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UNIVERSIDADE ……..: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA CAMPUS ................ : Gilberto Gil CURSO ………………… : DIREITO DISCIPLINA …………. : PRÁTICA TRABALHISTA DISCENTE ..: JÚLIO CÉSAR REIS E ROCHA MATRÍCULA: 201703492498 AV1 (Vale 8 pontos) 1) Endereçamento - 0,5 (meio) ponto: EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DO TRABALHO, DA .... VARA DO TRABALHO, DA COMARCA DE João Pessoa - ESTADO DE Paraíba. 2) Preâmbulo - 01 (um) ponto: Juliette Maluquete, brasileira, em união estável, profissão ...., portadora do RG nº. .... SSP/UF, inscrita no CPF sob o nº. ..........., CTPS nº. ........, série ........, PB, PIS/PASEP nº ........... residente e domiciliada na Rua ...., João Pessoa/PB, CEP ........, deste momento em diante chamada de reclamante, vem, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que esta subscreve (procuração em anexo), com endereço profissional na Rua ....., bairro ...., cidade/UF, CEP ...., onde recebe intimações e notificações do feito e endereço eletrônico ...@..., com fulcro no artigo 840 e seguintes da CLT, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA em face de Pet Shop Tchaki Tchaki Ltda, Pessoa Jurídica de Direito Privado, inscrita no CNPJ sob o nº. ........., estabelecida na Rua ....., João Pessoa/PB, CEP ....., pelas razões de fato e fundamentos a seguir expostos. UNIVERSIDADE ……..: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA CAMPUS ................ : Gilberto Gil CURSO ………………… : DIREITO DISCIPLINA …………. : PRÁTICA TRABALHISTA 3) Preliminar(es) - 01 (um) ponto: DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA. A reclamante requer os benefícios da justiça gratuita por não ter condições de arcar com as despesas decorrentes do processo sem prejuízo próprio, nos termos do artigo 790, § 3º da CLT. 4) Narração dos dados contratuais – 0,5 (meio) ponto: DOS DADOS CONTRATUAIS. Juliette Maluquete foi contratada para trabalhar como gerente no Pet Shop Tchaki Tchaki Ltda., localizado em João Pessoa/PB, em 10/04/2020, por período de experiência por 60 (sessenta) dias, com salário mensal de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais). Em 09/06/2020, findo prazo estipulado, o contrato se rompeu normalmente, tendo recebido tempestivamente todas as verbas rescisórias que fazia jus. DOS FATOS. Juliette, em 23/06/2020, foi no ginecologista e fez um exame de ultrassonografia transvaginal, o qual detectou que ela estava grávida há 5 (cinco) semanas. UNIVERSIDADE ……..: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA CAMPUS ................ : Gilberto Gil CURSO ………………… : DIREITO DISCIPLINA …………. : PRÁTICA TRABALHISTA 5) Mérito da petição – 03 (três) pontos: DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS E LEGAIS. a) DO CABIMENTO DA PRESENTE AÇÃO. A reclamante estava empregada por contrato de experiência por 60 (sessenta) dias e foi desligada no prazo normal no dia 09 de junho de 2020. No dia 23 de junho do mesmo ano, a reclamante realizou exame de exame de ultrassonografia transvaginal e descobriu que estava em estado gravídico há cinco semanas, ou seja, já se encontrava neste estado antes do desligamento ocorrer. b) DA ESTABILIDADE. Toda trabalhadora grávida tem direito ao período de estabilidade, conforme o artigo 391-A da CLT. Mesmo que não tenha comunicado a gravidez aos gestores da empresa antes da demissão toda gestante tem direito à estabilidade, excetuando-se apenas casos de demissão por justa causa, que não é o caso em análise. Mesmo sem a reclamante ou a reclamada, saberem do estado gravídico durante a vigência do contrato, a reclamante tem direito à estabilidade. A pessoa saber ou não saber é irrelevante para a estabilidade, pois o estado gravídico por si só já traz a estabilidade. Fica, portanto, evidente que a reclamante faz jus à estabilidade de gestante, já que a gravidez ocorreu no decorrer do contrato de trabalho. UNIVERSIDADE ……..: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA CAMPUS ................ : Gilberto Gil CURSO ………………… : DIREITO DISCIPLINA …………. : PRÁTICA TRABALHISTA Portanto, é inválida a dispensa sem justa causa da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto, ainda que contratada por intermédio de contrato a prazo determinado, fato que foi devidamente ratificado com a edição da nova redação da Súmula 244, inciso III, do TST (Tribunal Superior do Trabalho). Veja o que diz a súmula nº 244 do TST: GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item III alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) – Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012. I – O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, b do ADCT)… c) DA REINTEGRAÇÃO. Por conta da estabilidade, dentro do prazo de 5 (cinco) meses após o parto, a trabalhadora não pode ser demitida pelo empregador. Desta forma, Juliette terá direito à reintegração ou à indenização substitutiva referente a esse tempo de estabilidade. Nesse caso, conforme o artigo 445, parágrafo único da CLT vale a regra geral para acordos de experiência: o contrato de experiência não poderá exceder 90 dias. Caso o empregado tenha direito à reintegração com estabilidade, em atendimento à lei para demissão de gestantes, o regime de contratação passa automaticamente para a modalidade convencional. UNIVERSIDADE ……..: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA CAMPUS ................ : Gilberto Gil CURSO ………………… : DIREITO DISCIPLINA …………. : PRÁTICA TRABALHISTA d) DA PREFERÊNCIA PELA INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA. Por conta deste momento de Pandemia que o país atravessa, o retorno ao trabalho presencial pode ser considerado de alto risco para uma mulher grávida, sendo desta forma aconselhável que seja substituída a reintegração pelo pagamento dos salários e de seus direitos do período entre a dispensa e o final da estabilidade à título de indenização substitutiva, conforme preconizado no artigo 496, da CLT e também na Súmula 396 do TST (Tribunal Superior do Trabalho). A possibilidade de indenização substitutiva deve ser levada em consideração também por conta da proteção à dignidade da pessoa humana, prevista como direito fundamental na Constituição da República Federativa do Brasil. O mero fato de a reclamada ter desligado a reclamante após o período de experiência demonstra ser desaconselhável o retorno ao emprego, visto que ficou caracterizado que a reclamada não desejava mais os serviços da reclamante. A maternidade e a saúde da reclamante devem ser protegidas como um bem maior. Diante dos fatos e dos entendimentos pacificados nas Cortes Superiores, é salutar o direito da reclamante em requerer a indenização substitutiva, ao invés da reintegração ao trabalho. Durante os 5 (cinco) meses após o parto estão garantidos por lei os salários e também todas as verbas rescisórias, tais como férias, décimo terceiro, FGTS, inclusive com efeitos retroativos. UNIVERSIDADE ……..: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA CAMPUS ................ : Gilberto Gil CURSO ………………… : DIREITO DISCIPLINA …………. : PRÁTICA TRABALHISTA e) DA TUTELA ANTECIPADA. Como narrado acima, a extinção do contrato da reclamante é uma flagrante nulidade, uma vez que o contrato foi extinto sem justa causa durante período de estabilidade provisória de emprego. Neste sentido, os artigos 294 e 300 do CPC/15, aplicados subsidiariamente às demandas trabalhistas (por força do entendimento dos arts. 8°, §1°, e 769, ambos da CLT), dispõem sobre a autorização legal para a concessão de tutela de urgência quando presentes os seus requisitos, a saber: a probabilidade do direito (fumus boni iuris), o perigo do dano ou risco ao resultadoútil do processo (periculum in mora). O Direito da reclamante é inequívoco, uma vez que estão presentes os requisitos para atingir a estabilidade provisória de emprego ou indenização substitutiva. Da mesma forma, há flagrante perigo de dano à reclamante, uma vez que, em se tratando de estabilidade provisória, a reintegração ou indenização substitutiva precisam ser imediatas, sob risco de perda do objeto do pedido quando da prolação de sentença, pelo decurso do tempo. UNIVERSIDADE ……..: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA CAMPUS ................ : Gilberto Gil CURSO ………………… : DIREITO DISCIPLINA …………. : PRÁTICA TRABALHISTA 6) Requerimentos e encerramento da peça – 02 (dois) pontos: DOS REQUERIMENTOS. Diante do exposto, respeitosamente requer: 1) o deferimento do benefício da assistência judiciária gratuita, nos termos do artigo 790, § 3º da CLT, por não ter a reclamante condições de suprir com as despesas do processo sem prejuízo próprio; 2) que seja notificado a reclamada para, querendo, comparecer à audiência designada e contestar, sob pena de revelia e confissão ficta da matéria dos fatos; 3) que a reclamada seja condenada ao pagamento da indenização substitutiva pela quebra da estabilidade de gestante pelo período da descoberta da gravidez, em 23/06/2020, até cinco meses após o parto (art. 10, "b", do ADCT); 4) que, subsidiariamente, caso a reclamada não seja condenada ao pagamento de indenização substitutiva, que proceda com a reintegração com estabilidade da reclamante pelo prazo previsto em lei (artigo 391-A da CLT e Súmula 244, inciso III, do TST); 5) da tutela antecipada, conforme artigos 294 e 300 do CPC/15, aplicados subsidiariamente às demandas trabalhistas (por força do entendimento dos arts. 8°, §1°, e 769, ambos da CLT. 6) a produção de todos os meios possíveis de provas admitidos em direito, em especial a prova documental e pericial, sob pena de confissão, nos termos do artigo 385, §1º, c/c artigo 369, ambos do CPC/15. 7) por fim, a condenação da reclamada em custas e honorários advocatícios no importe de 15%, nos termos do artigo 791-A da CLT. Atribui-se ao valor da causa a importância de..... Nestes termos, pede deferimento. João Pessoa/PB, (DATA) Advogado(a) – N° OAB https://www.jusbrasil.com.br/topicos/172999906/artigo-791a-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
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