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04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 1/27 MERCADO E MERCADO E OPERAÇÕES IMOBILIÁRIASOPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS Me. Piterson Balmat Gonçalves IN IC IAR 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 2/27 introdução Introdução Nesta unidade, veremos o processo de comercialização imobiliária, destacando como se inicia e de que maneira se desenvolve, desde a incorporação até o processo de corretagem. Em seguida, veremos como se realiza o condomínio, suas formas de organização e de que maneira é realizada a sua gestão. Após, iremos realizar uma análise a respeito das atribuições do síndico, os limites da sua função e em quais casos ele deve ser responsabilizado ou pode ser destituído. Por �m, analisaremos o contrato de compra e venda, as suas formas de realização e a relação que estabelece com o mercado imobiliário. 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 3/27 O processo de comercialização de imóveis se inicia, no caso de unidades prediais e condominiais, com a atividade do incorporador, que procura investimento su�ciente para a constituição do negócio. O ponto mais relevante da incorporação imobiliária se encontra na possibilidade de se sustentar pela entrega de projetos, funcionando como um investimento. Isso é importante pois, em geral, o incorporador não tem, no início, nem o capital necessário e nem mesmo a propriedade do terreno sobre o qual pretende levantar o empreendimento. Após essa etapa e em todos os demais casos - de comercialização de casas, por exemplo -, o desenvolvimento da atividade conta com o corretor, que deve encontrar meios su�cientes para que a negociação se realize. É, portanto, papel do corretor ter preparo técnico su�ciente para aproximar as partes. Compreender o valor do bem e atuar de maneira diversi�cada, ressaltando os aspectos positivos para cada parte, é imprescindível, assim, para �nalizar a avença. ComercializaçãoComercialização imobiliária - aspectosimobiliária - aspectos geraisgerais 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 4/27 Para o vendedor, o corretor deve apresentar, de maneira atrativa - comparando, por exemplo, com os preços de mercado - a proposta do comprador; para o comprador, apresentar as vantagens do negócio, principalmente, relacionadas a conforto e segurança. A combinação entre celeridade e e�ciência é também muito importante na negociação. Isso signi�ca dizer que, por mais importante que seja a celeridade, prestar um serviço de qualidade ressaltará as atribuições de um corretor no mercado. Para a construção de um modelo de vendas e�ciente, no entanto, é necessário se estabelecer técnicas de vendas, especí�cas para cada necessidade do cliente, que auxiliam na concretização de um negócio. Nesse intuito, é importante se criar um funil de vendas para o negócio que se está estabelecendo, cuja primeira etapa consiste em realizar um mapa da jornada de compras, justamente para estruturar o modelo de negócio a ser criado. Após essa etapa, é necessário compreender quais os pontos de carência do cliente, que o impossibilitam de avançar no negócio de maneira consciente. Em seguida, é necessário se veri�car quais são os principais interessados, os principais impactos, associados às oportunidades que, em critério de probabilidade, se apresentam. Esse processo auxilia desde a formação do negócio até a conversão de visitantes em potenciais compradores, estabelecendo pontuação e classi�cação entre eles (principalmente pelo grau de interesse no negócio e grau de interação). Essas etapas levam os negociadores a conhecer, de maneira efetiva, o problema que está atrás da solução que ele apresentará - que consiste, basicamente, no fechamento de um negócio. Outra ferramenta na comercialização imobiliária é o Canvas da Proposta de Valor. Trata-se de uma ferramenta de desenvolvimento que procura associar a proposta de valor com o per�l do cliente, conforme representado no grá�co a seguir. 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 5/27 A adoção desta metodologia permite que se comercialize imóveis de maneira direcionada, economizando recursos humanos e �nanceiros, dando mais humanidade à relação - na compreensão do cliente e do formato de negócio. praticarVamos Praticar Uma das principais ferramentas na comercialização imobiliária é o Canvas da Proposta de Valor. Trata-se de uma ferramenta de desenvolvimento que procura associar a proposta de valor com o per�l do cliente, a �m de articular o melhor interesse com a oportunidade de negócio. No Canvas, em que consiste a Proposta de Valor? a) Veri�car o valor dos produtos e serviços, analisar os criadores de ganho, de maneira a aliviar as dores. Figura 2.1 - Grá�co de Canvas Fonte: Pereira (2019, on-line). 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 6/27 b) Veri�car os ganhos do cliente, de maneira a aliviar as suas dores e analisar as suas tarefas. c) Veri�car o valor dos produtos e serviços e compreender, de imediato, os ganhos do cliente. d) Veri�car o valor dos produtos e serviços, analisar as tarefas do cliente, de maneira a aliviar as dores. e) Veri�car o valor dos produtos e serviços, analisar as tarefas do cliente, assim como as suas dores. 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 7/27 Via de regra, a propriedade de algo está relacionada a uma única pessoa. Entretanto, em algumas hipóteses, determinada coisa pode pertencer a dois ou mais indivíduos de modo simultâneo. Referida exceção consiste, justamente, na noção de condomínio, também denominado comunhão, compropriedade ou, ainda, indivisão (GONÇALVES, 2018, p. 380). De acordo com Rizzardo (2016, p. 593), o condomínio é concebido “quando uma coisa pertence a diversos proprietários e �ca na indivisão, recaindo o direito de cada proprietário sobre o conjunto, e não sobre a porção determinada da coisa”. Sua regulamentação está prevista no art. 1.314 e seguintes do Código Civil, bem como na Lei do Condomínio (Lei nº 4.591/1964). Conforme a doutrina, são diversas as classi�cações apontadas para a matéria. Sob a perspectiva das consequências, isto é, “do ponto de vista prático” (SCAVONE JÚNIOR, 2018, p. 882) são duas as principais modalidades de condomínio: A. Condomínio geral Condomínio: espéciesCondomínio: espécies 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 8/27 a. i. Convencional (ou Voluntária) ii. Eventual iii. Necessário B. Condomínio edilício Na primeira modalidade (condomínio geral), prevista do art. 1.314 ao art. 1.330 do Código Civil, a propriedade é dividida em frações ideais do todo, de maneira que os coproprietários, comproprietários ou condôminos possuem os poderes referentes à coisa simultaneamente. Vale observar que tal espécie de condomínio pode ser originada de forma convencional (ou voluntária), eventual ou, ainda, necessária, conforme explica a doutrina de Scavone Júnior (2018, p. 882, grifo nosso): Quanto à origem, esse condomínio pode ser voluntário na medida em que decorre da vontade das partes, normalmente em razão de negócio jurídico – compra e venda – pela aquisição de um imóvel por duas ou mais pessoas. Pode ser eventual, todavia, se a situação condominial decorre de vontade de terceiros, como no caso de doação ou testamento. Será necessário na medida em que decorrer de determinação da lei. É o que ocorre com o condomínio decorrente do direito hereditário, enquanto não operada a partilha e o condomínio de paredes, cercas, muros e valas que surge das normas referentes ao direitode vizinhança (CÓDIGO CIVIL, arts. 1.297, 1.298, 1.304 a 1.307 e 1.327). A segunda modalidade, o condomínio edilício, disposto no art. 1.331 e seguintes do Código Civil, consiste naquele formado por edi�cações, com unidades autônomas e áreas em comum. Nesse caso, cada condômino é titular de sua própria unidade, que compõem a edi�cação total, dividida em frações ideais do todo. A Convenção Condominial, por sua vez, é o documento no qual estão consolidadas as principais regras de um condomínio. Assim, ensina Fazano (2010, p. 311) que as normas contidas em tal instrumento possuem as seguintes naturezas: 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 9/27 ● De “normas institucionais”: que correspondem àquelas que versam sobre as áreas exclusivas, as áreas comuns, frações ideais e seu respectivo uso. ● De “normas de administração ou de gestão”: aquelas que determinam as contribuições de cada condômino (quota e forma de pagamento), quais são as despesas ordinárias e extraordinárias, bem como os órgãos de administração e formato das assembleias. ● De “regras estatutárias”: que disciplinam os direitos e deveres dos coproprietários, estabelecendo, inclusive, as sanções aplicáveis em caso de violação às regras estabelecidas. O teor de tais normas está expressamente previsto no Código Civil, especialmente nos Arts. 1.332 e 1.334 (BRASIL, 2002, on-line): Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os interessados houverem por bem estipular, a convenção determinará: I – a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio; II – sua forma de administração; III – a competência das assembleias, forma de sua convocação e quorum exigido para as deliberações; IV – as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores; V – o regimento interno. Lembre-se, ainda, como bem destaca Elias Filho (2015, p. 101), que “as normas elaboradas em prol do proveito comum, sem violar os direitos individuais de cada condômino e observados os limites impostos pela lei, serão e�cazes e impostas contra todos”. Para tanto, no que diz respeito aos condomínios edilícios, fundamental é o registro de tal documento, nos termos que dispõe o artigo 1.333, do Código Civil (BRASIL, 2002, on-line): Art. 1.333. A convenção que constitui o condomínio edilício deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais e torna-se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades, ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção. 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 10/27 Parágrafo único. Para ser oponível contra terceiros, a convenção do condomínio deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Os condôminos têm deveres e direitos gerais que estão previstos em diversos dispositivos legais do Código Civil, devendo ainda ser observadas igualmente as regras especí�cas de cada convenção condominial. Sobre a temática, disciplina o referido Codex, em seu art. 1.315, que: “O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita” (BRASIL, 2002, on- line). Dessa forma, conforme o escólio de Rizzardo (2016, p. 600): As despesas de conservação aproveitam a todos, que deverão, por conseguinte, arcar com os ônus de satisfazê-las, sempre na devida proporção ao valor do quinhão respectivo. Na eventualidade de não concordar algum dos consortes, ordena a lei a divisão da coisa comum, a todos competindo suportar as despesas para tanto exigidas. Mas, na prática, pendentes obrigações de uma das partes que formam o condomínio, admite-se a execução do correspondente valor, garantindo o quinhão o pagamento das mesmas com a venda em leilão. Ademais, nos termos do que prevê o art. 1.318 do Código Civil, determina-se a divisão das dívidas contraídas por um dos coproprietários, desde que exista proveito comum: “As dívidas contraídas por um dos condôminos em proveito da comunhão, e durante ela, obrigam o contratante; mas terá esta ação regressiva contra os demais” (BRASIL, 2002, on-line). Trata-se da chamada ação in rem verso, que encontra fundamento no princípio do direito de que nenhum indivíduo deve se enriquecer às custas dos outros. Note-se que há necessidade de demonstração de que a dívida contratada era imprescindível ou ao menos útil para o condomínio. Na hipótese de negativa em cumprir tal dever, a dívida é executada conforme a quota (sobre o quinhão). 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 11/27 Entretanto, no caso de a dívida ter sido contraída pela coletividade: a. quando constar expressamente a obrigação de cada um dos condôminos, de modo a inexistir maior di�culdade para a apuração da responsabilidade, competirá ao credor dirigir eventual ação judicial apenas contra o condômino inadimplente; b. Quando não constar expressamente a obrigação de cada um dos condôminos, aplica-se o disposto no art. 1.317 do Código Civil: “Quando a dívida houver sido contraída por todos os condôminos, sem se discriminar a parte de cada um na obrigação, nem se estipular solidariedade, entende- se que cada qual se obrigou proporcionalmente ao seu quinhão na coisa comum”. Desse modo, cada um dos comproprietários obriga-se pelo pagamento proporcional ao seu quinhão do condomínio. Nesse caso, o credor poderá acionar judicialmente um, apenas parte ou a totalidade dos condôminos, que respondem de forma solidária pela dívida. Merece destaque também o previsto no Art. 1.319 do Código Civil sobre os frutos percebidos e danos causados à coisa comum: “Cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu da coisa e pelo dano que lhe causou” (BRASIL, 2002, on- line). No que diz respeito às relações entre os condôminos, ressalta-se o parágrafo único do Art. 1.314, o qual exige o consenso entre todos para o estabelecimento de determinadas situações: “Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos outros” (BRASIL, 2002, on-line). Tal regra consiste em uma das normas fundamentais "de conduta dos proprietários da coisa comum", como explica Rizzardo (2016, p. 602): Amiúde, acontecem infrações no modo de utilização do bem. Se destinado o mesmo para residências ou moradias, não se tolera a instalação de escritórios, ou de uma atividade pro�ssional, porquanto, alterar a coisa comum é desviá-la da sua destinação natural, isto é, imposta pela natureza, ou voluntária e estabelecida pela vontade da maioria. 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 12/27 Compete aos condôminos a deliberação sobre a administração do bem que possuem em comum, conforme previsto no Art. 1.323 e seguintes do Código Civil. Assim, “os condôminos deliberarão também acerca da forma de administrar, remuneração do administrador, prestação de contas etc.” (SCAVONE JÚNIOR, 2018, p. 889). Na hipótese de o administrador ser um terceiro, deve-se lembrar que este deverá ser escolhido pela maioria dos comproprietários. Caso um condômino inicie a administração sem encontrar resistência dos outros coproprietários, será presumidamente “representante comum”, conforme prevê o art. 1.324 do Código Civil, a quem é facultado contrair as despesas necessárias e/ou úteis ao bem comum e cobrar dos outros condôminos na proporção de seu quinhão (BRASIL, 2002). Por �m, é importante destacar que o coproprietário que discordar dos valores apresentados pelo administrador, ainda que tácito, poderá utilizar-se de ação de reflita Re�ita “Despesas de Condomínio – Execução de título extrajudicial – Pedido de inclusão das parcelas condominiaisvincendas na ação executiva – Impossibilidade – Ainda que a dívida executada nos autos diga respeito à obrigação consistente em prestações periódicas, é certo que o Art. 323 do CPC não se aplica no âmbito do processo de execução, uma vez que carece de exigibilidade a dívida ainda não vencida no momento do ajuizamento da demanda – Recurso não provido”. Fonte: São Paulo (2017, on-line). 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 13/27 prestação de contas, a �m de ter acesso a todas as informações pertinentes. praticarVamos Praticar Um dos condôminos do Edifício Residencial “Mar Azul” é proprietário exclusivo da construção vizinha (um belo sobrado), onde habita com sua família. Justamente por tal razão decidiu, de forma discricionária, abrir o escritório de sua empresa em sua unidade do Edifício Residencial “Mar Azul”. Com fundamento do Código Civil, assinale a alternativa correta. a) Sendo ele o proprietário do bem, faculta-lhe dar a destinação que quiser ao imóvel. b) É direito do condômino “usar, fruir e livremente dispor das suas unidades”, de modo que nada o impede de abrir seu escritório no Edifício Residencial “Mar Azul”. c) O condômino deve “usar das partes comuns, conforme a sua destinação”, razão pela qual não poderia abrir o escritório de sua empresa no Edifício Residencial “Mar Azul”. d) É dever do condômino "dar às suas partes a mesma destinação que tem a edi�cação", motivo que o impede de abrir seu escritório em um edifício residencial. e) O condômino pode abrir seu escritório, desde que esteja com as taxas condominiais em dia. 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 14/27 O síndico é a pessoa responsável pela administração do condomínio, podendo ser orgânico (pertencendo ao condomínio) ou pro�ssional (pessoa física ou jurídica contratada para o exercício da administração). Cumpre salientar que o síndico não mantém qualquer relação de emprego ou prestação de serviços, muito embora possa a vir receber pagamentos ou benefícios pela realização da administração. De acordo com o Código Civil, em seu Artigo 1.347, deve ser escolhido pela assembleia, podendo ser condômino ou não, para administrar o condomínio. O prazo pode variar, não podendo, contudo, superar o prazo de dois anos, que podem ser renovados. Dentre as atribuições do síndico, se encontra a de realizar as convocações assembleares, representar o condomínio em juízo e informar, via assembleia, assunto judicial de relevância, dar cumprimento efetivo à convenção condominial, ao regimento interno e às determinações assembleares. Síndico e suas obrigaçõesSíndico e suas obrigações 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 15/27 Além disso, cabe ao síndico observar o estado das partes comuns, no intuito de preservá-las, cuidando da prestação de serviços que interessam aos que ali residem, assim como elaborar o orçamento da coisa comum, cobrando de todos os moradores os valores devidos, sejam aqueles constituídos regularmente, sejam aqueles oriundos de multa. Para todas essas atribuições, cabe ao síndico realizar a prestação anual de contas, cuidando, também, do seguro da edi�cação. A atividade do síndico não precisa ser exercida, necessariamente, apenas por ele, podendo determinadas atividades serem repassadas para administração de terceiros (no caso de controle contábil das contas, por exemplo), bem como podem ser constituídos, via assembleia, representantes, que não o síndico, para exercícios de determinadas competências. Em todo caso, cumpre salientar, que cabe ao síndico obter, previamente, a aprovação da assembleia - sem a qual as atribuições em questão devem ser integralmente mantidas em seu poder e responsabilidade. A remuneração do síndico, para existir, precisa ser previamente estabelecida pela convenção de condomínio. O síndico, como administrador da coisa comum, responde nos limites civis por atos ilícitos que venha a praticar, que acarretem prejuízos tanto àqueles que participam da coisa comum como a terceiros. Cumpre salientar que o síndico poderá ser destituído, desde que tal possibilidade esteja prevista na convenção condominial, ou, caso não haja previsão, pelo voto de dois terços dos presentes em assembleia constituída para esse �m. Vale lembrar que podem, além do síndico, serem eleitos subsíndicos, assim como podem ser constituídos conselhos consultivos, de três condôminos, com mandatos máximos também de 2 (dois) anos, com a �nalidade de assessorar o síndico na solução de problemas do condomínio. 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 16/27 praticarVamos Praticar O síndico é a pessoa responsável pela administração do condomínio, podendo ser orgânico (pertencendo ao condomínio) ou pro�ssional (pessoa física ou jurídica contratada para o exercício da administração). Como administrador, o síndico tem algumas obrigações que, pela lei civil, são: a) Sendo ele o proprietário do bem, faculta-lhe dar a destinação que quiser ao imóvel. b) É direito do condômino “usar, fruir e livremente dispor das suas unidades”, de modo que nada o impede de abrir seu escritório no Edifício Residencial “Mar Azul”. c) O condômino deve “usar das partes comuns, conforme a sua destinação”, razão pela qual não poderia abrir o escritório de sua empresa no Edifício Residencial “Mar Azul”. d) É dever do condômino "dar às suas partes a mesma destinação que tem a edi�cação", motivo que o impede de abrir seu escritório em um edifício residencial. e) O condômino pode abrir seu escritório, desde que esteja com as taxas condominiais em dia. 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 17/27 O contrato de compra e venda, segundo a doutrina, é “o contrato bilateral pelo qual uma das partes (vendedor) se obriga a transferir o domínio de uma coisa à outra (comprador) mediante a contraprestação de certo preço em dinheiro” (GONÇALVES, 2009, p. 191). Nessa seara, o art. 481 do Código Civil estabelece: “pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro” (BRASIL, 2002, on-line). Pela doutrina, o contrato de compra e venda é classi�cado da seguinte maneira: i. bilateral ou sinalagmático, em que há duas partes que trocam obrigações entre si; ii. oneroso, pois existe troca patrimonial entre ambas as partes para a concretização do negócio; iii. em geral, comutativo, porque ambas as partes sabem suas prestações de antemão, mas podem ser aleatórios, no caso de venda de coisa futura, por exemplo; Contrato de Compra eContrato de Compra e VendaVenda 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 18/27 iv. consensual, pois se aperfeiçoa – torna-se irretratável – com a simples composição das partes. Portanto, ainda que o contrato trate de translação de direito de propriedade, é com o acordo que ele se considera inteiramente concluído; v. típico, pois está previsto no Código Civil (Arts. 481 a 532); e no que se refere à compra e venda de imóvel, é formal, dependendo de, no mínimo, instrumento escrito (promessa de venda e compra) e, em geral, como visto, de escritura pública. Para que um contrato de compra e venda seja considerado válido, é necessário que exista a consumação de três elementos indispensáveis: i. coisa ou objeto, que deve ser lícito, determinado ou determinável; ii. preço, que diz respeito à contraprestação estabelecida, pois enquanto uma das partes entrega o bem, a outra entrega a quantia ou preço da coisa; e saiba mais Saiba mais O mercado imobiliário brasileiro, em decorrência da grave crise imobiliária que se iniciou nos Estados Unidos, vemenfrentando uma grave recessão, que começou a se acentuar em 2014. Em 2019, no entanto, os números voltaram a crescer. Nesse sentido, leia a opinião de analistas a esse respeito no texto Mercado Imobiliário 2019: quais são as tendências e previsões?, de Dino, publicado na Revista Exame. ACESSAR https://exame.abril.com.br/negocios/dino/mercado-imobiliario-2019-quais-sao-as-tendencias-e-previsoes/ 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 19/27 iii. consentimento, que se traduz na manifestação da vontade dos contratantes, sua ciência e concordância quanto aos termos do contrato. Ambas as partes devem ter capacidade civil para negociar um contrato na modalidade de compra e venda, de maneira que, havendo qualquer vício nas condições deste, o contrato se torna inválido, não podendo produzir efeitos no mundo jurídico. Como vimos, não se pode olvidar que o Código Civil de 2002 estabeleceu restrições à autonomia privada. O objetivo é que, em situações nas quais o contrato se torne um ônus indevido decorrente de ilícito civil ou vício do consentimento, seja nulo ou anulável, conforme o caso. Algumas dessas situações ocorrem com relação ao contrato de compra e venda de imóveis, quando o legislador invalidou, por exemplo, a compra e venda entre ascendentes e descendentes, a feita entre cônjuges, venda de bens sob administração comum e da venda de bens em condomínio. Na hipótese de compra e venda entre ascendentes e descendentes, resta disposto pelo Art. 496 do Código Civil que “é anulável a venda de ascendente e descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido” (BRASIL, 2002, on-line). Nesse cenário, se tal requisito não foi atendido, veri�ca-se uma nulidade relativa do negócio, cuja �nalidade é evitar fraudes e garantir igualdade entre os herdeiros legítimos. No que diz respeito à venda e compra entre cônjuges, o Art. 499 preceitua que “é lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão” (BRASIL, 2002, on-line). Para o legislador, foi necessário assegurar no referido instituto a impossibilidade de comprar e vender bens que já são seus, evitando, por exemplo, a simulação. Dessa maneira, somente poderão ser objeto de contrato os bens que não fazem parte da comunhão, a depender do regime de bens estipulado quando da constância do casamento. Caso se veri�que, o negócio pode ser considerado inválido, de maneira absoluta ou relativa, a depender do caso. 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 20/27 Por sua vez, a venda sob administração comum é tratada pelo Art. 497, I, do Código, dispondo que “sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública: I – pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens con�ados à sua guarda ou administração” (BRASIL, 2002, on-line). O fundamento nesse instituto é ético, com o escopo de restringir as pessoas que devem zelar pelo bem alheio, impedindo-as de comprá-lo para compor seu patrimônio, pois fariam uso de uma situação em que lhes é concedida vantagem, estando presente, na relação, um privilégio. Por �m, a venda de bens em condomínio, estipulada no Art. 504, diz respeito à coisa indivisa que tem preferência na aquisição da parte de outro que queira vendê-la, nas mesmas condições que foi oferecida a terceiro. Nesse sentido, prescreve o texto legal que: não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência (BRASIL, 2002, on-line). A preferência deve ser respeitada, podendo, contudo, a coisa ser alienada após manifesta negativa do condômino de que não queira adquiri-la, ponto em que se iniciará o prazo decadencial. 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 21/27 praticarVamos Praticar O contrato de venda e compra necessita de alguns elementos para se concretizar. Entre eles, dois se destacam: a coisa e o preço. Um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa e o outro a pagar certo preço em dinheiro. Pode haver outras formas de contratação, mas para ser venda e compra, precisa dos dois elementos. No que diz respeito ao contrato de venda e compra, pode-se a�rmar que: a) É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se a maioria dos outros descendentes consentir com a venda. b) Os administradores das coisas comuns não podem comprar os bens sob a sua guarda, exceto em hasta pública. reflita Re�ita Ainda que o direito de condomínio se trate de bem indivisível, sua alienação é possível, segundo a jurisprudência do STJ, pois é passível de divisão. O estado de comunhão universal do condomínio serve muito mais para a realização dos atos mediante uma administração comum do que para impedir o fracionamento dos direitos dele decorrentes. A jurisprudência do STJ, aliás, já se consolidou nesse sentido (vide REsp 1207129/MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 4ª TJ. 16/06/2015). 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 22/27 c) É lícita a compra e venda entre cônjuges, desde que o bem negociado esteja excluído da comunhão. d) Os servidores públicos podem adquirir os bens da administração pública que compõem, mas apenas em hasta pública. e) É proibida a aquisição de bens, por administradores, que estejam sob a sua guarda, inclusive em hasta pública, podendo, com relação a esses, apenas realizar cessão de crédito. 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 23/27 indicações Material Complementar L I V R O Revolucionando o condomínio Rosely Benevides de Oliveira Schwartz Editora: Saraiva ISBN: 9788547222284 Comentário: Trata-se de exposição didática e prática sobre os normativos aplicáveis ao condomínio, com uma abordagem dos principais tópicos referentes ao tema, de modo a propiciar uma gestão mais e�caz dos problemas enfrentados na vida em condomínio. 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 24/27 F I L M E Duplex Ano: 2003 Comentário: O �lme trata da relação entre condôminos, quando um jovem casal – que sonha em ter um duplex na cidade de Nova Iorque – enfrenta um grande problema para conseguir o apartamento ideal: a antiga inquilina se recusa a sair do local. Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer. T R A I L E R 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 25/27 conclusão Conclusão Vimos, nesta unidade, a importância do processo de comercialização imobiliária e como ela se efetiva, na prática. Nesse quesito, a atividade do incorporador, para unidades condominiais, é indispensável, assim como a do corretor, à gestão e�ciente dos negócios. O condomínio aparece, em um segundo momento, como a forma de organização da coisa comum, que se atribui a todos aqueles que dela participam, de maneira que, após a comercialização, é na atribuição de competências aos condôminos que se constitui o mercado imobiliário. Realizamos uma análise a respeito das atribuições do síndico, os limites da sua função e em quais casos ele deve ser responsabilizado ou pode ser destituído e, por �m, analisamos o contrato de compra e venda e como ele é importante para o próprio mercado. referências Referências Bibliográ�cas 04/10/2020 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 26/27 BRASIL. Decreto nº 81.871, de 29 de junho de 1978. Regulamenta a Lei nº 6.530,de 12 de maio de 1978, que dá nova regulamentação à pro�ssão de Corretor de Imóveis, disciplina o funcionamento de seus órgãos e dá outras providências. Diário O�cial da União. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D81871.htm>. Acesso em: 05 ago. 2019. BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário O�cial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 10 jan. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 05 ago. 2019. BRASIL. Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964. Dispõe sobre condomínio em edi�cações e as incorporações imobiliárias. Diário O�cial da União. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4591.htm>. Acesso em: 05 ago. 2019. BRASIL. Lei nº 6.530, de 12 de maio de 1978. Dá nova regulamentação à pro�ssão de Corretor de Imóveis, disciplina o funcionamento de seus órgãos de �scalização e dá outras providências. Diário O�cial da União. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6530.htm>. Acesso em: 05 ago. 2019. ELIAS FILHO, R. C. Condomínio edilício: aspectos de Direito Material e Processual. São Paulo: Atlas, 2015. FAZANO, H. G. V. Condomínio: aspectos teóricos e práticos. Leme: J. H. Mizuno, 2010. GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro. 13. ed., v. 5. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. PEREIRA, D. Canvas da Proposta de Valor. O Analista de Modelos de Negócios. 05 mar. 2019. 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