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Portofolio - Ciclo 3 - Educação Física

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GUILHERME RAMOS DOMINGUES 
R.A. 8133416 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTFOLIO – CICLO 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2021 
 
 
 
 Trabalho apresentado para a disciplina 
Fundamentos e Métodos do Ensino de Artes e 
Educação Física, ministrada pelo Tutor 
Gustavo Braga de Oliveira, do curso de 
Pedagogia do Claretiano – Centro 
Universitário. 
 
ATIVIDADE: 
 
A proposta dos jogos cooperativos surgiu no Estados Unidos na secunda metade do século 
passado com as pesquisas de teóricos como Terry Orlick e Jin Deacove, no Brasil, seu principal 
expoente foi Fabio Brotto. Respaldada pela teoria da psicologia social essa proposta tem como 
principais fundamentos: a não competição, o incentivo a colaboração entre indivíduos (em diversas 
áreas da vida), a inclusão e a importância de valores como respeito, liberdade e criatividade. "Nesse 
sentido a proposta de trabalho com os jogos cooperativos representa uma prática voltada à 
ressignificação dos ambientes e das relações sociais" (MAFFEI, 2019, p. 93) No ensino de 
educação física, essa proposta faz uma questionamento sobre as práticas esportivas ensinadas nas 
escolas (muitas vezes mecanicista, seletiva e que privilegia o desenvolvimento motor) e explicita o 
papel social de caráter transformador que essa disciplina deveria ter. Apesar de não ser uma 
proposta especificamente criada para aulas de educação física, acredito que ela tem muito para 
contribuir, especialmente, para uma educação que visa o desenvolvimento integral do aluno. 
O ideal de uma sociedade mais justa, onde as pessoas colaborem umas com as outras em 
prol de um bem maior, foi sempre um tema bem caro para min, de um ponto de vista pessoal, posso 
afirmar, sem receio, que esse ideal pautou (e ainda pauta) muitas das minhas escolhas e estilo de 
vida, daí minha predileção, minha identificação imediata com a proposta dos jogos cooperativos. 
Vivemos em uma sociedade individualista e agressiva, desde pequenos somos expostos a ideia de 
que competir é natural do ser humano e que é essa competição que gera desenvolvimentos e que 
temos que nos sobressair aos demais a qualquer custo para “sermos alguém”, “vencer na vida”. Para 
Soler (2008) o paradigma competição/desenvolvimento, assim como sua associação à natureza 
humana, são mitos socialmente construído e, apoiado nas pesquisas da antropóloga Margaret Mead 
(1901 – 1978), nos mostra que em várias sociedades, consideradas ancestrais ou mais primitivas, o 
conceito de competição é inexistente e que, na atualidade, muitas empresas de renome já 
perceberam que ao criarem uma atmosfera mais colaborativa entre os funcionários aumentam sua 
produtividade. Uma vez estabelecido que a competividade não é intrínseca ao ser humano, acredito 
que o componente da educação física aliado aos jogos cooperativos possam oferecer um avanço 
para uma sociedade mais justa. Se olharmos os jogos em uma perspectiva que eles “representam 
uma articulação-chave em qualquer sociedade, e é um meio poderosíssimo de formar 
comportamentos”. (SOLER, 2008, p. 28). e de que “a maneira como se joga pode tornar o jogo mais 
importante do que imaginamos, pois significa nada menos que a maneira como, estamos no 
mundo.” (ORLICK 1989, p. 108), podemos aferir que uma mudança de paradigma, da competição 
para colaboração, nos anos iniciais, muito importantes na formação de um indivíduo, podem gerar 
pessoas mais conscientes da importância de um convívio mais pacífico, menos preconceituoso, mais 
ético, justo e abrangente, que abarque a todos (em suas diversidades e habilidades), em sociedade. 
Para Broto 
“Os jogos cooperativos surgiram da preocupação com a excessiva valorização dada ao 
individualismo e a competição exacerbada, na sociedade moderna. [...] foram criados com o 
objetivo de promover, através das brincadeiras e jogos, a auto-estima, juntamente com o 
desenvolvimento de habilidades interpessoais positivas” (BROTTO, 1999, p. 63). 
e acredito que autoestima, assim como habilidades interpessoais positivas, são componentes 
fundamentais para uma educação integral, que visa formar pessoas críticas, reflexivas e conscientes 
de sua cidadania, como preconiza a Base Nacional Curricular, e, quiçá, um mundo mais justo e 
inclusivo. 
 
REFERÊNCIAS: 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018 
Disponível em: 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf Acesso 
em 27 abril. 2021 
BROTTO, Fabio Otuzi. Jogos cooperativos: o jogo e o esporte como um exercício de 
convivência. 2009. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Educação Física - Universidade Estadual 
de Campinas, Campinas, 1999. Disponível em: 
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000202203. Acesso em: 27 abril 2021 
MAFFEI, Willer Soares. Proposições teórico-metodológicas e práticas pedagógicas da 
Educação Física. Curitiba: InterSaberes, 2019 
ORLICK, Terry. Vencendo a competição. São Paulo: Círculo do Livro, 1989. 
SILVA, Robson Amaral. Fundamentos e Métodos do Ensino de Artes e Educação Física. 
Batatais: Claretiano, 2021. Guia de Estudos On-line. 
SOLER, Reinaldo. Brincando e aprendendo com os jogos cooperativos. Rio de Janeiro: 
Sprint, 2008. 
 
 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000202203

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