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DIREITO PENAL

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DIREITO PENAL GERAL
PRINCIPIOS PENAIS E PENAIS CONSTITUCIONAIS
São dirigidos a todos (generalidade e abstração)
Pode ser explícito: Está escrito, expressamente previstos.
Pode ser implícito: Não está escrito, mas da ordem jurídica pode se inferir, são extraídos da interpretação da CF e do CP. 
PRINCÍPIOS
· DA INTERVENÇÃO MÍNIMA: A criminalização de uma conduta só se legitima se constituir meio necessário para a prevenção de ataques contra bens jurídicos importantes. Ademais, se outras formas de sanção ou outros meios de controle social revelaram-se suficientes para a tutela desse bem, a sua criminalização é inadequada e não recomendável. 
Pergunta-se: O fato pode ser reprimido de forma suficiente por outros ramos do Direito? Se sim, de acordo com o princípio da intervenção mínima NÃO poderá o Direito Penal atuar no caso, pois, de acordo com esse princípio, o Direito Penal por ser mais coativa deve ser chamado por último, quando o Estado não consegue agir com outros ramos do Direito para resolver e aí o Direito Penal entra. 
Esse princípio tem dois caracteres: Fragmentário e Subsidiário
A) CARÁTER FRAGMENTÁRIO: Ou principio da fragmentariedade, é dirigido ao legislador e significa que o Direito Penal não existe para proteção de todo e qualquer bem jurídico, e sim para proteção daqueles bens considerados mais importantes dentro de uma sociedade. Por ser dirigido ao Legislador, atua no campo abstrato. 
Pergunta-se: O bem jurídico está entre os mais importantes para receber tutela do Direito Penal? Se sim, cabe atuação do Direito Penal. 
B) CARÁTER SUBSIDIÁRIO: Ou principio da subsidiariedade, é dirigido ao Operador do Direito, se no caso concreto, o problema puder ser equacionado por outros ramos do Direito, deve-se afastar o Direito Penal. 
Aqui, a conduta já é crime, a questão é se outro ramo pode resolver, se não, cabe o Direito Penal.
Pergunta-se: No caso concreto, pode-se afastar a aplicação do Direito Penal sem prejudicar repressão ao fato?
· DA ALTERIDADE OU EXTERIORIZAÇÃO DO FATO
OBS: algumas bancas como a CESPE, também considera esse principio como o da lesividade.
O Direito Penal só pode criminalizar condutas que produzam ou possam produzir lesões a bens jurídicos alheios, comportamentos que prejudiquem apenas bens jurídicos próprios devem ser considerados irrelevantes penais. 
Se dirige ao LEGISLADOR.
Ex: autolesão, tentativa de suicídio, etc. o Direito Penal não pune. 
· DA OFENSIVIDADE
OBS: Algumas bancas como a Fundatec, considera como princípio da Lesividade.
O Direito Penal só pode criminalizar condutas que provoque lesão ao bem jurídico ou pelo menos o exponha a perigo.
Se dirige ao legislador.
Crime que tange ameaça ao bem jurídico pode ser de dano ou de perigo.
Crime de perigo são os que se consumam com a mera exposição do bem jurídico tutelado a uma situação de perigo, ou seja, basta a probabilidade do dano. E pode ser perigo concreto e perigo abstrato.
A) ABSTRATO / PRESUMIDO: Consumam-se com a prática da conduta, imediatamente. Não se exige que comprove dano. Ex: Porte ilegal de arma de fogo, tráfico de drogas, etc.
B) CONCRETO: Consumam-se com a efetiva comprovação da ocorrência de situação de perigo. Ex: Dirigir em via pública sem CNH, ou teve cassado seu direito de dirigir, gerando perigo de dano. 
São aqueles que a consumação só ocorre com a efetiva lesão do bem jurídico. 
· DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
Cada condenado tem direito a própria dosimetria da pena. Essa é a individualização da pena judicial. 
A individualização da pena legislativa: Como a lei prevê uma pena mínima e uma pena máxima para cada crime, a individualização legislativa, é deixar a cargo do juiz para cada tipo de caso aplicar a pena de acordo com o caso em questão. 
A individualização administrativa: Tem a ver com a execução penal, quando a lei determina que presos provisórios devem ser separados de presos definitivos, presos de regimes diferentes ficam em locais diferentes, por exemplo. 
· DA PROPORCIONALIDADE (Razoabilidade, convivência das liberdades públicas) 
É um princípio implícito. Deve haver correspondência entre o ilícito praticado e a resposta estatal a ele ser imposta.
É a proibição da pena em excesso – não se pune com o mesmo rigor quem porta droga para consumo com quem deve ser punido por tráfico de drogas. É a proibição à proteção deficiente. 
· DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
Em respeito a dignidade da pessoa humana não é todo tipo de pena que é admissível em nosso ordenamento jurídico. 
Ex: É vedado pena de tortura, de banimento, penas cruéis, etc.
· DA PESSOALIDADE (Responsabilidade pessoal ou Intranscendência da pena) Individualização da pena 
Nenhuma pena passará da pessoa do condenado. 
Existem penas privativas de liberdade – Reclusão, Detenção e Prisão Simples- 
Existem penas restritivas de direito;
E existem penas pecuniárias- multas;
Uma condenação criminal ao mesmo tempo que surge obrigações penais faz surgir obrigações cíveis. 
Porém, nem toda condenação cível tem teor penal. Multa não passa aos sucessores pois é penal. 
· DA RESPONSABILIDADE PENAL SUBJETIVA
Ninguém pode ser punido criminalmente sem que tenha coagido com dolo ou culpa. É vedado, assim, a responsabilidade penal objetiva.
· DA CULPABILIDADE
Não é explicito e nem há pacificidade em ser cobrado no Direito Penal, porém já foi cobrado em concurso.
O Estado, ante a sua promoção de desigualdade social e econômica, também é responsável pela pratica de determinados delitos. 
Tal circunstância pode ser considerada na dosimetria da pena, uma vez que o art. 66 do CP prevê uma atenuante inominada. 
· DO NE BIS IN IDEM
O agente não pode ser acusado, processado, condenado, mais de uma vez pelo mesmo fato, entro do mesmo ramo do direito.
Um só crime pode responder na esfera criminal, cível, e administrativo, mas um mesmo crime, mais de uma vez em um só ramo NÃO pode. 
É um principio implícito. 
· DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
Ninguém pode ser considerado culpado antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. O inicio do cumprimento da pena para o STF, só pode se dar com a constatação de que o condenado é culpado e esta constatação só ocorre quando da condenação não cabe mais qualquer tipo de recurso.
· DA LEGALIDADE
Não há crime sem lei anterior que o defina, e não há pena sem previa cominação. 
Também abarca contravenção penal e medida de segurança pois interpreta-se de forma ampla.
- DESDOBRAMENTOS DA LEGALIDADE
 Não há crime sem LEI- lei formal, em sentido estrito- reserva legal.
Em Direito Penal só pode se falar em lei em sentido formal, que passou por todo processo legislativo. Nem toda espécie legislativa em sentido material é lei em sentido formal, ou seja, apesar de ter conteúdo legal, pois não passou pelo procedimento de lei em sentido estrito. 
OBS: MP em matéria penal, mesmo que beneficie o réu não se aplica pois não é lei em sentido formal. 
 Não há crime sem lei ANTERIOR que o defina – Anterioridade- 
Para configurar como crime, antes, preexistente, precisa-se de uma lei incriminando o fato. A lei precisa ser anterior ao fato. 
Não existe mitigação ao princípio da anterioridade – a não ser que seja para beneficiar o réu, mas isso é a exceção. 
 
 Não há crime sem lei estrita (A analogia só para beneficiar o réu) 
OBS: analogia não é meio de interpretação e sim de integração. 
 Não há crime sem lei certa (taxatividade) tem por finalidade conferir eficácia ao principio da legalidade, vedando aprovação ode leis que tenham tipos penais vagos, com conteúdo impreciso, indeterminado. É necessário, portanto, que lei penal tipifique a conduta ilícita de forma taxativa, descrevendo de maneira clara e exata em que consiste ao crime. 
· NORMA PENAL EM BRANCO
O tipo penal para ter aplicação, precisa de complemento em seu preceito primário (descrição de conduta). Esse comportamento pode ser de lei ou ato infralegal. Se subdividem em:
A) HETEROGÊNEO / PRÓPRIO / SENTIDO FORMAL: Quando o complemento vem de ato infralegal (outra norma). Ex: Crimes que envolvem Lei de Drogas.
B) HOMOGÊNEAS / IMPRÓPRIAS/ SENTIDO AMPLO: Quando o complemento vem de LEI. Se divide em Homovitelina e Heterovitelina. 
- Homovitelina: A Lei que complementa vem do MESMO RAMO DO DIREITO.
- Heterovitelina: A lei que complementa vem DE RAMO DO DIREITO DIFERENTE. 
· LEI PENAL EM BRANCO AO AVESSO
O tipo penal para ter aplicação necessita de complementa em seu preceito secundário. Este complemento só deve ser a partir de Lei estrita. 
Ex: art. 304, CP. 
FONTES DO DIREITO PENAL
A) FONTE MATERIAL: É a fonte de produção da norma, é o órgão encarregado de criar o Direito Penal. 
A fonte material do Direito Penal é a UNIÃO. (Ente que em regra pode produzir normas penais) A exceção está também na CF que prevê que os Estados podem legislar sobre questões especificas do Direito Penal desde que autorizadas pela LC.
E o que seria “questões específicas?” A doutrina considera que somente temas de interesse local, jamais temas fundamentais do Direito Penal. 
B) FONTE FORMAL: É o instrumento de exteriorização do Direito Penal, o modo como as regras são reveladas.
Se divide em:
· Imediatas: Lei – Regula a infração e a sua pena-; CF; Tratados Internacionais de Direitos Humanos – Tem forma de EC pelo procedimento formal de ingresso no ordenamento jurídico-; 
· Mediatas: Costumes e princípios gerais de Direito
CARACTERÍSTICAS DA LEI PENAL
· EXCLUSIVIDADE: Somente a lei define infrações (crimes e contravenções) e comina sanções penais (pena e medida de segurança);
· IMPERATIVIDADE: É imposta a todos, independente da vontade de cada um;
· GENERALIDADE: Todos devem acatar a lei penal, mesmo os inimputáveis, vez que são passíveis de medida de segurança;
· IMPESSOALIDADE: Dirige-se aos fatos e nãos as pessoas além de ser produzidas para alcançar a todos indistintamente.
CLASSIFICAÇÃO DA LEI PENAL
· LEI PENAL INCRIMINADORA: Define as infrações em seu preceito primário e comina sanções em seu preceito secundário;
· LEI PENAL NÃO INCRIMINADORA: Não tem finalidade de criar condutas puníveis, nem suas infrações. Se subdivide em: 
A) Permissiva: 
A.1) Justificante: A lei penal torna lícitas determinadas condutas que normalmente estariam sujeitos à punição estatal. Ex: Legítima Defesa;
A.2) Exculpante: Se verifica quando se elimina a culpabilidade. Ex: Embriaguez acidental completa
B) Explicativa ou interpretativa: Se destina a esclarecer o conteúdo da norma. Ex: Art. 327 do CP que trata do conceito de funcionário público para fins penais.;
C) Complementar: Tem a função de delimitar a aplicação das leis incriminadoras. Ex: Art. 5º do CP que dispõe sobre a Aplicação da Lei Penal no Território Brasileiro;
D) Leis de extensão ou integrativas: Utilizada para viabilizar a tipicidade de alguns fatos. Ex: Tentativa e participação seriam atípicas se não fossem tais normas – art. 14, II e art. 29, CP. 
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
Significa buscar o preciso significado de um texto delimitando o alcance da lei, guiando o operador para sua correta aplicação. Até mesmo as leis com maior clareza precisam de interpretação. 
São formas de interpretação:
A) Quanto ao sujeito que a interpreta: Pode ser autêntica (legislativa); doutrinária e jurisprudencial.
A.1) Autêntica (legislativa): É aquela fornecida pela própria lei. Ex: conceito de funcionário público – art. 327, CP. 
Se subdivide ainda em:
- Contextual: Editada em conjunto com a norma penal que a conceitua. 
- Posterior: Uma lei distinta e posterior conceitua o objeto da interpretação. 
A.2) Doutrinária ou científica: Interpretação feita pelos estudiosos. Não é intepretação de observância obrigatória. 
A.3) Jurisprudencial: É o significado dado as leis pelos tribunais, a medida que lhes é exigida a análise do caso concreto, podendo adquirir, hoje, caráter vinculante dada a possibilidade de edição pelo STF das súmulas vinculantes.
B) QUANTO AO MODO: Pode ser Gramatical; Teleológica; Histórica; Sistemática; Progressiva e Lógica (ou raciocinal)
B.1) Gramatical: É a interpretação que considera o sentido literal das palavras, correspondente a sua etimologia.
B.2) Teleológica: É a interpretação com base na vontade ou intenção objetivada em lei. É guiada pela finalidade da norma, visa aliar os princípios da justiça e bem comum com as necessidades que a lei busca atender.
B.3) Histórica: Interpretação que indaga a origem da lei, identificando os fundamentos de sua criação. 
B.4) Sistemática: Conduz a interpretação da lei em conjunto com a lei que integra o sistema do qual faz parte, bem como com os princípios gerais de direito. 
B.5) Progressiva ou Evolutiva: Busca do significado legal de acordo com o progresso da ciência.
B.6) Lógico: se baseia na razão, utiliza métodos dedutivos, indutivos e dialéticos para encontrar o sentido. 
C) QUANTO AO RESULTADO: Declarativa, Restritiva e Extensiva. 
C.1) Declarativa: A letra da lei corresponde exatamente ao que o legislador quis dizer – nem suprimindo, nem adicionando- 
C.2) Restritiva: Reduz o alcance das palavras da lei para que corresponda a vontade do texto. 
C.3) Extensiva: Amplia-se os alcances das palavras da lei para que corresponda a vontade do texto.
INTERPRETAÇÃO SUI GENERIS
Se subdivide em exofórico e endofórico.
A) Exofórico: O significado da norma não está no ordenamento normativo;
B) Endofórico: O texto normativo apresentado toma o sentido de outros textos do ordenamento – ainda que não sejam da própria lei- 
INTERPRETAÇÃO CONFORME A CF
A CF deve ser base para as normas hierarquicamente inferiores (só são válidos dispositivos que não estão em desacordo com direitos e garantias da CF)
APLICAÇÃO E VIGÊNCIA
Aplica-se a lei penal vigente no tempo da prática do fato criminoso. 
Os efeitos são no período que a lei está vigorando. 
LEI PENAL NO TEMPO
1. ANTERIORIDADE DA LEI
Art. 1º: Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
O que significa que, a aplicação de determinada norma somente poderá ser dada após sua entrada em vigor, ou seja, a aplicação não pode se dar em relação aos fatos anteriormente ocorridos.
OBS: Durante o período da vacatio legis, a Lei não possui aplicação prática, somente transcorrido esse período é que, se alguém vier a praticar a conduta, poderá ser punido pelo crime nela descrito. 
Mas, o que é Vacatio Legis? Refere-se a um período em que a lei já foi publicada, mas não possui eficácia prática, funcionando como um período para que as pessoas conheçam e se adaptem à nova realidade.
2. LEI PENAL NO TEMPO – REGRA- 
A regra estabelecida pelo Direito Penal no que concerne à lei penal no tempo é que - O tempo rege o ato- e de acordo com essa regra, deve-se aplicar a lei que estava em vigor na época em que o fato foi praticado. 
Porém, excepcionalmente e sempre em benefício do réu, poderá haver a aplicação de leis que não estavam vigentes à época dos
fatos que retroatividade da lei penal benéfica que ocorre de duas formas: 
- Abolitio Criminis;
- Novatio Legis in Mellius 
3. RETROATIVIDADE DA LEI PENAL
Perante lei posterior que venha a ser prejudicial ao réu, deverá ser aplicada a lei vigente à época do fato, consistente em uma lei mais benéfica. Mas, se lei posterior for mais benéfica, poderá ser aplicada ao fato praticado.
A retroatividade da lei pode ocorrer por meio:
A) Abolitio Criminis (art. 107, I, CP): Resulta na extinção da punibilidade e ocorre quando o legislador deixa de considerar determinada conduta como um crime. Ex: Revogação do crime de adultério. De acordo com o art. 2º, CP: Perante o abolitio criminis, cessa a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Ex: A conduta deixa de ser crime? O IP e Ação Penal deverão ser interrompidos dada a extinção de punibilidade.
OBS: A retroatividade da lei penal benéfica será aplicada ainda que a sentença condenatória já tenha transitado em julgado.
Diante dessa questão, A que já foi condenado anteriormente por crime que já não existe (abolitio criminis) não pode ser considerado reincidente por um novo crime caso pratique. 
OBS: A abolitio criminis não cessa os efeitos extrapenais, isto é, os efeitos civisde reparação de danos, mas apenas os efeitos penais e a execução da pena
- PRINCIPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVA E ABOLITIO CRIMINIS-
Com a abolitio criminis haverá a revogação do tipo penal e a revogação material, ou seja, além da revogação de determinado artigo de uma lei, a conduta nele descrita também deixará de ser considerada crime de forma absoluta no ordenamento jurídico; 
Já a continuidade normativa, apresenta uma situação distinta: haverá a revogação formal do tipo penal, mas a conduta descrita pelo tipo penal revogado passará a se inserir em outro tipo penal, havendo, desse modo, a revogação formal, mas não a revogação material. 
Nesse sentido, quando houver a continuidade típico-normativa não há o que se falar em abolitio criminis.
Resumindo, o princípio da continuidade típico-normativa consiste em uma alteração geográfica: O tipo penal é revogado, entretanto a conduta descrita passa a ser disciplinada por outro tipo penal. 
Ex: Atentado Violento ao pudor antes previsto pelo art. 214 do Código Penal, foi revogado e passou a estar inserido no art. 213 do mesmo Código, mas sob perspectiva de crime de estupro.
B) Novatio legis in Mellius / Lei Penal Benéfica
Corresponde à retroatividade, situação em que surge uma nova lei que, apesar de não retirar determinado crime do ordenamento jurídico, apresenta-se mais benéfica ao réu, devendo ser aplicada aos fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor. 
Somente a partir do momento em que uma nova lei entra em vigor é que ela deve ser aplicada. Desse modo, assim como ocorre em relação à lei que seja prejudicial ao réu, lei posterior benéfica que foi publicada, mas que ainda não se encontra em vigor, também não poderá ser aplicada durante o período de vacatio legis para beneficiar o réu.
Quando houver dúvida a respeito de se a nova lei beneficia ou prejudica o réu, o próprio agente poderá ser consultado a fim de que escolha a aplicação que entende lhe ser mais favorável, o juiz poderá, no dia do julgamento, perguntar ao réu qual lei ele prefere que lhe seja aplicada.
A retroatividade da lei benéfica, seja por meio da abolitio criminis ou da novatio legis in mellius, desconstitui a coisa julgada, sendo aplicada em qualquer momento a fatos ocorridos antes da sua entrada em vigor.
QUAL JUÍZO COMPETENTE PARA APLICAR A ABOLITIO CRIMINIS E A LEI MAIS FAVORÁVEL? 
- Durante o inquérito policial e durante a ação penal – 1º instância- Compete ao juiz natural do 1º grau de jurisdição a aplicação da abolitio criminis e da lei mais favorável. 
- Durante ação penal que se encontre em fase de recurso, compete ao Tribunal em que esteja sendo analisado o referido recurso. 
- Durante a fase de execução da pena, após o trânsito em julgado da condenação criminal, compete à Vara de Execuções Criminais – Sum. 611 STF- 
LEX TERTIA
A lex tertia é a “terceira lei” que consiste na combinação de duas leis penais.
Ex: Determinado indivíduo pratica um crime X sob a vigência da Lei A, que determina para o ato a pena de reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, sem multa. Entre a data da prática do crime e a data do julgamento surge a Lei B, que revoga a Lei A, determinando, agora, que a pena referente à conduta praticada pelo sujeito será a de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, com multa.
Em situações como essa, apesar de a nova lei apresentar uma situação mais benéfica, ela traz consigo um dispositivo desfavorável ao réu que não existia na lei anterior, nesse caso, a multa. 
Nesse sentido, deveria ser solicitado ao juiz que, no que concernisse à pena privativa de liberdade, fosse aplicada a Lei B e no que concernisse à pena de multa, fosse aplicada a Lei A, extraindo-se o que há de mais benéfico em cada uma dessas leis e, portanto, formando uma terceira lei.
Porém, o entendimento predominante do STJ é o de que não se admite a combinação de leis. SUM 511 STJ! 
ULTRATIVIDADE DA LEI PENAL
De acordo com o disposto pela Constituição Federal em seu art. 5º, inciso LX: 
Art. 5º (...) XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
Desse modo, tem-se a retroatividade da lei penal benéfica e a irretroatividade da lei penal gravosa ao réu. 
Assim, caso uma conduta tenha sido praticada sob a vigência da Lei X e, posteriormente, entre em vigência a Lei Y, considerada mais gravosa e, portanto, consistente em uma novatio legis in pejus, esta será irretroativa, de modo que deverá ser aplicada ao agente a lei vigente à época dos fatos, isto é, a Lei X, mesmo após ela ter sido revogada.
Com a irretroatividade da novatio legis in pejus ocorrerá a presença da ultratividade da lei penal mais benéfica, situação em que a lei mais benéfica tem aplicação aos fatos ocorridos durante sua vigência mesmo após sua revogação. 
OBS: Cabe apontar que, caso a Lei Y fosse mais benéfica em relação à situação apresentada, ela retroagiria; sendo aplicada aos fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor.
OBS 2: observe que tanto a ultratividade como a retroatividade, irão se referir à lei mais benéfica ao réu.
SUM. 711
Crime continuado: Ocorre quando o agente, por meio de mais de uma ação, pratica mais de um crime da mesma espécie. Entretanto, pelas condições de tempo, lugar e modo de execução, as condutas posteriores são compreendidas como continuidade da primeira.
 Art. 71. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Crime permanente: corresponde ao crime cuja consumação se prolonga no tempo. 
É o que ocorre em relação ao crime de sequestro ou de cárcere privado: a partir do momento em que se priva a liberdade da vítima e com ela se permanece sequestrada/privada por um período de quatro meses, por exemplo, o crime estará sendo consumado por todo esse período de tempo.
SUM. 711: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
OBS: Na hipótese de o agente iniciar a prática de um crime permanente sob a vigência de uma lei, vindo o delito a se prolongar no tempo até a entrada em vigor de nova legislação, aplica-se a última lei, mesmo que seja a mais severa. 
LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA
As leis excepcionais ou temporárias correspondem a leis que irão apresentar um prazo preestabelecido de sua vigência, ou seja, irão vigorar apenas por um determinado período de tempo.
Cabe apontar que as leis excepcionais ou temporárias são:
A) Autorrevogáveis: a própria lei temporária ou excepcional irá dispor sobre o momento em que deixará de estar em vigor 
OBS: A lei excepcional corresponde a uma lei que irá existir e terá aplicação prática durante um período excepcional/anormal, como durante o período de guerra, de calamidade pública ou de calamidade de saúde pública.
OBS: Diferente das leis temporárias, as leis excepcionais não possuem uma data certa de término: estas durarão enquanto a situação excepcional persistir.
Art. 3º, CP: A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
B) Ultrativas: a lei temporária ou excepcional se aplica aos fatos ocorridos durante sua vigência mesmo após ter sido revogada, ainda que seja prejudicial ao réu.
LEIS INTERMEDIÁRIAS
A lei penal intermediária consiste na lei benéfica que teve vigência após a prática do ato, porém foi revogada antes do julgamento do réu. – STF
LUGAR DO CRIME
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Lugar do crime é tanto aquele em que ocorreu a ação ou omissão, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.Esta é a teoria adotada pelo Código Penal brasileiro.
TERRITORIALIDADE
CP, Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
O Código Penal adota o Princípio da Territorialidade. Logo, considera-se território nacional:
1) Território físico - Espaço terrestre, marítimo, aéreo, incluindo rios, lagos,
baías, ilhas e tudo que o compõe.
2) Mar territorial e seu espaço aéreo correspondente – faixa de 12 milhas
marítimas de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continente e insular.
3) Território brasileiro por extensão (território jurídico) – Art. 5º, § 1º, CP.
Será aplicada a lei penal brasileira, desde que a ação ou omissão seja
praticada no Brasil ou que o resultado desta tenha sido produzido ou deveria ter sido produzido no Brasil.
No Brasil, não se adota o princípio da territorialidade absoluta, porque há ressalvas quanto ao que fora estabelecido por convenções, tratados e regras de direito internacional.
Princípio da Territorialidade Temperada (ou mitigada)
1) Situações que brasileiros cometem crimes no exterior e serão
responsabilizados de acordo com a lei penal brasileira – regras da
extraterritorialidade (art. 7º, CP)
2) Situações que estrangeiros cometem infrações penais no território brasileiro
e não lhes será aplicada a lei penal brasileira - Imunidades diplomáticas e de
chefes de Estado
Obs.: Embaixadas não são extensão do país que representam. Apesar de
invioláveis, em regra, os crimes praticados em embaixadas estrangeiras
localizadas no Brasil terão aplicação da lei penal brasileira, salvo convenção
ou tratado internacional.
Imunidade diplomática
Prevista na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961, incorporada ao direito brasileiro pelo Decreto nº 56.435/65.
A quem se aplica?
1) Chefes de Estado ou de Governo e suas famílias, bem como membros de
sua comitiva;
2) Embaixador e sua família;
3) Diplomatas, funcionários do corpo diplomático e suas famílias. Estes serão responsabilizados de acordo com a lei de seus respectivos países;
4) Funcionários de organizações internacionais, tais como a ONU, quando
estiverem em serviço
Obs.: o agente consular não possui imunidade diplomática, mas sim imunidade funcional relativa, restrita aos atos de ofício.
Art. 5º, §1º, CP - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
	Lugar do crime
	Aplica-se a lei penal brasileira?
	Embarcações e aeronaves brasileiras de
natureza pública
	Sim – onde quer que se encontrem
	Embarcações e aeronaves brasileiras a serviço do governo brasileiro
	Sim – onde quer que se encontrem
	Embarcações brasileiras mercantes ou de propriedade brasileira
	Sim, desde que se encontrem no alto-mar
	Aeronaves brasileiras mercantes ou de
propriedade privada
	Sim, desde que se encontrem no espaço aéreo correspondente ao alto-mar
	Embarcações estrangeiras de propriedade privada
	Sim, desde que esteja atracada em porto ou navegando em mar territorial do Brasil
	Aeronaves estrangeiras de propriedade privada
	Sim, desde que em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo brasileiro
	Embarcações ou aeronaves de natureza
pública estrangeira ou a serviço de governo estrangeiro
	Não
	Embarcações ou aeronaves, mercantes ou privadas, quando em território estrangeiro
	Sujeita-se à lei brasileira, desde que não seja julgado no território estrangeiro. Todavia, aplica-se a regra da extraterritorialidade condicionada – art. 7º, II, c, CP.

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