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147 - APOSTILA - HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA

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Prévia do material em texto

História da 
Educação Física
Professora 
Yedda Maria da Silva Caraçato de Sousa
Diretor Geral 
Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino e Pós-graduação
Daniel de Lima
Diretor Administrativo 
Eduardo Santini
Coordenador NEAD - Núcleo
de Educação a Distância
Jorge Van Dal
Coordenador do Núcleo de Pesquisa
Victor Biazon
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Projeto Gráfico e Editoração
André Oliveira Vaz
Revisão Textual
Kauê Berto
Web Designer
Thiago Azenha
UNIFATECIE Unidade 1
Rua Getúlio Vargas, 333,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 2
Rua Candido Berthier
Fortes, 2177, Centro
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 3
Rua Pernambuco, 1.169,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.unifatecie.edu.br
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir
do site ShutterStock
FICHA CATALOGRÁFICA
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFATECIE. 
Credenciado pela Portaria N.º 527 de 10 de junho de 2020, 
publicada no D.O.U. em 15 de junho de 2020.
Núcleo de Educação a Distância;
SOUSA, Yedda Maria da Silva Caraçato de.
História da Educação Física.
Yedda. Maria da Silva Caraçato de Sousa.
Paranavaí - PR.: UniFatecie, 2020. 69 p.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária
Zineide Pereira dos Santos.
AUTORA
Profa. Yedda Maria da Silva Caraçato
Mestranda em Educação Física pelo Programa de Pós Graduação Associado em 
Educação Física (UEM/UEL). Licenciada em Educação Física pela Universidade Estadual 
de Maringá (UEM) e Bacharela em Educação Física pelo Centro Universitário INTA - UNIN-
TA. Acadêmica do curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional (UNINTER). 
Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física Escolar - GEEFE/UEM/
CNPq. Professora da rede municipal de ensino de Paiçandu. ORCID: https://orcid.org/0000-
0002-6602-3921
INFORMAÇÕES RELEVANTES:
●	 Licenciada em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá.
●	 Bacharela em Educação Física pelo Centro Universitário Inta - UNINTA
●	 Mestranda em Educação Física pelo programa de Pós-Graduação em Educa-
ção Física associado UEM-UEL
●	 http://lattes.cnpq.br/5403362583816958
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Olá, aluno(a),
Esse material de estudo é referente a nossa disciplina História da Educação Física.
Penso que se você está lendo esse material está procurando entender e conhecer 
ainda mais a história do curso/do seu futuro campo de trabalho. Para entender e conhecer 
melhor o seu curso teremos quatro unidades nesse material.
●	 Na Unidade I	estudaremos	o	que	é	a	Educação	Física,	o	conceito,	as	especifi-
cidades	de	Licenciatura	e	Bacharel	em	EF	e	os	campos	de	atuação	profissional	
de	cada	especificidade.
●	 Já na Unidade II você irá saber mais sobre a história da Educação Física tanto no 
contexto mundial como no Brasil, sua origem, desenvolvimento e características 
ao longo das décadas.
●	 Na sequência, na Unidade III, falaremos a respeito dos aspectos legais da 
Educação Física, olhando tanto para o contexto escolar e não escolar.
●	 Em nossa Unidade IV	 vamos	 finalizar	 o	 conteúdo	 dessa	 disciplina	 com	 A	
Educação Física: Ensino e carreira, trazendo metodologias de ensino da EF 
e preocupações acerca da carreira em EF no contexto formal e não formal na 
contemporaneidade.
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 6
Introdução a Educação Física
UNIDADE II ................................................................................................... 21
História da Educação Física
UNIDADE III .................................................................................................. 38
Aspectos Legais da Educação Física
UNIDADE IV .................................................................................................. 52
Educação Física: Ensino e Carreira
6
Plano de Estudo:
• Conhecer o que é a Educação Física
• Compreender o panorama dos conhecimentos sobre a área da Educação Física e atuação 
profissional
Objetivos de Aprendizagem:
• Entendimento do que é a Educação Física 
• Entendimento acerca do panorama dos conhecimentos sobre a área da Educação Física 
e	atuação	profissional
UNIDADE I
Introdução a Educação Física
Professora Yedda Maria da Silva Caraçato de Sousa
7UNIDADE I Introdução a Educação Física
INTRODUÇÃO
Olá aluno(a), seja bem-vindo(a) à Unidade I da nossa apostila de estudos da disci-
plina de História da Educação Física.
Nesta unidade iremos estudar o conceito Educação Física, os conhecimentos sobre 
nossa	área	no	campo	da	Licenciatura	e	do	Bacharelado	e	o	campo	de	atuação	profissio-
nal	nessas	especificidades	da	nossa	área.	Dessa	 forma,	estamos	oportunizando	a	você	
a	 construção	 de	 competências	 profissionais	 e	 conhecimentos	 de	 ordem	procedimentais	
que	o	oportunizem	estabelecer	habilidades	e	competências	significativas	para	entender	e	
conceituar a Educação Física no campo da Licenciatura e no Bacharelado, compreendendo 
suas	potencialidades	e	limitações	existentes	nos	campos	de	atuação	profissional	em	que	
cada	especificidade	oferece.	
Tendo esses constructos estabelecidos, quero lhe trazer um questionamento: você 
já conhece os campos de atuação da Educação Física? Se sua resposta for positiva, quero 
convidá-lo(a)	a	refletir	sobre	como	esses	campos	se	configuram	na	atualidade;	e,	em	caso	
negativo, este é um momento ímpar para entender o campo no qual você está adentrando. 
Vamos conhecê-lo.
Bom estudo!
8UNIDADE I Introdução a Educação Física
1 O QUE É EDUCAÇÃO FÍSICA
O que é a Educação Física? Conceituar essa área com um grande leque de atua-
ções não é nada fácil, para tanto, é necessário entendermos que ela possui várias incursões 
que se completam e mostram caminhos para o que pode ser a atual Educação Física.
Segundo Tubinho (2008), para explicar o novo conceito de Educação Física é ne-
cessário estabelecer uma sequência lógica de raciocínio:
 Primeiro: o conceito de Educação, saiu de uma perspectiva terminalista para outra 
perspectiva de educação continuada, dessa forma então, deixando de constituir-se num 
programa voltado para uma educação apenas num período na vida das pessoas.
 Segundo: a Educação Física, era concebida como componente educacional, dessa 
forma	ficou	por	muito	tempo,	assim	delimitada	à	infância	e	adolescência,	pois	era	aplicada	
em processos formais na escola. Acontece então um rompimento, o qual leva a Educação 
Física a constituir-se num processo de Educação ao longo da vida das pessoas, deixando 
então de ser apenas para crianças e adolescentes e chegando também ao jovens, adultos 
e idosos, pois era desenvolvida em vários locais, independentemente.
	Terceiro:	a	atividade	física	continua	a	ser	um	meio	específico	da	Educação	Física,	
podendo	ser	utilizada	com	fins	educativos,	por	meio	de	exercícios	ginásticos,	jogos,	danças,	
esportes, atividades de aventura, relaxamento e muitas outras.
 Quarto: se é uma Educação Física, ela tem que educar para algo, alguma coisa, 
de forma que possa lhe dar sentido. Ou seja, nessa nova concepção de Educação Física, 
9UNIDADE I Introdução a Educação Física
ela está relacionada, ela constitui-se um meio para um estilo de vida ativo durante toda a 
existência das pessoas.
 Quinto: para a Educação Física poder ser um estilo de vida ativo, ela terá que 
ser concomitantemente uma Educação para a Saúde e para o Lazer. Sendo que, nesse 
processo a Educação Física desenvolverá hábitos, conhecimentos e atitudes.
É evidente que essa Educação Física com mais sentido substitui/deve substituir 
a Educação Física passatempo ou Funcionalista de outrora, pois o importante, a partir do 
manifesto da Educação Física em 2000, será o processo do desenvolvimento de um estilo 
de vida, o qual que levará as pessoas a uma qualidade de vida desejável e as oportuni-
dades de entretenimentos considerados saudáveis,além disso propiciar seres integrais e 
melhores convivências humanas.
	Sendo	assim,	Tubino	(2008)	afirma	que	a	Educação	Física,	nessa	nova	interpre-
tação, passa a ser um ensino para a criação de habilidades motoras, atitudes e conheci-
mentos. Esse novo conceito renovado de Educação Física, além de dar sentido aos seus 
programas, rompe com o seu entendimento como simples atividade, passatempo ou moda.
Para Bracht (1997) é comum buscar elucidar a essência da Educação Física como 
se esta existisse independentemente da Educação Física concreta e situada historicamente 
que conhecemos.
Já para Medina (1983), existem três concepções do que é a Educação Física, 
sendo	a	primeira	a	Educação	Física	Convencional,	a	qual	define	EF	como	um	conjunto	de	
conhecimentos	e	atividades	específicas	que	visam	o	aprimoramento	 físico	das	pessoas,	
dessa forma, os aspectos sociais e psicológicos têm um papel irrelevante. A segunda 
concepção	 é	 relacionada	 à	 Educação	 Física	Modernizadora,	 que	 define	 como	 sendo	 a	
área do conhecimento humano que, fundamentada pela interseção de diversas ciências e, 
através	de	movimentos	específicos,	objetiva	desenvolver	o	rendimento	motor	e	a	saúde	dos	
indivíduos. Dessa forma, considerando o ser humano como sendo composto pelo corpo e 
mente/espírito. 
A terceira concepção que Medina (1983) traz é a Educação Física Revolucionária, 
a	qual	entende	o	ser	humano	por	meio	de	todas	as	suas	dimensões,	sendo	definida	como	a	
arte	e	a	ciência	do	movimento	humano	que,	através	de	atividades	específicas,	auxiliam	no	
desenvolvimento integral dos seres humanos, renovando-os e transformando-os no sentido 
de sua autorrealização e em conformidade com a própria realização de uma sociedade 
mais justa e livre.
10UNIDADE I Introdução a Educação Física
Segundo Oliveira (1983), várias denominações para a Educação Física foram 
adotadas e vemos que ainda são atualmente, como EF sendo educação do movimento, 
educação pelo movimento, educação do corpo, cultura do físico e esporte. Essas são 
algumas das nomenclaturas, mas ele ainda acredita que o esporte é a nomenclatura que 
mais compete com a expressão Educação Física. Entretanto seus dizeres apontam que 
a característica essencial da EF é o movimento humano e sem ele a Educação Física 
não existe, sendo o movimento o que distingue a EF das demais disciplinas. E sendo os 
elementos da EF a ginástica, o jogo, o esporte e a dança. 
De acordo com o Coletivo de Autores (1992, p. 33), a EF é uma disciplina que 
trata, pedagogicamente, na escola, do conhecimento de uma área denominada de cultura 
corporal.
Para Betti (1992), a EF na escola, como componente curricular da Educação básica, 
também está ligada em introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento, assim 
formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o 
para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e dança, das ginásticas e práticas 
de aptidão física, em benefício da qualidade da vida. 
Dessa forma, aluno(a), podemos entender que o conceito de Educação Física não 
é um só, mas é amplo e engloba tudo que nela está inserido, mas entende-se que a EF está 
para e pelo movimento humano.
11UNIDADE I Introdução a Educação Física
2 PANORAMA DOS CONHECIMENTOS SOBRE A ÁREA DA EDUCAÇÃO FÍSICA E 
ATUAÇÃO PROFISSIONAL
A formação em Educação Física deveria abranger uma formação ampla e con-
sistente	para	que	o	profissional	pudesse	trabalhar	em	qualquer	das	áreas	oferecidas	pela	
EF. Mas você, aluno(a), deve estar se questionando: “qual o motivo de atualmente termos 
essas	duas	(Licenciatura	e	Bacharel)	especificidades	da	Educação	Física?”.
Morschbacher (2012) expõe que, naquele momento, em 2005, a divisão do Curso 
se	justificou	pela	crescente	expansão	do	mercado	de	trabalho	e	pelas	mudanças	na	legisla-
ção referente à formação de professores para a atuação na Educação Básica, em sintonia 
com o sistema Conselho Federal de Educação Física e Conselho Regional de Educação 
Física (CONFEF/CREF).
Sendo	assim,	nesse	momento	em	que	o	nosso	mercado	de	trabalho	fica	mais	exi-
gente,	o	momento	político,	histórico	e	social	que	se	passava	no	momento,	fica	estabelecido	
que os ingressantes até o ano de 2005, teria sua formação em Licenciatura plena em 
Educação Física, exposto na Resolução CNE/CP n° 2/2002, que dizia que a partir de 
15	de	outubro	de	2005	os	cursos	deveriam	ter	formações	distintas.	Porém	não	fica	claro	
para algumas instituições e começa gerar grandes tumultos, incluindo o CONFEF/CREF. O 
MEC, dessa forma, emite a Nota Técnica n° 003/2010 - CGOC/DESUP/SESu/MEC, de 05 
de agosto de 2010, e deixa claro em seu artigo IV- 19:
12UNIDADE I Introdução a Educação Física
Os cursos de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física possuem 
legislação	específica	para	cada	qual,	apresentando	finalidade	e	integralidade	
próprias, exigindo-se, assim, projeto pedagógico e matriz curricular adequa-
dos a cada grau.
Dessa forma, entendemos que atualmente o curso de Educação Física não é mais 
uma só formação, mas sim cursos distintos, contendo núcleo de estudos de formação geral, 
tanto para o(a) futuro(a) licenciado(a) em EF quanto para o(a) futuro(a) bacharel(a) em EF.
O Conselho Nacional de Educação, no ano de 2018, traz uma nova resolução para 
os cursos de Educação Física. É de grande importância entendermos: o curso de Educação 
Física (Bacharel/Licenciatura) deve conter carga horária referencial de 3.200 (três mil e 
duzentas) horas para o desenvolvimento de atividades acadêmicas. 
No Art. 5º dessa mesma resolução se apresenta que, dada a necessária articulação 
entre conhecimentos, habilidades, sensibilidade e atitudes requerida do egresso para o 
futuro	exercício	profissional,	a	 formação	do	graduado	em	Educação	Física	 terá	 ingresso	
único, destinado tanto ao bacharelado quanto à licenciatura, e desdobrar-se-á em duas 
etapas, conforme descrição a seguir:
I. Etapa	Comum	-	Núcleo	de	estudos	da	formação	geral,	identificador	da	área	de	
Educação Física, a ser desenvolvido em 1.600 (mil e seiscentas) horas referen-
ciais, comum a ambas as formações. 
II. Etapa	 Específica	 -	 Formação	 específica	 a	 ser	 desenvolvida	 em	 1.600	 (mil	
e seiscentas) horas referenciais, na qual os graduandos terão acesso a 
conhecimentos	 específicos	 das	 opções	 em	 bacharelado	 ou	 licenciatura. 
Muitas vezes, nas Instituições de Ensino Superior, o aluno escolhe quais das 
duas	 especificidades	 gostaria	 de	 cursar,	 entretanto	 as	 1.600	 horas	 de	 curso	
serão	 iguais,	 independentemente	 de	 ter	 escolhido	 uma	 das	 especificidades.	
Após cursadas essas 1.600 horas do núcleo comum, os cursos oferecem a 
etapa	específica,	assim,	entrando	nas	especificidades	da	área	da	Licenciatura	
ou Bacharelado.
Agora	vamos	entender	um	pouco	sobre	cada	etapa	específica	(Licenciatura/Bacha-
rel),	ou	seja,	para	que	cada	área	está	voltada,	e	seu	campo	de	atuação	profissional.
13UNIDADE I Introdução a Educação Física
3 LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA E SEU CAMPO DE ATUAÇÃO
Você já conhece um pouco mais do curso de Licenciatura em Educação Física? Se 
não conhece, vamos conhecer!
O curso de Licenciatura em Educação Física no Brasil já passou por diversas 
mudanças. Atualmente o seu principal foco está voltado para formação de professores 
para atuarem na escola, sendo esse campo de atuação um local muito abrangente para o 
professor de Educação Física estar presente.
O Conselho Nacional de Educação, em dezembro de 2018, traz uma nova reso-
lução para o curso de Licenciatura em Educação Física, sendo que o curso deve conter 
carga horária referencial de 3.200 (três mil e duzentas) horas para o desenvolvimento de 
atividades acadêmicas (BRASIL, 2018a).
No curso de Licenciatura em EF, o Licenciado terá formação humanista, técnica, 
crítica,	 reflexiva	 e	 ética	 qualificadora	 da	 intervenção	 profissional	 fundamentada	 no	 rigor	
científico,	 na	 reflexãofilosófica	 e	 na	 conduta	 ética	 no	magistério,	 ou	 seja,	 na	 docência	
do componente curricular Educação Física, tendo como referência a legislação própria do 
Conselho Nacional de Educação para a área (BRASIL, 2018b).
A	especificidade	da	Licenciatura	em	Educação	Física	é	voltada	para	a	área	escolar,	
ou seja, o seu único campo de trabalho é o ambiente escolar, como professor da disciplina 
de Educação Física, um componente curricular obrigatório nos níveis de ensino Fundamen-
tal II (6º ao 9º ano) e Ensino Médio (1ª a 3ª série) e a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
14UNIDADE I Introdução a Educação Física
É de grande importância entendermos que o documento que norteia a EF como 
uma disciplina nas escolas é a LDBEN 9394/96. Para tanto, há que se entender que os 
professores de educação física vêm conquistando cada vez mais espaço na área escolar, 
tendo adentrado não de forma obrigatória, mas vêm conquistando esse espaço na Educação 
Infantil - EI (1,2, 3, 4 e 5). De forma que atualmente muitos municípios estabeleceram como 
lei a presença do professor formado em Licenciatura em Educação Física para trabalhar 
a disciplina na EI, no lugar em que antes o professor formado em pedagogia tinha esse 
espaço, sendo que o professor de EF é o professor especialista na disciplina EF.
O	órgão	responsável	em	“fiscalizar”	a	Educação	em	geral,	sendo	assim,	a	Licencia-
tura	em	EF,	é	o	MEC.	É	importante	saber	de	alguns	documentos	que	norteiam	o	profissional	
da Educação e, para tanto, o professor de Educação Física, sendo eles a Lei de Diretrizes 
e	Bases	da	Educação	Nacional	 (LDBEN	9394/96),	define	e	 regulariza	a	organização	da	
educação brasileira com base nos princípios presentes na Constituição, as Diretrizes Curri-
culares Nacionais (DCNs), são normas obrigatórias para a Educação Básica que orientam 
o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de ensino e o Plano Nacional de 
Educação (PNE), determina diretrizes, metas e estratégias para a política educacional a 
cada 10 anos. Desde 2017, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento de 
caráter	normativo,	define	o	conjunto	orgânico	e	progressivo	de	aprendizagens	essenciais	
que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação 
Básica.
Há que se entender que o professor de Educação Física, ou seja, o Licenciado em 
Educação Física, tem uma grande gama de trabalho dentro do mundo escolar, podendo 
atuar desde a Educação Infantil até o Ensino Médio e a EJA, tanto em escolas públicas 
como em escolas privadas. Dessa forma, estando presente na vida escolar dos alunos 
durante todo o tempo em que ele está em formação na escola.
15UNIDADE I Introdução a Educação Física
4 BACHAREL EM EDUCAÇÃO FÍSICA E SEU CAMPO DE ATUAÇÃO
Se você chegou até aqui, aluno(a), penso que está querendo saber um pouco mais 
dessa formação – Bacharelado em Educação Física –, então vamos lá!
Segundo Anversa (2017), os cursos de Bacharelado em EF tiveram um início, ainda 
tímido, a partir da Resolução CFE n. 03/1987, uma vez que a área ainda não tinha um 
consenso sobre o bacharelado.
Para Oliveira (2006), por meio dessa Resolução, o currículo do curso se desvin-
culou do formato mínimo, garantindo às IES a oportunidade de desenvolver seu PPC de 
acordo	com	as	necessidades	regionais,	possibilitando	a	oferta	de	uma	formação	específica	
para a licenciatura ou para o bacharelado, por meio dos indicativos da formação geral 
(humanística e técnica) e de aprofundamento.
No ano de 1997, por meio da Resolução n. 218/1997, a Educação Física foi re-
conhecida como área da saúde e, no ano subsequente, por meio da Lei 9696/1998, foi 
regulamentada	como	profissão.	Com	isso	foram	criados	o	Conselho	Federal	de	Educação	
Física (CONFEF) e os Conselhos Regionais de Educação Física (CREFs), sendo revistos 
os	campos	de	atuação	do	profissional,	ampliando	suas	possibilidades	de	intervenção.
A formação Bacharel em Educação Física atualmente é constituída em 3200 horas 
referenciais	 e	 sendo	 dessas	 1600	 horas	 específicas,	 conforme	Resolução	CNE/CES	 n.	
06/2018, como explicado no começo da nossa unidade. A formação do Bacharel em EF 
deve	ser	concebida,	planejada,	operacionalizada	e	avaliada,	qualificando-o	para	a	 inter-
16UNIDADE I Introdução a Educação Física
venção	profissional	em	treinamento	esportivo,	orientação	de	atividades	físicas,	preparação	
física, recreação, lazer, cultura em atividades físicas, avaliação física, postural e funcional, 
gestão relacionada com a área de Educação Física, além de outros campos relacionados 
às prática de atividades físicas, recreativas e esportivas; visando a aquisição e desenvolvi-
mento	dos	seguintes	conhecimentos,	atitudes	e	habilidades	profissionais	(BRASIL,	2018b).	
A partir dessa constituição da formação do curso de bacharel em EF, conseguimos 
ver o vasto campo de atuação que o Bacharelado nessa área pode atuar, sendo uma área 
que atualmente vêm crescendo, acompanhando o nosso mercado e a evolução dele.
Há	que	 se	 conhecer	melhor,	 então,	 as	 áreas	que	os	 profissionais	 de	Educação	
Física podem atuar, sabendo que há um grande leque de campos de atuação para esse 
profissional.	Lembre-se	que	o	bacharel	é	conhecido	como	área	não	escolar,	ou	seja,	atua	
em todos os outros campos fora da escola. 
O bacharel é muitas vezes ligado ao instrutor de academia, ao personal trainer, 
mas temos campos de atuação para além da academia. Pode-se atuar com esporte, o 
treinamento esportivo nas modalidades convencionais e não convencionais, a recreação 
em hotéis, festas infantis, eventos em geral, grupos de corrida, treinamento funcional, na 
natação, no núcleo de apoio à saúde da família, nas secretarias de esporte e lazer de 
municípios, estados entre outros. 
Além de ser um vasto campo, também há uma grande faixa etária e população que 
esse	profissional	poderá	trabalhar	após	sua	formação,	desde	o	bebê	até	idosos,	grávidas,	
pessoas	com	deficiências,	comorbidades,	doenças,	entre	muitas	outras	especificidades.	É	
importante ressaltar que o bacharel é uma área em constante mudança, pelo fato de a cada 
dia ter mais adeptos a cuidar da sua saúde, do seu bem estar, do seu corpo. Sendo assim, 
crescendo	ainda	mais	o	público	e	modalidades	que	os	profissionais	de	Educação	Física	
podem atuar.
17UNIDADE I Introdução a Educação Física
SAIBA MAIS
Criado	em	2008,	o	Núcleo	de	Apoio	à	Saúde	da	Família	(NASF)	surgiu	com	a	finalida-
de de aumentar as ações da Estratégia de Saúde da Família (ESF) por meio de sua 
atuação integrada com as equipes de saúde e todas as redes de serviço. Dessa forma, 
o	presente	artigo	apresenta	os	Profissionais	de	Educação	Física	e	o	SUS:	desafio	nos	
Núcleos de Apoio à Saúde da Família. Para complementar o presente vídeo traz discus-
sões	acerca	da	presença	do	profissional	de	EF	no	SUS.
Acesse:
Profissionais	de	Educação	Física	e	o	SUS:	desafio	nos	Núcleos	de	Apoio	à	Saúde	da	Família.	Disponível	
em:	 https://www.crefsc.org.br/principal/wp-content/uploads/2017/02/Artigo-Profissionais-de-Educa%-
C3%A7%C3%A3o-F%C3%ADsica-e-o-SUS.pdf	
Educação Física e SUS. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=CvaSNaWstVg
REFLITA 
Como	vimos	nessa	unidade,	o	profissional	de	EF	bacharel	está	inserido	no	Núcleo	de	
Atenção à saúde da família. Dessa forma estamos presentes no Sistema único de saú-
de. Qual a importância de estarmos presentes na Saúde pública do Brasil?
Fonte: a autora.
https://www.crefsc.org.br/principal/wp-content/uploads/2017/02/Artigo-Profissionais-de-Educa%C3%A7%C3%A3o-F%C3%ADsica-e-o-SUS.pdf
https://www.crefsc.org.br/principal/wp-content/uploads/2017/02/Artigo-Profissionais-de-Educa%C3%A7%C3%A3o-F%C3%ADsica-e-o-SUS.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=CvaSNaWstVg
18UNIDADE I Introdução a Educação Física
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entender o que é Educação Física, o seu conceito que não é único, mas um con-
junto de informações sobre a EF, que envolvem o movimento. Assim conseguimos explicare conceituar a Educação Física de forma geral. 
Entendemos	também	a	Educação	Física	e	suas	especificidades	e	seu	campo	de	
atuação, sendo assim, faz com que você consiga compreender qual o sentido das disciplinas 
e da sua formação de modo geral, visto que você já cursou algumas disciplinas de núcleo 
comum	e	terá	mais	algumas	pela	frente	e	 logo	mais	disciplinas	de	núcleo	específico,	as	
quais	são	voltadas	para	a	especificidade	da	Educação	Física	que	você	aluno(a)	escolheu,	
Licenciatura ou Bacharelado. Agora você consegue entender o porquê desses núcleos e 
dessas disciplinas, não é mesmo?
Dessa forma, entendendo o conceito de Educação Física e suas áreas você com-
preende como é um campo vasto e cheio de conhecimentos.
Se você chegou até aqui, conseguiu conhecer um pouco mais do seu futuro campo 
de	atuação	e	até	mesmo	ter	a	certeza	de	qual	especificidade	–	Licenciatura	e/ou	Bacharel	
– você quer atuar/trabalhar no futuro.
Lembre-se sempre que a Licenciatura em Educação Física está ligada à área es-
colar	e	o	Bacharel	à	área	não	escolar,	o	qual	tem	o	conselho	CONFEF/CREF,	que	fiscaliza	
a atuação. Podendo essa atuação ser em academias, clubes, recreação, hospitais e muitos 
outros.
19UNIDADE I Introdução a Educação Física
LEITURA COMPLEMENTAR
Artigo:	 O	 profissional	 em	 educação	 física	 no	 Brasil:	 desafios	 e	 perspectivas	 no	
mundo do trabalho.
Neste	 trabalho	articulamos	os	desafios	na	 formação	do	profissional	bacharel	em	
educação	física,	nos	documentos	oficiais	e	a	sua	intervenção	no	mundo	do	trabalho.	Am-
pliamos as percepções e avaliamos a proposta de formação nos saberes e conhecimentos 
para	esse	campo	de	atuação;	por	fim	levantamos	desafios	e	perspectivas	para	formar	o	
bacharel	em	educação	física	no	Brasil.	A	análise	de	conteúdo	dos	documentos	oficiais	sobre	
a formação do bacharel oferece suporte para nossas proposições concernentes à formação 
desse	profissional,	tendo	como	referencial	teórico	estudos	do	campo	da	educação	e	artigos	
específicos	da	área.	Com	base	nos	resultados	dessa	análise,	construímos	uma	matriz	dos	
saberes	 estabelecidos	 nos	 documentos	 oficiais.	 Elaboramos	 um	 conjunto	 de	 propostas	
desafiadoras	para	a	 formação	desse	profissional,	 recontextualizada	e	articulada	com	os	
interesses	das	comunidades	a	que	esse	profissional	se	propõe	servir.
Acesse:	 NUNES,	 Marcello	 Pereira;	 VOTRE,	 Sebastião	 Josué;	 SANTOS,	 Wagner	 dos.	 O	 profissio-
nal	 em	 Educação	 Física	 no	 Brasil:	 desafios	 e	 perspectivas	 no	 mundo	 do	 trabalho.	Motriz: Revista de 
Educação Física, v. 18, n. 2, p. 280-290, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pi-
d=S1980-65742012000200008&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 21 ago. 2020.
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1980-65742012000200008&script=sci_arttext&tlng=pt
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1980-65742012000200008&script=sci_arttext&tlng=pt
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1980-65742012000200008&script=sci_arttext&tlng=pt
20UNIDADE I Introdução a Educação Física
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
• Título: O que é Educação Física
• Autor: Vitor Marinho de Oliveira
• Editora: Brasiliense
•	Sinopse:	“Ginástica	para	o	corpo	e	música	para	a	alma”,	“Mens	
sana	in	corpore	sano”.	Gregos	e	latinos	antes	de	Cristo	já	se	uniam	
no elogio do corpo. Atualmente as pessoas redescobrem os valo-
res dos exercícios físicos e praticam jogging nas calçadas e praias. 
As academias de ginástica e escolas de dança estão repletas. Os 
astros de Hollywood, Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone, 
incentivam	a	prática	do	halterofilismo.	Mas	se	as	alternativas	são	
muitas, as dúvidas também. Seria tudo isso Educação Física? 
Esse cuidado com o corpo é realmente importante? Participação 
ou alienação?
FILME/VÍDEO
• Título: A graduação em Educação Física
• Ano: 2014
• Sinopse: O vídeo apresenta sobre a graduação em Educação 
Física	e	suas	especificidades:	bacharel	e	licenciatura.
• https://www.youtube.com/watch?v=c1O7GFpKlxQ
OBS: (até 4 min e 28s está falando relacionado à Educação Física, 
a partir disso o vídeo traz sobre outras graduações.)
https://www.youtube.com/watch?v=c1O7GFpKlxQ
21
Plano de Estudo:
• Breve histórico da Educação Física no contexto mundial - origem, desenvolvimento e ca-
racterísticas
• Breve histórico da Educação Física no Brasil - origem, desenvolvimento e características
• Conhecer a Educação Física, esporte e seus desdobramentos: do início à contempora-
neidade
Objetivos de Aprendizagem:
• Compreender a origem, desenvolvimento e as principais características da Educação 
Física no mundo
• Compreender a origem, desenvolvimento e as principais características da Educação 
Física no Brasil
• Compreender a EF, esporte e seus desdobramentos: do início à contemporaneidade
UNIDADE II
História da Educação Física
Professora Yedda Maria da Silva Caraçato de Sousa
22UNIDADE II História da Educação Física
INTRODUÇÃO
Olá aluno(a)!
Na Unidade II, iremos estudar sobre a Educação Física, sua origem, desenvolvi-
mento e características no mundo. Como também estudaremos a Educação Física, sua 
origem, desenvolvimento e características no Brasil. Como também estudaremos a relação 
da Educação Física, o esporte e seus desdobramentos desde seus primeiros indícios até 
atualmente. Lembre-se que entender sobre o surgimento da então Educação Física é muito 
importante.
Se você chegou até aqui, espero que esteja disposto(a) a entender um pouco mais 
sobre nossa área! A Educação Física, como visto na Unidade I, é uma área muito rica, 
com grandes oportunidades, para tanto, vamos conhecer como se constituiu a história da 
Educação Física? 
Bons estudos!
23UNIDADE II História da Educação Física
1 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO CONTEXTO MUNDIAL
Para entender a história da Educação Física no contexto mundial, é necessário ve-
rificar	os	primeiros	traços	identificados	como	ginástica	a	então	atual	Educação	Física	(EF)	
em vários locais do mundo, pois cada país vivia e vive um contexto social. Visto que até 
hoje a maioria dos países vivem de forma socializada, dentro do Brasil encontramos povos 
que	vivem	em	tribos,	em	meio	a	floresta,	influenciando,	assim,	nos	primeiros	movimentos	
da humanidade que podem ser interpretados como EF. 
É imprescindível entender que primeiro, a hoje conhecida como Educação Física, 
antigamente, nos seus primeiro indícios era conhecida como ginástica, no decorrer do texto 
adotamos o nome Educação Física para melhor entendimento e compreensão.
Pensando nisso e na forma em que a sociedade vivia na pré-história, pode-se 
entender que a EF nem sempre foi relacionada como estética, mais precisamente como a 
Educação Física é atualmente. Para tanto, vamos buscar, na história mundial, momentos 
em que são marcados pela presença da EF, assim, construindo a história da EF no contexto 
mundial. 
Segundo Bagnara, Lara e Calonego (2010), a Educação Física vem evoluindo 
gradativamente, seguindo a evolução cultural dos povos, estando interligada aos sistemas 
políticos,	sociais,	econômicos	e	científicos	das	sociedades.	Os	exercícios	físicos	sempre	
foram evoluindo, dependendo sempre de sua época e de suas culturas, de forma que as 
24UNIDADE II História da Educação Física
atividades foram passando por mudanças. Na pré-história, os homens apresentavam as ati-
vidades físicas de cinco maneiras diferentes: natural, utilitário, guerreiro, ritual e recreativo.
Os primeiros relatos que temos vêm desde a pré-história, em que se tinha uma 
preocupação com o físico mais forte, mas voltado para a proteção, pois as atividades físicas 
dessa época eram voltadas para se defender e atacar, sendo que
Todos os exercícios físicos, qualquer que seja sua forma de realização, 
possuem suas raízes, de forma hipotética ou verdadeira nas mais primitivas 
civilizações.	Pode	 -se	afirmar	que	 todos	os	 tipos	de	exercícios	 físicos	são	
provenientes de quatro grandes causas humanas: luta pela existência, ritos e 
cultos, preparação guerreirae jogos e práticas atléticas (BAGNARA; LARA; 
CALONEGO, 2010, p. 1).
Pensando nesse contexto e no homem que ali vivia, ele realizava ações de caça, 
marcha, subida em árvores, nado, salto e lançamento de suas armas de arremesso, entre 
outras ações. Atualmente entende-se que esses são os primeiros traços que apontavam 
para um início da EF. Porém, era algo cultural e vivido cotidianamente. Registros propria-
mente ditos da Educação Física surgem um pouco mais tarde. Esses registros são trazidos, 
então, por cada povo, cada país com focos diferentes. 
Na China, segundo Bagnara, Lara e Calonego (2010), Educação Física era pratica-
da	em	caráter	de	guerra,	além	da	finalidade	terapêutica	e	higiênica.	Já	no	Japão,	a	hoje	EF	
possuía	fundamentos	médicos,	higiênicos,	filosóficos,	religiosos	e	guerreiros.	
O grande destaque para a construção da EF encontramos na Grécia antiga. Foi 
na Grécia que surgiram os atuais jogos olímpicos, naquele contexto surgem os jogos para 
momentos fúnebres, depois os jogos têm um caráter religioso para saudar os Deuses do 
Olimpo. Nessa época tinha-se lutas, tiro com arco, jogo de bola e outros. Os primeiros Jogos 
olímpicos ocorreram em 1479 a.C. e o último, em 393 d.C., esses jogos eram um intercâm-
bio cultural entre as cidades-estado Gregas, porém o nome desse jogo era Pan-Helênicos, 
o termo olimpíadas era o período de 4 em 4 anos que levava para os jogos ocorrerem. 
Ainda na Grécia foi onde surgiram os grandes pensadores Platão, Aristóteles, 
Sócrates e outros, os quais contribuíram com conceitos, utilizados até hoje, como: o de 
equilíbrio entre corpo e espírito ou mente (Platão). Na Grécia surgem vários conceitos uti-
lizados	na	Educação	Física	atualmente,	principalmente	na	especificidade	do	bacharelado,	
como:	halteres	(“peso	livre	utilizado	na	academia”),	Atleta,	a	ginástica	e	muitos	outros.
Em Roma, quando é tomada de forma militar pela Grécia, é vista a preparação dos 
soldados e população para guerra, sendo assim visto como a EF. Segundo Bagnara, Lara 
e Calonego (2010, p. 1), 
25UNIDADE II História da Educação Física
A Idade Média foi marcada pelo impacto do Cristianismo, repleta de asce-
tismo. Mesmo com isso, os estudantes continuavam a seguir as teorias de 
Aristóteles, enriquecendo o patrimônio dos conhecimentos. Nesta época 
floresceu	 a	 arte	 gótica,	 surgiram	 as	 primeiras	 universidades,	 e	 com	 elas	
personalidades geniais como Santo Tomás de Aquino. Considerada como 
“a	Idade	das	Trevas”,	o	culto	ao	corpo	era	considerado	pecado	e	com	isso,	
houve uma grande decadência da Educação Física. Os exercícios físicos 
ficaram	retidos	em	torneios	muito	sangrentos.
Após essa grande decadência da EF, na época do Renascimento, começa buscar 
seu próprio conhecimento. Assim, nesse período, segundo Pereira e Moulin (2006), a EF 
volta a explodir, mas conhecida como cultura física. Grandes artistas, nesse momento, em 
suas pinturas retornam a enaltecer a admiração, beleza do corpo – um grande exemplo 
e artista é Leonardo da Vinci (1432-1519). Nessa época surge também a anatomia, pois 
começa a se ter escultura de estátuas e dissecação de cadáveres, sendo um passo para 
a Educação Física e a Medicina. Vittorino da Feltre (1378-1466), ainda nesse período, 
introduz a EF na escola, juntamente com as disciplinas tidas como intelectuais, em 1423, 
Feltre	fundava	a	escola	“La	Casa	Giocosa”	e	incluía	os	exercícios	físicos	em	seu	conteúdo.
No período do Iluminismo na Inglaterra, têm-se novas ideias, principalmente com 
Rousseau e Pestalozzi. Rousseau propõe que a EF é necessária na Educação Infantil, 
devendo ser introduzida nas escolas. Já Pestalozzi é quem chama a atenção para a reali-
zação do exercício de forma correta na sua execução e a posição para realização de cada 
exercício.
Na Idade Contemporânea temos o grande marco da Ginástica Localizada, surgin-
do, então, as quatro grandes escolas de ginástica, como a alemã, a sueca, a francesa e a 
inglesa. A Escola de ginástica Alemã tem como objetivo preparar os corpos para a defesa 
da pátria. A Escola Alemã se baseou nas ciências biológicas para transformar a ginástica 
em um meio de educação em massa, capaz de atender às necessidades do Estado. 
A	Escola	de	ginástica	Sueca	é	considerada	a	grande	 “mãe	da	ginástica”,	sendo	
ela	a	grande	influência	para	tudo	que	conhecemos	de	ginástica	na	atualidade.	Era	dividida	
em quatro partes. Segundo Pereira e Moulin (2006), a pedagogia, que era voltada para 
a saúde, evitando vícios posturais e doenças; a militar, que incluía o tiro e a esgrima; a 
médica, baseada na pedagogia, evitando também as doenças; e a que visava a estética, 
preocupada com a graça do corpo. 
Já a escola Francesa de ginástica foi dividida em cinco, sendo a civil e a industrial, 
militar, médica e cênica. Para um dos pais dessa ginástica Georges Herbert defendia que 
deveria preconizar os movimentos naturais do ser humano, como o correr, trepar, nadar, 
saltar, empurrar, puxar, dentre outros.
26UNIDADE II História da Educação Física
A	Escola	 Inglesa	 era	 baseada	 nos	 jogos	 e	 esportes	 a	 qual	 era	 influenciada	 no	
treinamento militar. Um dos pais dessa escola era Thomas Arnold, um dos recriadores dos 
jogos olímpicos.
Pode-se dizer que essas grandes escolas de ginástica foram um grande marco para 
a então hoje Educação Física, pois, a partir da propagação pelo mundo dessas escolas, a 
EF passa a ser mais reconhecida, consequentemente, organizada e estudada.
27UNIDADE II História da Educação Física
2 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL - EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE E 
SEUS DESDOBRAMENTOS: DO INÍCIO À CONTEMPORANEIDADE
A origem da Educação Física (EF) no Brasil está totalmente ligada aos momentos 
históricos que vivemos no nosso país, sendo que a EF na antiguidade era vista como 
ficar	 forte,	 formação	dos	militares,	movimento	gímnicos,	entre	outros.	Para	tanto,	vamos	
conhecer um pouco mais da origem, o desenvolvimento da EF e suas características com o 
passar dos anos no Brasil, dividindo em Brasil Colônia (1500 a 1822), Brasil império (1822 
a	1889),	Brasil	república	(1890	a	1946)	e,	por	fim,	a	atualidade,	a	partir	de	1980.	
Estudos, como de Bagnara, Lara e Calonego (2010), apontam que os relatos sobre 
atividade física vêm desde a época pré-histórica, na qual a preocupação era pelo físico, 
pelo forte, mas com o intuito de proteção, na formação de militares. Há que se entender que 
desde então a atual Educação Física vem se adaptando e se alterando conforme a socie-
dade se muda, sendo assim, evoluindo ao passar de cada século até chegar na Educação 
Física que conhecemos atualmente e que vemos na prática do dia a dia, que temos muitos 
caminhos a percorrer ainda. 
2.1 Brasil Colônia, de 1500 a 1822
O primeiro relato que temos sobre a EF no Brasil, é no ano de 1500, quando Pero 
Vaz de Caminha relata, em uma de suas cartas, que os indígenas aqui encontrados dança-
vam, giravam, ao som de uma gaitada. A partir disso entende-se, segundo Ramos (1982), 
28UNIDADE II História da Educação Física
que esse foi certamente o primeiro momento em que se vê o manifesto da ginástica e 
recreação relatada no Brasil.
De modo geral, entende-se que as atividades físicas realizadas pelos indígenas 
era relacionada às características da cultura primitiva desse povo (GUTIERREZ, 1980). 
Posteriormente, segundo Ramos (1982), criada pelos negros, nas senzalas sur-
ge a capoeira, atividade ríspida, criativa e rítmica que era praticada pelos escravos. 
Sendo assim, podemos entender que no Brasil colônia já começa a se ter traços de ativida-
des físicas, da cultura dos indígenas e escravos, que representaram os primeiros traços da 
atual Educação Física no Brasil, conhecida como ginástica anteriormente.
2.2 Brasil Império, de 1822 a 1889
O início do desenvolvimento da Educação Física no Brasil ocorreu no período do 
Brasil império. Pois é nessa época que surgiram os primeiros tratados sobre a Educação 
Física. SegundoGutierrez (1980), em 1823, é elaborado o “Tratado de Educação Física e 
Moral	dos	Meninos”,	por	Joaquim	Antônio	Serpa,	o	qual	trazia	que	a	educação	englobava	
a saúde do corpo e a cultura do espírito e, assim, dividia os exercícios físico em duas 
categorias, os que exercitavam o corpo; e o que exercitavam a memória. Sendo assim, 
esse tratado trazia a educação moral como coadjuvante da EF e a EF coadjuvante da 
educação moral.
A	ginástica	é	o	início	da	Educação	Física	Escolar	no	Brasil,	que	ocorreu	oficialmente	
com a reforma Couto Ferraz, em 1851. Contudo, somente em 1882, que Rui Barbosa lança 
o	parecer	sobre	a	“Reforma	do	Ensino	Primário,	Secundário	e	Superior”,	trazendo,	assim,	
importância	à	Ginástica	na	formação	do	brasileiro,	pois	ele	trouxe	influências	da	Europa	e	
Japão, o qual, segundo Beltrami (2006), era primordial que a prática da EF desenvolvesse 
a virilidade do homem e a harmonia das formas femininas, para exigência da maternidade 
futura nas mulheres. Nesse parecer, Rui Barbosa defende a Ginástica (atual EF), e assim 
buscava instituir uma sessão de Ginástica em todas as escolas de ensino normal para 
ambos os gêneros, a ginástica seria uma matéria de estudo e em horas distintas ao recreio 
e após a aula, outro fato importante desse parecer era que Rui Barbosa buscava que os 
professores de Ginástica tivessem a mesma autoridade e direito dos professores de outras 
disciplinas (BELTRAMI, 2006; DARIDO; RANGEL, 2005; RAMOS, 1982).
Segundo Darido e Rangel (2005), essa implementação da ginástica inicialmente 
não ocorreram em todas as escolas, mas apenas em parte do Rio de Janeiro, capital da 
República na época, e nas escolas militares.
29UNIDADE II História da Educação Física
2.3 Brasil República, de 1890 a 1946
A Educação Física no Brasil nesse período pode ser subdividida em duas fases: a 
primeira remete ao período de 1890 até a Revolução de 1930 (presidente Getúlio Vargas); 
e	a	segunda	fase	configura	o	período	após	a	Revolução	de	1930	até	1946.
Sendo feita essa subdivisão, na primeira fase do Brasil república, a partir de 1920, 
segundo Betti (1991), outros estados da Federação, além do Rio de Janeiro, começam a 
realizar suas reformas educacionais e a inclusão da Ginástica na escola. Além disso, come-
ça a criação de diversas escolas de Educação Física, que tinham como principal objetivo 
a formação militar (RAMOS, 1982). De acordo com o autor, a partir da segunda fase do 
Brasil república, ocorre a criação do Ministério da Educação e Saúde, e a partir de 1937, é 
criada a divisão de Educação Física, sendo responsável em administrar a EF em todo país. 
Essa	divisão	ficou	sob	responsabilidade	do	Major	João	Barbosa	Leite.	Dessa	forma,	a	EF	
ganha destaque no governo, e assim é inserida na constituição brasileira, surgindo leis que 
a tornam obrigatória no ensino secundário, para formar um homem corajoso, um herói.
Segundo Darido e Rangel (2005), com a intenção de a ginástica ser sistematizada 
dentro da escola brasileira, surgem os métodos ginásticos. Esses métodos não surgem no 
Brasil, mas vêm das escolas sueca, alemã e francesa, assim dando à Educação Física uma 
perspectiva eugênica/higienista e militarista, pois o exercício físico deveria ser utilizado para 
aquisição	e	manutenção	da	higiene	física	e	moral,	preparando	os	 indivíduos	fisicamente	
para o combate militar.
A Educação Física Eugênica/Higienista é produto do pensamento liberal, principal-
mente	no	âmbito	da	escola,	como	“redentora	da	humanidade”.
A Educação Física Militarista é a obtenção de uma juventude capaz de suportar o 
combate,	a	luta,	a	guerra,	portanto	ela	deveria	ser	suficientemente	rígida.
O	higienismo	e	o	militarismo	estavam	orientados	em	princípios	anátomo-fisiológicos,	
buscando a criação de um homem obediente, submisso e acrítico à realidade brasileira.
2.4 Brasil Contemporâneo, de 1846 a 1980
Segundo Beltrami (2006), em 1946 é elaborado o Projeto de Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional, o qual permaneceu no Parlamento por quase 13 anos 
e, quando aprovado, em 1961, não contemplava a Educação Física. Após várias ten-
tativas o diretor da divisão de Educação Física, o Major Leite, convenceu o relator do 
projeto na câmara dos deputados e assim conseguiu introduzir a EF, a partir de uma 
emenda, que posteriormente foi transformada no artigo 22 da LDB (BRASIL, 1996). 
30UNIDADE II História da Educação Física
Segundo Darido e Rangel (2005), com a tomada do Poder Executivo brasileiro pelos milita-
res, ocorreu um grande crescimento do sistema educacional, quando o governo planejou, 
então, usar as escolas públicas e privadas como fonte de programa do regime militar.
Sendo que naquela época o havia um grande investimento no esporte, buscando, 
então, fazer da Educação Física uma ideologia, a partir do êxito em competições esportivas 
de alto nível. Sendo assim, não havia críticas internas, transparecendo desenvolvimento. 
Dessa forma, acaba se fortalecendo a ideia do esportivismo, o rendimento, a vitória e a 
busca pelo mais hábil e forte estavam cada vez mais presentes na Educação Física.
Segundo Soares (2012, p. 3),
Dentre uma das importantes medidas que impactaram a Educação Física no 
período contemporâneo, está a obrigatoriedade da Educação Física/Espor-
tes no ensino do 3º Grau, por meio do decreto lei nº 705/69 (Brasil., 1969). 
Segundo Castellani Filho (1998), o decreto lei nº 705/69 (Brasil., 1969), tinha 
como propósito político favorecer o regime militar, desmantelando as mobili-
zações e o movimento estudantil que era contrário ao regime militar, uma vez 
que as universidades representavam um dos principais polos de resistência 
a esse regime.
Com isso, o esporte foi um aliado nesse momento para distrair a população quanto à 
realidade política da época. Ademais, segundo Darido e Rangel (2005), a Educação Física/
Esportes no 3º Grau era considerada uma atividade destituída de conhecimentos e estava 
relacionada ao fazer pelo fazer, voltada à formação de mão de obra apta para a produção.
2.5 Educação Física na Atualidade, a partir de 1980
O modelo esportivista, mecanicista, tradicional e tecnicista começou a ser criticado, 
principalmente a partir da década de 1980 e até os dias de hoje, pois ainda temos a presen-
ça desse modelo sendo aplicado em algumas escolas.
É imprescindível entender que o ao longo da história da atual Educação Física, que 
é o movimento e não o fazer por fazer, priorizou-se conteúdos gímnicos e esportivos, de 
forma quase que somente procedimental, sendo o saber fazer e não o saber sobre a cultura 
corporal ou como se deve ser. 
Durante a década de 1980, a resistência à concepção biológica da Educação Física 
foi criticada em relação ao predomínio dos conteúdos esportivos (DARIDO; RANGEL, 2005).
Atualmente, existem na Educação física diversas concepções, modelos, tendências 
ou abordagens, que tentam romper com modelos mecanicista, esportivista e tradicional que 
foram embutidos aos esportes. Entre essas diferentes concepções pedagógicas, pode-se 
citar: a psicomotricidade; desenvolvimentista; saúde renovada; críticas; e mais recente-
mente os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (BRASIL, 1997).
31UNIDADE II História da Educação Física
Em	1996,	Um	dos	 	 “ganhos”	 	mais	 recentes	 talvez	não	 tão	 recentes	para	
a área no contexto educacional está contido no texto da nova Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96: a Educação 
Física passou a ser componente curricular integrado ao processo 
educacional, e não mais uma atividade paralela dentro da escola (BRA-
SIL, 1996).
Para tanto, entende-se que a Educação Física vem cada dia mais se desenvolven-
do no Brasil, mas que sempre está ligada ao contexto político, social e econômico do país. 
Mas o mais importante é que cada vez mais a Educação Física vem ganhando 
espaço	na	sociedade	brasileira	e	abrangendo	campos	de	atuação	para	o	Professor/Profis-sional de Educação Física.
32UNIDADE II História da Educação Física
3 EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE E SEUS DESDOBRAMENTOS: DO INÍCIO À CON-
TEMPORANEIDADE
O	esporte	é	um	dos	fenômenos	socioculturais	mais	importantes	no	final	do	século	
XX, sendo assim tratar da Educação Física e esporte é relacionar ambos a partir da segun-
da guerra mundial. 
Pode-se dizer que existem duas interpretações do esporte, sendo o esporte vin-
culado	 a	 fins	 educacionais	 e	 o	 esporte	 como	 fenômeno	 biológico.	O	 esporte	 praticado,	
generalizadamente, para muitos estudiosos desse fenômeno, como Tubino por exemplo, 
é uma das manifestações da cultura física e que também compreende a dança e a recrea-
ção e se fundamenta na educação física, dessa forma sempre está ligado a nossa área. 
Segundo	Tubino	(2005),	a	Educação	Física	tinha	anteriormente	muitas	influências	da	linha	
alemã, sueca e francesa, como já visto, porém após a segunda guerra foram substituídas 
por grandes movimentos, como Iniciação Esportiva (dos franceses), a Psicomotricidade e 
Educação Psicomotora (Wallon, Le Boulch, Legido, Vitor da Fonseca e outros), o Behavio-
rismo Pedagógico Americano (Objetivos, Taxionomias, Competências Básicas, Análise de 
Ensino etc), o Movimento Esporte para Todos (da Noruega, Alemanha), do Método Aeró-
bico (Kenneth Cooper, EUA), a Educação Física de Adultos (ACMs), a ênfase em Testes e 
Medidas,	e	outros	menos	influenciadores.	A	verdade	é	que	cada	um	destes	deixou	registros	
importantes que aos poucos foram compondo as Formas de Trabalho da Educação Física 
contemporânea, ou seja, permanecem até os dias de hoje.
33UNIDADE II História da Educação Física
No Esporte, as grandes alterações se deram na segunda metade do século XX, 
a qual o número de praticantes e modalidades surgidas crescem e muito. É importante 
ressaltar que, ainda segundo Tubino (2005),o esporte era visto apenas na perspectiva do 
rendimento e após a Carta Internacional de Educação Física e Esporte da UNESCO em 
1978, a prática esportiva com a Educação Física, passaram a ser entendidos como “direitos 
de	 todas	as	pessoas”.	Nesse	momento	o	Esporte	 rompeu	com	seu	elitismo,	democrati-
zando então a sua prática para aqueles sem talento e biotipos adequados, ou seja, não 
somente esporte de alto rendimento, mas esporte para todos, sendo assim a abrangência 
social do Esporte passou a ser preponderante. As formas de exercício do direito ao Esporte 
passaram a ser o Esporte-Educação: pelos princípios sócio-educativos da participação, 
cooperação, co-educação, co-responsabilidade, da inclusão, do desenvolvimento esportivo 
e do desenvolvimento do espírito esportivo, o Esporte-Lazer: pelo princípio do prazer e 
o Esporte de Desempenho: pelos princípios da superação. É evidente que a Ética do 
Esporte, apoiada na convivência humana, deverá estar presente em qualquer dimensão 
esportiva (TUBINO, 2005). 
Sendo que atualmente o esporte está inserido dentro e fora da escola, esporte de 
alto	rendimento	(profissional)	e	esporte	para	o	 lazer,	prazer,	sendo	que	o	profissional	de	
Educação Física é necessário e sua presença dentro do esporte é imprescindível, sendo 
ele muitas vezes o técnico, o professor, o preparador físico das equipes, estando sempre 
envolvido no esporte.
34UNIDADE II História da Educação Física
SAIBA MAIS
Podemos dizer que a Educação Física é uma disciplina acadêmica que estuda as dife-
rentes formas e expressões corporais. Dessa forma, entender e buscar conhecimentos 
sobre a EF nunca será em excesso e entender a importância da Educação Física para 
a sociedade é muito importante. 
Acesse:	A	importância	da	Educação	Física	na	sociedade.	Disponível	em:	https://blogeducacaofisica.com.
br/importancia-da-educacao-fisica/
REFLITA 
Qual a importância da Educação Física na sociedade? 
Fonte: a autora.
https://blogeducacaofisica.com.br/importancia-da-educacao-fisica/
https://blogeducacaofisica.com.br/importancia-da-educacao-fisica/
35UNIDADE II História da Educação Física
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De forma geral, podemos concluir que a história da Educação Física no mundo 
está interligada desde os primeiros aparecimentos da atual Educação Física no Brasil. 
Lembre-se que Educação Física é atual, pois ao decorrer do tempo ela se intitulou assim, 
mas anteriormente era conhecida como ginástica, a qual era principalmente ligada para se 
construir um corpo forte, um herói para guerra, sendo essa a grande função da Educação 
Física antigamente.
Atualmente, no Brasil, vemos que esse conceito de homem forte é presente para a 
especialidade bacharelado que trabalha com academia, treinamentos entre outros, pois é 
ligado à estética e principalmente a saúde do indivíduo, porém é importante ressaltar que 
não é somente o homem forte, mas o movimento do homem, do corpo humano.
Já	para	a	especificidade	da	Licenciatura,	podemos	notar	que	na	história	da	Educa-
ção Física o grande marco é a LDBEN 9394/96, a qual torna uma disciplina obrigatória na 
escola.	Ao	decorrer	dos	anos,	conseguimos	entender	as	grandes	mudanças	e	influências	
que recebemos para se tornar a Educação Física de hoje, para tanto temos que entender 
que a Educação Física está em constante mudança e crescimento tanto no sistema educa-
cional como fora dele.
Além disso entendemos que o esporte está ligado a Educação Física desde seus 
primórdios	e	o	profissional	de	Educação	Física	é	extremamente	necessário	dentro	dessa	
área.
36UNIDADE II História da Educação Física
LEITURA COMPLEMENTAR 
A história da Educação Física Escola no Brasil
O texto apresenta a história da Educação Física escolar no Brasil; analisa o ideário 
da	época,	as	principais	influências,	as	características	dos	seus	conteúdos,	a	docência,	as	
questões de gênero, as instituições de atendimento infantil, o tratamento diferenciado até a 
sua inclusão no Projeto Escolar. O estudo contempla também tópicos inerentes a legislação, 
as abordagens ou linhas pedagógicas favorecendo a compreensão sobre o estado da arte 
em que se encontra. Pode ser considerada como uma pesquisa qualitativa na qual o autor 
utilizou-se dos livros, artigos, as propostas curriculares em língua portuguesa. O que se 
depreende a partir da análise dos fatos é que a construção e inserção da Educação Física 
na sociedade e na escola foi (e continua) sendo uma história de marchas e contramarchas; 
de convencimento permanente para que o seu valor intrínseco seja conhecido e a imple-
mentação das aulas seja uma realidade indiscutível.
Acesse: ARANTES, Ana Cristina et al. A história da educação física escolar no Brasil. Revista Digital, p. 1-18, 
2008.	Disponível	em:	https://www.efdeportes.com/efd124/a-historia-da-educacao-fisica-escolar-no-brasil.htm.
37UNIDADE II História da Educação Física
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: História Geral da Educação Física
• Autora: Inezil Penna Marinho
• Fonte: Cia Brasil
• Sinopse: Esporte, educação física, história geral
FILME/VÍDEO 
História da Educação Física Escolar no Brasil #01 - (Século XIX)
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=4CFK4hFUozI
História da Educação Física Escolar no Brasil #2
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=oBM7LG51GI0
História da Educação Física Escolar no Brasil #03 
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=f0nX_2vbxPE
https://www.youtube.com/watch?v=4CFK4hFUozI
https://www.youtube.com/watch?v=oBM7LG51GI0
https://www.youtube.com/watch?v=f0nX_2vbxPE
38
Plano de Estudo:
• Breve histórico da Educação Física e aspectos legais: olhares para dentro e fora da escola
• Relações das Práticas corporais e seus desdobramentos legais e sociais
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar a Educação Física e aspectos legais: olhares para dentro e 
fora da escola
• Estabelecer relações das práticas corporais e seus desdobramentos legais e sociais
UNIDADE III
Aspectos Legais da Educação Física
Professora Yedda Maria da Silva Caraçato de Sousa
39UNIDADE III Aspectos Legais daEducação Física
INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a). Se você chegou até a Unidade III, vamos juntos entender os ele-
mentos basilares que norteiam e legalizam a formação inicial dos cursos de Educação 
Física - Licenciatura e Bacharel, cuja centralidade de atuação ocorram, respectivamente, 
no espaço escolar e em contextos não escolares. 
Para tanto, vamos conhecer os documentos que desenham e orientam cada área 
de	formação	para	sua	atuação	nesses	espaços,	de	forma	a	refletirmos	acerca	da	relevância	
entre os aspectos legais tratados nesses espaços formativos, possibilitando-nos entender 
a importância de se conhecer pressupostos legais que normatizam a área de atuação, 
podendo compreender os constructos que compõem historicamente a atual mudança que 
estamos vivendo nos cursos de EF a partir da nova Resolução CNE/CES 06/2018 e a 
Resolução CNE/CP 02/2019.
Bons Estudos!
40UNIDADE III Aspectos Legais da Educação Física
1 A EDUCAÇÃO FÍSICA E ASPECTOS LEGAIS: OLHARES PARA DENTRO E FORA DA 
ESCOLA E PRÁTICAS CORPORAIS E SEUS DESDOBRAMENTOS LEGAIS E SO-
CIAIS
1.1 Licenciatura
A Educação Física, como estudamos na Unidade I deste material, encontra-se com 
foco na formação inicial, de acordo com os campos distintos de atuação – Licenciatura e 
Bacharel –, e, para tanto, neste tópico entenderemos quais os aspectos legais legitimam 
o campo da formação com foco na Licenciatura, ou seja os aspectos legais relativos à 
formação dos futuros professores que irão atuar na Educação Básica.
Para tanto, há que se trazer à cena as discussões apresentadas na LDBEN 9394/96 
(BRASIL, 1996), na qual tem-se legalmente a efetivação de grandes mudanças no cenário 
da	educação	brasileira.	Em	se	tratando	da	especificidade	da	Educação	Básica,	destaca-se	
a integração da Educação Infantil e Ensino Médio a esse nível de ensino. Introdução de um 
paradigma curricular novo no qual os conteúdos constituem meios para que os alunos da 
Educação	Básica	possam	desenvolver	capacidades	e	constituir	competências;	flexibilidade,	
descentralização e autonomia da escola associadas à avaliação de resultados (BRASIL, 
1996).
Em relação à Educação Física, nesse mesmo documento, um grande marco, que 
no Artigo 26, no parágrafo 3º, traz que:
41UNIDADE III Aspectos Legais da Educação Física
A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente 
curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições 
da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos (BRASIL, 1996).
Esse parágrafo da Lei n. 9394/96 (BRASIL, 1996), sofre várias alterações durante 
o passar dos anos e, atualmente, lendo a LDBEN encontramos que
§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é 
componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática 
facultativa ao aluno:
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; II – maior 
de trinta anos de idade; III – que estiver prestando serviço militar inicial ou 
que, em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; IV 
– amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969;(V – (VETA-
DO) VI – que tenha prole.
Esse cenário torna-se propício, possibilitando à EF adentrar e conquistar mais 
espaço dentro da escola, pois torna-se componente curricular obrigatório, podendo 
ser exercida desde a Educação Infantil, Ensino Fundamental até o Ensino Médio. 
Segundo Ferreira (2000), a partir da LDBEN 9394/96, a Educação Física está integrada 
à proposta pedagógica da escola, podendo ser oferecida no mesmo horário das demais 
disciplinas ou separadamente.
Para tanto, é necessário ter professores para atuarem com a disciplina Educação 
Física. Dessa forma, ainda na LDBEN 9394/96, no Art. 62, “A formação de docentes para 
atuar	na	educação	básica	far-se-á	em	nível	superior,	em	curso	de	licenciatura	plena”	(BRA-
SIL, 1996). Sendo assim, entende-se que para se estar dentro da escola é obrigatório ser 
formado em Licenciatura.
Há que se entender, que desde então há vários outros documentos, como BNC-
-Formação, pareceres do CNE, que legalizam a Licenciatura para atuar dentro da escola 
e somente em ambientes ligados à escola, como secretarias, núcleos e órgãos similares.
Segundo Dourado (2015), no âmbito do Conselho Nacional de Educação (CNE), 
aconteceu grande movimentação em direção à busca de maior organicidade para a for-
mação	 de	 profissionais	 do	magistério	 da	 educação	 básica,	 incluindo	 a	 rediscussão	 das	
Diretrizes e outros instrumentos normativos acerca da formação inicial (Licenciaturas) e 
continuada.
Para tanto, é importante entendermos o que cada parecer relacionado à formação 
de professores, a Educação Básica, apontam sobre a Licenciatura de forma geral, o que 
atende à Licenciatura em Educação Física.
O Parecer 09/2001 (BRASIL, 2002), explicita e direciona a elaboração de diretrizes 
curriculares para a graduação em três categorias de carreiras: bacharelado acadêmico, ba-
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del1044.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del1044.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del1044.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/Mensagem_Veto/2003/Mv07-03.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/Mensagem_Veto/2003/Mv07-03.htm
42UNIDADE III Aspectos Legais da Educação Física
charelado	profissionalizante	e	licenciatura.	Com	isso,	a	licenciatura	ganhou	terminalidade	e	
integralidade própria, em relação ao bacharelado, segundo a Lei de Diretrizes e Base atual, 
ou seja, exige-se currículos próprios para Licenciatura.
Assim como o Parecer 28/01 (BRASIL, 2001) também trata da Licenciatura e a 
define	como:	uma	licença,	autorização	dada	por	uma	autoridade	pública,	por	meio	de	um	
diploma que atesta a concessão de uma licença para o exercício de determinada atividade 
profissional,	a	pessoa	autorizada	age	em	conformidade	com	a	lei.	“No	caso	em	questão,	
trata-se de um título acadêmico obtido em curso superior que faculta ao seu portador o 
exercício	do	magistério	na	educação	básica	dos	sistemas	de	ensino	[...]”	(BRASIL,	2001).
A	partir	dos	pareceres	do	CNE	09/2001	e	28/2001,	é	especificado	o	que	é	e	do	
que se trata o curso de graduação de Licenciatura, ganhando espaço, terminalidade e 
integralidade	própria,	ficando	claro	o	local	de	atuação	do	Licenciado	dentro	da	escola.
Para auxiliar a presença do licenciado nas escolas, em 1997, são consolidados 
os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o Ensino Fundamental (1º ao 5º ano), 
logo depois, em 1998, para o Ensino Fundamental (6º ao 9º ano), e somente nos anos 
2000 são lançados os PCNs para o Ensino Médio. Consolidar os PCNs é apontar que são 
metas	de	qualidade	que	ajudam	a	formação	de	um	aluno	participativo,	reflexivo,	autônomo	
e conhecedor de seus direitos e deveres. É importante ressaltar que esses documentos são 
abertos	e	flexíveis,	podendo	ser	adaptados	à	realidade	de	cada	região	(BRASIL,	2001).	Nos	
PCNs	existem	metas	específicas	para	a	Educação	Física.
A proposta dos PCNs (BRASIL, 2001) entende a Educação Física como uma cul-
tura corporal, ou seja, como conhecimentos, representações e formas de expressão que 
se transformam ao longo do tempo. Dentre as produções dessa cultura corporal, algumas 
foram incorporadas pela Educação Física em seus conteúdos: o jogo, o esporte, a dança, 
a ginástica e a luta. Os conteúdos apresentados nos PCNs (BRASIL, 2001) estão orga-
nizados em três blocos: 1-) Esportes, Jogos, Lutas e Ginástica; 2-) Atividades Rítmicas e 
Expressivas; 3-) Conhecimento sobre o corpo.
Em 2010, na Conferência Nacional de Educação (CONAE) surgem apontamentos 
que seria necessário se ter uma Base Nacional Comum Curricular, como parte de um plano 
nacional de Educação, de forma que norteasse as disciplinas dentro da Escola, incluindo 
a Educação Física. Ainda nesse ano, várias resoluções são promulgadas pelo presidente 
da	república,	sendo	uma	delas	a	Resolução	nº4,	de	13	de	julho	de	2010,	a	qual	define	as	
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (DCNs) com o objetivo 
de orientar o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de ensino. E ainda a 
43UNIDADE III Aspectos Legais da Educação Física
Resolução	nº	5,	de	17	de	dezembro	de	2009,	fixa	as	Diretrizes	Curriculares	Nacionais	para	
a Educação Infantil. O documento foi lançado em 2010.
Em 2011, a Resolução nº 7,	de	14	de	dezembro	de	2010,	fixa	a	Diretrizes	Curricu-
lares Nacionais para o Ensino Fundamental de nove anos. Somente em 2012, a partir da 
Resolução	nº	2,	de	30	de	janeiro	de	2012,	definiu	as	Diretrizes	Curriculares	Nacionais	para	
o Ensino Médio.
No ano de 2014 é formulado o Plano Nacional de Educação (PNE), o qual tem 
uma vigência de dez anos para atingir as metas estabelecidas relacionadas a Educação no 
Brasil, ou seja, até 2024. O PNE tem 20 metas para a melhoria da qualidade da Educação 
básica e 4 delas falam sobre a Base Nacional Comum Curricular, mas mais precisamente 
na meta 15 aponta que devem assegurar que todos os professores da educação básica 
possuam formação de nível superior obtida em curso de licenciatura na área de conheci-
mento	em	que	atuam.	Dessa	maneira,	entende-se	mais	uma	vez	que	o	profissional	que	
está atuando dentro da escola deve ser licenciado na área de atuação.
Em novembro de 2014 foi realizada a 2ª Conae, que resultou em um documento so-
bre	as	propostas	e	reflexões	para	a	Educação	brasileira	e	é	um	importante	referencial	para	
o processo de mobilização para a Base Nacional Comum Curricular. Em 2015, aconteceu o 
I Seminário Interinstitucional para elaboração da BNC. Esse Seminário foi um marco impor-
tante no processo de elaboração da BNC, pois reuniu todos os assessores e especialistas 
envolvidos na elaboração da Base. Já em setembro de 2015 a 1ª versão da BNCC foi 
disponibilizada. E houve uma mobilização das escolas de todo o Brasil para a discussão do 
documento preliminar da BNC.
No ano de 2015, a partir do CNE/CP 02/2015, mais uma vez traz sobre as Diretrizes 
Curriculares	Nacionais	para	a	Formação	Inicial	e	Continuada	dos	Profissionais	do	Magis-
tério	da	Educação	Básica,	dessa	 forma	 intensificando	ainda	mais	o	 local	de	atuação	do	
Licenciado, sendo a escola.
Em maio de 2016, a 2ª versão da BNCC é disponibilizada. Em agosto, começa 
a ser redigida a terceira versão, em um processo colaborativo com base na versão 2. Já 
em	abril	 de	 2017,	 o	MEC	entregou	 a	 versão	 final	 da	Base	Nacional	Comum	Curricular	
(BNCC) ao Conselho Nacional de Educação (CNE). A partir da homologação da BNCC 
começa o processo de formação e capacitação dos professores e o apoio aos sistemas de 
Educação estaduais e municipais para a elaboração e adequação dos currículos escolares. 
Em dezembro de 2017, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi homologada pelo 
ministro da Educação, Mendonça Filho. Ainda em dezembro de 2017 o CNE apresenta a 
44UNIDADE III Aspectos Legais da Educação Física
Resolução CNE/CP nº 2, de 22 de dezembro de 2017, que institui e orienta a implantação 
da Base Nacional Comum Curricular.
No ano de 2018 o Ministério da Educação entregou ao Conselho Nacional de Edu-
cação (CNE) a 3ª versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio. 
Em dezembro de 2018, o ministro da Educação, Rossieli Soares, homologou o documento 
da Base Nacional Comum Curricular para a etapa do Ensino Médio. Desde dezembro de 
2018 o Brasil possui uma Base Nacional Comum Curricular com aprendizagens previstas 
para todas as etapas de ensino da educação básica, tratadas como habilidades e compe-
tências. Sendo que nesse documento existem competências e habilidades para a Educação 
Física, sendo assim, norteia de forma legal a atuação do professor de Educação Física na 
Educação básica.
É importante entendermos que em 2018, a partir da resolução CNE/CES 06/2018, 
traz alterações ao curso de Educação Física de forma geral, sendo que os cursos tanto de 
Licenciatura quanto Bacharelado terão sua constituição em duas etapas, sendo o 1º a etapa 
comum	e	a	2ª	etapa	específica.	Como	consta	no	Art.	5º	da	Resolução	CNE/CES	6/2018.
Dada a necessária articulação entre conhecimentos, habilidades, sensibili-
dade	e	atitudes	requerida	do	egresso	para	o	futuro	exercício	profissional,	a	
formação do graduado em Educação Física terá ingresso único, destinado 
tanto ao bacharelado quanto à licenciatura, e desdobrar-se-á em duas etapas, 
conforme descrição a seguir: I - Etapa Comum - Núcleo de estudos da forma-
ção	geral,	identificador	da	área	de	Educação	Física,	a	ser	desenvolvido	em	
1.600 (mil e seiscentas) horas referenciais, comum a ambas as formações. 
II	 -	 Etapa	 Específica	 -	 Formação	 específica	 a	 ser	 desenvolvida	 em	 1.600	
(mil e seiscentas) horas referenciais, na qual os graduandos terão acesso a 
conhecimentos	específicos	das	opções	em	bacharelado	ou	licenciatura.
Porém, no ano de 2019, após a publicação da BNCC e da Resolução CNE/CES 
06/2018, foi promulgado e publicado o último documento que temos atualmente que norteia 
os cursos de Licenciatura, trazendo aspectos legais, a partir da Resolução CNE/CP nº 
2/2019,	a	qual	define	as	Diretrizes	Curriculares	Nacionais	para	Formação	Inicial	em	Nível	
Superior de Professores para Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a 
Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação), trazendo a organi-
zação	dos	cursos	de	licenciatura,	a	carga	horária	e	as	competências	profissionais	a	partir	
da BNC- formação, sendo
I-Grupo I: 800 (oitocentas) horas, para a base comum que compreende os 
conhecimentos	 científicos,	 educacionais	 e	 pedagógicos	 e	 fundamentam	 a	
educação e suas articulações com os sistemas, as escolas e as práticas edu-
cacionais. II - Grupo II: 1.600 (mil e seiscentas) horas, para a aprendizagem 
dos	conteúdos	específicos	das	áreas,	componentes,	unidades	 temáticas	e	
objetos de conhecimento da BNCC, e para o domínio pedagógico desses 
conteúdos. III - Grupo III: 800 (oitocentas) horas, prática pedagógica, assim 
distribuídas: a) 400 (quatrocentas) horas para o estágio supervisionado, em 
45UNIDADE III Aspectos Legais da Educação Física
situação real de trabalho em escola, segundo o Projeto Pedagógico do Curso 
(PPC) da instituição formadora; e b) 400 (quatrocentas) horas para a prática 
dos componentes curriculares dos Grupos I e II, distribuídas ao longo do 
curso, desde o seu início, segundo o PPC da instituição formadora.
Dessa forma, consegue entender a utilização da BNCC dentro do curso de for-
mação Inicial em Licenciatura, tornando obrigatório o estudo da BNCC de forma geral. 
Sendo assim, a BNC- formação, traz as competências gerais para o docente, assim como 
competências	específicas	relacionadas	ao	conhecimento	profissional,	a	prática	profissional	
e	engajamento	profissional.	Além	de	trazer	dimensões	dessas	mesmas	competências	es-
pecíficas.
Para tanto, é necessário entender que a reorganização para o curso de Licencia-
tura em Educação Física deverá ser realizada e em muitas instituições já estão sendo, 
a partir da Resolução CNE/CP nº 2/2019, pois é a última resolução em vigor e todos os 
cursos de Licenciatura devem atendê-la, assim estando cumprindo os aspectos legais para 
o Licenciado. Sendo assim, 
Art.	27	Fica	fixado	o	prazo	limite	de	até	2	(dois)	anos,	a	partir	da	publicação	
desta Resolução, para a implantação, por parte das Instituições de Ensino 
Superior (IES), das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial 
de	Professores	para	a	Educação	Básica	e	da	BNC-Formação,	definidas	e	
instituídas pela presente Resolução. Parágrafo único. As IES que já imple-
mentaram o previsto na Resolução CNE/CP nº 2, de 1º de julho de 2015, 
terão o prazo limite de 3 (três) anos, a partir da publicação desta Resolução, 
para	 adequação	 das	 competências	 profissionais	 docentes	 previstas	 nesta	
Resolução. 
Entende-se que os cursos de Educação Física- Licenciatura estão em constante 
reorganização para atender os aspectos legais para os futuros Licenciados em EF, estejam 
dentro das escolas. Há que se entender que a partir desses documentos trazidos de forma 
sucinta compreendemos os aspectos que legalizam a Licenciatura no campo escolar e 
norteiam a atuação do professor de Educação Física na escola.
46UNIDADE III Aspectos Legais da Educação Física
1.2 Bacharel
Para falarmos de aspectos legais do Bacharel em Educação Física é necessário 
entendermos	as	Leis	e	Resoluções	que	tratam	dessa	especificidade	da	Educação	Física	
e	o	conselho	que	regulamenta	a	profissão	(CONFEF/CREF),	que	deve	orientar,	disciplinar	
e	fiscalizar	o	exercício	das	atividades	próprias	dos	profissionais	de	Educação	Física	(EF).
Segundo Anversa (2017), os cursos de Bacharelado em EF tiveram um início, 
ainda tímido, a partir da Resolução CFE nº 03/1987, uma vez que a área ainda não tinha 
um consenso sobre o bacharelado. Segundo Souza Neto (2004, p.11), assim mantinha-se 
“basicamente a mesma estrutura anterior à Resolução n. 3/87 (isto é, uma espécie de 
licenciatura	ampliada),	porém,	conferindo	os	dois	títulos	em	formação	concomitante”	dentro	
das 2.880 horas, assim sendo formação 3+1, ou seja, se realizava 3 anos e mais 1 ano de 
matérias pedagógicas. 
Em 1996, com a promulgação da LDBEN 9394/96, ocorre um maior direcionamento 
para os cursos de formação de professores, dessa forma no ano de 1997, por meio da Re-
solução nº 218/1997, a EF foi reconhecida como área da saúde e no ano subsequente, por 
meio	da	Lei	9696/1998,	foi	regulamentada	como	profissão	e	ampliou	as	possibilidades	de	
atuação para além do treinamento esportivo e a escola, com isso foram criados o Conselho 
Federal de Educação Física (CONFEF) e os Conselhos Regionais de Educação Física 
(CREFs),	o	qual	é	destinado	a	orientar,	disciplinar	e	fiscalizar	o	exercício	das	atividades	
próprias	dos	profissionais	de	Educação	Física.	E	os	conselhos	Regionais	de	EF,	são	orga-
47UNIDADE III Aspectos Legais da Educação Física
nizados no formato determinado pelo CONFEF e são subordinados a ele (ANVERSA, 2017; 
BRASIL, 2005).
Em razão desse delineamento histórico em relação aos cursos de formação de 
professores, como visto nos aspectos legais relacionados à Licenciatura e após várias 
discussões internas da área, foram estabelecidos direcionamentos para a formação inicial 
em Bacharelado em Educação Física (Parecer CNE/CES n. 058/2004 e Resolução CNE/
CES	n.	07/2004),	a	fim	de	formar	profissionais	para	atuarem	fora	da	escola.	A	Resolução	
supracitada,	institui	que	a	graduação	para	bacharel	em	EF	habilita	o	profissional	para	atuar	
nas diferentes manifestações relacionadas à atividade física e esportiva, com exceção da 
educação básica, tendo sua formação subsidiada em duas dimensões: a formação am-
pliada direcionada para os conhecimentos e discussões pautadas na relação ser humano 
e sociedade, biológica do corpo humano e produção do conhecimento em EF, e formação 
específica	direcionada	a	questões	culturais	do	movimento	humano,	técnica	instrumental	e	
didático pedagógica, sendo assim entende-se que o Bacharel está diretamente e legalmen-
te amparado para se trabalhar fora da escola (BRASIL, 2004).
Dessa	forma,	se	tem	indicativos	da	necessidade	e	dificuldade	de	romper	com	um	
perfil	pré-existente,	assim	formando	o	profissional	autônomo	e	empreendedor.	Mais	tarde	
com a CNE/CES 04/2009, é instituída a carga horária mínima e os procedimentos relativos 
à integralização e duração de alguns cursos de graduação, bacharelados, na modalidade 
presencial. Dessa forma, enfatiza-se que, para os Bacharelados em Educação Física, a 
citada	Resolução	fixou	a	carga	horária	mínima	em	3.200	horas	com	um	limite	mínimo	para	
integralização de quatro anos. 
No entanto, com a Resolução CNE/CES 06/2018, o curso de Bacharelado volta 
a ter relações com o curso de Licenciatura em Educação Física, de forma que, nesse 
momento, o curso volta a ter uma etapa em comum com a formação para o Licenciado 
em Educação Física. Assim, as diretrizes para os cursos são divididas em etapa comum e 
etapa	específica.
I	-	Etapa	Comum	-	Núcleo	de	estudos	da	formação	geral,	identificador	da	área	
de Educação Física, a ser desenvolvido em 1.600 (mil e seiscentas) horas 
referenciais, comum a ambas as formações. 
II	 -	 Etapa	 Específica	 -	 Formação	 específica	 a	 ser	 desenvolvida	 em	 1.600	
(mil e seiscentas) horas referenciais, na qual os graduandos terão acesso 
a	 conhecimentos	 específicos	 das	 opções	 em	 bacharelado	 ou	 licenciatura	
(BRASIL, 2018).
Contudo,	entende-se	que	os	aspectos	 legais	para	a	 formação	do	profissional	de	
Educação Física para atuar fora da escola é diferente em alguns aspectos da formação 
48UNIDADE III Aspectos Legais da Educação Física
profissional	de	Educação	Física	para	se	atuar	dentro	da	escola,	de	forma	que,	atendendo	
à Resolução CNE/CES 06/2018, a última em vigor, que trata do curso de Bacharelado em 
Educação Física, 
Art. 19 O Bacharel em Educação Física terá formação geral, humanista, 
técnica,	 crítica,	 reflexiva	 e	 ética,	 qualificadora	 da	 intervenção	 profissional	
fundamentada	no	rigor	científico,	na	reflexão	filosófica	e	na	conduta	ética	em	
todos	os	campos	de	intervenção	profissional	da	Educação	Física	(BRASIL,	
2018).
Dessa	 forma,	consegue-se	entender	que	aspectos	que	 legalizam	a	profissão	do	
Bacharel	 em	 Educação	 Física	 estão	 interligados	 com	 o	 conselho	 desses	 profissionais,	
como as Resoluções e Diretrizes Curriculares Nacionais para esse curso de formação, 
sendo	que,	em	vigor,	norteiam	a	formação	desse	profissional	bacharel	em	Educação	Física.
SAIBA MAIS
Você sabia que o Conselho de Educação Física possui um Estatuto?
Qual	a	finalidade	do	conselho	de	Educação	Física?	
O	conselho	tem	por	finalidade	promover	os	deveres	e	defender	os	direitos	dos	Profissio-
nais de Educação Física e das pessoas jurídicas que nele estejam registrados, sendo 
que	para	ser	um	profissional	Bacharel	em	EF	e	estar	atuando	de	forma	correta,	você	
deve estar registrado no Conselho de Educação Física.
Fonte: a autora.
REFLITA 
O	Conselho	 de	 Educação	 Física,	 pessoa	 jurídica	 de	 direito	 público	 interno	 sem	 fins	
lucrativos com sede e Foro na cidade do Rio de Janeiro/RJ e abrangência em todo o 
Território Nacional, e os Conselhos Regionais de Educação Física – CREFs, com sede 
e Foro na Capital de um dos Estados por ele abrangidos ou no Distrito Federal, são au-
tarquias especiais, criados pela Lei Federal nº. 9.696, de 1º de setembro de 1998, publi-
cada	no	Diário	Oficial	da	União	em	02	de	setembro	de	1998,	com	personalidade	jurídica	
e	autonomia	administrativa,	financeira	e	patrimonial,	organizadas	de	 forma	 federativa	
como Sistema CONFEF/CREFs.
Acesse: https://www.confef.org.br/confef/conteudo/471
https://www.confef.org.br/confef/conteudo/471
49UNIDADE III Aspectos Legais da Educação Física
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com tudo que estudamos em relação à Licenciatura e ao Bacharel em Educação 
Física, espero que consiga entender as suas diferenças na formação e nos aspectos que 
legalizam dentro e fora da escola, de forma que sempre tenhamos em mente que as Reso-
luções e Conselhos são muito importantes. 
Espero que você, aluno(a), tenha compreendido os constructos que compõem 
historicamente a atual mudança que estamos vivendo nos cursos de EF a partir da nova 
Resolução CNE/CES 06/2018 e a Resolução CNE/CP 02/2019, que estão em vigor e nor-
teiam e legalização os cursos e que, dessa forma, você, aluno(a), esteja apto(a) para ser 
um(a)	profissional	de	uma	dessas	especificidades	da	área	da	Educação	Física!
50UNIDADE III Aspectos Legais da Educação Física
LEITURA COMPLEMENTAR
Identidade dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física no 
Paraná: uma análise das áreas do conhecimento.
Esta	pesquisa	objetivou	identificar	na	matriz	curricular	de	cursos	de	educação	física	
a distribuição da carga

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