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- Fabiana Bilmayer CIRURGIA ↪ HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA (HDA) Definição Sangramento digestivo agudo. Hemorragia ALTA X BAIXA Marcador anatômico: ângulo de Treitz. ● O que é? Flexura (transição) entre o duodeno e o jejuno. HEMORRAGIA ALTA - Esôfago - Estômago - Duodeno - Vias hepatobiliar pancreáticas Manifestações clínicas (sintomas) ● Hematêmese (exteriorização do sangramento/vômito de sangue. ● Melena (evacuação com sangue) - fezes escuras e fétidas em borra de café ● Hematoquezia ● Enterorragia (mais grave*) ● Hipotensão postural (repercussão da perda volêmica) ● Taquicardia ● Hipotensão ● Choque hemorrágico CHOQUE HEMORRÁGICO - Alargamento do tempo de enchimento capilar - Pulsos finos - Pele pegajosa Laboratório - Anemia CONDUTA INICIAL Estabilização clínica 1) Sala de emergência 2) Monitorização 3) Oxigênio 4) Dois acessos venosos calibrosos 5) Reanimação volêmica: 2L de cristalóide (soro fisiológico ou ringer lactato) COLHER LABORATÓRIO - Hemoglobina - Plaquetas - RNI (tempo de protrombina) *Corrigir alterações para estabilizar Após estabilização clínica - Para fim diagnóstico ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA Possíveis causas São vindas do esôfago ou estômago ou duodeno ou vias hepato bilio pancreáticas (acima do Ângulo de Treitz). - Fabiana Bilmayer ESÔFAGO ● Síndrome de Mallory Weiss Laceração longitudinal no esôfago inferior (pelo vômito). - TEG: transição esôfago-gástrica. Perfil do pcte - Homem etilista - DRGE prévia - Libação alcoólica - Primeiro vômito e dps há o sangramento ESÔFAGO ● Úlceras de Cameron Úlceras da mucosa gástrica numa hérnia hiatal. Ocorrem na altura do pinçamento diafragmático. Perfil do pcte - DRGE importante ESÔFAGO ● Varizes esofágicas Hipertensão porta. Varizes esofagianas com sangramento. Perfil de pcte - Hepatopata - Circulação colateral portossistêmica no território ázigos IMPORTANTE FONTE DE SANGRAMENTO GRAVE ESÔFAGO ● Tumores esofágicos Todo tumor pode sangrar. Tipicamente sangramento crônico Perfil do pcte - Disfagia - Síndrome consumptiva ESTÔMAGO ● Úlcera péptica Estômago: bem vascularizado ÚLCERA + SUBMUCOSA = SANGRAMENTO Perfil do pcte - AINES - Tabagista - Síndrome dispéptica ÚLCERA PÉPTICA: MAIS IMPORTANTE CAUSA DE HDA!!! ESTÔMAGO ● Tumores gástricos Todo tumor pode sangrar. Tipicamente sangramento crônico Perfil do pcte - Síndrome consumptiva - Epigastralgia ● Varizes de fundo gástrico Gastropatia hipertensiva Hipertensão porta Perfil do pcte - Hepatopatia - Cirrose ESTÔMAGO ● Lesão de Dieulafoy Vaso aberrante dilatado submucoso. Perfil do pcte - Homens - Doença cardiovascular - Doença renal crônica DUODENO ● Doença ulcerosa péptica Úlcera duodenal posterior Erosão da artéria gastroduodenal Sangra muito, principalmente na parede posterior. Perfil do pcte - = DUP gástrica HDA TÍPICA DUODENO ● Fístula aortoduodenal Complicação: - Aneurisma de aorta abdominal rôto - Correção cirúrgica do aneurisma Perfil do pcte Homem com cirurgia de aorta recente. *Sangramento catastrófico* VIAS BILIOPANCREÁTICAS ● Hemobilia Trauma/procedimento: fígado e vias biliares Sangramento para dentro da luz biliar. Perfil do pcte - Trauma abdominal - Biópsia hepática - Fabiana Bilmayer - Sangramento na via biliar VIAS BILIOPANCREÁTICAS ● Hemossucus pancreaticus Lesão pancreática erodindo do vaso. Sangramento para dentro da luz pancreática Perfil do pcte Pancreatite prévia com pseudocisto -------------------------------------------------------------------- IMPORTANTE ● Mais comuns 1) Doença ulcerosa péptica DUODENAL 2) Varicosa - varizes esofágicas HDA: sangramento acima do Treitz. -------------------------------------------------------------------- TRATAMENTO A base do tratamento medicamentoso é a administração de inibidor de bomba de prótons (IBP) por via intravenosa, apesar de não substituir a endoscopia em pacientes com sangramento ativo. A posologia recomendada é de esomeprazol 80mg IV em bolus, seguido de 40mg IV 12/12h. A infusão intravenosa contínua de omeprazol (8mg/h) pode ser indicada naqueles submetidos a hemostasia endoscópica e com alto risco de ressangramento. Pacientes com baixo risco de ressangramento ou sem vaso visível à EDA pode trocar o IBP intravenoso por oral logo após a endoscopia. Com a endoscopia, a hemorragia pode ser classificada segundo a classificação de Forrest, que categoriza estigmas endoscópicos. O risco de recorrência da hemorragia sem tratamento endoscópico é de 81% para Forest I; 39% para Forest II e 22% para Forest III. O tratamento endoscópico é indicado para úlceras com sangramento ativo (Forest I) e com sinais de sangramento recente (Forest II). O tratamento endoscópico pode ser por injeção, térmico ou mecânico. Injeção de epinefrina diluída e de agentes escleróticos como etanol, além de métodos que causam trombose local como dispositivos térmicos e clipes hemostáticos, são opções terapêuticas. A injeção de epinefrina não deve ser realizada isoladamente, mas associada a uma modalidade terapêutica alternativa. A injeção pode ser utilizada para homeostase inicial, com controle do sangramento para melhorar a visualização, seguida de tratamento definitivo com métodos térmico ou mecânico. Em 8 a 15% dos indivíduos tratados, a endoscopia não é suficiente para controlar o sangramento. Uma segunda endoscopia pode ser tentada nesses casos. Caso permaneça a refratariedade, pode haver indicação cirúrgica. Embolização angiográfica é uma alternativa. ----------------------------------------------------------------------- A administração precoce de somatostatina ou seus análogos - que irão atuar por meio de vasoconstrição arterial esplênica, contribuindo para a parada temporária do sangramento - facilita a execução do exame e reduz a necessidade de transfusão. As opções são: terlipressina, somatostatina e octreotide. Recomendações mais atuais indicam iniciar a terapia com um desses fármacos assim que houver suspeita de ruptura de varizes esofágicas. Não se deve administrar IBP’s em pacientes tratados com somatostatina ou seus análogos, pois estas já inibem a secreção ácida pelo estômago. As doses recomendadas são de 2mg 4/4h para a terlipressina, 250μg em bolus seguido de 250-500μg/h para somatostatina, e 50μg em bolus seguido de 50μ/h para octreotide. Esses fármacos são geralmente administrados por até 5 dias. - Fabiana Bilmayer A melhor terapia endoscópica para pacientes com varizes esofágicas é a ligadura elástica. No entanto, como podem recidivar, é bom sempre manter vigilância. Se houver varizes gástricas, a abordagem endoscópica muda: a obliteração endoscópica com uso de adesivos de tecido, como N-butil-2-cianoacrilato, é mais eficaz que a ligadura endoscópica. O tamponamento com balões é outra abordagem possível para sangramentos não-controlados. Se a hemorragia é maciça e o tratamento endoscópico não está disponível, usa-se o tamponamento com balão como método temporário, uma vez que a taxa de recorrência após descompressão é de 50%. Logo, é um procedimento de resgate até terapias definitivas. A endoscopia pode ser repetida no caso de ressangramento de varizes esofágicas, mas não se mostra benéfica em varizes gástricas. Se houver refratariedade, há opção de passagem de derivação portossistêmica transjugular (TIPS) ou cirurgia.
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