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relatório história da cartografia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
DISCIPLINA DE CARTOGRAFIA
MARIA ALICE ALVES ARAÚJO
PATRICK KELTON SOUSA SILVA
RODRIGO ALVES DE LIMA
THAIS VITÓRIA SOUSA GOMES
VICTÓRIA MARIA DE LIMA
LEVANTAMENTOS ANTIGOS
FORTALEZA
2019
MARIA ALICE ALVES ARAÚJO
PATRICK KELTON SOUSA SILVA
RODRIGO ALVES DE LIMA
THAIS VITÓRIA SOUSA GOMES
VICTÓRIA MARIA DE LIMA
LEVANTAMENTOS ANTIGOS
Relatório do Seminário de assunto de
História da Cartografia sobre
Levantamentos Antigos, apresentado à
disciplina de Cartografia do curso de
Geografia da Universidade Federal do
Ceará.
FORTALEZA
2019
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SUMÁRIO
Introdução………………………………………………..………………....3
1. Levantamentos de Agrimensura e de Astronomia no Antigo Egito...4
2. Levantamentos da Grécia Antiga..........………………………...........6
3. Levantamentos no Império Romano e o trabalho dos Agrimensores...7
3.1 Levantamentos Romanos…………...…................................7
3.2 Agrimensura Romana……………………………....…............8
4. Considerações Finais……………………………………..….……..….9
Referências bibliográficas……………………………….…………….....10
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INTRODUÇÃO
A geodésia é o estudo do formato e gravidade da terra. Ela se divide em
áreas como a cartografia e o sensoriamento remoto. Apesar da tecnologia que já é
empregada, essas Ciências são bastantes antigas e os equipamentos utilizados na
época, em regiões como o Egito, a Grécia e o Império Romano eram bastante
rudimentares.
Heródoto atribui aos egípcios um método de demarcação de terras afetadas
pelo Rio Nilo,descrita pelos gregos por agrimensura, as relevâncias dessa
demarcação descrita no livro dos mortos e os registros egípcios pioneiros na
astronomia (OLIVEIRA, 1993).
Os gregos, que muito aprenderam com os egípcios, organizaram e
consolidaram a geodésia, palavra que, pela primeira vez, apareceu na Metaphysica
de Aristóteles (OLIVEIRA, 1993).
A cartografia romana se utilizava de instrumentos utilizados em outros
lugares como no na Grécia antiga e no Egito. Apesar disso, o objetivo de seus
mapas era mais estético e prático do que compromissado em representar a
realidade. O trabalho dos agrimensores romanos eram bastante importantes para a
construção e manutenção do império.
Os registros históricos mostram que a agrimensura já era praticada desde o
Egito antigo, na demarcação de terras ao longo do Rio Nilo. Os europeus também
utilizavam a agrimensura, os etruscos dão a esses estudos uma conotação religiosa,
enquanto os romanos utilizavam essa ciência para a guerra.
Com isto, este relatório teve o objetivo de apresentar sinteticamente os
primeiros estudos e trabalhos relacionados a agrimensura.
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LEVANTAMENTOS ANTIGOS
1. LEVANTAMENTOS DE AGRIMENSURA E ASTRONOMIA NO ANTIGO EGITO
Historiadores atribuem o surgimento da matemática e da Geodésia à antiga
civilização egípcia, concomitantemente a isso, Heródoto em seus relatos delega
também aos egípcios o surgimento da medição dos campos (mais tarde chamada
pelos gregos de agrimensura), a técnica era utilizada para demarcar as terras
afetadas pelas cheias do rio Nilo (OLIVEIRA, 1993). A medição de terras auxiliava
também na arrecadação de impostos de áreas rurais (CÔRREA, 2011).
A respeito disso Oliveira comenta:
É, como se vê, da mais remota antiguidade, a determinação do tamanho
dos campos, através do cálculo das áreas e a demarcação de limites. As
medidas lineares eram, pois, orientadas pelo côvado (a palavra se origina
de cúbito, o que equivale, entre nós a 0,6849 m). Poucas, entretanto, são as
informações do instrumental empregado. (OLIVEIRA, 1993, p.16)
Além do mais, existiam funcionários nomeados pelo faraó que tinham
a função de avaliar os prejuízos das cheias e restabelecer as fronteiras entre as
diversas propriedades (cadastro). Estes seriam os primeiros ‘agrimensores’, que
depois seriam chamados topogrammateis pelos gregos (OLIVEIRA, 1993).
A questão era tão imprescindível, que nos Livros do Mortos, o espírito dos
falecidos deveria prestar contas a Osires e a quarenta e dois juízes, jurando que
não tinha diminuindo e nem falsificando nenhuma medida de terra (OLIVEIRA,
1993).
Além disso, quanto à astronomia, tem-se registros que os egípcios foram
pioneiros. Conforme os detalhes da orientação da Grande Pirâmide pode-se
perceber que eles se orientavam através de duas estrelas, por conta disso
construíram pirâmides que estavam direcionadas a essas duas estrelas (Mizar e
Kochab) e orientadas ao norte (CANHÃO, 2014).
Os egípcios, nos seus estudos, ainda desenvolveram alguns instrumentos
para os estudo e observação dos astros. O intercolúnio e o merkhet (figura 1), eram
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umas dessas ferramentas, ambos funcionavam como uma espécie de relógio das
estrelas, utilizado para marcar as horas a partir da posição das estrelas no céu
(OLIVEIRA, 1993).
Figura 1: Relógios estelares: o merkhet (A), o intercolúnio (B); e tabela astronômica (lista
de estrelas do 16° dia de Paneipet, o segundo mês de Akhet). Fonte: CANHÃO, Telo Ferreira. O
calendário egípcio. Origem, estrutura e sobrevivências. Cultura. Revista de História e Teoria das
Ideias, v. 23, p. 39-61, 2006.
A observação da evolução das estrelas estava reservada a sacerdotes
incumbidos de medir o tempo, uma espécie de astrónomos, que mediam
sistematicamente a altura das estrelas de referência, faziam o seu registo em
tabelas e as compararam com outras anteriores. Embora sem ser de forma precisa,
apenas aproximada, determinavam em qualquer momento da noite a hora em que
se encontravam. Era um trabalho sistemático, com uma periodicidade quinzenal,
uma vez que os movimentos de rotação e translação da Terra determinam
constantes alterações no posicionamento das estrelas. (CANHÃO, 2014)
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2. LEVANTAMENTOS NA GRÉCIA ANTIGA
Os princípios cartográficos se desenvolveram em várias sociedades antigas,
como na Grécia. Sendo assim, é imprescindível a importância dos estudiosos
gregos para desenvolvimento da cartografia, visto que, muitos trabalhos marcaram
o progresso das técnicas cartográficas. Dessa forma, sobre os levantamentos
antigos, temos o estudioso Eratóstenes de Cirene (276 a 196 a.c ), que conseguiu
,por meio de cálculos matemáticos, medir a circunferência da Terra (DUARTE,2008).
Dessa forma, o processo utilizado pelo estudioso foi :
“(...) foi baseado num princípio geométrico, considerando que os raios
solares chegam à Terra paralelos entre si, que a cidade de Siena (atual
Assuan) estaria no Trópico de Câncer, que a cidade de Alexandria estaria à
distância de 5 mil estádios ( 1 estádio= 185 m ) de Siena e no mesmo
meridiano desta. Colocou uma pequena estaca em Siena e outra em
Alexandria, ambas exatamente na vertical, no dia 21 de junho (início do
verão para hemisfério norte), quando o Sol deveria estar o Trópico de
Câncer. Por um princípio de Geometria, que deduziu que o ângulo formado
na estaca em Alexandria deveria ser o mesmo formado na estaca em
Alexandria deveria ser o mesmo formado no centro do planeta pelo
prolongamento de ambas as estacas, chegando ao resultado de 7 graus e
12 minutos, ou seja, 1/50 da circunferência.“ ( DUARTE, 2008, p.30 )
Desse modo, Eratóstenes viveu em uma sociedade que ainda acreditava
no modelo de Terra plana, logo o pensamento dele foi revolucionário.
Na linha de desenvolvimento da cartográfico teremos o Astrolábio, com a
origem incerta, mas sendo desenvolvido por estudiosos gregos, como Ptolomeu e
Hiparco. Dessa forma, o instrumento possui inúmeras funções, como calcular a
altura de montanhas, saber as horas, precisar as estações do ano, medição da
altura e posição dos astros e calcular a profundidade de determinado local. Logo, ele
era um instrumento terrestre, mas depois acabou sendo utilizado nas navegações
marítimas ( OLIVEIRA, 1993).
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Figura 2: Astrolábio do século XVI onde se
distingue as partes como a manter, a agulha e a
aranha.
3. LEVANTAMENTOS NO IMPÉRIO
ROMANO E O TRABALHO DOS
AGRIMENSORES
3.1 LEVANTAMENTOS ROMANOS
Apesar de serem estudiosos das ciênciasgregas, a cartografia dos romanos
não tem laços com a cartografia grega. Os mapas romanos eram feitos para mostrar
as rotas que auxiliavam no comércio, nos transportes e na guerra. Diferentemente
dos gregos, que utilizavam regras para aumentar o nível de fidelidade entre a
superfície real e a carta, como os sistemas longitude e latitude e as projeções. Ao
observar os mapas romanos, é possível examinar que o não respeito a essas regras
causavam grandes distorções no formato das áreas representadas. Uma
característica marcante da cartografia romana é que seus mapas representavam a
cidade de Roma no centro do mundo (conhecido na época, que englobava os
continentes europeu, asiático e africano, além do mar Mediterrâneo. O mais famoso
exemplo da cartografia romana é o Orbis Terrarum romano, uma espécie de atlas,
encomendado pelo Imperador Octavio Augusto ao cartógrafo Marcus Agrippa.
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Figura 3: ”Orbis Terrarum” - Vipsanius Agrippa. Reprodução do mapa original (20 a.C.).
Disponível em:
https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/historia-da-cartografia/o-mundo-classico.html
3.2 AGRIMENSURA ROMANA
Os agrimensores romanos, além de realizar atividades como estabelecer os
limites de um terreno, escolhiam e levantavam terrenos para a construção de
fortificações, durante os tempos de batalha. Os principais instrumentos utilizados
pelos agrimensores romanos eram a groma, que servia para fazer o alinhamento de
estradas, a dioptra, utilizada na construção de aquedutos e túneis e o chorobate,
que era utilizado na medição do desnível entre o ponto inicial e o final de um canal
de água, para que esta escoasse de forma regular.
Além dos agrimensores, existiam os libratores, que eram especialistas na
determinação da diferença de nível de um terreno, na construção de aquedutos e
canais de irrigação e transporte de água.
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https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/historia-da-cartografia/o-mundo-classico.html
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os levantamentos antigos realizados por nações como o antigo Egito, a
Grécia e o Império Romano foram de grande importância, pois deram início ao
estudo focado nessas Ciências e ao desenvolvimento de técnicas e instrumentos
próprios.
Além disso, a história mostra como os estudos da agrimensura e da
cartografia foram importantes para a conquista, manutenção e desenvolvimento
das nações, além de desenvolver outras áreas de estudo, como a astronomia, no
antigo Egito
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REFERÊNCIAS
ANDERSON, Paul S.; MONMONIER, Mark. S; RIBEIRO, Antônio Jorge;
SALIBA, Alcyone V. R.; MUHRCKE, Philippe; CARVALHO, Fernando Rodrigues
de. Princípios de Cartografia Básica. [S. l.: s. n.], 1982
CANHÃO, Telo Ferreira. O calendário egípcio. Origem, estrutura e
sobrevivências. Cultura. Revista de História e Teoria das Ideias, v. 23, p.
39-61| 2006, posto online no dia 17 fevereiro 2014, consultado a 20 setembro
2019. URL : http://journals.openedition.org/cultura/1296 ; DOI :
10.4000/cultura.1296
CORRÊA, Iran Carlos Stalliviere. A história da agrimensura. A Mira:
Agrimensura e Registros Públicos, Porto Alegre - RS. Disponível em:
https://www.amiranet.com.br/artigo/a-historia-da-agrimensura-16. Acesso em:
14 set. 2019.
DUARTE , Paulo Araujo. Fundamentos de Cartografia. 3. ed. Florianópolis:
Editora da UFSC, 2008. 208 p.
v. 3. ISBN 8532802192.
FIRMINO, Teresa. Pirâmides datadas pelos astros. Público, Portugal, 16 nov.
2000. Disponível em:
https://www.publico.pt/2000/11/16/jornal/piramides-datadas-pelos-astros-15130
5. Acesso em: 20 set. 2019.
RAISZ, Erwin. Cartografia Geral. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Científica, 1969. 414
p.
OLIVEIRA, Cêurio de. Curso de cartografia moderna. Rio de Janeiro: IBGE, v.
1, p. 18-19, 1993.
10
https://www.amiranet.com.br/artigo/a-historia-da-agrimensura-16

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