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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR NEUROCIÊNCIA COGNITIVA FUNÇÕES EXECUTIVAS DO CÉREBRO ERICA ROSA MARINS VILA VELHA 2020 O CÉREBRO O cérebro humano talvez seja a máquina mais complexa que se tenha investigado, fatores genéticos, neurológicos, ambientais que resultam em comportamento humano, principalmente na área psicológica são pontos importantes que nos permitem entender o motivo de termos este ou aquele comportamento mediante as situações apresentadas. O cérebro é um órgão do sistema nervoso central muito importante para o funcionamento do corpo. Esse órgão constitui a maior parte do encéfalo, representando cerca de 80% da massa total dessa estrutura. Funções do cerebro O cérebro está relacionado com a inteligência, linguagem, consciência, memória, entre outros. Além disso, é capaz de processar informações dos sentidos juntamente a outras estruturas do encéfalo, iniciar movimentos e influenciar o comportamento emocional. Anatomia do cérebro Pode ser dividido em dois hemisférios: o esquerdo e o direito, os quais estão ligados pelo corpo caloso, estrutura constituída por fibras mielínicas. Um fato curioso sobre os hemisférios é que o lado esquerdo controla os movimentos do lado direto, e o lado direito controla os movimentos do lado esquerdo do corpo. Os hemisférios são divididos em quatro lobos cerebrais, que apresentam funções específicas. São eles: lobo frontal, temporal, parietal e occipital. Cada lobo recebe o nome de acordo com a localização em relação aos ossos do crânio. https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/fisiologia-sistema-nervoso.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/os-cinco-sentidos.htm Funções executivas As funções executivas são as habilidades cognitivas necessárias para controlar nossos pensamentos, nossas emoções e nossas ações. A funções executivas nos fazem entender melhor o desenvolvimento e seu impacto na vida social, afetiva e intelectual desde a infância até a idade adulta. As funções executivas são as habilidades cognitivas que nos permitem controlar e regular nossos pensamentos, nossas emoções e nossas ações diante dos conflitos ou das distrações. Embora haja algum debate sobre o que são as funções executivas, existe um consenso geral sobre quais habilidades compõem as nossas funções executivas. As principais habilidades são as seguintes: Alteração: habilidade para adaptar suas opiniões e condutas a situações novas, variáveis e inesperadas. Inibição: habilidade para controlar respostas impulsivas e automáticas e contestar usando a atenção e o raciocínio. Atualização: habilidade para supervisar a conduta e garantir que você está realizando adequadamente o plano de ação estabelecido. Planejamento: habilidade para pensar em futuros eventos e antecipar mentalmente a maneira correta de realizar uma tarefa ou alcançar um objetivo específico. Memória operacional: habilidade para armazenar e lidar com informações temporariamente para realizar tarefas cognitivas complexas. Tomada de decisões: habilidade para selecionar uma opção entre diferentes alternativas de forma eficiente e criteriosa. Resolução de problemas: habilidade para chegar a uma conclusão lógica considerando algo desconhecido. Teste de Marshmallow e as funções executivas Existem alguns destaques experimentais que servem de base para muitos estudos psicológicos. Um deles é o famoso teste do marshmallow, criado por Walter Mischel, na Universidade de Stanford. Sendo que o teste foi baseado em suas observações feitas em suas filhas. https://www.cognifit.com/science/cognitive-skills/shifting https://www.cognifit.com/science/cognitive-skills/inhibition https://www.cognifit.com/science/cognitive-skills/updating https://www.cognifit.com/science/cognitive-skills/planning https://www.cognifit.com/science/cognitive-skills/working-memory https://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com/2013/03/teste-de-marshmallow.html No final dos anos 60, Mischel tinha três meninas com idades entre 2 e 5 anos. Como muitos pais provavelmente notam, muitas mudanças acontecem no comportamento das crianças por volta dos 4 anos. Quando uma das suas filhas fez 4 anos, ela adquiriu repentinamente a capacidade de retardar a gratificação imediata. Andando no mercado, a menina fazia um escândalo porque queria alguma coisa e tinha que ser na hora. Depois dos 4 anos, passou a entender que se esperasse ao chegar em casa, poderia negociar algo melhor. Mischel observou esse tipo de autocontrole acontecer com todas as suas filhas, como se estivessem programadas pra isso. Baseado nestes pressupostos Mischel começou seus estudos com conotação cientifica, sendo que a primeira série de tais estudos foi publicada em 1972, onde o psicólogo criou o famoso “Teste de Marshmallow”, sendo que o mesmo media o autocontrole e a capacidade de adiar recompensas. Um grupo de crianças recebia um prato com um delicioso “marshmallow” (um tipo de doce, muito apreciado por lá), com a seguinte explicação: “Você pode comer o doce a hora que quiser, mas se conseguir resistir por 15 minutos e não o comer, ganhará dois doces”. O pesquisador retirava-se da sala e deixava a câmera filmando as reações das crianças. Ao analisar os vídeos de seu experimento, Mischel chegou à conclusão de que: as crianças que conseguiram resistir ao marshmallow apresentaram uma estratégia de atenção. Ao fechar os olhos, esconder-se debaixo da mesa ou cantar uma canção, essas crianças estariam tirando o foco da tentação. Elas eram capazes de distrair-se pensando em outra coisa ou praticavam outra atividade como forma de adiar a recompensa por mais tempo. Mischel estava inicialmente interessado nos vários estilos cognitivos que as crianças iriam usar para adiar a gratificação e obter mais sucesso. O que podemos concluir a partir deste estudo é que algumas crianças apresentaram melhores estratégias e eram mais capazes de controlar seus impulsos imediatos para uma recompensa de longo prazo. O estudo não demonstrava se essas habilidades foram aprendidas ou eram inatas. Das 600 crianças participantes, somente uma minoria comeu o doce imediatamente. E cerca de um terço das restantes conseguiu resistir à tentação durante os 15 minutos e ganhar o segundo “marshmallow”. Mas este não foi o fim do teste, pois Mischel acompanhou o crescimento dos participantes procurando verificar de que forma suas vidas foram se estruturando. Em um posterior estudo de 1989 ele descobriu que: As crianças que aos 4 anos de idade conseguiram atrasar a recompensa, durante seu crescimento, mostraram-se adolescentes mais competentes tanto cognitivo quanto socialmente, alcançaram maior desempenho escolar e evidenciaram lidar melhor com a frustração e o estresse. Também, observou-se que mais tarde, estas crianças foram mais bem sucedidas na escola, nas suas carreiras, nos seus casamentos e na vida. Este simples teste tinha profundas implicações no mundo real, e isso é um dos fatos que o torna um dos mais famosos dentro da área psicológica. Psicólogos consideram a capacidade de autocontrole e recompensa adiada como parte importante do que é chamada de função executiva, a função do lobo frontal, que é o controle do comportamento, onde estratégias de decisões de longo prazo demonstram controle sobre o comportamento de manter e atingir metas. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) apontam para um déficit na função executiva. Portanto, não é surpreendente que as crianças com TDAH apresentem pior desempenho no teste do marshmallow. De fato, os resultados que Mischel para aqueles que não conseguiram adiar a recompensa, futuramente mostraram-se pessoas com TDAH – onde apresentaram dificuldades acadêmicas, na carreira, no casamento, enfim, navida.
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