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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ CURSO DE GRADUAÇÃO EM LETRAS ARNALDO VINÍCIUS DOS SANTOS PCC – PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO Cajuru 2021 INTRODUÇÃO Ao levantar análise sobre as desigualdades sociais no Brasil, objetiva-se compreender seus efeitos sobre vários campos, a Educação é um dos mais preponderantes na compreensão do cenário atual de subdesenvolvimento industrial em que o país se encontra. Considerando os índices educacionais como fatores consideráveis ao impacto em rankings internacionais de desenvolvimento, tais como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), urge a necessidade de viabilização de políticas públicas educacionais a fim de minimizar as consequências da desigualdade social no Brasil. De acordo com relatório divulgado em dezembro de 2020 pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD), da Organização das Nações Unidas, o Brasil ocupa a posição 84º, com um Índice de Desenvolvimento Humano de 0,765; até o fechamento deste trabalho. Sendo os índices educacionais um dos fatores que influenciam diretamente o IDH de um país, emerge e necessidade de maiores investimentos no setor educacional. A disparidade socioeconômica educacional brasileira é ainda mais devastadora ao analisar dados que contrapõe instituições de ensino básico públicas e privadas. Segundo levantamento realizado pelo instituto Todos Pela Educação (TPE), alunos pertencentes ao nível socioeconômico inferior (classes C e D) apresentam déficit em competências básicas se comparados a discentes de classes sociais superiores (A, B). O estudo aponta que 45,4% dos alunos mais desfavorecidos apresentam nível adequado, estabelecido pelo Ministério da Educação, em leitura; 24,9% em escrita e 14,3% em Matemática. Quando analisada camadas sociais mais altas, os números apresentam expressivo aumento: 98,3% têm nível adequado em leitura; 95,4 em escrita e 85,9 em Matemática. Indicadores preocupantes e lamentáveis, considerando que a Educação é um direito garantido em Constituição, de forma equitativa, visando bem estar social e moral do indivíduo, haja vista que a condição financeira e o acúmulo de bens não interfere na capacidade da criança em aprender. DESIGUALDADE SOCIECONÔMICA E EDUCACIONAL EM CAJURU-SP Cajuru é uma cidade situada na região nordeste do interior paulista, constituída por uma população estimada de 26.393, segundo dados do IBGE. Ainda segundo o levantamento, a taxa de escolarização de crianças entre 6 e 14 anos de idade é de 97,1%. No entanto, a desigualdade socioeconômica é nítida ao comparar o desenvolvimento escolar de crianças da rede pública e da rede privada. Enquanto os alunos da rede privada, oriundos em duas escolas particulares do munícipio, são privilegiados com uma ótima estrutura desde os primeiros anos na escola (maternal, a partir dos 3 anos de idade), acesso à tecnologia com aulas de informática, aprendizagem de idiomas e atividades extracurriculares. Na rede pública, muitos alunos têm na refeição escolar a única alimentação digna em seu dia, a infraestrutura é precária, sofrem constantemente com a falta de professores e poucos – ou quase nenhum – material escolar adequado para uso. No entanto, mesmo com todas as adversidades, as escolas mostram grande empenho em cumprir as normas da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), mesmo que os recursos sejam doados de forma solidária por funcionários e professores. Nitidamente há um grande abismo entre classes no ambiente educacional da cidade estudada. Mesmo com os esforços, alunos da rede pública apresentam grande déficit educacional se comparados aos discentes da rede particular, ocasionando em uma larga diferença na corrida do mercado de trabalho, visto que muitos dos alunos de classe econômica inferior não atingem o nível superior de ensino. CONCLUSÃO O cenário apresentando neste estudo é muito mais amplo do que se imagina. A desigualdade social no Brasil é um problema que se perpetua há muitos anos e se expande em várias áreas, na Educação não é diferente. É necessário um conjunto de políticas públicas educacionais que seja eficaz, com destino aos primeiros anos de aprendizagem, pois só assim os alunos de classes inferiores poderão ao menos se equipararem aos discentes do ensino privado. REFERÊNCIAS ANUÁRIO BRASILEIRO DA EDUCAÇÃO BÁSICA 2020. São Paulo: Moderna, 23 jun. 2020. Disponível em: https://todospelaeducacao.org.br/wordpress/wp- content/uploads/securepdfs/2020/10/Anuario-Brasileiro-Educacao-Basica-2020- web-outubro.pdf. Acesso em: 24 maio 2021. EDUCAÇÃO, Ministério da. Ministério da Educação. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/32651. Acesso em: 14 maio 2021. IBGE. Cidades IBGE. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/cajuru/panorama. Acesso em: 22 maio 2021. Jacob Assa. Relatório do Desenvolvimento Humano 2020. Nova York: Organização das Nações Unidas, 2020. 36 p. Disponível em: http://hdr.undp.org/sites/default/files/hdr_2020_overview_portuguese.pdf. Acesso em: 14 maio 2021.
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