Buscar

Hipoglicimiantes orais



Continue navegando


Prévia do material em texto

Farmacologia Vitória Araújo 
 
➢ São fármacos que tem a finalidade de baixar a glicemia e 
mantê-la normal. 
➢ Diabetes Mellitus é uma doença que aumenta dos níveis 
de glicose no sangue. 
➢ Mecanismo fisiológico – quando ingerimos carboidratos, 
eles são absorvidos, metabolizados e direcionados para os 
vasos sanguíneos (glicose na corrente sanguínea). Depois 
disso se direciona até as células beta pancreáticas (pâncreas) 
onde é captado e metabolizado, produz também ATP, que 
fecha canais de potássio e abre os de cálcio, resultando na 
liberação de insulina. 
A insulina ativa os receptores nos tecidos alvos para que 
então a glicose entre na célula e seja armazenada, formando 
triglicerídeos ou glicogênio. 
 
DIABETES MELLITUS 
➢ É uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta 
de insulina e/ou da incapacidade da insulina de exercer 
adequadamente seus efeitos (resistência à insulina), tudo 
isso, levando a hiperglicemia. 
 
Hiperglicemia ( > 126mg/dL – glicemia em jejum) 
 
 - Hemoglobina glicada (padrão ouro) – proporcional à 
média das glicemias nos últimos 3 meses. 
 
 - Teste a tolerância a glicose. 
 
 - Glicemia ao acaso (glicemia 
 > 200mg/dL) + sintomas - não 
 precisam de outro exame para diagnóstico. 
 
 - Glicemia em jejum (> 126 mg/dl) – 2 dosagens. 
 
➢Insulina é produzida no pâncreas e seu tecido alvo é o 
fígado, tecido adiposo e músculo esquelético. 
➢ Promove a captação de glicose, de aminoácidos e de 
ácidos graxos do sangue para o interior das células, onde são 
armazenados na forma de glicogênio, proteínas e 
triglicerídeos. 
 
Tipos de diabetes mellitus 
Tipo I Tipo II 
 - Ocorre mais no início 
da vida (juvenil). 
 - Recorrente da falsa de 
insulina 
 - Entre os casos de 5-
10% são relacionados a 
esse tipo de DM. 
 - Acontece mais em adulto ou 
idosos (adquirida) 
 - Relacionada ao histórico 
familiar e alimentação. 
 - Relacionada a resistência a 
insulina. 
 - Entre os casos de 90-95% são 
relacionados a esse tipo. 
 
Tipo I – insulino-dependente 
➢ É uma doença auto-imune; 
➢ O fator desencadeador é a suscetibilidade genética, 
mas também existe um fator externo como: 
 - Infecção; 
 - Hábitos alimentares; 
 - Eventos estressantes; 
➢ Causam a produção de anticorpos contra as células 
beta pancreáticas, prejudicando a produção de insulina. 
 
↓ insulina ↑ glicose – diabetes tipo I 
 
➢ O tratamento desse tipo depende de insulina. 
Insulinas exógenas: 
Principal diferença entre elas é o tempo de ação. 
 - Insulina lispro (ultra-curto) 
 - Insulina regular (curta) 
 - Insulina semilenta (curta) 
 - Insulina NPH (intermediária) 
 - Insulina glardina (longa) 
 
Tipo 2- não insulino-dependente 
➢ É acompanhado por resistência à insulina 
Dificuldade dos tecidos periféricos em captar a glicose 
sanguínea (↑ glicose na corrente sanguínea). 
➢ Muito comum em pacientes obesos ou sedentários. 
➢ Mecanismo: 
 - Resistência à insulina, tecidos periféricos não 
respondem de maneira adequada. 
 - Os tecidos adiposos e musculares captam glicose de 
maneira inadequada (não conseguem armazenar) e o 
fígado aumenta a produção da glicose. 
 - O pâncreas recebe feedback do aumento de glicose 
na circulação e aumenta a produção de insulina, mas 
ao longo do tempo as células beta podem perder a 
capacidade do ritmo de demanda. 
 
➢ Tratamento: 
Os primeiros itens se feitos de maneira adequada 
podem aumentar a sensibilidade à insulina e controlar 
a doença, mas se não resolver, usa-se o último item. 
 - Alimentação adequada; 
 - Exercícios físicos; 
 - Tratamento da obesidade; 
 - Hipoglicemiantes orais. 
 
E quando não respondem aos medicamentos, passam a 
usar insulina. 
HIPOGLICEMIANTES ORAIS 
➢ A ação da maioria dos hipoglocemiantes orais 
depende da integridade das células beta pancreáticas. 
➢ São drogas que só tem indicação no DM tipo II. 
➢ Classes: 
 
📌 Secretagogos de insulina (secreta insulina – atua no 
pâncreas) 
• Sulfoniluréias 
• Glinidas 
• Terapia baseada em incretinas 
 
Hipoglicemiantes Orais 
 
Sintomas: 
Poliúria, polidipsia 
e perda de peso. 
 
Farmacologia Vitória Araújo 
📌Sensibilizadores de insulina (sensibilidade nos 
 
tecidos periféricos, aumenta captação de glicose e 
reduz a liberação hepática de glicose). 
• Metformina/biguanidas 
• Glitazonas/tiazolidinodionas 
 
📌 Inibidores da alfa-glicosidase (retarda a absorção de 
carboidratos – intestino). 
• Acarbose 
 
Sulfaniluréia 
➢ Aumentam a secreção de insulina pelas células beta 
pancreáticas. 
➢ O fármaco estimula a célula independente ao 
estímulo da glicose. Assim o fármaco bloqueia os 
canais de potássio, abre canais de cálcio que permite a 
liberação de insulina. 
 
➢ Princípios ativos: 
 - Clorpropamida (primeira geração) 
 - Glibenclamida (segunda geração) 
 - Glipizida (segunda geração) 
 - Gliclazida (segunda geração) 
 - Glimepirida (terceira geração) 
 
São feitas via oral 
Excreção urinária 
Contra-indicado na gravidez, pacientes cardíacos. 
Efeitos adversos: hipoglicemia grave e prologada, 
estimula apetite, desconforto gastrointestinal. 
 
➢ Usada no tratamento do DM2 > 50 anos. 
➢ Diminui a hemoglobina glicada – 1,5% 
➢ Podem não ser útil em indivíduos magros e com 
deficiência na secreção de insulina. 
➢ Não é a primeira escolha. 
➢ Na DM também se faz associação entre os 
medicamentos. 
➢ Principais efeitos colaterais: 
• Hipoglicemia; 
• Ganho de peso. 
 
➢ Medicamentos que ↓ efeitos hipoglicemiantes: 
• Verapamil 
• Diltiazem 
• Nifedipino 
- Porque são bloqueadores de canais de cálcio. 
 
➢ Medicamentos que potencializam o efeito 
hipoglicemiantes: 
• Anti-inflamatórios não-esteroidais 
• Agentes cumarínicos 
• Álcool 
• Inibidores de MAO 
• Atb: sulfonamidas, trimetropima, 
cloranfenicol) 
• Diuréticos tiazídicos em doses altas 
• Corticoides. 
 
Biguanidas/Metformina 
➢ Sensibilizadores dos tecidos periféricos a presença 
de insulina. 
➢ A metformina é a primeira escolha de terapia 
farmacológica. 
➢ Também tem as tiazolidinodiotas/glitasonas. 
 
➢ Mecanismo de ação é principalmente no fígado. 
• Ocorre supressão da produção hepática de 
glicose e reduzir a glicogenólise (libera menos 
glicose). 
• Aumento da captação muscular de glicose 
dependente de insulina. 
• Aumento na utilização intestinal de glicose 
(não é um efeito tão marcante). 
• Ação na oxidação dos ácidos graxos e na 
hipertrigliceridemia. 
 
➢ Indicações da Metformina: 
 - Falha com terapia não farmacológica (mesmo 
mudando hábitos alimentares e fazendo exercícios 
físicos não teve resultados significativos). 
 - Pode ser associado a qualquer outra medicação para 
tratar o DM2. 
 - Boa escolha para pacientes que precisam perder peso 
ou vulneráveis à hipoglicemia. 
 
➢ Metformina XR- possui liberação prolongada, mais 
cômodo, ajuste de número de tomadas. 
 
➢ Efeitos colaterais: 
 - Acidose lática 
 - Gastrointestinais: geralmente transitórios, remitem 
com a redução da dose, e são minimizados pelo 
aumento gradual da dose e administração junto às 
refeições. 
 - Redução discreta da absorção de vitamina B12. 
 
Tiazolidinodionas/ Glitasonas 
 
Exemplo: Rosiglitazona, pioglitazona 
 
➢ São drogas que aumentam a sensibilidade dos 
tecidos periféricos à insulina e inibem a 
gliconeogênese hepática. 
Foco principal são os tecidos periféricos (tecidos 
adiposos). 
 
➢ Mecanismo de ação: 
• São agonistas dos receptores PPAR. 
Farmacologia Vitória Araújo 
• Regulam a expressão de genes envolvidos no 
metabolismo de lipídios e carboidratos. 
• O receptor PPAR é expresso principalmente no 
tecido adiposo (é a ativação desse receptor que 
leva formação de triglicerídeos no tecido adiposo 
para armazenar). 
• No tecido adiposo estimula a lipogênese, 
provocando redução dos ácidos graxos-livres. 
• Reduz níveis plasmáticos graxos livres 
melhorando a sensibilidade à insulina nos tecidos 
periféricos. 
 
Efeitos positivos Efeitos negativos 
- Reduz liberação 
hepática de glicose. 
- Aumenta captação de 
glicose no músculo 
- Aumenta eficáciada 
insulina endógena. 
- Efeito lento após 1-2 
meses de tratamento. 
 
➢ Efeitos adversos: 
 - Hepatotoxicidade grave com ciglitazona e 
troglitazona. 
 - Ganho ponderal 
 - Edema (retenção de líquido): insuficiência cardíaca. 
 - Cefaleia, fadiga, distúrbios gastrointestinais. 
 - Retorno ovulação. 
 
➢ Contra-indicações: 
- Gestantes; 
- Lactantes; 
- Crianças; 
- Pacientes com insuficiência cardíaca e insuficiência 
hepática. 
 
Inibidores da alfa-glicosidase 
Exemplos: Arcarbose e miglitol 
➢ São fármacos que afetam a absorção de glicose. 
➢ Esses fármacos se ligam às enzimas alfa-
glicosidases intestinais e impedem o processo de 
absorção de carboidratos. 
Ele inibe de maneira reversível as enzimas. 
➢ Principal indicação é reduzir pico da glicemia, 
principalmente pós-prandial. 
➢ Os inibidores de alfa-glicosidase são efetivos 
quando tomados nas refeições, porém não são efetivos 
quando administrados em outros momentos. 
➢ Casos de aumento do nível de glicemia em jejum 
não são responsivos a monoterapia com inibidor da 
alfa-glicosidase. 
 
➢ Possuem efeitos acentuados na redução dos níveis 
de glicose, por isso, não são utilizados em monoterpia 
no controle da glicose ao longo do dia. 
 
Efeitos adversos: 
 - Flatulência; 
 - Diarréia; 
 - Dor abdominal.