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Resumão Deontologia - Parte 5 - Copia

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RESUMÃO DE DEONTOLOGIA JURÍDICA 
 
 
O ESTATUTO DA ADVOCACIA 
 
DAS INCOMPATIBILIDADES E DOS IMPEDIMENTOS DA ADVOCACIA: 
 
CONFORME PRECEITUA O ART. 27 DO EAOAB: “A INCOMPATIBILIDADE 
DETERMINA A PROIBIÇÃO TOTAL, E O IMPEDIMENTO, A PROIBIÇÃO 
PARCIAL DO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA”. 
 
• Segundo o caput do art. 27 a incompatibilidade determina a proibição total e tem 
o condão de afastar em absoluto o acumulo de determinadas funções, e isso não 
tem relação direta com o tempo exigido para a tarefa do advogado, que 
trabalha de acordo com suas possibilidades de agenda. 
 
• Já o impedimento determina a proibição parcial do exercício da advocacia. Ou seja, o 
advogado continua com sua carteira profissional e seu registro junto aos quadros 
do Conselho Seccional, mas estará impossibilitado de atuar como profissional da 
área em casos específicos determinados por lei. 
 
*O presente material foi constituído de RECORTES de obras de autores consagrados, 
não se apresentando de forma alguma como produção intelectual. 
 
*O objetivo é o auxílio no estudo do aluno para a disciplina, não visando substituir a 
leitura das obras em sua completude. 
 
* É expressamente proibido o compartilhamento do material. 
 
* A biblioteca do seu curso possui livros atualizados e de excelente qualidade sobre a 
matéria. Utilize-os. 
 
Bons estudos!!!! 
 
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OS CASOS DE INCOMPATIBILIDADE ESTÃO EXPRESSOS NO ART. 28 DO 
EAOAB: 
 
Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes 
atividades: 
I – chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus 
substitutos legais; 
II – membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e 
conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem 
como de todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva 
da Administração Pública direta e indireta; 
III – ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública 
direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou 
concessionárias de serviço público; 
IV – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer 
órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro; 
V – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade 
policial de qualquer natureza; 
 VI – militares de qualquer natureza, na ativa; 
VII – ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, 
arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais; 
VIII – ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive 
privadas. 
§ 1º A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou função deixe 
de exercê-lo temporariamente. 
§ 2º Não se incluem nas hipóteses do inciso III os que não detenham poder de decisão 
relevante sobre interesses de terceiro, a juízo do conselho competente da OAB, bem 
como a administração acadêmica diretamente relacionada ao magistério 
jurídico.(CUIDADO!!!) 
 
• Quando atuante nestas funções, ainda que o sujeito se licencie do seu cargo ou 
função devido a algum motivo, seja ele qual for o EAOAB não afasta a 
incompatibilidade para a advocacia, que permanecerá ativa durante o tempo do 
afastamento. Isto ocorre porque, ao menos na maior parte dos casos, o afastamento é 
temporário e enseja que um dia o ocupante do cargo ou função voltará a exercê-lo, 
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motivo pelo qual, em nome da segurança jurídica, a incompatibilidade permanece 
vigorando. 
 
• A incompatibilidade da advocacia não se destina apenas aos clientes que o advogado 
poderia ter, mas se estende também a ele, ou seja, não poderá exercer a advocacia 
mesmo que em causa própria, regra essa que se aplica aos profissionais descritos 
nos incisos. O importante a considerar é que a incompatibilidade não se refere ao 
sujeito e sim ao cargo exercido por ele. 
 
• OS MEMBROS DAS MESAS DO PODER LEGISLATIVO, BEM COMO 
AQUELES QUE OCUPAM DETERMINADO CARGO DE DIREÇÃO 
EXERCEM ATIVIDADE INCOMPATÍVEL COM A ADVOCACIA (AINDA 
QUE TEMPORÁRIA). Ex: Se apenas vereador, estará o advogado impedido 
parcialmente de exercer a Advocacia contra ou em prol das pessoas, empresas e 
entidades enumeradas no inciso II do art. 30 da Lei 8.906/1994, porém livre para o 
exercício da Advocacia nas mais situações ou casos, respeitados sempre os limites 
éticos do CED. Porém, se um vereador for eleito Presidente da Câmara, Corpo 
Legislativo do Município ou membro da mesa da Assembléia Municipal torna-
se respectivamente presidente e membro de uma mesa do Poder Legislativo 
Municipal há o caso de incompatibilidade, vedando-se em absoluto – sem 
qualquer ressalva ou exceção – exercer a Advocacia enquanto perdurar a 
situação ou status legislativo, que engendra incompatibilidade, sem distinção ou 
exceção relacionada com a espécie de poder. Em qualquer órgão do poder, 
persiste incompatibilidade a advogados que componham a respectiva mesa, 
inclusive substitutos legais, mesmo que temporariamente não exerçam funções. 
 
• O inciso III do art. 28, torna incompatíveis com a Advocacia os ocupantes de 
cargos ou funções de direção em órgãos da Administração Pública Direta ou 
Indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de 
serviço público. Estão incompatibilizados, por exemplo, os dirigentes de empresas 
concessionárias de serviço público, tais como: as de fornecimento de água, luz, 
telefonia, gás, transportes. 
 
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• Os ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente à atividade 
policial de qualquer natureza exercem atividade incompatível com a advocacia. Tal 
incompatibilidade abrange todos os servidores que exerçam cargos de natureza 
policial ou diretamente vinculados à atividade policial (Ex.: Perito criminal, guarda 
de presídio, médico-legista etc.). 
 
• São também incompatíveis os militares; aqueles que exercem cargos de arrecadação, 
fiscalização e lançamento de tributos (ex: fiscais de rendas, auditores fiscais, agentes 
tributários, fiscais de receitas previdenciárias) e dirigentes e gerentes de instituições 
financeiras públicas ou privadas. 
 
• A incompatibilidade atinge todos e quaisquer ocupantes de cargos ou funções 
vinculados diretamente ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário que 
são os serventuários da justiça, não importando a forma de provimento e a natureza 
do cargo ou função. Os exemplos vão desde o Assessor de Desembargador, oficial 
de justiça e, também, todos os titulares e empregados dos serviços notariais e de 
registro. 
 
• Apesar de não listados nos incisos do dispositivo anterior, os procuradores, 
advogados e defensores gerais, bem como os dirigentes de órgãos jurídicos da 
Administração Pública direta, indireta e fundacional são exclusivamente legitimados 
para exercer a advocacia na carreira em que exercem no período designado ( art. 29 
do EAOAB). 
 
• Uma situação especial diz respeito ao Conciliador (e por analogia o mediador) nos 
Juizados Especial Cíveis: quando não há restrição legal ao exercício das funções 
conjuntas de conciliador de Juizado Especial e de Advogado, se o bacharel em 
direito não ocupa cargo efetivo ou em comissão no Poder Judiciário, haverá apenas 
impedimento para o patrocínio das ações propostas no próprio juizado cível 
(Observa-se nestes casos a aplicação do art. 7º da Lei n. 9.099/1995). 
 
 
 
 
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O ART. 30 DO EAOAB TRAZ OS CASOS DE IMPEDIMENTOS: 
 
Art. 30. São impedidos de exercer a advocacia: 
I – os servidores da administração direta, indireta e fundacional, contra a Fazenda 
Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora; 
II – os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor das 
pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedadesde economia mista, 
fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou 
permissionárias de serviço público. 
Parágrafo único. Não se incluem nas hipóteses do inciso I os docentes dos cursos 
jurídicos. 
 
• São impedidos de exercer a Advocacia os servidores da Administração Direta, 
Indireta ou fundacional, contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja 
vinculada a entidade empregadora. O servidor de uma autarquia federal está 
impedido de advogar contra a União; o empregado de uma sociedade de economia 
mista federal, por ser entidade empregadora vinculada à União. 
 
• Também os membros do Legislativo, independente da esfera e do nível, não 
poderão, por impedimento, advogar em face de órgãos públicos (!!!), podendo 
exercer, todavia, a advocacia privada, salvo os membros da mesa diretora que são 
incompatíveis com a atividade jurídica, não podendo advogar em nenhuma hipótese 
(art. 28, I, EAOAB). Repare que neste caso o impedimento é a “pessoas jurídicas de 
direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações 
públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de 
serviço público”, não sendo exclusivamente contra a Fazenda que os remunera, mas 
sim em âmbito geral. 
 
• Os impedimentos geram proibição parcial para a Advocacia. É possível o 
exercício da Advocacia, porém existem restrições. O profissional poderá se 
inscrever nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil caso exista impedimento 
anterior, porém será colocada uma ressalva a demonstrar tal restrição em seu 
prontuário. 
 
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• Para os impedimentos, assim, é importante que se verifique a sua esfera, se o 
servidor público tem ou não poder decisório e se membro do Legislativo. Os 
impedimentos, que são parciais, são destinados àqueles que exercem determinados 
cargos ou funções públicas e as controla, isto é, poderá ele advogar caso a parte 
adversa não seja aquela responsável por sua remuneração quando se tratar de 
servidor público em face da Fazenda Pública. 
 
• O inciso I, porém, possui importante exceção constante no parágrafo único 
deste dispositivo. Quando se tratar de docentes de cursos jurídicos (ex: 
Universidades Federais), poderá o advogado atuar em face da entidade 
empregadora que os remunera, não alcançando o impedimento dos servidores 
do inciso I a eles. 
 
• Outra exceção são os juízes eleitorais que pela regra geral devem ser considerados 
como incompatíveis, mas existem os juízes que são indicados pela OAB em lista 
tríplice, devendo o presidente da república escolher um para o cargo. Neste caso, ele 
será considerado impedido de advogar apenas na Fazenda que o remunera, ou seja, a 
Justiça Eleitoral, podendo exercer plenamente a advocacia nos demais âmbitos e 
esferas. 
 
• Dispõe o parágrafo único do art. 2º do Regulamento Geral que estão impedidos de 
VISTAR os atos constitutivos das pessoas jurídicas “os advogados que prestem 
serviços a órgãos ou entidades da Administração Pública direta ou indireta, da 
unidade federativa a que se vincule a Junta Comercial, ou a quaisquer repartições 
administrativas competentes para o mencionado registro”. 
 
• A Lei n. 12.153/2009 em seu art. 15, § 2º, estabelece que os juízes leigos 
(advogados) ficam impedidos de exercer a advocacia perante todos os Juizados 
Especiais da Fazenda Pública instalados em todo território nacional enquanto 
desempenharem essa função. 
 
• Dispõe o parágrafo único do art. 2º do Regulamento Geral que estão impedidos de 
VISTAR os atos constitutivos das pessoas jurídicas “os advogados que prestem 
serviços a órgãos ou entidades da Administração Pública direta ou indireta, da 
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unidade federativa a que se vincule a Junta Comercial, ou a quaisquer repartições 
administrativas competentes para o mencionado registro”. 
 
 
***QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DA PRÁTICA DE ATOS POR ADVOGADOS 
INCOMPATIBILIZADOS OU IMPEDIDOS? Constitui infração disciplinar punível 
com censura (art. 34, I, e art. 36, I, do EOAB), bem como a nulidade dos atos 
praticados, nos termos do art. 4º, parágrafo único, do EOAB***.

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