconhecimento de vínculo empregatício e a reclamada se defende, alegando em defesa que o autor não era trabalhador eventual, reconhecendo assim, a existência da prestação de serviço, no entanto, alegando fato extintivo, modificativo e impeditivo de direito do autor.
E para que possamos aprofundar mais no assunto, para a elaboração deste trabalho, vamos nos valer de doutrinas, publicações de revistas, sites jurídicos, mestrados e claro, a Consolidação das Leis do Trabalho.
13
Meios de prova: aspéctos gerais. 
Conceito.
Como bem se verifica no artigo 369 do CPC os meios de provas são aqueles que forem indicados nos “fatos em que se funda a ação ou defesa”. Assim, para saber o que deve ser provado ou não provado precisa-se analisar primeiramente se o fato é controvertido ou não.
Na audiência trabalhista o Juiz tenta a conciliação em primeiro lugar, caso esta reste infrutífera, segue-se a instrução probatória, art. 846 da CLT. Os meios de prova para a instrução do processo são as espécies de provas que serão produzidas em juízo. São meios de prova: o depoimento pessoal das partes, as testemunhas, os documentos, as perícias e a inspeção judicial.
Apresentado as provas tem a parte adversa o direito ao contraditório, pois quando “apresentada uma prova em juízo, a parte contrária tem direito de sobre ela se manifestar, impugnando-a. Em qualquer processo judicial é assegurado o contraditório, nos termos do inciso LV, do art. 5º., da CF/88.
No direito processual do trabalho e nos demais ramos do direito é preciso que quaisquer que sejam as provas lançadas nos autos deverão venerar os princípios constitucionais, em especial o princípio da legalidade.
Da licitude dos meios de prova. A matéria tem tratamento constitucional, posto que o inciso LVI do art. 5º da Carta Magna dispõe que são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. No ordenamento infraconstitucional, também temos esta garantia, conforme preceito inserido no art. 332 do CPC, que assim disciplina a matéria: “ todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa.” Uma prova para ser conhecida pelo juiz não pode ser obtida por meio ilícito ou imoral. O conceito de licitude e moralidade se complementam para a aceitação da prova oferecida pela parte[footnoteRef:1]. [1: NETO, Elias Marques de Medeiros, Princípio da proibição da prova ilícita, disponível em: <https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/161/edicao-1/principio-da-proibicao-da-prova-ilicita>Acesso em 20 set. 2020.] 
Toda e qualquer prova colhida no processo, seja trabalhista ou não, a parte adversa terá o direito a contra prova sob pena de violação ao dispositivo do direito ao contraditório, assim acarretaria nulidade a negação a contra prova. Assim não importa em que fase processual este, este direito constitucional elencado no artigo 5º e inciso LV da Constituição Federal.
Há posicionamento contrário no sentido das formalidades no processo do trabalho, contudo, muitos entendem que a simples prova, por exemplo, de uma carta provaria um vínculo trabalhista, porém, para outros uma simples carta não bastaria para reconhecer tal vinculo, por que não teria dado a parte adversa direito ao contraditório e deixaria margem para o juiz julgar contra ou a favor.
Destarte, existem diversos meios de provas admitidas em nosso ordenamento jurídico, em especial no processo do trabalho, em muitos casos, é colhida o depoimento pessoal das partes para depois, se precisar, colher outras, tais como testemunhal, perícia etc.
Embora a norma processual tenha equiparado a eficácia probatória da confissão extrajudicial, feita por escrito a parte ou a quem a represente, a da confissão judicial, tal dispositivo legal mostra-se absolutamente incompatível com o processo do trabalho. Entendemos, desta feita, que a confissão extrajudicial independentemente da forma como seja feita, tem valor relativo na seara trabalhista, devendo ser livremente apreciado pelo julgador (CPC, art. 371) e se submeter ao crivo do contraditório, como todos os demais meios de prova[footnoteRef:2]. [2: BERTELLI, Sandra Miguel Abou. A importância da prova como garantia de efetividade do processo do trabalho, Mestrado em direito, PUC/SP, São Paulo: 2009, disponível em:< https://tede2.pucsp.br/handle/handle/8531> Acesso em: 30 set. 2020, p.113
] 
Outrossim, só depois do juiz colher os depoimentos das partes e analisar as provas nos autos é que decidirá, muitas vezes, se for o caso de colher mais provas para julgar a lide.
Documental.
Como nem a CLT nem o CPC dão uma definição exata ao conceito de documento, cabe tal função a doutrina. 
Documentos são toda representação objetiva de um pensamento, material ou literal (Aísirai). Em sentido estrito, documento é toda coisa que seja produto de um ato humano, perceptível com os sentidos da vista e do fato que serve de prova histórica indireta ou representativa de um fato qualquer (Eschandia). [footnoteRef:3] [3: NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 533.] 
Uma das formas de se provar algo pode ser através de documentos, por exemplo: na audiência trabalhista ou outras, uma das formas de se provar que quem está ali é o reclamante é através do seu documento pessoal, RG, CTPS, reservista etc. exceção é quando uma das partes esquece seu documento e o juiz pergunta a parte adversa se reconhece aquele que se encontra presente, caso positivo prossegue a audiência, caso contrário arquiva, se for o reclamante, se for a reclamada é considerada revel confesso quanto aos fatos.
A CLT contém poucas disposições sobre a prova documental. Há alguns dispositivos esparsos, exigindo a autenticação dos documentos (art. 830), a juntada dos documentos com a inicial (art. 787), a juntada dos documentos pelo reclamado em audiência (art. 845), a necessidade de recibos de pagamento de salários e quitação do contrato de trabalho (artigos. 464 e 477, § 2-), bem como a necessidade de anotação da CTPS (art. 456). Desse modo, em razão de a CLT conter pouquíssimas disposições sobre a prova documental, aplica-se praticamente integralmente ao Processo do Trabalho a Seção VII do CPC (Da prova documental — artigos. 405 a 441), por força do permissivo do art. 769 da CLT. [footnoteRef:4] [4: SCHIAVI, Mauro, Manual de direito processual do trabalho,12ª ED. São Paulo, LTr, 2017, p. 751] 
A uma grande discussão, no tocante a juntada de documentos aos autos, ou seja, quando pode ou não pode mais juntar novos documentos, o que seria documentos novos, apenas aqueles adquiridos, obtidos após a propositura da ação?
O CPC, no art. 435, possibilita a juntada de documentos fora da inicial ou da defesa em se tratando de documentos novos para fazer prova de fatos acorridos depois dos articulados, ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos. No nosso entendimento, o conceito de documento novo abrange tanto o documento preexistente a propositura da ação, como o que surge no curso do processo. [footnoteRef:5] [5: SCHIAVI, Mauro, Manual de direito processual do trabalho,12ª ED. São Paulo, LTr, 2017, p 760] 
Súmula 8 TST. JUNTADA DE DOCUMENTO. “A juntada de documentos na fase recursal só se justifica quando provado o justo impedimento para sua oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à sentença”.
Em qualquer que seja o tipo de acusação, todos os cidadãos têm o direito de ação e o direito ao contraditório e ampla defesa, sob pena de nulidade de todos os atos e violação aos princípios constitucionais mencionados.
Todas as provas e alegações das partes devem ser objeto de acurada análise e avaliação, sob pena de infringência do referido princípio, aja visto que de nada serviria assegurar as partes o direito a prova se o juiz deixasse de apreciá-la e valorá-la no momento do julgamento. Frise-se que, entre as iniciativas praticas do dever de motivar, insere-se, inquestionavelmente, o direito as partes serem ouvidas e verem apreciadas as questões suscitas, as provas e as razoes aduzidas, o que representa desdobramento das garantias do direito de ação de defesa e do contraditório, satisfeitos agora pelo direito avaliação dos argumentos e provas carreadas aos autos. Daí que parte da motivação da sentença apresenta-se como mais valido ponto de referência para verificar se a atividade defensiva foi relativamente respeitada.[footnoteRef:6] [6: BARBIERI, Maurício Lindenmeyer. Curso Processual Trabalhista. 1ª Ed., São Paulo: LTr, 2009, p. 256/257.] 
Nessa perspectiva, o principio deve ter por conteúdo também a oportunidade concedida as partes para se manifestarem, em prazo razoável, sob as questões de fato de direito essenciais a decisão da causa, pouco impostando que seu exame decorra de decisão voluntaria do órgão judicial ou por imposição da regra “iura novit cúria”.
Assim sendo, e como todo direito se sustenta em fatos, aquele que alega em juízo possuir um direito deve, antes de mais nada, demonstrar a existência dos fatos em que tal direito se alicerça. Nos litígios trabalhista, não são poucos os casos em que o juiz se depara com a ausência de prova sobre fatos controvertidos no processo, o que leva a impasses na definição do sujeito onerado com a produção da prova e nas consequências de tal comportamento. [footnoteRef:7] [7: BARBIERI, Maurício Lindenmeyer. Curso Processual Trabalhista. 1ª Ed., São Paulo: LTr, 2009, p. 271] 
Para saber quais meios de provas serão admissíveis as partes devem observar ao ônus da prova, pois a parte só irá colher as provas que lhe convêm para o desfeche do litígio favorável a si.
Não são raras as vezes que o magistrado consegue a confissão das partes, seja no depoimento pessoal ou até mesmo através de documentos levados aos autos por uma das partes, e até mesmo na falta de impugnação especificas dos documentos juntados aos autos.
Portanto, aquele que deveria comprovar o alegado de alguma forma e não o fez corre sérios riscos de não ter êxito na demanda, uma vez que o ônus da prova, possivelmente, seria seu e o não desincumbiu. Conforme dispositivo legal, não bastasse a manifesta incompatibilidade na origem dos dois dispositivos (artigos. 818 da CLT e 373 do CPC), o art. 769 da consolidação das Leis do Trabalho assevera que “o direito comum será fonte subsidiaria do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível”.
Destarte, quando o reclamante move uma reclamação trabalhista, muitas vezes é necessário juntar certos documentos na inicial ou se for o caso posterior, pois poucas vezes o reclamantedispõe de documentos necessários ou até mesmo tais documentos só poderão vir posterior, uma vez, que não detém de tais documentos e estão em poder do empregador ou de terceiros. (Artigos.844, da CLT e 396 e seguintes do CPC).
Súmula c. TST. 366. CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO: “Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal. (ex-Ojs. da SBDI-1 nº. 23 - Inserida em 03.06.1996 - e 326 - DJ 09.12.2003). 
Na seara do direito processual do trabalho, há também entendimento mais flexível como suporte no art. 845 da CLT, no sentido de que os documentos podem ser juntados até o termino da instrução processual, pois , enquanto não encerrada a instrução, s audiência ainda está em andamento, e o referido art. 845 assevera que as partes produzirão as provas em audiência, ai incluída a prova documental. [footnoteRef:8] [8: SCHIAVI, Mauro, Manual de direito processual do trabalho,12ª ED. São Paulo, LTr, 2017, p 761 ] 
Deste modo, os documentos no Processo do Trabalho podem ser juntados até o término da instrução processual, como podemos interpretar de forma sistemática os artigos 320 e 321 do CPC em conjunto com o artigo 845 da CLT.
Testemunhal
Testemunha é uma pessoa física capaz, que tenha relação com as partes de um processo que vem a juízo trazer um ponto de vista de suas percepções a respeito de um fato que seja relevante para o processo. 
Testemunha é um meio de prova que consiste na declaração representativa que uma pessoa, que não é parte no processo, faz ao juiz, com os fins processuais, sobre o que sabe a respeito de um fato de qualquer natureza. E testemunha é a pessoa capaz, estranha ao processo, que é chamada a declarar sobre os fatos que caíram sob o domínio de seus sentidos[footnoteRef:9]. [9: NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 553.] 
No entanto, são evidentes os perigos da prova testemunhal e os riscos decorrentes desse tipo de prova. A possibilidade de erro na decisão fundada em testemunhos de má-fé sempre existe. Neste sempre a má-fé impede a verdade. As vezes a testemunha não sabe ou não tem meio de revelar o que sabe e a dificuldade de conhecer da testemunha não difere da dificuldade de conhecer do homem. A testemunha não comunica a verdade objetiva, mas as suas próprias percepções e o processo informativo interno destas, pesando toda sorte de defeitos em sua informação: defeitos de percepção, falta de reflexão crítica, impulsividade, facilidade de relacionar uns fatos com os outros, falta de controle, escassa inteligência, defeitos de memória ou narração etc., sem contar a falta de vontade em dizer a verdade. 
Além disso, as testemunhas são ouvidas após o depoimento das partes, por intermédio do juiz; primeiro as do reclamante e, após, as do reclamado. 
De início o juiz formula perguntas sobre os fatos da causa que repute essenciais, passando a palavra para questionamentos ao advogado da parte que apresentou testemunha e, após, ao advogado da parte adversa. O juízo deverá adotar todas as providencias para que o depoimento de uma testemunha não seja ouvido pelas demais que tenha de depor no processo (art.824 da CLT). [footnoteRef:10] [10: BARBIERI, Maurício Lindenmeyer. Curso Processual Trabalhista. 1ª Ed., São Paulo: LTr, 2009, p. 246. ] 
Súmula 357 c. TST. TESTEMUNHA. AÇÃO CONTRA A MESMA RECLAMADA. SUS-PEIÇÃO. “Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador”.
Não é impedimento uma pessoa testemunhar em face de outra ou vice-versa só pelo simples fato de terem ações em face do mesmo empregador, assim não se caracteriza troca de favor, assim é o entendimento do TST. Através da Súmula 357 “Testemunha. Ação contra a mesma reclamada. Suspeição. Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador”.
Confissão 
A confissão surge quando a parte declara os fatos narrados serem verdadeiros, favorecendo o interessa da outra parte. 
“Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário”. (Art. 389 CPC)
Confissão “é um mio de prova judicial que consiste em uma declaração de ciência ou conhecimento, expressa, terminante e séria, feita conscientemente, sem coações que destruam a voluntariedade do ato, por quem é parte no processo me que ocorre ou é aduzida, sobre fatos pessoais ou sobre o conhecimento de outros fatos prejudiciais a quem a faz ou ao seu representante, conforme o caso, ou simplesmente favoráveis a sua contraparte no processo”.[footnoteRef:11]   [11: NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, p.550 ] 
Súmula 74, c. TST. “Aplica-se a pena de confissão a parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor”:
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta (art. 400, I, CPC), não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores. (ex- OJ nº 184 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000).
Aplica-se a pena de confissão a parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor.
Assim, a confissão é uma prova que pesa sobre quem a faz e em favor da parte contrária, mera confirmação das alegações do adversário. Observe-se, em consequência, que depoimento pessoal e confissão não são a mesma coisa. Pode haver depoimento pessoal sem confissão. Como também pode haver confissão extrajudicial, esta admitida com muita reserva no processo do trabalhista. Mas pode haver confissão, no processo trabalhista, fora do depoimento pessoal na contestação, desde que haja o reconhecimento parcial ou total de fatos alegado pelo autor. 
No direito do trabalho e na instrução probatória começa com o interrogatório dos litigantes a requerimento do juiz (art. 848 da CLT) ou da parte. Assim, existe uma grande dúvida a respeito o que é propriamente dito, interrogatório e o que é depoimento.
A distinção fundamental, todavia, entre um e outro está em sua finalidade. Enquanto o interrogatório busca obter das partes certos esclarecimentos (ao juiz) sobre os fatos da causa, o depoimento, embora não despreze esse esclarecimento, pode acarretar confissão.[footnoteRef:12] [12: TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. A prova no processo do trabalho. 11ª Ed., São Paulo: LTR, 2017, p. 229.] 
Consiste o depoimento pessoal na declaração prestada pelo autor ou pelo réu perante o juiz, sobre os fatos objetivo do litígio. Não serve apenas para obter a confissão, mas também para esclarecer o juiz a respeito dos fatos do processo, delimitando a prova, para que esta possa ser avaliada. [footnoteRef:13] [13: MARTINS, Sergio Pinto. Direito processual do trabalho, 42ª Ed., São Paulo: Saraiva, 2020 p.318.] 
“A confissão, em qualquer fase do processo, feita perante o juiz é chamada real ou ficta”.
A confissão real, seja aquela feita espontaneamente pela parte perante o juiz da causa (confissão espontânea), ou, aquela extraída de depoimento pessoal ou interrogatório (confissão provocada), uma vez que se refira a fato que seja possível de ser confessado, fato este que prescinda de forma especial e que seja realizada por quem tem capacidade para confessar, tem plena validade para gerar os efeitos tratados pelo art. 374, II do CPC, dispensando, a partir daí, a produção de outras provas. [footnoteRef:14] [14: BERTELLI, Sandra Miguel Abou. A importância da prova como garantia de efetividade do processo do trabalho, Mestrado em direito, PUC/SP, São Paulo: 2009, disponível em:< https://tede2.pucsp.br/handle/handle/8531>Acesso em: 30 set. 2020, p.114.] 
Na instrução processual o juiz busca a verdade real, ou seja, busca a confissão da parte, assim quanto à parte ao requisitar ao juiz ouvir o depoimento pessoal da outra nada mais é que buscar a confissão. Pois a confissão é chamada por muitos doutrinadores como sendo a “rainha das provas”, pois quando o juiz ouve a parte nada mais é que a busca da verdade, e para tanto essa verdade pode ser através da confissão. Conforme artigo 374, II do CPC, é a admissão por uma das partes da veracidade dos fatos alegados pela parte contraria tais fatos que opõem ao seu interesse e, assim, favorece a tese contraria.
Sempre na instrução será ouvido o reclamante em seguida a da reclamada, o juiz ao conduzir a instrução respeitando a ordem supra, se necessário irá ouvir as testemunhas na mesma ordem. Há casos em que pode ser invertida a ordem de ouvir as testemunhas, dependendo da convicção do juiz e o ônus da prova.
Prova emprestada.
Existem algumas provas que com o passar do tempo não é mais possível fazer a colheita por vários motivos, seja por que foram destruídas etc. porem algumas é possível fazer a prova emprestada. 
A prova emprestada embora não esteja arrolada no código de Processo Civil, é admitida por grande parte da doutrina e da jurisprudência por se entender que ela se enquadra no conceito de prova moralmente legítima descrita no artigo 369 do CPC. Sustenta a doutrina majoritária que a utilização da prova emprestada propicia a observância dos princípios constitucionais do devido processo legal, acesso à justiça e efetividade processual, motivos estes pelos quais deve ser admitida.[footnoteRef:15] [15: FÁVERO FILHO, Nicanor. A valorização da prova testemunhal no processo do trabalho, Mestrado em direito, PUC/SP, São Paulo: 2010, disponível em:< https://tede2.pucsp.br/handle/handle/8987> Acesso em 29 set. 2020, p.70.] 
	Um exemplo claro é a perícia de insalubridade, quando a empresa fecha as portas e deixa de funcionar as atividades, todavia, se antes já havia alguma perícia feita naquele local pode se aproveitá-la, assim chama-se de prova emprestada. 
Prova Legal
Tudo aquilo que não é ilegal torna-se “legal” ou permitido, assim nem todas as formas existentes de provas estão previstas em lei, mas sim as principais delas. Não se confunde ilegalidade com imoralidade. Onde a primeira é proibida e a última vista de forma indecente.
Outrossim, o dispositivo do artigo 765 da CLT, (um dos princípios do direito do trabalho) contempla o enunciado segundo qual ao juízos e tribunais do trabalho têm ampla liberdade na direção do processo, velando pela rápida solução da lide, inclusive detendo poderes para determinar quaisquer diligências necessárias ao esclarecimento da verdade, num prazo razoável.
A atividade instrutora do magistrado trabalhista, longe de ser arbitrária deve se mostrar em perfeita sintonia com os valores humanos representados pelo direito do trabalho e com finalidade social do processo, assegurando máxima concretude ao direito. [footnoteRef:16] [16: BERTELLI, Sandra Miguel Abou. A importância da prova como garantia de efetividade do processo do trabalho, Mestrado em direito, PUC/SP, São Paulo: 2009, disponível em:< https://tede2.pucsp.br/handle/handle/8531> Acesso em: 30 set. 2020, p. 161. ] 
Podemos destacar, dentre vários, um dos princípios fundamentais do direito do trabalho é exatamente a celeridade e economia processual. 
São inúmeras as observações e comparações adotadas por alguns doutrinadores e até mesmo pela jurisprudência, no sentido de que é possível invocar o CDC e CPC em alguns casos, onde não há norma expressa dispositiva na CLT. Deve se buscar subsidiariamente ambos para solucionar a lide. 
Deste modo, a parte pode se valer de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial os que enfatizam a resolução do processo. 
Prova Racional ou Lógica. 
Em se tratando de prova, cada litígio necessariamente competirá a prova pertinente ao caso em concreto, porem há algumas exceções, por exemplo: pode se utilizar de prova emprestada quando não mais for possível poder realizar o ato para obtenção da determinada prova, é o caso de prova emprestada. Assim é lógico que não mais sendo possível realizar determinado ato que possa procurar outros meios cabíveis. Assim também quando tratando se de fato constitutivo, como por exemplo, numa ação que pleitear horas extras e a empresa não junta cartões de ponto e tem mais de dez empregados, o ônus recai sobre se.
Explicita que o ônus da prova não é direito do adversário, tampouco dever da parte, somente um” risco processual que a parte sofre” assim é plenamente justificável que o juízo, na busca da verdade” promova a produção da prova que a parte não conseguir fazer”, não para auxiliá-la senão para favorecer o Estado e o Direito com a apreensão da verdade. [footnoteRef:17] [17: ZENNI, Alessandro Severino Valler, As peculiaridades da prova no processo do Trabalho, 1997, p. 177. ] 
Ora sendo verossímeis as alegações obreiras por consonarem com o que ordinariamente ocorre, segundo a experiência do julgador, a inversão do ônus da prova em favor do hipossuficiente corrigiria a sua desigualdade em relação ao empregador, mostrando superfetação a linha doutrinária propugnando pela interpretação protetiva e valor do trabalhador no processo laboral.[footnoteRef:18] [18: ZENNI, Alessandro Severino Valler, As peculiaridades da prova no processo do Trabalho, 1997, p. 188.] 
Importante ponderar, todavia, que a inversão do ônus da prova não pode ser feita de forma aleatória e genericamente em todos os casos submetidos á justiça do trabalho, mas deve ser adequadamente aplicada ás situações em que a dificuldade da prova, nas hipóteses em que não se pode exigir que o empregado disponha dos meios para produzi-las, obste a realização da justiça social.[footnoteRef:19] [19: BERTELLI, Sandra Miguel Abou. A importância da prova como garantia de efetividade do processo do trabalho, Mestrado em direito, PUC/SP, São Paulo: 2009, disponível em:< https://tede2.pucsp.br/handle/handle/8531> Acesso em: 30 set. 2020, p. 162.] 
Na prática é comum a inversão do ônus quando o reclamante alega que marcava as horas no cartão de ponto e a empresa não o pagava. Todavia, a empresa com mais de dez empregados deve juntar os cartões de ponto sob pena de inverter o ônus da prova em seu favor. (súmula 338, TST). 
Ônus da prova no processo do trabalho.
” A palavra ônus vem do latim onus, que tem significado de carga, fardo, peso. Onus Probandi é o dever de a parte provar em juízo suas alegações para o convencimento do Juiz. Não bastando meras alegações(...)”.
Inicialmente iremos entender o que é prova para, posteriormente, entendermos o seu significado no mundo jurídico, e quando será preciso, no processo, que uma das partes faça prova do litígio, pois em alguns casos poderá ser invertido, e em outros, não será necessário a produção de prova. 
Provar significa “formar a convicção do juiz sobre a existência” ou não de fatos relevantes no processo. É o conjunto de motivos produtores da certeza, a conformidade entre nossas ideias e os fatos constitutivos do mundo exterior e a demonstração legal da verdade de um fato. [footnoteRef:20] [20: CASSEPP, Alexandre Azambuja. A Prova no Processo do Trabalho Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 14 set 2020, disponível em: <https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/34335/a-prova-no-processo-do-trabalho>. Acesso em: 14 set. 2020.] 
A incumbência acerca do ônus da prova está disposto no art. 373, I e II, do CPC e pelo art. 818, CLT (Lei 13.467), onde diz que o ônus probatório do autor tenha relação aos fatos constitutivos do direito pleiteado, enquanto o réu deve provar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos da pretensão do autor. 
O objetivo principal de um processo é solucionar o conflito. Para tanto, o juiz deve proferir uma decisão de mérito e essa decisão deve ser fundamentada em suas convicções formadas com respaldo nas comprovações e alegações apresentadas pelaspartes. 
Conceito.
O ônus da prova não é uma obrigação nem dever, mas um encargo, um fardo que é a parte que alega um determinado fato deve provar suas alegações.
No direito Processual do trabalho existem regras sobre o ônus da prova como, assim no direito processual civil, dependendo do que é alegado o ônus poderá vir ser invertido ou não. Dessa forma, o ônus da prova é uma regra de julgamento utilizada pelo julgador para a formulação de uma sentença ao verificar que foi utilizado todos os meios de prova e mesmo assim não foi solucionado os fatos. 
Prova vem do latim probatio, que significa persuadir alguém. Prova é todo mecanismo apto a contribuir para forjar o convencimento do magistrado acerca da existência de um alegado fato. É um instrumento de convencimento. [footnoteRef:21] [21: SANTOS, Enoque ribeiro dos, Curso de Direito Processual do Trabalho, 2 ª Ed. São Paulo, Atlas, 2018, p,439.] 
Podemos dizer que existem dois tipos de ônus, ou melhor, o ônus pode ser classificado como objetivo e subjetivo ou como apontado por muitos doutrinadores estático e dinâmico que são a mesma coisa. 
Da distribuição estática e dinâmica do ônus da prova.
 Existe a distribuição estática e dinâmica, sendo o primeiro aquele que consiste na legislação, assim descrevamos que seja no caso de horas extras ou cartão de ponto, seguindo as regras do art. 818 da CLT, já o segundo nada mais é que verificar a quem dos litigantes no processo recai o dever a prova levando em consideração a facilidade de conseguir a prova. 
A distribuição dinâmica do ônus da prova, ou teoria das cargas dinâmicas, que tem como precursor o processualista argentino Jorge Walter Peryano, tem como ideia central a apuração da aptidão para a produção da prova. No caso, deve suportar o encargo de provar aquele que estiver em melhores condições, fáticas, técnicas, econômicas e jurídicas, de produzi-la, à luz das circunstâncias do caso concreto.[footnoteRef:22] [22: FILHO, Rodolfo Pamplona, Curso de Direito Processual do Trabalho, 2ª Ed. São Paulo, Saraiva, 2019, p.798. ] 
 Porque em qualquer fase do processo todas as provas colhidas, seja documental, pericial, dentre outras, o magistrado deve abrir vistas a parte contraria para poder se manifestar, sob pena de nulidade. Assim, dando a oportunidade ao contraditório e respeitando o momento adequado para tanto, uma vez que não se podem juntar provas se não no seu devido tempo, sob pena de não serem aceitas. 
Por outro lado, se nenhuma das partes carrearem provas aos autos, capazes de comprovar suas alegações, o juízo ao proferir a sentença irá indicar a quem incumbia o ônus, e, portanto, aquele que não se desincumbiu do dever, possivelmente não obterá êxito no litígio
Do fato negativo e inversão 
Atualmente as doutrinas sustentam que o fato negativo pode ser utilizado como meio de prova pois não há nada na lei processual que impeça a prova do fato negativo. Afinal quem faz uma negação, em verdade, realiza uma afirmação.
A jurisprudência trabalhista tem entendimento recorrentes no sentido de que, se o empregador diz não ter dispensado o empregado, deste modo cabe a ele, diante do princípio da continuidade da relação de emprego (Súmula n. 212 do C. TST), provar que o autor tomou a iniciativa de pôr fim ao contrato de trabalho (pedido de demissão ou abandono de emprego).
havendo inversão do ônus da prova quanto à culpa pelo acidente de trabalho. Nesse caso, a reclamada deverá provar que não agiu com culpa, tomando os cuidados necessários para evitar o acidente.
Na verdade, toda negação contém, implicitamente, uma afirmação, pois, quando se atribui a um objeto determinado predicado, acaba-se por negar todos os demais predicados contrários ou diversos do mesmo objeto. Assim, por exemplo, ao alegar o empregador que não dispensou o empregado sem justa causa (negação do fato), estará aquele alegando, implicitamente (afirmação), que este abandonou o emprego ou se demitiu.[footnoteRef:23] [23: LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho, 17ª Ed., São Paulo: Saraiva, 2019. p. 734.] 
Segundo a regra geral de divisão do ônus da prova, o reclamante deve provar os fatos constitutivos do seu direito, e o reclamado, os fatos impeditivos, modificativos e extintivos do direito do autor (arts. 818 da CLT e 373 do CPC). No entanto, há a possibilidade, em determinadas situações, de o juiz inverter esse ônus, ou seja, transferir o encargo probatório que pertencia a uma parte para a parte contrária. Desse modo, se ao autor pertence o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, ele se transfere ao réu, ou seja, o réu deve comprovar a inexistência do fato constitutivo do direito do autor.[footnoteRef:24] [24: SCHIAVI, Mauro, Manual de direito processual do trabalho,12ª ED. São Paulo, LTr, 2017, p. 704.] 
A Diante da necessidade de se dar efetividade ao acesso à ordem jurídica justa em não inviabilizar a tutela do direito à parte que tem razão, mas não apresenta condições favoráveis de produzir a prova do fato constitutivo do seu direito, é possível ao Juiz do Trabalho atribuir o encargo probatório à parte que tem melhores condições de produzir a prova. É o que a doutrina tem denominado de carga dinâmica na produção do ônus da prova. [footnoteRef:25] [25: SCHIAVI, Mauro, Manual de direito processual do trabalho,12ª ED. São Paulo, LTr, 2017, p. 707.] 
 
É comum em certos momentos, principalmente, na instrução probatória, ser invertido o ônus da prova ou até mesmo a ordem da oitiva das testemunhas a serem ouvidas, haja vista ter o juiz se convencido de certos fatos que deixaram de serem controvertidos.
A Destarte, aquele que alega algo tem o ônus de provar o fato, seja ele constitutivo modificativo ou impeditivo, assim nosso direito impõe-se esse dever à parte que o invocou. Quando uma parte pleiteia em juízo um litígio, tem a obrigação de indicar meios necessários para a solução da lide, seja através de provas documentais, periciais ou até mesmo por testemunhas etc., porem nem sempre esse dever recai aquela parte que o alega.
Vejamos o que diz a Súmula 212 do TST: “O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado”.
Assim como é do empregado o ônus de provar, em certos casos, horas extras feitas e não computadas nos cartões de ponto. Outrossim, a Súmula 6-VIII: pacificou o entendimento a respeito de quem pertence o ônus na equiparação salarial, assim vejamos: “É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial”. Neste caso cabe ao reclamado o direito de provar a maior produtividade e perfeição técnica do paradigma, ou o tempo de serviço que não seja superior a 4 anos ou até mesmo a existência de quadro de carreira. (art. 461, § 1º 2º da CLT); e ao reclamante o dever de provar que faz a mesma função, mesma produtividade e quantidade que paradigma.
A Súmula 338 (...) I “É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho, na forma do art. 74, § 2º., da CLT. A ausência injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário.
Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, relativo as horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir.
Há casos em que não é preciso se provar os fatos, por exemplo: quando o reclamante pleiteia alguns pedidos na inicial e a reclamada mesmo regularmente citada não comparece a audiência e tampouco apresenta defesa, assim incorrendo nas penas de revelia e confissão quanto a matéria de fato. Portanto, neste exemplo a aplicação da pena de revelia não caracteriza violação ao direito do contraditório em ampla defesa, uma vez que a reclamada teve a oportunidade de se defender e manteve-seinerte. 
Há casos em que a produção da prova se torna inútil, pois bem, em hipóteses em que as partes contra quem os fatos foram afirmados não oferecer resistência ou até mesmo impugnação especifica, a matéria da lide passa s ser tida como incontroversa, assim não há necessariamente razão para a produção de provas.
Se interpretássemos essa regra de forma literal, chegaríamos a situações inusitadas. Se o reclamante alegasse que trabalhava em certo horário, seria dele a prova. Se na contestação a reclamada alegasse que o horário seria outro, seria ela que teria de fazer a prova. Contudo, se o reclamante alegasse outra coisa na réplica, então o ônus da prova retornaria a ele. Assim, teríamos um entendimento elástico do que viria a ser ônus da prova estático como regra do art. 818 da CLT permitindo que o juiz se valha da regra denominada carga dinâmica ou ônus dinâmico da prova.
No mesmo exemplo cabe ao autor provar os fatos constitutivos se ele não marcasse os feriados e horas extras no cartão de pontos, assim deverá provar tais fatos, através de provas documentais ou testemunhais etc. 
Ocorre que muitas vezes o autor não dispõe de documentos, assim só lhe resta provar o fato por meios de testemunhas.
Quanto ao réu lhe cabe o ônus modificativo ou extintivo do direito do autor. No primeiro exemplo cabe juntar os cartões de ponto negando os fatos constitutivos do autor e assim cabe lhe contrapor as testemunhas ouvidas pelo autor.
Existem discussões quanto a empresa com menos de 10 (dez) empregados, pois o (§2º do art. 74 da CLT), que assim dispõe: “para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação de hora de entrada e saída, em registro semanal, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso”. Então teríamos a interpretação deste mencionado diploma legal, no qual aquelas empresas com menos de dez empregados o ônus recai sobre o reclamante que alega o fato constitutivo de seu direito. E as empresas com mais de dez empregados o ônus recai sobre esta. 
Mas o raciocínio depende de cada caso, pois hoje a corrente dominante na justiça do trabalho é que as empresas com mais de 10 (dez) empregados deve ter o controle de ponto de todos os empregados, e se assim não o tiver, inverte-se o ônus da prova. 
Destarte, do mesmo modo, o reclamante que labora em empresas com menos ou com mais empregados e pleiteia horas extras não remuneradas dever provar o fato constitutivo de seu direito, sob pena de ser improcedente seu pedido.
É importante ser respeitada a distribuição do ônus da prova quando o juiz for julgar, assim deve permanecer muito atendo quanto quem desincumbiu ou não com o que lhe incumbia.
Ônus da prova no acidente de trabalho.
O legislador institui também na estabilidade de doze meses ao trabalhador acidentado ou doença profissional, segundo regra do art.118, da Lei n.8.213/91. Essa estabilidade visa em última análise a proteção do emprego daquele empregado que venha sofrer acidente do trabalho ou acometido de doença profissional, pois se houvesse a faculdade da livre dispensa, não há dúvidas de que os empregadores insensíveis ao fato, optariam pela ruptura do contrato de trabalho, principalmente quando ocorresse a diminuição da capacidade laborativa do trabalhador. Em se tratando do aspecto previdenciário, a fonte de custeio para os benefícios acidentários é de responsabilidade exclusiva dos empregadores, por força do art. 7º, XXIII, da Constituição Federal o que estabelece como direito dos trabalhadores o “seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa “e, para tanto contribuem com uma determinada porcentagem que varia de 1% a 3%, segundo o risco da atividade do empregador. A norma disciplinadora sobre a referida contribuição está na Lei n.8.212, de 24 de julho de 1991, especificamente no inciso II, alíneas a,b,c ,do art.22. [footnoteRef:26] [26: FERRARI, Irany; MARTINS, Melchiades Rodrigues. Dano moral, múltiplos aspectos nas relações de trabalho, 4ª Ed., LTR, 2011. p. 262/263.] 
Extrai-se, do art.19 da Lei n. 8.213/91, o conceito de acidente do trabalhão, como sendo aquele “que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados definidos em lei (art.11 da lei), provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. [footnoteRef:27] [27: FERRARI, Irany; MARTINS, Melchiades Rodrigues. Dano moral, múltiplos aspectos nas relações de trabalho, 4ª Ed., LTR, 2011. p. 265] 
No artigo 20 da mencionada lei que se consideram também acidente do trabalho, a “doença profissional, assim entendida a adquirida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social” e a “doença do trabalho, assim entendida adquirida ou desencadeada em função das condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I e II. 
O Direito do Trabalho se destaca dos demais ramos do Direito por seu aspecto protetor, que visa garantir ao empregado, figura mais fraca na relação empregatícia, direitos mínimos e condições adequadas de trabalho. Nesse sentido, a saúde do trabalhador recebe atenção especial da lei, que além de estabelecer restrições contratuais (como limites à jornada de trabalho, proibição de trabalho insalubre ou perigoso para menores, etc.) cria obrigações a serem cumpridas pela empresa, como observância às normas de saúde e segurança no trabalho, fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs) entre outras. [footnoteRef:28] [28: PEREIRA, Luiz Fernando, A estabilidade acidentária e ônus probatório das partes. Jus Navigandi, Teresina, disponível em: <https://jus.com.br/artigos/3883/a-estabilidade-acidentaria-e-o-onus-probatorio-das-partes> Acesso em 21/05/2020] 
Mas não basta só o fornecimento para eliminar os riscos inerentes a função ou cargo, mas sim deverá o empregador fornecer EPIs adequados e, também, fiscalizar o uso efetivo dos equipamentos, sob pena de ser em vão o simples fato de fornecer tais equipamentos.
Não se negue que a proteção à integridade física do empregado (seguridade) é um dever anexo ao contrato de trabalho enquadrado como “obrigação de resultado”. Vale dizer: ao contratar um trabalhador, a empresa assume o resultado de mantê-lo ileso em seu aspecto físico e psicológico. Não por acaso que o legislador classificou de “falta grave” o ato do empregador que expõe seus empregados a perigo manifesto de mal considerável (art. 483, “c”, CLT). 
Quando o empregado sofrer qualquer acidente na empresa, e deste acidente, venha a ficar mais de 15 (quinze) dias afastado, adquirirá direito a uma estabilidade provisória de um ano após alta médica da Previdência Social. E ainda, a empresa deverá recolher o FGTS do autor.
Súmula 46 c. TST. ACIDENTE DE TRABALHO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. “As faltas ou ausências decorrentes de acidente do trabalho não são consideradas para os efeitos de duração de férias e cálculo da gratificação natalina”.
Súmula 378 c. TST. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA LEI Nº 8.213/1991. CONSTITUCIONALIDADE. PRESSUPOSTOS (conversão das Orientações Jurisprudenciais nº. 105 e 230 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005.
I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. (ex- OJ nº 105 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997)
II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a consequente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relaçãode causalidade com a execução do contrato de emprego. (primeira parte - ex- OJ nº 230 da SB-DI-1 - inserida em 20.06.2001
De acordo do Com art. 186 e 927 do Código Civil vigente, a responsabilidade do empregador é objetiva, assim entendemos que a empresa deverá reparar o dano ao empregado de eventual lesão ocorrida decorrente do acidente, todavia, assim neste caso recai o ônus da prova do fato extintivo, modificativo ou impeditivo ao empregador. Sem prejuízo ao princípio do contraditório e ampla defesa à ambas as partes.
É importante salientar a regra do artigo 818 da CLT e 373 do CPC, quanto ao ônus da prova. Cominados com os artigos 186, 187 e 927 do Código civil. Assim então vejamos algumas hipóteses que o artigo 818 da CLT e 373 do CPC nos mostra em seus incisos:
1) A vítima do acidente caberá o ônus da prova do fato constitutivo, qual seja que o dano decorreu da execução do Contrato de Trabalho
2) A empresa caberá a prova em juízo do cumprimento integral da legislação e do dever de prevenção; eventualmente, deverá comprovar alguma excludente legal de responsabilidade (fatos impeditivos): culpa integral da vítima, fato de terceiro ou força maior.
3) havendo prova de culpa concorrente, o juiz reduzirá a indenização na proporção da culpa de cada parte; o ônus é da reclamada (empresa) por se tratar de fato modificativo.
Neste sentido trata a Súmula 41 do TST: “Cabe a inversão do ônus da prova em favor da vítima nas ações indenizatórias por acidente do trabalho”. 
Deste modo inverte-se o ônus da prova em função do princípio “in dubio pro operario”. 
 
Dispensa arbitrária.
O empregador detém o poder de dispensar o empregado, seja ele por justa causa ou sem justa causa, assim como o empregado tem o direito de não mais querer continuar a laborar para aquele empregador, neste caso poderá se demitir ou requer ao juiz a rescisão indireta do contrato de trabalho, destarte, se o empregador dispensar sem justa causa terá que indenizar o empregado, e serão devidas as verbas rescisórias previstas na lei, conforme estabelece o art. 477, da CLT. 
Súmula nº 69 do TST - RESCISÃO DO CONTRATO (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - A partir da Lei nº 10.272, de 05.09.2001, ”havendo rescisão do contrato de trabalho e sendo revel e confesso quanto à matéria de fato, deve ser o empregador condenado ao pagamento das verbas rescisórias, não quitadas na primeira audiência, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento).”
Súmula 14 c. TST. CULPA RECÍPROCA – “Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinquenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais. Histórico: Redação original - RA 28/1969, DO- GB 21.08.1969 Nº 14 Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado não fará jus ao aviso prévio, às férias proporcionais e à gratificação natalina do ano respectivo.”
Porém há alguns casos em que o empregador não poderá dispensar o empregado, pois a lei prever que em alguns casos o empregado terá direito, ou seja, a estabilidade provisória. Caso o dispense sem justo motivo deverá arcar com a indenização equivalente. Ou caso demita o empregado por justa causa o ônus da prova recairá sobre este, se não o provar terá que reintegrar o empregado ou indenizá-lo pelo equivalente, e ainda, poderá sofrer sanções como indenização por danos moais ou matérias. 
Rescisão indireta. 
A despedida indireta (rescisão indireta) se origina da falta grave praticada pelo empregador na relação de trabalho, prevista na legislação trabalhista como justo motivo para rompimento do vínculo empregatício por parte do empregado.
Estes motivos estão previstos no artigo 483 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, os quais preveem esta possibilidade em razão do empregador não cumprir com as obrigações legais ou contratuais ajustadas entre as partes.[footnoteRef:29] [29: PANTALEÃO, Sergio Ferreira, Despedida indireta – Falta grave do empregador, Guia Trabalhista, disponível em < http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/Despedida_indireta.htm > Acesso em 30/09/2020] 
Daí é que acorrem, em grande parte, diversas dificuldades para o empregado provar o justo motivo por qual está pleiteando a rescisão do contato, uma vez que, em muitos casos, não dispõe de documentos probatórios, todavia, na maior parte deste pleito o ônus é do empregado.
Diferente não é a conclusão quando a convenção ocorre após o término do contrato de trabalho. Embora a ingerência do empregador nos atos praticados pelo empregado esteja, neste momento, mitigada, muitos casos tornam a demonstração da verdade dos fatos inviável, eis que aquele ainda detém maior aptidão para a realização da prova.[footnoteRef:30] [30: BERTELLI, Sandra Miguel Abou. A importância da prova como garantia de efetividade do processo do trabalho, Mestrado em direito, PUC/SP, São Paulo: 2009, disponível em:< https://tede2.pucsp.br/handle/handle/8531> Acesso em: 30 set. 2020, p.165] 
Na carta magna, em seu artigo 7º inciso VI veda a redução salarial por parte do empregador, salvo se pactuado em acordo ou convenção coletiva de trabalho. Destarte, não pode, por exemplo: o empregador reduzir o salário do empregado unilateralmente, seja na quantidade ou no percentual, de forma que atinja a remuneração do empregado, assim se os fizer cometerá falta grave.
Toda obrigação inadimplida acarreta uma sanção jurídica, ao passo que, no ônus, verifica-se a perda dos efeitos de um ato que não foi consumado. O ônus de prova é diretamente proporcional ao interesse da parte em ver provada as suas alegações. O ônus está diretamente ligado a noção de risco e não a de subornação subordinação, ou seja, necessita-se provar, do contrário a própria parte sofrerá os prejuízos de sua inércia. [footnoteRef:31] [31: ZENNI, Alessandro Severino Valler, As peculiaridades da prova no processo do Trabalho, 1997, p.169/170] 
Aquele que pleitear a rescisão indireta deverá provar o ato gravoso ou faltoso do empregador, seja por meio de provas documentais ou testemunhais, porém muitas vezes a prova mais comum é a testemunhal, uma vez que o empregado não tem muito acesso aos documentos necessários devido estar em poder do empregador. Todavia, uma vez comprovado a falta gravosa do empregador, terá o empregado o direito as verbas rescisórias como se fosse demitido sem justa causa, ou seja, terá direito: aviso prévio indenizado, 13º salário, férias com o terço constitucional, FGTS com a indenização de 40 % e o seguro desemprego.
Ocorre falta grave quando o empregador exigir que o empregado realize atividades fora das previstas e pactuadas no contrato de trabalho, ou seja, inerentes a sua função. É a situação, por exemplo, em que o empregado com salário menor é obrigado a cumprir tarefas ou funções de outras, de salários maiores, demitidas sem substituição, sem que tenham a respectiva retribuição remuneratória.
Súmula 338 JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nº 234 e 306 a SBDI-1) Res.129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. (ex-Súmula nº 338 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003).
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo as horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. (ex-OJ nº 306 da SBDI-1- DJ 11.08.2003).
É ônus do empregador queconta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. Redação original – Res. 36/1994, DJ 18, 21 e 22.11.1994. Nº. 338 Registro de horário. Inversão do ônus da prova. A omissão injustificada por parte da empresa de cumprir determinação judicial de apresentação dos registros de horário (CLT, art. 74 § 2º) importa em presunção de veracidade da jornada de trabalho alegada na inicial, a qual pode ser elidida por prova em contrário.
O ônus da prova na rescisão indireta, geralmente, recai sobre o reclamante, pois o empregado move a devida ação por conta de alguma violação ao dispositivo contido no artigo 483 da CLT, porém, dependendo da gravidade da falta cometida pelo empregador não é motivo para rescindir o contrato de trabalho. Por exemplo: há entendimento no sentido que deve a falta ser grave a ponto de ficar insuportável a permanência do empregado na empresa, tanto quando cometida pelo empregador quanto pelo empregado para acarretar a justa causa, pois a rescisão indireta nada mais é que uma justa.
É comum, em certos casos, que o empregador peça ao empregado, que move ação de rescisão indireta, aguardar em casa, com o argumento que se resolve tudo no dia da audiência, porem o que a empresa pretende nada mais é que aplicar uma justa causa por abandono de trabalho, assim para que isso aconteça a empresa deve ter documentos para provar que realmente o autor abandonou o emprego.
Súmula 212 DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA: “O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. Histórico: Redação original - Res. 14/1985, DJ 19.09.1985 e 24, 25 e 26.09.1985”.
Assim vejamos o que diz a Súmula 212: “o ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviços e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da comunidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado”. 
Nestes casos em que o empregado deixa de comparecer ao trabalho por mais de 30 dias, uma das formas da reclamada tentar provar o término do contrato de trabalho por justa causa em razão do abandono, é apresentando documentos comprovando os fatos, como por exemplo, o envio de telegrama ou correspondências, convocando o empregado a justificar as faltas ou, notificando-o da dispensa por justa causa.
Outra forma é a convocação por meio de Jornais de grande circulação ou telefonemas comprovando sua recusa. Porém existem posicionamentos que defendem que as medidas têm que ser todas as anteriormente mencionadas e ainda existir o animus de abandono por parte do reclamante.
E acaba por declinar que os efeitos do princípio protetor na seara processual trabalhista são projetados inevitavelmente para o campo das provas, eis que a grande dificuldade que o trabalhador enfrenta para vencer o litígio é a obtenção de provas para dar suporte as suas alegações.
Dano moral ou assédio moral. 
O Dano moral é uma lesão que afeta um bem jurídico na esfera dos direitos de personalidade do empregado, com ou sem reflexos patrimoniais.
É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.[footnoteRef:32] [32: BARRETO, Margarida Maria Silveira. Uma jornada de humilhações, Fapesp; PUC/SP, São Paulo: 2000, disponível em: <https://tede2.pucsp.br/handle/handle/17175 > Acesso em 27/05/2020.] 
Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares.
Estes, por medo do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo constante a competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e, frequentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando p ‘pacto da tolerância e do silêncio’ no coletivo, enquanto a vítima vai gradativamente se desestabilizando e fragilizando, ’perdendo’ sua auto-estima.[footnoteRef:33] [33: BARRETO, Margarida Maria Silveira. Uma jornada de humilhações, Fapesp; PUC/SP, São Paulo: 2000, disponível em: <https://tede2.pucsp.br/handle/handle/17175 > Acesso em 27/05/2020.] 
O dano moral pode surgir de vários aspectos, seja por assédio moral, assédio sexual, por atos discriminatórios, por abuso de poder, por omissão, negligencia etc., todavia, dependendo de como acorra o dano fica muito difícil se provar, devido, justamente, as circunstancia do ocorrido, por exemplo: assédio sexual dificilmente o agressor irá praticar o ato ilícito na presença de terceiros ou de quaisquer outras pessoas.
Assim é incontroverso que os danos de ordem moral ou material causados pelo empregador, a competência é da Justiça do Trabalho resta incontroversa diante da edição da Súmula 392 do TST, nos termos do art. 114 da CF/1988.
Súmula nº 392 do TST - DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO (redação alterada em sessão do Tribunal Pleno realizada em 27.10.2015) - Res. 200/2015, DEJT divulgado em 29.10.2015 e 03 e 04.11.2015: “Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que propostas pelos dependentes ou sucessores do trabalhador falecido”.
Assim toda e qualquer indenização jamais irá pagar o sofrimento ou até mesmo o constrangimento causado ao empregado, portanto, Indenização, essa, dever revestir-se de caráter pedagógico, de forma que o valor fixado iniba novas práticas de negligência para com seus empregados, haja vista tratar-se de empresa de grande porte.
Destarte, a reparação dos danos morais e materiais é reconhecida pela Constituição Federal, assegurando a Carta o direito à indenização em caso de sua violação, conforme se infere do no artigo 5º, incisos V e X, da Constituição Federal, ao dispor que: “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação."
Quando se trata de dano moral, há divergências, no sentindo que o dano moral é objetivo, ou seja, provar que houve o dano, a “empresa” deve indenizar, todavia, há no sentido que o dano moral é subjetivo, tem que provar a negligencia, imperícia ou imprudência por parte da “empresa.” A Constituição trata o tema de modo subjetivo, já o Código Civil trata a responsabilidade como sendo objetiva.
Assim, em relação a conduta omissiva é necessário que se prove que aquele a quem se atribuiu o evento danoso poderia evitá-lo, casso tivesse agido no momento próprio, e, mais do que, que se encontrava obrigado a fazê-lo, pois, do contrário, impossível será qualquer espécie de responsabilidade.[footnoteRef:34]. [34: LOBREGAT, Marcus Vinicius. Dano moral nas ralações individual do trabalho, 2001, p. 53] 
De fato, alegar que a ofensa a um direito moral não encontra amparo jurídico é negar o substrato do próprio homem,é aquilata-lo pelo que ele possui e não pelo que ele é. Nos dia de hoje, não se pode admitir que o ser humano, uma vez atacado no que há de mais nobre em seu complexo de valores pessoais, em seu patrimônio moral, possa se conformar com a ausência da tutela jurídica especifica, constituindo a adoção do entendimento contrário na premiação do ofensor em detrimento do ofendido.[footnoteRef:35] [35: LOBREGAT, Marcus Vinicius. Dano moral nas ralações individual do trabalho, 2001, p. 39/40.] 
Ademais, o Novo Código Civil brasileiro é de meridiana clareza ao advertir em seus artigos 186 que diz “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito” e 927 – Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Produção de provas e o direito ao contraditório. 
Em nosso ordenamento jurídico existem algumas regras básicas que devem ser seguidas, sob pena de nulidade ou preclusão. Assim, para evitar a demora e certas manobras por uma ou outra parte no processo as provas devem serem produzidas no momento oportuno e na primeira oportunidade em que tiver ou puder. 
O procedimento judicial é composto de uma sequência lógica de frases (postulatória, instrutória, decisória, recursal, executória), cada qual com finalidade específica; tais frase, por sua vez, são constituídas, organicamente, por um encadeamento- igualmente lógico – de atos preordenados e necessários, que devem ser praticados pelas partes , sob pena ,de preclusão extintiva do correspondente direito de realizá-los. [footnoteRef:36] [36: TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. A prova no processo do trabalho. 11ª Ed., São Paulo: LTR, 2017, p. 77.] 
Na justiça do trabalho, generalizada a praxe de cindir-se, no procedimento ordinário, a audiência em três partes, ou sessões, a segunda se destina, especificamente, a instrução. Nela, em consequência, dos litigantes serão interrogados, inquirindo-se, a seguir, as testemunhas, o perito e os técnicos, se houver. De outro estabelece o art. 434 do CPC, de aplicação supletória, sem dúvida, ao processo do trabalho (CLT, art. 769), que também o réu deverá instruir a sua resposta (contestação, exceção. reconvenção etc.) com os documentos que a fundamentaram, cuja disposição, aliás, está expressa, em caráter genérico, o art. 845 da CLT, segundo o qual: o reclamante e o reclamado comparecerão a audiência acompanhados das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais provas. [footnoteRef:37] [37: TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. A prova no processo do trabalho. 11ª Ed., São Paulo: LTR, 2017, p. 78.] 
Temos, então, que tripartida a audiência trabalhista (inicial, instrução e julgamento), o processo especializado, adaptando-se a esse fracionamento, fixa três momentos próprios para produção de provas no procedimento ordinário: 1) com a inicial; 2) com a resposta do réu (na primeira audiência); 3) na audiência da instrução (que é a segunda),valendo observar que, quanto a prova documental, a sua produção deve restringir-se aos dois primeiros momentos, ressalvada a hipótese do artigo 435 do CPC. [footnoteRef:38] [38: TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. A prova no processo do trabalho. 11ª Ed., São Paulo: LTR, 2017, p. 78.] 
Há exceções, pois em alguns casos não é possível juntar aos autos ou produzir determinadas provas por diversos motivos: casos em que não era sabido a existência de tal documento ou prova etc. não é possível indicar quais verbas já foram paga pela reclamada na reclamação trabalhista que trata de rescisão indireta, pois o contrato ainda estaria em vigor, saber discriminar o que recebe ou quantas horas recebe se a empresa não fornecia holerites ao reclamante etc. 
Consente-se, contudo, que as partes juntem aos autos, em qualquer tempo, documentos novos destinados a fazer provas de fatos ocorridos após os articulados, ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos (CPC, art. 435). Na aplicação deste dispositivo, um elementar preceito de cautela recomenda que o juiz verifique se as partes não estão se afastando das razoes teleológicas que inspiraram o legislador processual a permitir a junção de documentos fora dos momentos oportunos, sob pena de, não o fazendo, reder ensejo a uma perigosa distensão da disciplina processual a que elas estão submetidas, com os reflexos tumultuados no procedimento. [footnoteRef:39] [39: TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. A prova no processo do trabalho. 11ª Ed., São Paulo: LTR, 2017, p. 79.] 
A prova que se pretende fazer por intermédio de testemunhas deve, por expressão da lei (CPC, art. 453), ser produzida em audiência. Ao contrário da documental, que preexiste a propositura da ação, a prova testemunhal, em regra, é feita no curso desta. Daí resulta serem inadmissíveis, para essa finalidade, as conhecidas declarações obtidas extra judicialmente, vez que, dentre outras coisas: a) dificultam, por precariedade de elementos informativos, a contradita de quem formulou a declaração; b) não possibilitam a formação do contraditório, pois a parte contra quem a declaração é desfavorável não pode reinquirir o declarante; c) causa lesão ao princípio da imediatidade, no qual se compreende o da oralidade; d) não permitem a verificação quanto a existência de algum Vicio do consentimento (código civil 171, II).[footnoteRef:40] [40: TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. A prova no processo do trabalho. 11ª Ed., São Paulo: LTR, 2017, p. 80] 
São dois, basicamente, os sistemas legais relacionados aos meios de prova: o enumerativo, que ao especificar quais são os meios admissíveis os limita, e o exemplificativo, que embora enumere alguns desse meios permite ao juiz vale-se de outros, não indicados. O CPC em vigor especifica os seguintes meios de provas: a) depoimento pessoal (arts. 385 a 388); b) confissão (arts. 389 a 395); c) prova documental (arts. 434 a 438); d) prova testemunhal (arts.450 a 463); e) prova pericial (arts. 464 a 480) e f) inspeção judicial (arts. 481 a 484), embora admita todos os demais desde que moralmente legítimos.[footnoteRef:41] [41: TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. A prova no processo do trabalho. 11ª Ed., São Paulo: LTR, 2017, p. 93/94.] 
Desta forma, seja por que é omissa a CLT, seja por que é incompleta em relação aos meios de prova a que alude, superficialmente, o intérprete é forçado a decorrer as disposições do CPC, com fundamento do permissivo do art. 769, do texto consolidado. A questão relativa aos meios de provas moralmente legítimos é muito mais complexa do que possa conceber, a partir do fato de inexistirem critérios objetivos para se determinar a moralidade ou a imoralidade do meio ou instrumento de que se valeu a parte para produzir a prova pretendida.[footnoteRef:42] [42: TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. A prova no processo do trabalho. 11ª Ed., São Paulo: LTR, 2017, p. 95] 
Segue-se, por conseguinte, que a prova emprestada concerne as dominadas provas causais, ou seja, as “que se colhem ou que se produzem no curso do processo, sem que tenham sido intencionalmente constituídas e preparadas para a demonstração dos fatos ali deduzidos pelos litigantes”. [footnoteRef:43] [43: TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. A prova no processo do trabalho. 11ª Ed., São Paulo: LTR, 2017, p. 96.] 
O exemplário, quanto ao cabimento da prova emprestada no direito processual do trabalho é vasto, cujas matrizes variarão conforme os casos concretos que se verifiquem. O que se deve pôr em realce, nesta matéria, é que tal espécie de prova é plenamente compatível com o processo especializado, em atenção ao qual, aliás, parece ter sido concebida. Cumpre ressaltar, entrementes, que essas regras estão vinculadas as diversas situações em que se encontraram as partes em relação a prova emprestada. Deste modo, “consideradas as pessoas dos litigantes no processo o qual é transportada, será de se distinguir a prova conforme tenha, no processo anterior, sendo produzida: a) entre as mesmas partes; b) entre uma daspartes daquele e terceiros; c) entre terceiros”. [footnoteRef:44] [44: TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. A prova no processo do trabalho. 11ª Ed., São Paulo: LTR, 2017, p. 98/99.] 
No sistema da persuasão racional, embora se permita ao juiz apreciar livremente as provas, isto não significa que possa se deixar orientar por suas impressões pessoais: ao contrário, a sua convicção deverá ser formada com base na prova produzida nos autos (“iudex secundum allegata et probata partium iudicare debet”). O seu convencimento por isto, longe de ser arbitrário, fica a joujado a certas regras jurídicas especificas, bem como as regras de lógica jurídica, sem desprezo pelas máximas experiências. Por esta razão, ele apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, que não alegados pelas partes, no deverá indicar na sentença, os motivos que lhe formaram o convencimento (CPC, art. 371). Sublinhamos. [footnoteRef:45] [45: TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. A prova no processo do trabalho. 11ª Ed., São Paulo: LTR, 2017, p. 150.] 
Pode se estabelecer, portanto, que, sob a óptica deste sistema, a convicção do juiz fica adstrita a quatro pressupostos legais: a) aos fatos deduzidos na ação; b) a prova destes fatos, feito nos autos; c) as regras legais especificam e as máximas de experiência; e d) a indicação do motivo que determinou a formação do seu convencimento. [footnoteRef:46] [46: TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. A prova no processo do trabalho. 11ª Ed., São Paulo: LTR, 2017, p 151.] 
Diante do exposto, podemos observar que é de suma importância que o magistrado análise tais provas e dê oportunidade à parte adversa para que se manifeste a respeito da prova, assim não poderá, posteriormente, a parte, alegar cerceamento de defesa ou mesmo alegar que aquela prova era imprestável ou que deveria ter sido juntada anteriormente.
Momento da distribuição ou da inversão do ônus. 
Dependendo da situação ou do caso em concreto o ônus ou momento da distribuição do ônus pode ser invertido pelo juiz. Muitas vezes essa inversão do ônus da prova é feita logo após o depoimento pessoal das partes. Onde o magistrado se convenceu de algo. 
As regras de distribuição do ônus da prova devem servir de orientação às partes durante a instrução processual, não inibindo de forma alguma a iniciativa oficial, cumprindo ao juiz determinar a produção de quaisquer provas que entender pertinentes e cabíveis para o resgate da realidade que não tenha sido revelada nos autos. [footnoteRef:47] [47: BERTELLI, Sandra Miguel Abou. A importância da prova como garantia de efetividade do processo do trabalho, Mestrado em direito, PUC/SP, São Paulo: 2009, disponível em:< https://tede2.pucsp.br/handle/handle/8531> Acesso em: 30 set. 2020, p.157.] 
No processo do trabalho, ao contrário do processo civil, o juiz do trabalho somente toma o contato com inicial em audiência, uma vez que a citação (rectios-notificação), é ato do diretor de secretaria (art. 841 da CLT). Portanto, acreditamos, ao contrário do que acorre no processo civil, que o reclamante poderá aditar ou emendar a inicial, sem a audiência da parte contraria, na audiência, antes do recebimento da defesa, ou antes do decorrido prazo para resposta (art. 847 da CLT). Entretanto, o reclamado deverá ser concedido o prazo para complementar defesa, devendo a audiência ser adiada para tal finalidade, e a nova audiência a ser designada em prazo inferior a cinco dias (art. 841 da CLT). Após recebida a defesa, o aditamento somente será possível com a concordância do reclamado. [footnoteRef:48] [48: SCHIAVI, Mauro, Manual de direito processual do trabalho,12ª ED. São Paulo, LTr, 2017, p. 558.] 
A propósito, a respeitabilidade e a credibilidade no Poder Judiciário, atualmente, estão diretamente vinculadas a entrega de um provimento judicial que seja efetivo e justo. E, não raras vezes, um dos litigantes sequer detém aptidão para a produção da prova necessária a demonstração de seu direito, motivo pelo qual a aplicação da regras do ônus da prova durante a instrução processual, como método limitador da atividade instrutória oficial, como pensam alguns, representaria entregar a sociedade uma solução cômoda e injusta o que não se coaduna com as demandas sociais no mundo contemporâneo.[footnoteRef:49] [49: BERTELLI, Sandra Miguel abou. A importância da prova como garantia de efetividade do processo do trabalho, Mestrado em direito, PUC/SP, São Paulo: 2009, disponível em:< https://tede2.pucsp.br/handle/handle/8531> Acesso em: 30 set. 2020, p.157.] 
Para detectar as particularidades do ônus no processo trabalhista, indispensável recorrer o instituto no processo civil. Amiúde as partes produzem de suas alegações no processo, porém, em determinadas situações, isso não se verifica, tornando-se indispensável o estudo sobre a aplicação do ônus de prova no processo. Quando o juiz encontrar provas dos fatos que lhe são trazidos pelas partes, pelas regras do ônus de prova, impõe-se a derrota aquela que o encargo de provar e não o fez. A rigor a parte que vem a juízo postular algum direito assume a existência de um fato no qual se funda o pedido e o ônus de provar tal afirmação. [footnoteRef:50] [50: ZENNI, Alessandro Severino Valler, As peculiaridades da prova no processo do Trabalho, 1997, p.168/169.] 
Coqueijo Costa defende que o ônus da prova pertence ao litigante que afirma um fato e deve suportar o risco da prova frustrada. O juiz, nessa perspectiva, só poderá analisar o problema do ônus da prova por ocasião da sentença, momento oportuno para decidir a favor daquele que propiciou a certeza do fato. Se não foram provados os fatos, pelas regras do ônus da prova, prejudicara a quem competia tal encargo. Nossa compreensão é o de que juiz deve estar argutamente atento á probabilidade dos fatos narrados pelas partes, valendo-se das presunções “homnis” e regras da experiência, podendo fixar como análise do ônus da prova o momento anterior à produção da prova ou, a depender do caso concreto, no instante que prolatar a sentença. Na primeira situação, em respeito ao devido processo legal, urge seja comunicada a parte contra quem se deu a inversão do ônus da prova. [footnoteRef:51] [51: ZENNI, Alessandro Severino Valler, As peculiaridades da prova no processo do Trabalho, 1997, p.196/197.] 
Existem grandes discussões a respeito do aditamento a petição/emenda inicial devido ao direito ao contraditório e ampla defesa, pois no processo do trabalho é diferente do direito processual civil, no tocante a vários critérios em particular na citação. Aonde por ser una, o juiz só “toma conhecimento dos fatos na ora da audiência”, assim entendemos que se pode fazer o aditamento/emenda, tanto, antes da audiência quanto na própria audiência.
Nulidade.
Existem abundantes meios de provas admissíveis do Direito Processual do trabalho, porém cada uma deve ser apresentada ou provada no momento oportuno, sob pena de preclusão ou nulidade. 
No direito processual do trabalho, as formas ainda são mais simplificadas, com a concentração da maioria dos atos processuais em audiência, prestigiando o princípio da oralidade, mas isso não quer dizer que o processo do trabalho seja informal. Ao contrário, o processo do trabalho também é forma, só que o número de formalidades é menor do que no processo civil ou no processo penal, fazendo com que o processo seja mais breve, simples e célere possível, sem formalidades exageradas, complexas e, muitas vezes, inúteis. [footnoteRef:52] [52: MARTINS, Sergio Pinto. Direito processual do trabalho, 42ª Ed., São Paulo: Saraiva, 2020 p. 140.] 
Importante frisar que qualquer das partes que se sentirem prejudicadas deve “recorrer” imediatamente, com a medida cabível ao caso concreto. Todavia, sob pena de preclusa a oportunidade. Exemplo claro pode destacar o momento de se colher o depoimento de uma testemunha, quando o Magistrado começar a qualificá-la deve se contraditá-la imediatamente sob pena de ter a precluído o seu direito.
Legalidade.
Qualquer prova em qualquer

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