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AV INSTITUCIONAL TEMA 2 INDICADORES DE QUALIDADE EM EDUCAÇÃO

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DESCRIÇÃO
Utilização de indicadores educacionais para o monitoramento de resultados e aperfeiçoamento dos sistemas
educacionais e a importância dos índices e resultados para a formulação de políticas públicas educacionais.
PROPÓSITO
Contextualizar a atuação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP)
como órgão da gestão pública federal responsável pela avaliação do sistema de ensino brasileiro e discutir o
impacto potencial dos diversos índices comparativos no desenvolvimento socioeconômico do país e na
qualidade de vida da sociedade.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever diferentes indicadores, como os formulados pelo INEP
MÓDULO 2
Compreender a utilização de indicadores internacionais na análise e na tomada de decisão das políticas
públicas
MÓDULO 3
Comparar as avaliações e os índices com as políticas públicas educacionais do Brasil e com a qualidade de
ensino
INTRODUÇÃO
Indicadores são de grande importância para a gestão de organizações públicas e privadas, pois permitem
medir e entender o seu desempenho como um todo, usando diferentes métricas capazes de monitorar o
conjunto de suas operações.
Os benefícios proporcionados por uma gestão orientada a resultados, que tem por base a avaliação de
seu desempenho a partir da utilização de indicadores, são inúmeros:
Monitorar com mais precisão os resultados.
Avaliar de modo mais assertivo o desempenho dos gestores.
Melhorar a gestão de programas, projetos e ações.
Estimular a conquista de objetivos, buscando a eficácia.
Incrementar a eficiência operacional, usando melhor os recursos.
Aumentar o impacto social e a efetividade da ação governamental.
Aumentar a credibilidade e a satisfação do cidadão com os serviços públicos.
Diante disso, passamos agora a estudar e compreender índices de avaliação das instituições e como elas
permitem medir, apurar e gerar políticas públicas. Nesse ponto, temos uma palavra-chave: qualidade. Definir
qualidade não é algo fácil, depende dos objetivos construídos, e, quando se fala em educação, a construção
desses objetivos faz parte de uma busca por aprimoramento e readequação constante.
Vamos ouvir a professora Claudia Costin, que é ex-diretora do Banco Mundial nos projetos de educação e ex-
secretária de educação do Estado do Rio de Janeiro, além de ser uma das consultoras em educação mais
relevantes:
MÓDULO 1
 Descrever diferentes indicadores, como os formulados pelo INEP
O INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E
PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA
(INEP)
Com o propósito de apoiar a avaliação do sistema de ensino brasileiro e subsidiar a formulação de
políticas públicas nos diferentes níveis de governo, o INEP tem, entre outras, as seguintes competências
institucionais (BRASIL, 2017):
I
Subsidiar o poder público no monitoramento e na avaliação do Sistema Nacional de Educação.
Subsidiar o planejamento de políticas para a garantia do direito à educação de qualidade para todos e para
cada um.
II
III
Propor e definir parâmetros, critérios e mecanismos de realização para as avaliações dos sistemas de
educação em todos os níveis e modalidades, bem como para os processos de certificação de competências,
em articulação com os sistemas de ensino dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
Planejar, desenvolver, implementar e organizar, na área educacional, sistemas de avaliação, estatísticas,
testes de desempenho, pesquisas quantitativas e qualitativas ou qualquer outra metodologia necessária à
produção e à disseminação de informações sobre os sistemas educacionais.
IV
V
Realizar o Censo Escolar da educação básica e o Censo da educação superior. [...]
Subsidiar a formulação, a implementação, o acompanhamento e a avaliação de políticas e programas na área
da educação, mediante a elaboração de diagnósticos, pesquisas e estudos decorrentes das estatísticas e das
avaliações da educação em todos os seus níveis e modalidades.
VII
VIII
Promover a disseminação das estatísticas, dos indicadores e dos resultados das avaliações, dos estudos, da
documentação e dos demais produtos de seus sistemas de informação.
Apoiar os estados, o Distrito Federal e os municípios no desenvolvimento de sistemas de avaliação
educacional, em articulação com o sistema nacional de avaliação e seus respectivos sistemas de educação.
[...]
IX
Neste módulo, destacam-se os principais indicadores utilizados pelo INEP para avaliar a educação
brasileira. O domínio deste tema representa um requisito fundamental para educadores e gestores
educacionais, de tal forma que suas ações pedagógicas e administrativas sejam baseadas em dados e no
conhecimento existente sobre a dinâmica de funcionamento do sistema educacional do país.
INDICADORES
Indicadores podem ser definidos como unidades de medida utilizadas para avaliar fenômenos de
diferentes naturezas, sendo especialmente importantes para entender como se comporta a dinâmica da
sociedade, com destaque para as questões educacionais e suas múltiplas implicações sobre o processo de
desenvolvimento sustentável do país, levando em conta as dimensões social, econômica e ambiental.
Bons indicadores devem possuir as seguintes características e atributos:
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Simplicidade Facilidade e rapidez para obter os dados e para ser compreendido.
Abrangência Capacidade de capturar o fenômeno em sua essência e amplitude.
Comparabilidade Possibilidade de ser comparado ao longo do tempo.
Baixo custo Benefício de medir é maior do que o custo de monitoramento.
TIPOS DE INDICADORES
Indicadores podem ser classificados segundo diferentes critérios. Segundo Jannuzzi (2005), no que diz
respeito a indicadores aplicáveis à gestão pública, o processo de construção de um indicador social precisa
estar vinculado à formulação de políticas públicas, de tal forma que se possa avaliar se as demandas da
sociedade estão sendo endereçadas adequadamente pelas ações de governo contidas em seus
programas.
INDICADORES DE AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DE
POLÍTICAS PÚBLICAS
 
Imagem: Shutterstock.com
INDICADORES DE INSUMO
Possuem relação direta com os recursos (humanos, materiais e financeiros) necessários para a
implementação de um programa. Eles medem a disponibilidade desses recursos antes da implementação do
programa.
Ex.: Nível de disponibilidade de professores nas escolas.
INDICADORES DE PROCESSO
Indicam o andamento das atividades de um programa e o esforço feito para a obtenção dos resultados.
Portanto, são medidas aferidas durante a implementação do programa.
Ex.: Taxa de crescimento do número de vagas nas escolas de ensino fundamental.
INDICADORES DE PRODUTO
Medem a entrega dos produtos (bens e serviços) ao público-alvo, o alcance das metas físicas estabelecidas
para um programa. São medidas que, em geral, podem ser aferidas no curto prazo após a implementação do
programa.
Ex.: Percentual de escolas reformadas entregues.
INDICADORES DE RESULTADO
Indicam, direta ou indiretamente, os benefícios para o público-alvo decorrentes das ações executadas e dos
produtos entregues pelo programa. Tipicamente, são indicadores que aferem as consequências da
implementação do programa no curto/médio prazo.
Ex.: Percentual de aprovação dos estudantes de ensino médio.
INDICADORES DE IMPACTO
São medidas de natureza abrangente e multidimensional que medem um conjunto de ações, não podendo ser
relacionadas à execução de um programa específico. Assim, medem um conjunto de iniciativas
governamentais no médio/longo prazo. Por esse motivo, são medidas pouco usadas/úteis para a gestão de
um programa específico, mesmo que se espere que a implementação desse programa contribua de alguma
forma para a alteração desse tipo de indicado.
Ex.: Taxa de redução da pobreza das famílias.
Relação entre os diferentes tipos de indicadores de avaliação da implementação de políticas públicas.
INSUMO
Nível de disponibilidade de professores nas escolas

PROCESSO
Taxade crescimento do número de vagas nas escolas de ensino fundamental

PRODUTO
Percentual de escolas reformadas entregues

RESULTADO
Percentual de aprovação dos estudantes de ensino médio

IMPACTO
Taxa de redução da pobreza das famílias
INDICADORES DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
 
Imagem: Shutterstock.com
ECONOMICIDADE
Medem os gastos envolvidos na obtenção dos insumos (materiais, humanos, financeiros etc.) necessários às
ações que produzirão os resultados planejados.
Ex.: Volume de despesas com a contratação de professores.
 
Imagem: Shutterstock.com
EFICIÊNCIA
Essa medida possui estreita relação com produtividade e diz respeito ao quanto se consegue produzir com os
meios disponibilizados.
Ex.: Quantidade de horas de capacitação dos professores da rede municipal.
 
Imagem: Shutterstock.com
EFICÁCIA
Aponta o grau com que um programa atinge as metas e os objetivos planejados.
Ex.: Quantidade de alunos efetivamente atendidos pelo EJA.
 
Imagem: Shutterstock.com
EFETIVIDADE
Mede os efeitos positivos ou negativos na realidade que sofreu a intervenção, apontando se houve mudanças
socioeconômicas, ambientais ou institucionais decorrentes dos resultados obtidos pela política, plano ou
programa.
Ex.: Nível de melhoria de desempenho dos professores com as capacitações realizadas.
 
Imagem: Shutterstock.com
QUALIDADE
Aponta a capacidade da instituição em responder de forma rápida e direta às necessidades de seus usuários,
oferecendo disponibilidade, acessibilidade, precisão e continuidade na entrega de serviços.
Ex.: Nível de satisfação dos alunos do ensino médio com a escola.
 
Imagem: Shutterstock.com
CAPACIDADE
Mensura a capacidade de resposta de um processo.
Ex.: Quantidade de alunos matriculados na rede estadual.
INDICADORES EDUCACIONAIS
Do ponto de vista da formulação de políticas públicas ou do planejamento de ações na iniciativa privada,
a utilização de indicadores que deem suporte à gestão educacional é de grande importância para orientar
diferentes processos de tomada de decisão.
Inúmeros exemplos podem ilustrar como esses indicadores são úteis para monitorar a efetividade dos
gestores no trato dos recursos públicos ou de organizações da iniciativa privada.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
INDICADORES PARA O SETOR PÚBLICO
Arrecadação
Satisfação dos
usuários
Desempenho do
servidor
Projetos concluídos
Despesas de custeio
Aprovação dos
alunos
Ocupação de salas
Horas de
qualificação
Investimento
Aprovação da
gestão
Tempo de espera
Satisfação do
servidor
Receitas de
transferência
Tempo de
atendimento
Cobertura da
fiscalização
Novos serviços
INDICADORES PARA A INICIATIVA PRIVADA
Faturamento Ticket médio
Desempenho do
pessoal
Lançamento de
produtos
Lucratividade Satisfação do cliente Ocupação de vagas Horas de treinamento
Vendas
Participação de
mercado
Produtividade Número de patentes
Rentabilidade Fidelidade Despesas operacionais Rotatividade de pessoal
 
Fonto: Matheus Mendes 42/Shutterstock.com
Levando em conta a realidade das escolas e do sistema de ensino como um todo, outros indicadores
podem ser elaborados e medidos, tais como:
Taxa de analfabetismo.
Proporção de crianças matriculadas nas escolas.
Número de vagas nas creches municipais.
Taxa de repetência.
Taxa de abandono da escola etc.
INDICADORES USADOS PELO INEP
O INEP faz uso de um amplo portfólio de indicadores para avaliação da qualidade do sistema de ensino
brasileiro, os quais vêm sendo desenvolvidos desde a implementação do Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Básica (SAEB) em 1990. Desde 2019, a avaliação passou a contemplar também a Educação
Infantil, além do ensino fundamental e do ensino médio.
O SAEB é um conjunto de avaliações externas aplicadas em larga escala a cada dois anos nas redes de
escolas públicas e privadas. Ele permite a realização de um diagnóstico da qualidade da educação básica
brasileira, para evidenciar quais fatores afetam o desempenho dos estudantes e em que contexto isso
ocorre. Colabora, assim, para a formulação, o monitoramento e o aprimoramento de políticas públicas
educacionais com base em evidências.
 
Fonto: Shutterstock.com
As médias de desempenho dos estudantes, apuradas no SAEB, juntamente às taxas de aprovação,
reprovação e abandono, apuradas no Censo Escolar, compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (IDEB).
Assim, percebe-se que existem inúmeros exemplos de indicadores educacionais usados no Brasil e pela
comunidade internacional para avaliar a oferta de serviços de educação, sejam eles públicos ou privados.
Alguns desses indicadores apontam para problemas graves na eficiência do ensino oferecido pelas
escolas brasileiras, como o baixo desempenho em leitura demonstrado pelos alunos. Diante dessa
realidade, o Governo Federal e muitos governos estaduais e municipais têm empreendido esforços no sentido
de reverter esse quadro.
A missão do INEP é criar os indicadores educacionais, gerando valor estatístico à qualidade do ensino,
levando em conta não somente o desempenho dos alunos, mas também o contexto econômico e
social em que as escolas estão inseridas.
Neste sentido, indicadores são fundamentais para monitorar o funcionamento dos sistemas educacionais,
contribuindo para a criação de políticas públicas que resultem na melhoria da qualidade da educação e
dos serviços oferecidos à sociedade pelas escolas.
A seguir, são identificados e descritos os principais indicadores ou sistemas de indicadores tipicamente
utilizados pelos gestores educacionais no país para os diferentes níveis de ensino.
CENSO ESCOLAR
 
Imagem: INEP
O Censo Escolar é o principal instrumento de coleta de informações da educação básica e a mais importante
pesquisa estatística educacional brasileira, abrangendo as diferentes etapas e modalidades da educação
básica e profissional. Ele tem por finalidade compreender a realidade das escolas e a situação de alunos e
professores.
A coordenação do Censo é feita pelo INEP e envolve todas as secretarias estaduais e municipais de
educação, assim como participam todas as escolas públicas e privadas do país, de tal forma que os dados
necessários sejam disponibilizados para o devido tratamento estatístico.
O objetivo do Censo Escolar é colaborar para que os atores educacionais compreendam a situação
educacional do país, das unidades federativas, dos municípios e do Distrito Federal, bem como das escolas.
Os indicadores são usados para acompanhar a evolução quantitativa e qualitativa da educação brasileira, e
assim formular e implementar políticas públicas mais efetivas para o setor.
Alguns indicadores — como número de matrículas no ensino fundamental e médio, assim como outros
dados escolares coletados — servem de base para o repasse de recursos do Governo Federal e para o
planejamento e a divulgação de dados das avaliações realizadas pelo INEP.
Vale destacar que os dados repassados pelas escolas para o Censo têm como base os registros
administrativos e acadêmicos de cada escola (ficha de matrícula, diário de classe, livro de frequência,
histórico escolar, sistemas eletrônicos de acompanhamento, diário do professor, regimento escolar, projeto
político-pedagógico, documentos de modulação de professores e de enturmação etc.), garantindo assim a
fidedignidade dos dados declarados.
 
Imagem: INEP
 Número de matrículas na educação de jovens e adultos segundo faixa etária e sexo – Brasil, 2019.
 ATENÇÃO
Suponha que os dados do Censo Escolar apontem uma redução expressiva do número de matrículas no
ensino médio na rede pública. E que esses dados possam ser associados a outros dados obtidos do Censo
Populacional que demonstram uma deterioração da renda e das condições de vida familiar das camadas
mais pobres da população. A dificuldade de manter os jovens matriculados na escola em função da
necessidade que apresentam de entrar no mercado de trabalho precisa ser analisada e eventualmenteensejar a formulação de políticas públicas para solucionar o problema.
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
(IDEB)
O IDEB reúne, em um só indicador, os resultados de dois conceitos que avaliam a qualidade da educação: o
fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações, sendo calculado a partir dos dados sobre
aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e das médias de desempenho dos alunos.
 
Imagem: INEP
O propósito do IDEB é conciliar qualidade de aprendizagem e evolução do aluno. A combinação entre
fluxo e aprendizagem tem o mérito de equilibrar as duas dimensões. Se um sistema de ensino retiver seus
alunos para obter resultados de melhor qualidade no SAEB, o fator fluxo será alterado, indicando a
necessidade de melhoria do sistema. Se, ao contrário, o sistema apressar a aprovação do aluno sem
qualidade, o resultado das avaliações indicará igualmente a necessidade de melhoria do sistema.
No quadro abaixo, você poderá analisar os resultados e metas do IDEB dos anos de 2005 até 2015 e verificar
as projeções para 2021.
Os resultados marcados em laranja referem-se ao Ideb que atingiu a meta.
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
IDEB Observado
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2007 2
Total 3.8 4.2 4.6 5.0 5.2 5.5 5.8 5.9 3.9 4
Dependência Administrativa
Estadual 3.9 4.3 4.9 5.1 5.4 5.8 6.0 6.1 4.0 4
Municipal 3.4 4.0 4.4 4.7 4.9 5.3 5.6 5.7 3.5 3
Privada 5.9 6.0 6.4 6.5 6.7 6.8 7.1 7.1 6.0 6
Pública 3.6 4.0 4.4 4.7 4.9 5.3 5.5 5.7 3.6 4
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
IDEB Observado
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2007 2
Total 3.5 3.8 4.0 4.1 4.2 4.5 4.7 4.9 3.5 3
Dependência Administrativa
Estadual 3.3 3.6 3.8 3.9 4.0 4.2 4.5 4.7 3.3 3
Municipal 3.1 3.4 3.6 3.8 3.8 4.1 4.3 4.5 3.1 3
Privada 5.8 5.8 5.9 6.0 5.9 6.1 6.4 6.4 5.8 6
Pública 3.2 3.5 3.7 3.9 4.0 4.2 4.4 4.6 3.3 3
ENSINO MÉDIO
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
IDEB Observado
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2007 20
Total 3.4 3.5 3.6 3.7 3.7 3.7 3.8 4.2 3.4 3.
Dependência Administrativa
Estadual 3.0 3.2 3.4 3.4 3.4 3.5 3.5 3.9 3.1 3.
Privada 5.6 5.6 5.6 5.7 5.4 5.3 5.8 6.0 5.6 5.
Pública 3.1 3.2 3.4 3.4 3.4 3.5 3.5 3.9 3.1 3.
EXAME NACIONAL PARA CERTIFICAÇÃO DE
COMPETÊNCIAS DE JOVENS E ADULTOS (ENCCEJA)
O ENCCEJA procura aferir competências, habilidades e saberes de jovens e adultos que não concluíram o
ensino fundamental ou ensino médio na idade adequada, sendo realizado pelo INEP em colaboração com as
secretarias estaduais e municipais de educação.
 
Imagem: INEP
O exame é aplicado pelo INEP, mas a emissão do certificado e a declaração de proficiência é
responsabilidade das Secretarias Estaduais de Educação e Institutos Federais de Educação, Ciência e
Tecnologia. É facultado o direito de todo brasileiro residente no Brasil ou no exterior com mais de 15 anos
(para quem busca concluir o ensino fundamental) e com mais de 18 anos (para quem almeja a conclusão
do ensino médio) fazer a prova do ENCCEJA.
Os principais objetivos do ENCCEJA são:
Proporcionar aos jovens e adultos uma referência nacional de suas competências, habilidades e saberes
adquiridos.
Permitir que as Secretarias Estaduais de Educação possam certificar os concluintes desses respectivos
níveis de ensino.
Corrigir o fluxo escolar dos estudantes que realizam a avaliação, permitindo que deem prosseguimento
no seu processo de educação continuada e de inserção no mercado de trabalho.
EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO (ENEM)
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) avalia o desempenho escolar ao final da educação básica,
servindo de referência para o acesso ao ensino superior nas instituições públicas e privadas, podendo
originar vários outros indicadores para avaliação da educação básica.
O Enem foi criado em 1998 para avaliar concluintes do ensino fundamental. Em 2009, passou a servir
como instrumento avaliativo de acesso ao ensino superior através do Sisu (Sistema Integrado de Seleção
Unificada), do ProUni (Programa Universidade para Todos) e de convênios com instituições de ensino
portuguesas, assim como de algumas instituições de ensino de outros países europeus, do Canadá e dos
EUA.
 
Foto: Shutterstock.com
 SAIBA MAIS
Em 2018, o Enem teve mais de 5 milhões de inscritos em todo Brasil, o que demonstra o alcance e a
importância do exame, na medida em que está acessível para qualquer pessoa que já concluiu ou está
concluindo o ensino médio. cerca de 75% dos ingressantes nos cursos de graduação das Instituições de
ensino superior obtém acesso por meio da nota no exame.
PROVINHA BRASIL
 
Foto: Inep
A Provinha Brasil é uma avaliação diagnóstica das habilidades de Leitura e de Matemática desenvolvidas
pelas crianças matriculadas no 2º ano do ensino fundamental das escolas públicas brasileiras. Ela
contribui para que gestores e docentes obtenham mais informações que os permitam monitorar e avaliar os
processos de alfabetização e letramento, além das habilidades de Leitura e de Matemática. A participação
das Secretarias Estaduais de Educação é opcional.
Os resultados obtidos com essa avaliação permitem gerar informações que auxiliam no planejamento e na
concepção de intervenções pedagógicas e gerenciais, para proporcionar melhorias na qualidade da
aprendizagem dos estudantes. Tais ações podem contemplar a definição de metas pedagógicas, a adoção de
incentivos para o aprimoramento docente, o desenvolvimento de ferramentas e metodologias que facilitem o
aprendizado, entre outras.
EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DOS
ESTUDANTES (ENADE)
 
Foto: Inep
O Enade avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos
programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos, representando um dos indicadores para
avaliação da qualidade do ensino superior.
A nota Enade é calculada e divulgada por curso de graduação avaliado. Ela expressa o desempenho médio
dos alunos de um curso com relação ao desempenho médio da área de avaliação à qual eles pertencem,
obtida a partir da avaliação da Formação Geral (FG) e de Conhecimento Específico (CE).
Os cursos de graduação são avaliados de acordo com o Ciclo Avaliativo ao qual pertencem, expressando
resultados trienais de desempenho dos estudantes. A segmentação das áreas de conhecimento e eixos
tecnológicos de cada Ciclo Avaliativo é a seguinte:

ANO I:
Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de ciências agrárias; ciências da saúde e áreas
afins.
Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de engenharias e arquitetura e urbanismo.
Cursos superiores de tecnologia nas áreas de ambiente e saúde; produção alimentícia; recursos
naturais; militar e de segurança.
ANO II:
Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de ciências biológicas; ciências exatas e da terra;
linguística, letras e artes; e áreas afins.
Cursos de licenciatura nas áreas de conhecimento de ciências da saúde; ciências humanas; ciências
biológicas; ciências exatas e da terra; linguística, letras e artes.
Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de ciências humanas e ciências da saúde, com
cursos avaliados no âmbito das licenciaturas.
Cursos superiores de tecnologia nas áreas de controle e processos industriais; informação e
comunicação; infraestrutura e produção industrial.


ANO III:
Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de ciências sociais aplicadas e áreas afins.
Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de ciências humanas e áreas afins que não tenham
cursos também avaliados no âmbito das licenciaturas.
Cursos superiores de tecnologia nas áreas de gestão e negócios; apoio escolar; hospitalidade e lazer;
produção cultural e design.
Os indicadores, conceitos e notas relativos ao conceito Enade são sempre padronizados e escalonados em
valores de 0 (zero)a 5 (cinco), na forma de variáveis contínuas. Desta forma, o conceito Enade será uma
variável discreta que assume valores de 1 a 5, como demonstrado na tabela a seguir:
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Conceito Enade (Faixa) Valor contínuo Resultado
1 0 ≤ NCc < 0,945 Insatisfatório
2 0,945 ≤ NCc < 1,945 Insatisfatório
3 1,945 ≤ NCc < 2,945 Satisfatório
4 2,945 ≤ NCc < 3,945 Satisfatório
5 3,945 ≤ NCc ≤ 5 Excelência
Confira de cada um dos indicadores de qualidade da Educação Superior:
INDICADOR DE DIFERENÇA ENTRE OS DESEMPENHOS
OBSERVADO E ESPERADO (IDD)
Mensura o valor agregado pelo curso de graduação ao desenvolvimento dos estudantes
concluintes, considerando seus desempenhos no Enem (até três anos antes do ingresso no
curso) e no Enade.
O IDD permite então medir o quanto um curso de graduação contribui efetivamente
para o desenvolvimento de competências, habilidades e conhecimentos dos
estudantes ao final do processo formativo. Isso porque o desempenho dos estudantes
concluintes no Enade não pode ser explicado apenas pelas condições de oferta dos
cursos, mas também pelo perfil dos estudantes ao ingressarem na graduação.
CONCEITO PRELIMINAR DE CURSO (CPC)
É um indicador de qualidade composto por oito diferentes componentes, agregados em
quatro dimensões, conforme gráfico a seguir, cujo objetivo é avaliar a qualidade dos
cursos de graduação.
O CPC é agrupado em quatro dimensões que se destinam a avaliar a qualidade dos cursos
de graduação:
null 
Imagem: INEP
 Conceito do CPC.
A análise da composição do CPC de um dado curso de uma instituição de ensino
superior permite que ela avalie as medidas necessárias a serem implementadas para
melhorar a qualidade da oferta, impactando diretamente os componentes mais
críticos do cálculo do indicador.
O desdobramento das dimensões que compõem o CPC nos seus respectivos componentes
e pesos correspondentes é observado na tabela a seguir:
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Conceito Preliminar de Curso (CPC)
Dimensão Componentes Pesos
Desempenho dos
estudantes
Nota dos concluintes no Enade
(NC)
20,0%
Valor agregado
Nota do indicador de diferença
entre os desempenhos
observados e esperados (NIDD)
35,0%
Corpo docente
Nota de proporção de mestres
(NM)
7,5%
30,0%Nota de proporção de doutores
(ND)
15,0%
Nota de regime de trabalho (NR) 7,5%
Percepção discente Nota referente à organização 7,5% 15,0%
sobre as condições do
processo formativo
didático-pedagógica (NO)
Nota referente à infraestrutura e
instalações físicas (NF)
5,0%
Nota referente às oportunidades
de ampliação da formação
acadêmica e profissional (NA)
2,5%
A percepção discente sobre as condições do processo formativo é avaliada através
das respostas dos concluintes participantes do Enade ao Questionário do Estudante,
que contempla questões referentes à organização didático-pedagógica, infraestrutura e
instalações físicas e oportunidades de ampliação.
ÍNDICE GERAL DE CURSOS (IGC)
As instituições de ensino superior são avaliadas anualmente pelo IGC. Segundo o INEP,
o cálculo desse indicador de qualidade considera os seguintes aspectos:
Média ponderada dos CPCs do último triênio, relativos aos cursos avaliados da
instituição, ponderada pelo número de matrículas em cada um dos cursos computados.
Média ponderada dos conceitos de avaliação dos programas de pós-graduação stricto
sensu atribuídos pela CAPES na última avaliação trienal disponível, ponderada pelo
número de matrículas em cada um dos programas de pós-graduação correspondentes.
Distribuição dos estudantes entre os diferentes níveis de ensino – graduação ou pós-
graduação stricto sensu (informação excluída caso não haja essa oferta na
instituição).
No esquema abaixo estão os componentes dos cálculos para os indicadores de qualidade:
null 
Imagem: INEP
CENSO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Instrumento de pesquisa mais completo do Brasil sobre as instituições de Educação
Superior, oferece informações detalhadas sobre a situação e as grandes tendências do
setor, gerando indicadores sobre vagas oferecidas, inscrições, matrículas, ingressantes e
concluintes e informações sobre docentes.
As informações e dados estatísticos disponibilizados pelo Censo permitem analisar e
acompanhar a evolução da Educação Superior no Brasil, subsidiando o Ministério da
Educação para a formulação, implementação e tomada de decisão sobre as políticas
públicas para o setor que viabilizam sua expansão e melhoria da qualidade.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ACERCA DOS INDICADORES DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO, AVALIE AS
ALTERNATIVAS A SEGUIR:
OS INDICADORES DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO POSSUEM ALGUMAS
CARACTERÍSTICAS, SENDO ELAS: EFICIÊNCIA, EFETIVIDADE E QUALIDADE,
APENAS.
DENTRE OS INDICADORES DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO, A
ECONOMICIDADE VISA MEDIR OS GASTOS ENVOLVIDOS NA APREENSÃO DE
INSUMOS NECESSÁRIOS PARA AS AÇÕES QUE VISAM PRODUZIR OS
RESULTADOS PLANEJADOS.
ACERCA DA EFICÁCIA COMO INDICADOR DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO,
ESTA DIMENSÃO PRETENDE APRESENTAR O GRAU ATINGIDO NA RELAÇÃO
ENTRE METAS E OBJETIVOS PLANEJADOS.
DENTRE OS INDICADORES DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO, PODEMOS
INDICAR AS SEGUINTES DIMENSÕES: ECONOMICIDADE, EFICÁCIA,
EFETIVIDADE, QUALIDADE E CAPACIDADE.
A) As alternativas I e II estão corretas.
B) Somente as alternativas II, III e IV estão corretas.
C) As alternativas I, II e IV estão corretas.
D) Somente as alternativas II e IV estão corretas.
E) As alternativas I e III estão corretas.
2. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CARACTERIZA INADEQUADAMENTE UM BOM
INDICADOR:
A) Deve ser simples, a fim de viabilizar o levantamento de dados.
B) Deve ser abrangente, sendo capaz de absorver boa parte do processo.
C) Deve permitir comparação ao longo do tempo.
D) Deve capturar apenas aspectos subjetivos, referentes à dimensão qualitativa.
E) Deve ser barato, com boa relação custo-benefício.
GABARITO
1. Acerca dos indicadores de avaliação de desempenho, avalie as alternativas a seguir:
Os indicadores de avaliação de desempenho possuem algumas características, sendo elas:
eficiência, efetividade e qualidade, apenas.
Dentre os indicadores de avaliação de desempenho, a economicidade visa medir os gastos
envolvidos na apreensão de insumos necessários para as ações que visam produzir os
resultados planejados.
Acerca da eficácia como indicador de avaliação de desempenho, esta dimensão pretende
apresentar o grau atingido na relação entre metas e objetivos planejados.
Dentre os indicadores de avaliação de desempenho, podemos indicar as seguintes dimensões:
economicidade, eficácia, efetividade, qualidade e capacidade.
A alternativa "B " está correta.
 
A afirmativa I está incorreta, pois não apresenta todas as características dos indicadores de avaliação de
desempenho. Alguns exemplos das dimensões são: economicidade (dados sobre as despesas com a
contratação de professores e profissionais da educação); eficiência (programas de capacitação dos
professores das redes municipal, estadual e federal de educação); eficácia (quantidade de alunos
efetivamente atendidos por determinado programa educacional); efetividade (avaliação da melhoria de
desempenho dos professores e profissionais da educação com as capacitações); qualidade (nível de
satisfação e participação dos alunos de determinado programa educacional); capacidade (quantidade de
alunos matriculados nas redes de ensino público).
2. Assinale a alternativa que caracteriza inadequadamente um bom indicador:
A alternativa "D " está correta.
 
Apesar de ser possível desenvolver indicadores para se capturar aspectos subjetivos de determinado
fenômeno, permitindo uma análise qualitativa dele, indicadores também servem para se medir aspectos
objetivos explicados sob uma perspectiva quantitativa.
MÓDULO 2
 Compreender a utilização de indicadores internacionais na análise e na tomada de decisão das
políticas públicas
INDICADORES INTERNACIONAISEM EDUCAÇÃO
A professora Claudia Costin nos traz uma reflexão sobre a qualidade da educação, partindo de índices
internacionais e como isso se materializou no Brasil:
A utilização de indicadores educacionais internacionais para se avaliar o desempenho comparativo dos
países é de grande importância para pavimentar o caminho de elaboração de políticas públicas mais
eficazes. Estas devem ser capazes de resolver os grandes desafios enfrentados por nações marcadas por
profundas desigualdades sociais, como o Brasil.
Tais indicadores internacionais contribuem, assim, para a compreensão da realidade passada e presente
dos sistemas de ensino nacionais. Eles ajudam a traçar o rumo a ser seguido, com base nas melhores
práticas observadas nos países que servem de referência de sucesso, pois apresentam os melhores
resultados quando comparados aos demais.
SEM DADOS, VOCÊ É APENAS MAIS UMA PESSOA COM UMA
OPINIÃO.
(DEMING, 1990, p. 4)
INDICADORES DOS OBJETIVOS DO
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA AGENDA 2030
DA ONU
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as 169 metas estabelecidos na chamada Agenda 2030
das Organizações das Nações Unidas (ONU), em 2015, representam um esforço coletivo das nações para
enfrentar o desafio de consolidação de um novo modelo de desenvolvimento: mais sustentável, capaz de
equilibrar as demandas econômicas, sociais e ambientais das populações de todo o planeta, desta e das
futuras gerações.
Apesar de considerados indivisíveis e inter-relacionados, cada um desses objetivos procura endereçar
soluções para diferentes dimensões que afetam a qualidade de vida das pessoas, entre as quais a educação.
 
Imagem: ODS Brasil
 
Imagem: ODS Brasil
 
Imagem: ODS Brasil
 
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Imagem: ODS Brasil
 Indicadores Brasileiros para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
O Objetivo 4 (ONU, 2015), que diz respeito à garantia de educação inclusiva e equitativa e de qualidade e
à promoção de oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos, representa para um país
como o Brasil um grande desafio. É necessário avaliar localmente o desempenho de estados e municípios nas
diferentes metas e indicadores associados, a seguir destacados em uma amostra:
META: 4.1
Até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino primário e
secundário gratuito, equitativo e de qualidade, que conduza a resultados de aprendizagem
relevantes e eficazes.
Indicador 4.1.1 – Proporção de crianças e jovens: (a) nos segundo e terceiro anos do
ensino fundamental; (b) no final dos anos iniciais do ensino fundamental; e c) no final
dos anos finais do ensino fundamental, que atingiram um nível mínimo de proficiência
em (i) Leitura e (ii) Matemática, por sexo.
Indicador 4.1.2 – Taxa de conclusão do ensino fundamental e do ensino médio.
META 4.2
Até 2030, garantir que todas as meninas e meninos tenham acesso a um desenvolvimento
de qualidade na primeira infância, cuidados e educação pré-escolar, de modo que eles
estejam prontos para o ensino primário.
Indicador 4.2.1 – Proporção de crianças com idade entre 24-59 meses que estão com
desenvolvimento adequado da saúde, aprendizagem e bem-estar psicossocial, por
sexo.
Indicador 4.2.2 – Taxa de participação no ensino organizado (um ano antes da idade
oficial de ingresso no ensino fundamental), por sexo.
null 
Imagem: ODS Brasil
 Indicador 4.2.2 - Taxa de participação no ensino organizado (um ano antes da idade
oficial de ingresso no ensino fundamental), por sexo.
META 4.A
Construir e melhorar instalações físicas para educação, apropriadas para crianças e
sensíveis às deficiências e ao gênero, e que proporcionem ambientes de aprendizagem
seguros e não violentos, inclusivos e eficazes para todos.
null 
Imagem: ODS Brasil
 Indicador 4.a.1 - Proporção de escolas com acesso a: (a) eletricidade; (b) internet para
fins pedagógicos; (c) computadores para fins pedagógicos; (d) infraestrutura e materiais
adaptados para alunos com deficiência; (e) água potável; (f) instalações sanitárias
separadas por sexo; e (g) instalações básicas para lavagem das mãos (de acordo com as
definições dos indicadores WASH).
META 4.C
Até 2030, substancialmente aumentar o contingente de professores qualificados, inclusive
por meio da cooperação internacional para a formação de professores, nos países em
desenvolvimento, especialmente os países menos desenvolvidos e pequenos Estados
insulares em desenvolvimento.
null 
Imagem: ODS Brasil
 Indicador 4.c.1 - Proporção de professores que receberam a qualificação mínima
exigida, por nível de ensino.
PROGRAMME FOR INTERNATIONAL STUDENT
ASSESSMENT (PISA)
O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) é um estudo comparativo internacional
realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
sobre o desempenho escolar de estudantes na faixa etária dos 15 anos, em geral concluintes no ensino
fundamental. Seu principal objetivo é verificar o nível de aprendizagem e buscar explicações a respeito dos
fatores que influenciam os resultados.
Naturalmente, a análise dos resultados do PISA permite aprender com as políticas educacionais
desenvolvidas e implementadas em outros países, contribuindo para o aperfeiçoamento das políticas
internas e dos programas educacionais a serem implementados, sempre com o propósito da melhoria
contínua da qualidade.
 SAIBA MAIS
O INEP representa a OCDE no Brasil para fins de planejamento e operacionalização da avaliação no país,
coordenando todo o processo de aplicação dos instrumentos de avaliação nas escolas participantes da
amostra, assim como se responsabiliza pela análise dos resultados. O Brasil é participante desde a primeira
edição, em 2000, como país parceiro, além daqueles que integram a OCDE.
A cada ciclo de avaliação, o PISA define um dos três domínios (Leitura, Matemática e Ciências) como o
principal, dando maior ênfase a essa área de conhecimento na elaboração das questões, o que significa que
os estudantes respondem a um maior número de itens na avaliação dessa área do conhecimento. Em cada
país, uma amostra de 150 escolas é selecionada para participar das avaliações.
O PISA disponibiliza três indicadores principais:
Perfil básico de conhecimentos e habilidades dos estudantes.
Como tais habilidades são relacionadas a variáveis demográficas, sociais, econômicas e educacionais.
Tendências que acompanham o desempenho dos estudantes e monitoram os sistemas educacionais ao
longo do tempo.
 
Imagem: Shutterstock.com
Alguns resultados comparativos do Brasil com outros países são demonstrados no gráfico a seguir.
 
Imagem: INEP
 Percentual de estudantes por nível de proficiência nos países selecionados, Leitura – PISA 2018.
Observando os resultados, é possível perceber como os estudantes brasileiros apresentam dificuldades
de aprendizado que precisam ser enfrentadas pelo sistema de ensino nacional. Se analisarmos o Brasil em
relação a outros países que participaram do exame, percebemos a necessidade de melhoria.
Por um lado, a educação precisa estar alinhada com as necessidades e expectativas dos estudantes. Por
outro, é preciso que os professores sejam capacitados para utilizar metodologias ativas, tecnologias e
ferramentas digitais que auxiliem os alunos com mais dificuldade e, ao mesmo tempo, estimulem aqueles com
maior agilidade no processo de ensino-aprendizagem.
O desafio é grande, pois os professores precisam lidar com realidades diferentes, interesses e
dificuldades variados. Contudo, cabe aos gestores fornecer os recursos para que os docentes consigam
estimular e propiciar aos estudantes o desenvolvimentode suas habilidades e competências, além de se
tornarem indivíduos com chances de sucesso no mercado de trabalho e que contribuam para o
desenvolvimento do país.
 ATENÇÃO
Esse investimento na educação por aluno precisa ser muito bem empregado, através de políticas públicas
consistentes, guiadas por experiências bem-sucedidas e indicadores que sirvam como alicerces para o
bom planejamento. O gráfico a seguir sinaliza como países com elevado investimento em educação por
alunos são também países com elevada qualidade de vida, com altas taxas de desenvolvimento econômico
social.
 
Imagem: OECD/NCES
 Investimento anual por aluno (dados da OCDE).
Os países com maior volume de investimento por aluno são também aqueles com maiores índices de
qualidade de vida e indicadores de desenvolvimento econômico.
 
Imagem: OECD
 Gasto por aluno nas instituições públicas brasileiras, do ensino fundamental ao superior (2016).
EDUCATION AT A GLANCE
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no âmbito do seu Programa de
Indicadores dos Sistemas Educacionais (INES), reúne estatísticas educacionais de mais de 40 países,
anualmente. Além disso, consolida os resultados na publicação Education at a Glance (EaG), na qual
oferece um panorama dos sistemas educacionais dos países participantes, permitindo assim uma
comparação internacional.
O cálculo dos indicadores brasileiros na publicação Education at a Glance é de responsabilidade do INEP.
Todo o processo de pesquisa, coleta e tratamento de dados em fontes de produção estatística do INEP
(Censos Escolar e da educação superior) e de órgãos oficiais brasileiros (IBGE, CAPES, SIAFI, SIOPE, entre
outros) ao longo do ano é coordenado, consolidado e enviado para a Education at a Glance publicar.
A publicação Education at a Glance: OECD Indicators é a mais importante fonte de informações sobre os
principais indicadores educacionais nos 34 países membros da OCDE, alguns países parceiros e alguns
integrantes do chamado G20.
A tabela a seguir apresenta uma síntese de indicadores do Brasil em dois períodos distintos, sendo possível
perceber pouca alteração nos resultados entre 2015 e 2018.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Indicador BRASIL
Atendimento ou escolaridade da população de 25 a 64 anos 2015 2018
Até o ensino fundamental completo 15% 14%
Ensino médio ou educação profissional e tecnológica subsequente 33% 35%
Ensino superior 14% 17%
Percentual de pessoas que não estudam ou trabalham, por faixa etária 2014 2018
15 a 29 anos de idade 20% 25%
20 a 24 anos de idade 24% 30%
Distribuição de matrículas em programas vocacionais na EPT, por nível
educacional (Isced 2 a Isced 5)
2014 2018
Anos finais do ensino fundamental 3,0% 0,3%
Ensino médio (integrado e concomitante) 42,4% 52,7%
Curso técnico subsequente 52,9% 47%
Cursos sequenciais de formação específica (Educação superior de curto ciclo) 1,7% 0,1%
Taxa de conclusão do ensino médio na duração teórica dessa etapa mais
dois anos após (n+2), por programa de ingresso
2015 2018
Regular 57% 61%
Profissional 50% 57%
Gasto público nas instituições públicas por estudante, por nível
educacional (em dólares usando Poder Paridade de Compra – PPC)
2013 2017
Ensino fundamental ao ensino médio USD
3.824
USD
3.873
Educação superior (incluindo Pesquisa & Desenvolvimento – P&D)
USD
14.768
USD
16.232
Ensino fundamental à educação superior
USD
4.381
USD
4.661
Gasto público nas instituições educacionais como percentual do Produto
Interno Bruto – PIB (do ensino fundamental à educação superior)
2013 2017
Como percentual do PIB 5,2 5,1
Razão aluno-professor no ensino médio, por tipo de programa 2014 2018
Regular 27 26
Profissional 12 14
Percentual de professores do sexo feminino no ensino médio, por tipo de
programa
2014 2018
Regular 62% 60%
Profissional 50% 50%
 Síntese de indicadores − Brasil.
PESQUISA INTERNACIONAL SOBRE ENSINO E
APRENDIZAGEM (TALIS – TEACHING AND LEARNING
INTERNATIONAL SURVEY)
Com o propósito de avaliar o ambiente de ensino e aprendizagem, bem como as condições de trabalho
dos professores e diretores nas escolas, a OCDE coordena uma Pesquisa Internacional sobre Ensino e
Aprendizagem (TALIS), em que no Brasil tem sua aplicação e tratamento dos dados realizado pelo INEP.
Essa pesquisa é realizada com base em entrevistas com diretores e professores de escolas, que
apresentam suas percepções a respeito de temas como desenvolvimento profissional, clima no ambiente
educacional, liderança escolar, gestão, entre outros.
O propósito da TALIS é comparar as condições de ensino e aprendizagem entre os países participantes da
OCDE, de modo a auxiliar no monitoramento de seus indicadores educacionais e a fomentar políticas
públicas para que a profissão de educadores seja mais atrativa.
A seguir, confira os detalhes evidenciados em três edições da pesquisa TALIS:
 
Imagem: Shutterstock.com
PRIMEIRA EDIÇÃO
Lançada em 2008, tendo priorizado os professores, suas ideias, atitudes e práticas, assim como a direção
escolar, colocando luz sobre os últimos anos do ensino fundamental de escolas públicas e privadas, em todos
os países participantes da OCDE.
 
Imagem: Shutterstock.com
SEGUNDA EDIÇÃO
Realizada em 2013 e envolvendo 34 países, ampliou o escopo do estudo, dando maior ênfase a questões
relacionadas à liderança e ao papel do professor, como práticas pedagógicas, avaliação, entre outras.
 
Imagem: Shutterstock.com
TERCEIRA EDIÇÃO
Realizada em 2018, com a participação de 48 países, o foco foi ampliado para além da atuação do docente e
dos gestores escolares, incluindo temas como a diversidade cultural.
Os gráficos a seguir mostram alguns resultados obtidos na TALIS de 2018, comparando dados do Brasil com
outros países da América Latina:
 
Imagem: INEP
 Percentual de professores que disseram concordar com a afirmação de que mudariam para outra escola,
se isso fosse possível – Anos finais 
do ensino fundamental.
 
Imagem: INEP
 Percentual de diretores que informaram haver responsabilidade considerável dos diretores ou equipe de
gestão escolar por atividades da 
escola – Anos finais de ensino fundamental.
 COMENTÁRIO
Trabalhar com gráficos e números é difícil, mas fundamental. Nos dois primeiros módulos, apresentamos a
realidade e a busca de índices e como a realidade do mundo apontou caminhos, criou dados e números. Mas
é necessário que esses dados sejam analisados, pois precisam virar decisões, políticas. É fundamental,
portanto, refletir sobre isso.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O “OBJETIVO 4 – ASSEGURAR A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E EQUITATIVA E DE
QUALIDADE, E PROMOVER OPORTUNIDADES DE APRENDIZAGEM AO LONGO DA
VIDA PARA TODOS” DOS ODS DA AGENDA 2030 PERMITE AVALIAR LOCALMENTE
O DESEMPENHO DOS MUNICÍPIOS EM RELAÇÃO A ALGUNS INDICADORES
EDUCACIONAIS.
PROPORÇÃO DE ESCOLAS COM ACESSO A: (A) ELETRICIDADE; (B) INTERNET
PARA FINS PEDAGÓGICOS; (C) COMPUTADORES PARA FINS PEDAGÓGICOS; (D)
SUPORTE E MATERIAIS ADAPTADOS PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA; (E) ÁGUA
POTÁVEL; (F) INSTALAÇÕES SANITÁRIAS SEPARADAS POR SEXO; E (G)
INSTALAÇÕES BÁSICAS PARA LAVAGEM DAS MÃOS (DE ACORDO COM AS
DEFINIÇÕES DOS INDICADORES WASH).
CONSIDERE OS ASPECTOS MENCIONADOS E INDIQUE A QUE TIPO DE INDICADOR
SE RELACIONAM:
A) Projeto pedagógico
B) Infraestrutura
C) Corpo docente
D) Gestão escolar
E) Aspectos regulatórios
2. OS INDICADORES PRINCIPAIS DERIVADOS DO PISA SÃO:
PERFIL BÁSICO DE CONHECIMENTOS E HABILIDADES DOS ESTUDANTES.
COMO TAIS HABILIDADES SÃO RELACIONADAS A VARIÁVEIS DEMOGRÁFICAS,
SOCIAIS, ECONÔMICAS E EDUCACIONAIS.
PERFIL DE CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS DOS ESTUDANTES.
TENDÊNCIAS QUE ACOMPANHAM O DESEMPENHO DOS ESTUDANTES E
MONITORAM OS SISTEMAS EDUCACIONAIS AO LONGO DO TEMPO.
PERFIL DOS GESTORES ESCOLARES DA REDE DE ENSINO.
CONSIDERANDO AS OPÇÕES MENCIONADAS, AS ASSERTIVAS CORRETAS SÃO:
A) I, II e III
B) I, II e V
C) II, III e IV
D) I, II e IV
E) II,III e V
GABARITO
1. O “Objetivo 4 – Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover
oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos” dos ODS da Agenda 2030 permite avaliar
localmente o desempenho dos municípios em relação a alguns indicadores educacionais.
Proporção de escolas com acesso a: (a) eletricidade; (b) internet para fins pedagógicos; (c)
computadores para fins pedagógicos; (d) suporte e materiais adaptados para alunos com deficiência;
(e) água potável; (f) instalações sanitárias separadas por sexo; e (g) instalações básicas para lavagem
das mãos (de acordo com as definições dos indicadores WASH).
Considere os aspectos mencionados e indique a que tipo de indicador se relacionam:
A alternativa "B " está correta.
 
Apesar de todas as opções de resposta dizerem respeito a aspectos importantes para a dinâmica do dia a dia
das escolas, os citados versam sobre a infraestrutura de instalações físicas e recursos necessários para o seu
funcionamento. A agenda internacional apontou para um novo olhar, a busca de incluir de forma ampla e viva
e dar a efetiva oportunidade de aprendizado. Não é mais a ideia de escola para todos, mas condições para
todos. Por isso é tão importante, em um mundo sustentável, a escola ser um local em que isso seja debatido.
2. Os indicadores principais derivados do PISA são:
Perfil básico de conhecimentos e habilidades dos estudantes.
Como tais habilidades são relacionadas a variáveis demográficas, sociais, econômicas e
educacionais.
Perfil de características comportamentais dos estudantes.
Tendências que acompanham o desempenho dos estudantes e monitoram os sistemas
educacionais ao longo do tempo.
Perfil dos gestores escolares da rede de ensino.
Considerando as opções mencionadas, as assertivas corretas são:
A alternativa "D " está correta.
 
As opções III e V não são avaliadas pelo PISA. O aluno precisa reconhecer o papel do PISA em criar um
parâmetro comum, metrificável e de forma que possa ser um suporte internacional a busca da melhoria da
educação.
MÓDULO 3
 Comparar as avaliações e os índices com as políticas públicas educacionais do Brasil e com a
qualidade de ensino
MARCO REGULATÓRIO DA EDUCAÇÃO
BRASILEIRA
O Brasil possui um arcabouço legal e estratégico bem definido para a gestão do sistema nacional de ensino,
com responsabilidades atribuídas aos diferentes entes da federação.
Entender os principais marcos legais e as políticas formuladas pelas instituições públicas para a gestão
educacional nos três diferentes níveis de governo – federal, estadual e municipal – é essencial no processo de
formação dos profissionais da educação no país. Neste módulo, tais marcos e políticas educacionais são
apresentados, com destaque para aqueles que mais ajudam a caracterizar as estratégias que têm sido
desenvolvidas ao longo das últimas décadas no Brasil.
LEIS DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96) é a legislação que regulamenta o sistema
educacional (público ou privado) do Brasil, da educação básica ao ensino superior.
Procura-se com a LDB garantir o acesso a uma educação de qualidade para todos os cidadãos, definindo
os deveres de todos os entes da federação, o que torna a LDB a mais importante lei brasileira no que se
refere à educação.
A LDB representa um marco na regulamentação do ensino no país. Algumas das inovações contidas no
texto permitiram ao país obter avanços significativos nos processos de inclusão social e redução das
desigualdades. A LDB se baseia nos seguintes princípios fundamentais:
 
Imagem: Shutterstock.com
Vale dizer que ao longo dos anos a LDB sofreu atualizações, mas a estrutura básica do sistema de ensino
brasileiro, dividido em dois níveis – educação básica e ensino superior, manteve-se com o seguinte
desenho:
EDUCAÇÃO BÁSICA
 
Imagem: Shutterstock.com
EDUCAÇÃO INFANTIL
Creches (de 0 a 3 anos) e pré-escolas (de 4 e 5 anos). É gratuita, mas não obrigatória, e de competência dos
municípios.
 
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ENSINO FUNDAMENTAL
Anos iniciais (do 1º ao 5º ano) e anos finais (do 6º ao 9º ano). É obrigatório e gratuito, cabendo aos municípios
a sua oferta, principalmente dos anos iniciais.
 
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ENSINO MÉDIO
Do 1º ao 3º ano. É de responsabilidade dos estados, podendo ser ofertado como técnico profissionalizante.
ENSINO SUPERIOR
É de competência da União, mas também pode ser oferecido por estados e municípios, desde que estes já
tenham atendido os requisitos de oferta dos níveis de ensino que lhes competem. Quando ofertado por
instituições privadas, cabe à União autorizar e fiscalizar o seu funcionamento.
 ATENÇÃO
De forma transversal, o sistema de ensino brasileiro contempla ainda as modalidades de educação para
pessoas com necessidades especiais, educação a distância, educação profissional e tecnológica,
educação de jovens e adultos e educação indígena.
PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (PNE)
O Plano Nacional de Educação (PNE) foi instituído pela Lei n. 13.005, definindo diretrizes, metas e estratégias
que orientam todos os estados e municípios da federação a elaborarem os planos para a gestão
educacional dos seus sistemas de ensino próprios, no período de 2014 e 2024.
O acompanhamento do alcance das metas é realizado a cada dois anos, sob responsabilidade do Ministério
da Educação (MEC) em conjunto com a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Comissão de
Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, Conselho Nacional de Educação (CNE) e o Fórum Nacional
de Educação.
Os resultados avaliados a cada ciclo devem ser divulgados e analisados, para que possam subsidiar a
formulação de políticas públicas e ser usados para fundamentar as decisões de investimento no sistema
de ensino em todos os níveis de governo.
Nesse período de vigência do PNE, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(INEP), vinculado ao MEC, publicou relatórios sobre os resultados nos anos de 2016 e 2018.
As diretrizes do Plano Nacional de Educação são as seguintes (BRASIL, 2014):
I
ERRADICAÇÃO DO ANALFABETISMO.
UNIVERSALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO ESCOLAR.
II
III
SUPERAÇÃO DAS DESIGUALDADES EDUCACIONAIS, COM
ÊNFASE NA PROMOÇÃO DA JUSTIÇA SOCIAL, DA EQUIDADE
E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO.
MELHORIA DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO.
IV
V
FORMAÇÃO PARA O TRABALHO E PARA A CIDADANIA, COM
ÊNFASE NOS VALORES MORAIS E ÉTICOS EM QUE SE
FUNDAMENTA A SOCIEDADE.
PROMOÇÃO DO PRINCÍPIO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA
EDUCAÇÃO PÚBLICA.
VI
VII
PROMOÇÃO HUMANÍSTICA, CIENTÍFICA, CULTURAL E
TECNOLÓGICA DO PAÍS.
ESTABELECIMENTO DE META DE APLICAÇÃO DE RECURSOS
PÚBLICOS EM EDUCAÇÃO COMO PROPORÇÃO DO PRODUTO
INTERNO BRUTO, QUE ASSEGURE ATENDIMENTO ÀS
NECESSIDADES DE EXPANSÃO, COM PADRÃO DE QUALIDADE
E EQUIDADE.
VIII
IX
VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO.
PROMOÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO RESPEITO AOS DIREITOS
HUMANOS, À DIVERSIDADE E À SUSTENTABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL.
X
Tais diretrizes se desdobram em 20 metas que são efetivamente monitoradas para se avaliar o
desempenho nacional em relação à ambição de melhorar a qualidade da educação no Brasil e reduzir as
desigualdades nacionais (BRASIL, 2014):
20 METAS PARA AVALIAR A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO
NACIONAL
Meta 1 – Educação infantil: Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças
de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a
atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência
deste PNE.
Meta 2 – Ensino fundamental: Universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a
população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento)
dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PNE.
Meta 3 – Ensino médio: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15
(quinze)a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de
matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento).
Meta 4 – Inclusão: Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação
básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a
garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou
serviços especializados, públicos ou conveniados.
Meta 5 – Alfabetização infantil: Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro)
ano do ensino fundamental.
Meta 6 – Educação integral: Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por
cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as)
alunos (as) da educação básica.
Meta 7 – Qualidade da educação básica/IDEB: Fomentar a qualidade da educação básica em todas as
etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes
médias nacionais para o IDEB.
Meta 8 – Elevação da escolaridade/Diversidade: Elevar a escolaridade média da população de 18
(dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último
ano de vigência deste Plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e
dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não
negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
Meta 9 – Alfabetização de jovens e adultos: Elevar a taxa de alfabetização da população com 15
(quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o
final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento)
a taxa de analfabetismo funcional.
Meta 10 – EJA integrada: Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de
educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação
profissional.
Meta 11 – Educação profissional: Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível
médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no
segmento público.
Meta 12 – Educação superior: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50%
(cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a
24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta
por cento) das novas matrículas, no segmento público.
Meta 13 – Qualidade da educação superior: Elevar a qualidade da educação superior e ampliar a
proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de
educação superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta e cinco
por cento) doutores.
Meta 14 – Pós-graduação: Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação de modo a
atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) doutores.
Meta 15 – Profissionais de educação: Garantir, em regime de colaboração entre a União, os estados,
o Distrito Federal e os municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, política nacional de
formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei n.
9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e as professoras da educação
básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de
conhecimento em que atuam.
Meta 16 – Formação: Formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por cento) dos professores
da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos (as) os (as) profissionais
da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades,
demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.
Meta 17 – Valorização dos profissionais do magistério: Valorizar os (as) profissionais do magistério
das redes públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais
profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE.
Meta 18 – Planos de carreira: Assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos de carreira
para os (as) profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para
o plano de carreira dos (as) profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso
salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição
Federal.
Meta 19 – Gestão democrática: Assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da
gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta
pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da
União para tanto.
Meta 20 – Financiamento da educação: Ampliar o investimento público em educação pública de forma
a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto (PIB) do País no 5o
(quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do
decênio.
A cada uma dessas metas são associadas estratégias a serem implementadas pelo Governo Federal,
estados e municípios, para que os resultados esperados sejam obtidos.
LEGISLAÇÃO E NORMATIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO
BÁSICA
FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA E DE VALORIZAÇÃO DOS
PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO (FUNDEB)
O FUNDEB, instituído pela Emenda Constitucional n. 53, em 2006, é um fundo formado por recursos
provenientes dos impostos e transferências dos estados e municípios, complementados por recursos
federais, de tal forma que o valor por aluno sempre alcance o mínimo definido nacionalmente.
A distribuição dos recursos do FUNDEB leva em conta o número de matrículas nas escolas públicas e
conveniadas apuradas no último Censo Escolar realizado pelo INEP, considerando os seguintes estudantes:
Educação infantil (creche e pré-escola), ensino fundamental (de oito ou de nove anos) e ensino médio.
Modalidades de ensino regular, educação especial, educação de jovens e adultos e ensino profissional
integrado.
Escolas localizadas nas zonas urbana e rural.
Turnos com regime de atendimento em tempo integral ou parcial (matutino e/ou vespertino ou noturno).
O gráfico a seguir mostra a importância do FUNDEB como fonte de financiamento para a educação básica nos
estados brasileiros, representando um instrumento importante para a redução das desigualdades regionais.
 
Fonte: FNDE
BASE NACIONAL CURRICULAR COMUM (BNCC)
 
Imagem: MEC
A BNCC é um documento que normatiza o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos da
educação básica devem desenvolver ao longo de suas etapas, em qualquer modalidade, alinhando-se aos
princípios fundamentais do Plano Nacional de Educação (PNE). Foi homologada pelo MEC em 2017, após
mais de dois anos de discussões em todo o país envolvendo toda a sociedade.
A BNCC constitui-se então na referência nacional para a formulação dos currículos dos sistemas de
ensino dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, norteando a construção das propostas
pedagógicas a serem implementadas efetivamente nas escolas e unificando a política para a educação
básica no país. Isso permite que os estudantes adquiram um patamar comum de aprendizagem e
desenvolvimento de competências gerais essenciais.
Na BNCC, entende-se por competência a mobilização de conhecimentos assimilados, habilidades
desenvolvidas, atitudes e valores, para resolver demandas e problemas cotidianose do mundo do
trabalho. Conheça cada uma a seguir:
COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC
Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e
digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma
sociedade justa, democrática e inclusiva.
Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação,
a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar
hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos
conhecimentos das diferentes áreas.
Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e participar de
práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual,
sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se
expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir
sentidos que levem ao entendimento mútuo.
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica,
significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo
e autoria na vida pessoal e coletiva.
Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências
que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao
exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.
Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender
ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a
consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com
posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade
humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com
elas.
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e
promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade
de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem
preconceitos de qualquer natureza.
Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
(MEC, 2017)
A BNCC está prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Plano Nacional da Educação,
e sua adoção é obrigatória. Os currículos de todas as redes públicas e particulares devem ter a BNCC como
referencial, a fim de que, independentemente da região, raça ou classe socioeconômica, todos os
estudantes do Brasil tenham o direito de aprender as mesmas habilidades e competências ao longo da
sua vida escolar, sem, contudo, retirar de estados e municípios a autonomia para complementar os currículos
com propostas pedagógicas que valorizem as diversidades e particularidades regionais.
SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
(SAEB)
O SAEB tem como objetivo principal diagnosticar a qualidade da educação brasileira, oferecendo
subsídios para que o MEC e as escolas, após a análise dos resultados, possam definir ações e direcionar
recursos que venham a impactar positivamente o aprendizado dos estudantes.
 ATENÇÃO
O cálculo do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) usa os resultados do SAEB.
O SAEB adquiriu o formato atual a partir de 2019, já adequado à nova Base Nacional Comum Curricular
(BNCC). É responsabilidade do INEP a sua implementação através da aplicação a cada dois anos de provas
obrigatórias de Português, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas para estudantes da
educação infantil, do 5º e do 9º ano do ensino médio e do 3º ano do ensino médio, das escolas públicas,
urbanas e rurais, sendo opcional para a rede privada.
LEGISLAÇÃO E NORMATIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO
SUPERIOR
SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO
SUPERIOR (SINAES)
O SINAES foi instituído em 2004, sendo formado por três componentes principais: a avaliação das
instituições de ensino superior, dos cursos de graduação e do desempenho dos estudantes. Abrange
vários aspectos relacionados a esses três eixos, com destaque para a oferta das atividades de ensino,
pesquisa e extensão, a gestão da instituição, o corpo docente e as instalações.
O processo de avaliação é de responsabilidade do INEP, e os resultados obtidos e tornados públicos
permitem entender o cenário do ensino superior brasileiro, suas lacunas e necessidades de melhoria,
orientando a expansão da oferta e responsabilizando as instituições de ensino superior (IES) pela
qualidade da educação experimentada por seus estudantes.
DIMENSÕES DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL, INTERNA E
EXTERNA
Missão e plano de desenvolvimento institucional.
Política para ensino, pesquisa, pós-graduação e extensão.
Responsabilidade social da Instituição de ensino superior.
Comunicação com a sociedade.
As políticas de pessoal, carreiras do corpo docente e de técnico-administrativo.
Organização de gestão da IES.
Infraestrutura física.
Planejamento de avaliação.
Políticas de atendimento aos estudantes.
Sustentabilidade financeira.
DIMENSÕES DA AVALIAÇÃO DOS CURSOS
Organização didático-pedagógica.
Perfil do corpo docente.
Instalações físicas.
Os instrumentos de avaliação e de informação que integram o SINAES são: a autoavaliação, conduzida
pela Comissão Própria de Avaliação (CPA); a avaliação externa dos cursos de graduação, conduzida por
comissões avaliadoras in loco enviadas pelo INEP; o Enade; o Censo da Educação Superior; e o cadastro
das IES. Confira os detalhes a seguir:
AUTOAVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO EXTERNA
CENSO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
CADASTRO DE CURSOS E INSTITUIÇÕES
AUTOAVALIAÇÃO
Conduzida pela CPA (Comissão Própria de Avaliação) de cada instituição, baseia-se em um roteiro
padronizado nacionalmente, acrescido de indicadores específicos que ajudem a diagnosticar aspectos
quantitativos e qualitativos que dizem respeito à gestão administrativa, político-pedagógica e técnico-científica
da instituição. Permite, assim, que a análise dos resultados obtidos subsidie ações de melhoria para toda a
comunidade acadêmica.
AVALIAÇÃO EXTERNA
Essa avaliação é feita por membros externos, pertencentes à comunidade acadêmica e científica,
reconhecidos pelas suas capacidades em áreas específicas e portadores de ampla compreensão sobre
instituições universitárias.
CENSO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
O Censo é um instrumento de grande potencial informativo para a comunidade acadêmica, para o Estado e
para a população em geral analisarem a situação do sistema de ensino superior e buscarem a formulação de
políticas públicas e de ações do setor privado para lidarem com os desafios encontrados.
CADASTRO DE CURSOS E INSTITUIÇÕES
Dispõe de informações das instituições e de seus respectivos cursos oferecidos para conhecimento da
sociedade e uso pelas comissões de avaliação interna e externa.
A integração desses instrumentos permite que conceitos que variam em uma escala de 1 a 5 sejam
atribuídos às instituições, gerando indicadores, tais como CPC e IGC, que avaliam suas condições gerais
de oferta, subsidiando inclusive sua avaliação para efeito de Renovação de Reconhecimento, de
Recredenciamento institucional e demais Atos Autorizativos e Regulatórios.
FUNDO DE FINANCIAMENTO ESTUDANTIL (FIES)O FIES é um programa de financiamento destinado a estudantes de graduação matriculados em cursos
presenciais não gratuitos e com avaliação positiva nos processos de avaliação conduzidos pelo Ministério da
Educação, tendo sido instituído em 2001 pela Lei n. 10.260.
O programa financia o valor das mensalidades cobradas pelas instituições de ensino particulares que
aderem ao Fundo, de acordo com a renda familiar do estudante, que precisa apresentar desempenho mínimo
satisfatório no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como um dos requisitos para ser selecionado.
 
Foto: Shutterstock.com
O gráfico a seguir ilustra a evolução dos novos contratos firmados com os estudantes pelo programa ao
longo do tempo, demonstrando claramente um crescimento exponencial na primeira metade da década de
2010 e uma queda abrupta no período seguinte.
 
Imagem: FNDE
 Financiamentos concedidos.
É importante ressaltar a utilização de um conjunto de indicadores para se avaliar o desempenho do FIES,
monitorando assim sua eficiência e eficácia e o quanto os objetivos do programa são efetivamente
alcançados:
PERCENTUAL DE IES PARTICIPANTES DO FIES
Mede o interesse das IES em participar do programa.
PERCENTUAL DE IES PARTICIPANTES DE CADA PROCESSO
SELETIVO
Mede o interesse das IES em participar de cada processo seletivo do programa.
PARTICIPANTES DO ENEM
(inscritos no programa, com alcance da pontuação mínima exigida para participar)
Mede o interesse das pessoas que obtiveram qualificação nas provas do Enem em obter o financiamento
estudantil.
PERCENTUAL DE EXECUÇÃO FINANCEIRA
Mede a proporção entre os recebimentos decorrentes dos pagamentos realizados pelos estudantes
(prestação, juros e demais encargos do financiamento) e o desembolso do programa para pagamento dos
encargos educacionais às IES.
TAXA DE OCUPAÇÃO DA OFERTA
Mede o percentual de vagas ocupadas a cada processo seletivo com contratação efetiva do financiamento.
TAXA DE CONTRATOS NOVOS
Mede a quantidade de novos financiamentos contratados em determinado ano em proporção do número de
ingressantes em cursos de graduação presenciais privados.
TAXA DE PARTICIPAÇÃO DO FIES
(calculada sobre o total de matrículas nas instituições privadas)
Mede o número de vagas das IES privadas ocupadas por estudantes financiados pelo programa em relação
ao total de vagas disponíveis.
ÍNDICE DE INADIMPLÊNCIA DOS CONTRATOS
Mede o percentual de estudantes inadimplentes em relação ao total de contratos efetivos.
ÍNDICE DE NÃO RENOVAÇÃO DE CONTRATOS
Mede a não renovação semestral dos contratos de financiamento frente à quantidade prevista de aditamentos
de renovação.
PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS (PROUNI)
O PROUNI foi institucionalizado em 2005, a fim de viabilizar a oferta de bolsas de estudo integrais e
parciais em cursos de graduação em instituições de ensino superior privadas. Seu propósito é viabilizar o
acesso de estudantes de camadas mais pobres à Educação Superior e aumentar proporcionalmente o
percentual de estudantes neste nível de ensino, ainda muito baixo no Brasil quando comparado com outros
países. Em contrapartida, as IES participantes, em grande parte com fins lucrativos, recebem isenções
fiscais de tributos.
 
Foto: Shutterstock.com
Para participar do programa, além de comprovar renda familiar máxima dentro dos limites exigidos, os
estudantes devem também cumprir alguns outros requisitos adicionais (quando se aplicam), entre os quais se
destacam: ter cursado o ensino médio completo em escola da rede pública, possuir alguma deficiência, ser
professor da rede pública de ensino, entre outros.
Para assegurar a permanência dos estudantes bolsistas nos cursos é concedido um benefício financeiro
de valor equivalente a bolsas de iniciação científica, com o objetivo de custear despesas educacionais.
A professora Claudia Costin fala sobre como as políticas públicas dependem de índices para que possam ser
mensuradas. Veja:
A utilização de indicadores permite que os resultados obtidos pelos gestores públicos e privados de qualquer
área de atuação, e notadamente também no setor educacional, sejam rastreados e monitorados. Isso
proporciona a diferentes tipos de organização uma série de benefícios, com destaque para a possibilidade de
impactar positivamente o desempenho.
Os indicadores contribuem para promover maior engajamento, melhorar o alinhamento entre as equipes,
estabelecer foco para a atuação, aumentar a transparência da gestão, estimular a eficiência e a
produtividade e até mesmo para facilitar e simplificar a comunicação interna.
O alicerce para o desenvolvimento de uma nação é a educação. Se um país deseja crescer e se
desenvolver de forma sustentável, precisa aumentar sua capacidade de inovação e produção nos diversos
setores da economia, o que só é possível a partir da qualificação contínua de seus cidadãos. Quanto mais
educação formal tiver a população, maior será o impacto sobre o desenvolvimento socioeconômico do
país.
E uma educação de qualidade requer um esforço permanente de avaliação e comparação dos
indicadores do país com o resto do mundo, para identificar os pontos de melhoria necessários por meio
das políticas públicas a serem formuladas. É preciso medir para que se tenha dados e estatísticas que
possam ser usados como parâmetros a partir dos quais sejam definidas as métricas do que se deseja
alcançar.
Políticas públicas são formuladas e implementadas nos diferentes níveis de governo para endereçar
soluções para os principais desafios com os quais a sociedade se depara. No caso brasileiro, e
especialmente no que diz respeito à educação, é de importância fundamental que os gestores públicos sejam
capazes de entender a realidade com base em fatos. Essa realidade deve ser medida a partir da
utilização de indicadores, para tornar os processos de tomada de decisão mais assertivos e capazes de
resolverem os graves problemas de desigualdade social do país.
A formulação de políticas públicas educacionais nas últimas décadas no Brasil teve grande impacto no
processo de inclusão e redução das desigualdades sociais, apesar de haver muito ainda a ser feito. Essas
políticas procuram assegurar direitos constitucionalmente garantidos, mas que representam enormes
desafios para o país, evidenciados por indicadores que demonstram a necessidade de ações contínuas
para provocar mudanças permanentes na realidade socioeconômica do país.
Políticas públicas mais eficazes são aquelas formuladas com base na análise da realidade esclarecida a
partir dos fatos, medidos por meio de indicadores que trazem à tona os problemas a serem enfrentados. Da
mesma forma, serão esses indicadores que funcionarão como termômetros capazes de medir o quanto tais
políticas apresentam desempenho satisfatório e conseguem efetivamente promover transformações
sociais relevantes e duradouras.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. CONSIDERE OS INDICADORES A SEGUIR, USADOS PARA SE AVALIAR O
DESEMPENHO DO FIES.
PERCENTUAL DE IES PARTICIPANTES DO FIES.
PERCENTUAL DE IES PARTICIPANTES DE CADA PROCESSO SELETIVO.
PARTICIPANTES DO ENEM INSCRITOS COM PONTUAÇÃO MÍNIMA EXIGIDA.
PERCENTUAL DE EXECUÇÃO FINANCEIRA.
TAXA DE OCUPAÇÃO DA OFERTA.
TAXA DE CONTRATOS NOVOS.
TAXA DE PARTICIPAÇÃO DO FIES SOBRE O TOTAL DE MATRÍCULAS NAS IES.
ÍNDICE DE INADIMPLÊNCIA DOS CONTRATOS.
ÍNDICE DE NÃO RENOVAÇÃO DE CONTRATOS.
APONTE QUAIS DELES MEDEM DE MODO MAIS EFETIVO O NÍVEL DE INTERESSE
EM ADERIR AO PROGRAMA:
A) I – II – III – V – VI – VII
B) I – II – IV – V – VI – VIII
C) I – II – III – V – VIII – IX
D) I – III – IV – V – VII – IX
E) I – III – V – VI – VII – IX
2. NO CONTEXTO DO SINAES, AS IES SÃO AVALIADAS COM BASE NAS DIMENSÕES
INSTITUCIONAL E DOS CURSOS OFERECIDOS. QUAIS DOS ASPECTOS A SEGUIR
SE RELACIONAM COM A AVALIAÇÃO DOS CURSOS?
A) PDI, organização didático-pedagógica e sustentabilidade financeira.
B) Organização didático-pedagógica, perfil do corpo docente e instalações físicas.
C) PDI, responsabilidade social

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