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APOSTILA PREPARATÓRIA
ROTEIRO DE ESTUDOS
GEOGRAFIA
ENSINO MÉDIO
CAPÍTULO 1
1
INTRODUÇÃO – CONCEITOS BÁSICOS
Geografia é a ciência que estuda as inter-relações que ocorrem entre o ser humano e o quadro
natural que o cerca.
- TERRA - Planeta do Sistema Solar (terra + água + ar).
- 3º Planeta pela ordem de afastamento do Sol (1º Mercúrio, 2º Vênus).
- Superfície da Terra: 510.000.000 km².
- PLANETA - Astro sem luz e calor próprio. Gira em torno de uma estrela que o
aquece e ilumina.
- O Sistema Solar é constituído por oito planetas: Mercúrio, Vênus, Terra,
Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
- MOVIMENTO DE ROTAÇÃO: Movimento executado pela Terra em torno de seu eixo
imaginário de Oeste para Leste, em 23 horas, 56 minutos, e 4 segundos (um dia).
- MOVIMENTO DE TRANSLAÇÃO: Movimento executado pela Terra em torno do Sol de Oeste
para Leste, em 365,6 dias.
- MERIDIANO DE GREENWICH: Círculo tomado como origem do tempo universal e que
passa pela antiga sede do observatório de Greenwich, na Inglaterra.
- LINHA DO EQUADOR: Círculo máximo imaginário do Globo Terrestre que divide a Terra em
Hemisfério Norte e Hemisfério Sul.
Existem quatro paralelos importantes por delimitarem as zonas térmicas da Terra:
- TRÓPICOS: - TRÓPICO DE CÂNCER: ao Norte da linha do Equador (Caribe).
- TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO: ao Sul da linha do Equador (São Paulo).
São os dois círculos terrestres paralelos ao Equador.
- CÍRCULOS POLARES: - ÁRTICO – Hemisfério Norte
- ANTÁRTICO – Hemisfério Sul
- HEMISFÉRIO – Meia esfera. Cada uma das meias esferas em que a Terra é imaginariamente
dividida pela linha do Equador (Norte e Sul) e Greenwich (Leste e Oeste).
BRASIL: País da América do Sul, com território de 8.511.965 km², na maior parte (93%) no
Hemisfério Sul. O Brasil possui 209,5 milhões habitantes e está politicamente dividido em 26
estados e um Distrito Federal. A divisão em estados foi estabelecida a partir da Proclamação
da República e consequentemente, a partir da 1ª Constituição Republicana. Os Estados
substituíram as Províncias do Império. Copiamos o sistema adotado nos Estados Unidos da
América do Norte.
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- DIVISÃO REGIONAL DO BRASIL: Segundo o IBGE, o Brasil está dividido em cinco regiões
geográficas de acordo com os seus contrastes físicos, humanos e econômicos: Norte, Nordeste,
Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
- DIVISÃO GEO ECONÔMICA: Três complexos regionais de acordo com a formação histórico
econômica do país: Amazônia, Nordeste e Centro Sul.
RELAÇÃO DOS ESTADOS COM AS RESPECTIVAS CAPITAIS:
- Região Norte Amazonas
Pará
Roraima
Amapá
Acre
Rondônia
Tocantins
Manaus
Belém
Boa Vista
Macapá
Rio Branco
Porto Velho
Palmas
- Região Nordeste Pernambuco
Maranhão
Piauí
Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Alagoas
Sergipe
Bahia
Recife
São Luís
Teresina
Fortaleza
Natal
João Pessoa
Maceió
Aracaju
Salvador
- Região Centro Oeste Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
Goiás
Cuiabá
Campo Grande
Goiânia
- Região Sudeste Minas Gerais
Espírito Santo
Rio de Janeiro
São Paulo
Belo Horizonte
Vitória
Rio de Janeiro
São Paulo
- Região Sul Paraná
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
Curitiba
Florianópolis
Porto Alegre
- Distrito Federal Sede Administrativa do País Brasília
Obs.: Tocantins é o mais novo estado do Brasil. Foi desmembrado do estado de Goiás.
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Relevo: Relevo é o conjunto de acidentes geográficos da superfície terrestre. No Brasil
predomina um relevo de baixa altitude.
Planaltos do Brasil:
- O Planalto Brasileiro subdivide-se em: Planalto Central e Planalto
Meridional.
- Planalto Atlântico: onde se localizam a Serra do Mar, a Serra da
Mantiqueira e a Serra do Espinhaço. Neste Planalto, localizam-se
o Pico da Bandeira com 2.840 metros e o Pico das Agulhas Negras
com 2.787 metros de altitude.
- Planalto Nordestino
- Planalto das Guianas: Neste Planalto, localiza-se o Pico da
Neblina com 3.014 metros de altitude, sendo o ponto culminante
do Brasil.
- Planícies do Brasil:
1 – Planície Amazônica ao Norte.
2 - Planície Costeira junto ao litoral.
3 – Planícies do Pantanal na região Centro Oeste, onde é
localizada a Chapada dos Guimarães, hospedeira de 650
espécies de aves.
Clima:
- É a sucessão de estados da atmosfera em um determinado lugar.
- É a sucessão dos estados do tempo em certo lugar.
No Brasil:
1 – Clima Equatorial – Na Amazônia (fenômeno da friagem).
2 – Clima Tropical na maior parte do país. Apresenta verão quente
e úmido e inverno quente e seco.
3 – Tropical de altitude – nas áreas mais elevadas do Sudeste.
4 – Semiárido no interior do Nordeste.
5 – Subtropical no Sul do país. Santa Catarina (um estado do Sul)
possui este tipo de clima.
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Hidrografia no Brasil:
- Hidrografia: estudo das águas continentais (rios e lagos).
- Dá-se o nome de Bacia Hidrográfica ao conjunto de terras banhadas por um rio principal,
seus afluentes e subafluentes. O Brasil, neste particular, é um país privilegiado.
- Nossas principais Bacias são:
1 - Bacia Amazônica:
- Extensão: 7.500.000 km² dos quais
aproximadamente 4.000.000 km2 estão situados em
território brasileiro, e o restante distribuído por oito
países sul-americanos: Guiana Francesa, Suriname,
Guiana, Venezuela, Colômbia, Peru, Equador, Bolívia.
A Bacia Amazônica possui cerca de 23 mil km de rios
navegáveis;
- Tem como principal rio o Amazonas.
- Afluentes mais importantes Negros, Tapajós, Xingu,
Japurá e outros.
2 – Bacia Platina
- Subdivida em:
a) Bacia do Paraná, região sul do Brasil.
- Tem como principal rio o Paraná que é o maior rio
brasileiro em potencial hidroelétrico. Nasce na fusão
dos rios Grandes e Paranaíba e deságua no Rio da
Prata. Divide o Brasil, o Paraguai e a Argentina. Na
Bacia Platina estão as hidroelétricas de Furnas, Três
Irmãos, Barra Bonita, Ilha Solteira e a principal que é
a de Itaipu.
(b) Bacia do Uruguai: Rio principal: Uruguai que nasce
da fusão dos rios Canoas e Pelotas.
c) Bacia do Paraguai: Rio Principal: Paraguai que nasce
na Serra do Araporé (MT). Atravessa o Pantanal e é
altamente utilizado para a navegação.
3 – Bacia do São Francisco
- Fica no Planalto do Brasil
- Tem como principal rio, o São Francisco que embora
apresentando muitas cachoeiras, é também um rio
navegável. É a mais importante bacia hidrográfica do
Brasil inteiramente brasileira, tanto que o Rio São
Francisco é conhecido como o Rio da Unidade Nacional.
O São Francisco nasce na Serra da Canastra, em Minas
Gerais e deságua no Oceano Atlântico (2.000 km
navegáveis). Nesta bacia estão as hidroelétricas de
Três Maria (MG), Sobradinho e Paulo Afonso (BA). No
passado foi o principal elo entre o Nordeste e o Sul do
país
4 – Bacia Tocantins – Araguaia - É a maior bacia totalmente brasileira.
- Tem como principal rio, o Tocantins com 2.450 km de
extensão.
- Seu principal afluente é o Araguaia.
- Nesta bacia está a hidroelétrica de Tucuruí (Pará).
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BRASIL – UM PAÍS PRODUTIVO
Economia: é o conjunto de atividades que visa produzir e comercializar bens e serviços. O
Brasil possui uma economia bastante diversificada nos diversos setores:
A) Primário
1 – Agricultura: um dos sustentáculos da economia bastante diversificada nos diversos
setores.
- No passado foi baseado em poucos produtos (café e cana-de-açúcar principalmente). Tornou-
se bastante variada com o cultivo da soja, do trigo, do fumo, do algodão, da uva, etc.
- Papel: Abastece o país, cria excedente para as exportações e ainda energia atravésdo cultivo
da cana-de-açúcar.
- Predomínio de latifúndios (propriedade rural com mais de 600 ha) sobre os minifúndios.
Principais produtos
a) Cana-de-açúcar: Introduzida no Brasil durante o século XVI por Martim Afonso e Sousa
donatário da Capitania de São Vicente. Na Europa o açúcar era produzido a partir da beterraba.
De qualidade inferior e de pouca produtividade propiciou o uso do açúcar produzido com cana-
de-açúcar. O produto tornou-se um importante fator econômico na Colônia Brasileira e foi
responsável pelo aumento populacional e ocupação de São Vicente, Bahia e Nordeste do Brasil.
Maiores produtores mundiais (SP, MG, PR, GO, MS, AL).
b) Café: Já foi nossa maior fonte de renda, sua produção cresceu durante o 2º Império
ocupando regiões do Rio de Janeiro, Baixada Fluminense, Vale do Paraíba, Minas Gerais e
Paraná. No Paraná, região de terra roxa, o café teve alta produtividade e por ponde passou
plantou cidades, vilas, fazendas, gerando lucro e fazendo fortunas. Atualmente, o estado de
Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil, com 54,3% da produção nacional. O café
motivou, além da ocupação territorial, o desenvolvimento das Estradas de Ferro do Brasil. Foi
o café a base econômica do crescimento de São Paulo. Maiores produtores: MG, ES, SP, , BA,
RO e PR.
c) Laranja: O Brasil é o maior produtor de laranja do mundo. Recentemente direcionado para
a exportação (na forma de suco) sob o controle de multinacionais.
d) Soja: é o segundo produto em área cultivada no Brasil. Segundo maior produtor mundial.
Maiores produtores: MT, PR, RS e GO.
2 – Pecuária: Desempenhou marcante papel no povoamento e expansão territorial do Brasil,
nos colocando entre os maiores criadores do mundo. A Soma total do nosso rebanho é de
aproximadamente 214,9 milhões de cabeças (bovino – maior produtor do mundo; suíno –
quarto maior do mundo; e equino – sétimo maior do mundo).
Tipos de criação:
- Intensiva: pequena propriedade, áreas limitadas, alto rendimento, em geral utilizada com a
criação leiteira.
- Extensiva: grandes áreas, gados à solta, pastagens naturais, baixo rendimento, destinado à
criação de corte.
3- Extrativismo: São divididos em dois tipos:
- Vegetal: destacando-se o Babaçu (palmeira do Nordeste cujo fruto fornece óleo, álcool e
glicerina), o mogno (madeira nobre e de alto valor comercial, cortada livremente no Pará, Mato
Grosso e Rondônia), etc.
- Mineral: destacamos o minério de ferro e o petróleo.
a) Minério de ferro: principais áreas: quadrilátero mineiro (Belo Horizonte, Santa Bárbara,
Mariana e Congonhas) e Vale do Rio doce. Nosso principal corredor de exportação é o Porto
de Tubarão, em Vitória (ES)
b) Petróleo: encontrado nas bacias sedimentares, monopólio da Petrobrás. Principais áreas
produtoras no continente: BA, SE, RN, etc. e na plataforma continental RS, SE, AL, RN.
B) Secundário: Indústria: forte e diversificada, concentrada principalmente no Sudeste em
função da melhor rede de transportes e comunicações, maior concentração de mercado
consumido, maior produção energética, maior capital e mão de obra de maior qualificação.
Essa concentração é maior em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, na região Sudeste.
Existem poucas no Norte e Nordeste.
C) Terciário: Comércio: encontramos atividades modernas (bancos, empresas de seguros e
transportes, cadeias de supermercados, etc.) e atividades tradicionais (mercearias, bazares,
etc.).
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ROTEIRO DE ESTUDOS
GEOGRAFIA
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CAPÍTULO 2
América: Continente “descoberto” por Colombo em 1492, habitado por representantes de
diferentes culturas e civilizações (astecas, maias e incas) amerígenas.
Entre os séculos XVI e XVII, foi colonizada pelos europeus, que exploraram riquezas e
cultivaram produtos tropicais (cana-de-açúcar, tabaco, algodão) de alto valor comercial para
as metrópoles europeias.
Os ingleses estabeleceram “colônias de povoamento”, pois visavam constituir uma
nova vida, um novo lar, “um novo mundo”: seus produtos agrícolas e artesanais atendiam
seus próprios interesses de comércio local. Hoje constituem a América Anglo-Saxônica
(Estados Unidos e Canadá).
Todo o restante forma a América Latina, pois foi colonizada por espanhóis e
portugueses e é caracterizada por uma grande diversidade cultural, instabilidade política,
países subdesenvolvidos cujas características essenciais, são: a dependência econômica
evidenciada pela injustiça na balança comercial, grande dívida externa e forte presença de
empresas transnacionais, além das acentuadas diferenças sociais.
A América está separada da Ásia pelo Estreito de Bering, é circundada pelo Oceano
Glacial Ártico (ao Norte), Oceano Atlântico (Leste), Oceano Pacífico (Oeste). Limita-se ao Sul
com a Antártida.
Vastas Cordilheiras estendem-se a Oeste, planaltos e planícies a Leste. Grande número
de Ilhas e arquipélagos.
Geograficamente temos a América do Norte, a América Central e a América do Sul.
América do Norte:
Países e
Capitais:
Canadá
Estados Unidos
México
Otawa
Washington
Cidade do México.
Canadá: Maior país da América e 2º produtor mundial de artigos industrializados. É um dos
maiores produtores mundiais de zinco, urânio, e níquel, produz grande quantidade de ouro,
prata, cobre chumbo e minério de ferro. Possui áreas de excelente solo agrícola e ativa
pecuária leiteira.
Toronto, Montreal e Vancouver são grandes centros industrializados.
Estados Unidos: Nação mais rica e poderosa da terra, por seu predomínio industrial-
financeiro-econômico, é o maior produtor de petróleo e um dos maiores mercados mundiais
de produtos agrícolas. Chicago é o centro de Los Angeles, do cinema e produtos bélicos.
México: Faz parte da América Latina, 1º produtor mundial de prata, população de maioria
mestiça (índios com espanhóis). Possui uma das maiores reservas mundiais de petróleo, gás
natural, ouro, enxofre, manganês, zinco, chumbo e cobre.
O país busca a industrialização: siderurgia (em Monterrey), petroquímica (em
Salamanca), refinarias (em Tampico e Vera Cruz).
Canadá, Estados Unidos e México integram a NAFTA (Acordo Norte-Americano de Livre
Comércio), desde 1994 cujo objetivo é apenas a criação de uma zona de livre comércio.
Na América do Norte encontram-se:
- O Círculo Polar Ártico.
- O Trópico de Câncer (passa pelo México)
- As Montanhas Rochosas (a Oeste), pontiagudas e cobertas de neve eterna.
- O Mc Kinley (6.194): ponto culminante, no Alasca.
- As Planícies do Rio S. Lourenço e dos Grandes Lagos (Superior, Michigan, Huron, Erie,
Ontário) – as cataratas do Niágara ficam entre os lagos Ontário e Erie: uma beleza turística.
- As Penínsulas da Califórnia e Yucatán.
- Os Golfos da Califórnia e do México.
- O Mar e Arquipélago das Antilhas.
- Os Planaltos ricos em minarias, como o Planalto do Labrador (Canadá), os Montes Apalaches
(EUA) e os Planaltos Mexicanos de Chihuana e Anauc.
- Uma planície costeira acompanhando o Atlântico.
- Os rios S. Lourenço (a Leste), a Bacia do Rio Mississipi (ao Centro), Mackenzie (ao Norte),
Hudson (corta Nova Iorque), Colorado (a Oeste) e Grande (ao Sul).
- O Vale da Morte (-83m) na Califórnia.
- O famoso Grand Canyon, no Planalto do Rio Colorado.
- A Serra Madre Oriental, Ocidental e do Sul (no México).
Vegetação: - Tundra e floresta de coníferas – no Norte do Canadá e Alasca.
- Floresta temperada – nos Apalaches, Labrador e Rochosas.
- Floresta tropical – próxima ao Golfo do México.
- Pradarias (vegetação rasteiras e herbáceas) – nas planícies centrais.
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- Xerófitas – nas áreas desérticas do Colorado.
- Climas com invernos rigorosos e verões fortes.
- Indústrias com elevada tecnologia e agricultura amplamente mecanizada (exceto o México)
América Central:
É dividida em duas partes:
-Ístmico ou Continental – liga a América do Norte à América do Sul.
-Insular ou Arquipélago das Antilhas - são divididas em Antilhas,Pequenas Antilhas e
Arquipélago das Bahamas.
São suas características:
- A Península e Planície do Yucatén.
- Solo fértil, elevadas temperaturas e chuvas abundantes (na porção oriental).
- Montanhas, clima temperado e chuvas escassas (na porção ocidental).
- Vegetação variável: florestas, savanas, estepes com cactáceas.
- Golfo do México (que sofre com a poluição petroquímica).
- Mar das Antilhas (ou do Caribe).
- Países exportadores de matérias-primas e consumidores de industrializados.
- Economia agrícola (açúcar, banana, café) e extrativismo mineral.
- Denso povoamento de índios, mestiços e brancos (minoria).
- Pouca rede de comunicações.
- Urbanização causada pelo êxodo rural.
- O canal do Panamá (controlado pelos norte-americanos até o ano 2.000), une Atlântico ao
Pacífico, através de comportas e eclusas.
Principais países e capitais da América
- Insulares:
Jamaica Kingston
Cuba Havana (país socialista exportador agrícola)
Porto Rico San Juan
Haiti Porto Príncipe
República Dominicana São Domingo
Estes países apresentam uma das mais elevadas densidades demográficas do mundo,
população de negros e mestiços, agricultura de cana-de-açúcar, tendo o turismo como fonte
de divisas.
- Continentais
Guatemala Guatemala
El Salvador San Salvador
Honduras Tegucigalpa
Nicarágua Manágua
Costa Rica San José
Panamá Panamá
O colonialismo, a exploração de companhias norte-americanas e a resistência das elites
em promover mudanças que beneficiassem a população, contribuíram para o grande estado
de pobreza da América Central.
Os Estados Unidos intervieram militarmente em vários países, utilizando justificativas
de “proteção da democracia”, “restauração de paz”, “promoção da estabilidade externa”,
“ameaça da paz interna”- sempre defendendo seus interesses e a necessidade de promover-
se como “xerife do mundo”.
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América do Sul:
É cortada pelo Equador (passa por Macapá-AP) e pelo Trópico de Capricórnio (passa por São
Paulo-SP).
- Tem o Aconcágua (6.959) como ponto culminante.
- A Cordilheira dos Andes, que se estende na costa do Pacífico: tem aproximadamente 8 mil
km de extensão e largura que varia de 200 a 700 km, com neves eternas mesmo sob o
Equador.
- Planalto das Guianas, Brasileiro e da Patagônia.
- A hidrografia tem grande importância econômica já que é intensamente utilizada para a
irrigação, transporte, comunicação e produção energética nas margens de rios e lagos onde
se desenvolvem importantes atividades econômicas. Ex.: Planícies do Rio Orenoco (em cujas
margens se desenvolvem atividade criatória), do Rio Amazonas (o mais extenso do mundo),
do Rio Paraná (que apresenta enorme potencial hidrelétrico, como Itaipu) e do Rio São
Francisco (que é via de transporte e irriga o sertão nordestino). No encontro do Rio Amazonas
com o Atlântico ocorre a pororoca.
Lagos: - Maracaibo (Venezuela) – exploração de Petróleo.
- Titicaca (Peru/Bolívia) – utilização agrícola das margens
Ilhas: - Marajá, Falklands (Malvinas), Bananal (maior ilha fluvial do mundo)
- A Corrente Marinha Humboldt, que bordeja o litoral do Pacífico e é responsável
pelo clima desértico do Peru e Atacama (Chile); já a Corrente dos Falklands produz
o clima semiárido da Patagônia.
- A cobertura vegetal acompanha o clima:
- Floresta Equatorial: na Amazônia.
- Floresta Tropical: representada pela Mata Atlântica e Serrado.
- Vegetação árida ou desértica: litoral do Peru, Norte do Chile e Sul da Argentina.
- Vegetação semiárida: caatinga do Nordeste brasileiro.
- Vegetação subtropical: mata de araucária ou pinhais.
- Floresta Fria: nos Andes.
- Economia agrícola, extrativismo mineral e industrialização (Brasil, Argentina e etc.)
- Centro exportador de matérias-primas e consumidor de industrializados.
Os países da América do Sul possuem certa unidade cultural devido à colonização espanhola
e portuguesa, principalmente. Destacam-se:
- Países
Andinos:
Chile
Peru
Bolívia
Colômbia
Venezuela
Santiago:
Lima:
Laz Paz:
Bogotá:
Caracas:
1º produtor mundial de cobre.
5º produtor mundial de ouro.
4º produtor mundial de estanho.
3º produtor mundial de café
21º produtor mundial de petróleo.
- Países
Platinos:
Argentina
Uruguai
Paraguai
Buenos Aires:
Montevidéu:
Assunção:
3ª maior população da América Latina
Notável pelas indústrias agropecuárias
Agropecuária, tanino e erva-mate.
- Guianas Suriname
Guiana
Guiana Francesa
Paramaribo:
Georgetown:
Caiena:
Antiga Guiana Holandesa.
Ex-Guiana Inglesa.
Departamento Ultramarino da França.
Cultivam produtos tropicais, extração de
minerais, principalmente a bauxita (minério
de alumínio), exportada para os Estados
Unidos e Canadá.
- Brasil
Brasília
Economia basicamente agrícola com grande
avanço na industrialização e exportações
industriais.
OBS: A Bolívia e o Paraguai não têm acesso ao mar.
A queda dos governos militares e a redemocratização abriu caminho para a integração de
países e a criação dos megablocos econômicos dessa parte de América:
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1) Mercado Comum do SUL (MERCOSUL), constituído pelo Brasil, Argentina, Uruguai,
Paraguai e Chile. O Mercado Comum do Cone Sul unificou as taxas de importação dos
países membros e foi criado com o objetivo de obter uma unificação econômica até o
ano 2000.
2) O Pacto Andino é integrado por Bolívia, Chile, Equador, Peru e Venezuela foram
assinados em 1993.
3) Mercado Comum Centro-Americano (MCCA) reúne a Guatemala, Honduras, El
Salvador, Nicarágua e Costa Rica. Tem pouca expressividade.
Curiosidades:
- A Ilha da Páscoa (Chile) exerce um grande fascínio sobre os milhares de turistas que o
visitam anualmente, devido às suas grandes estátuas de pedra chamada “moais”, muito bem
exploradas no filme Rapa-Nui.
- A cidade de Cuzco, capital do antigo império Inca é a mais antiga do continente, os
espanhóis demoliram seus templos, derreteram o ouro e a prata das estátuas e esculturas e
escravizaram sua população.
- A cidade de Machu Pichu, construída por volta de 1.420, no cume da Cordilheira dos Andes
serviu de refúgio par aos incas quando Cuzco foi conquistada pelos espanhóis. Cercada de
mistérios com suas construções anti-abalos sísmicos, é patrimônio cultural e natural da
humanidade.
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GEOGRAFIA
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CAPÍTULO 3
Continentes
Em 1912, foi lançada a teoria do alemão Alfred Wegener – “a deriva dos continentes” –
segundo a qual há milhões de anos os continentes formavam uma única massa da terra, que
foi se deslocando, se dividindo e se fragmentando até as formas atuais. Eles continuam se
movimento de 2 a 10 mm por ano.
Continentes são extensas massas de terra que emergem dos oceanos, com seus climas,
vegetação, rios e montanhas, golfos e península, baías e cabos e são também os conjuntos
dos países, com seus aspectos físicos, humanos, econômicos e históricos.
Há países ricos e pobres, bem desenvolvidos, pouco ou subdesenvolvidos. Países que se unem
em organizações de cooperação e países que não se entendem. Há também outra classificação:
países de 1º mundo, ou desenvolvidos; países de 2º mundo, ou em desenvolvimento; e países
de 3º mundo ou subdesenvolvidos.
Europa:
- Tem mais de 10 milhões de km², duas vezes menor que a América do Sul e 3 vezes menor
que a África. É a mais povoada depois da Ásia.
- Limites: N – Oceano Glacial Ártico
S – Mar Mediterrâneo
L – Ásia
O – Atlântico
- Separam a Europa da Ásia os Montes Urais, o Rio Ural, os Mares Cáspio e Negro, a Cadeia
do Cáucaso.
- Seu litoral é muito extenso e recortado com inúmeros cabos, penínsulas (Escandinava,
Ibérica, Itálica, Balcânica), golfos, baías, mares (Mediterrâneo, Negro, Cáspio, Báltico, do
Norte) e ilhas (Britânicas, Islândia,Córsega, Sardenha, Sicília e as do Mar Egeu); depressão
do Mar Cáspio.
- O Estreito de Gibraltar é o ponto de aproximação entre a Europa e o Norte da África, o Canal
da Mancha separa a Grã-Bretanha e a Europa continental. O litoral da Noruega apresenta
fiordes (golfo estreitos e profundos entre montanhas) e a Holanda é famosa por seus poderes
(terras conquistadas ao mar, dessecado e cercado de diques, abaixo do nível do mar).
Principais países e capitais da Europa:
Noruega Oslo Holanda Amsterdã
Suécia Estocolmo Dinamarca Copenhague
Inglaterra Londres Alemanha Berlim
França Paris Polônia Varsóvia
Espanha Madri Itália Roma
Portugal Lisboa Grécia Atena
Iugoslávia Belgrado Rússia Moscou
Relevo: Contrastes entre as grandes cadeias de montanhas (Alpes, Pireneus, Apeninos,
Cárpatos, Urais), os planaltos (da França, Espanha, Baviera) e as planícies (do Báltico, Russa,
Húngara). Destacam-se os vulcões Etna, Vesúvio (Itália) e Hecla (Islândia).
Hidrografia: Os rios são importantes vias de comunicação e transporte, como o Reno (o mais
navegado do mundo, atravessa regiões ricas e industrializadas), o Danúbio e o Volga (o mais
extenso da Europa) – estes são interligados e ligados a outros através de canais. Merecem
destaques também o Tejo (Portugal) Sena (França), Tamisa (Inglaterra), Vistula (Polônia) e
Tibre (Itália).
Clima: Apresenta três tipos: frio, temperado (é o predominante) e mediterrâneo.
Vegetação: Possui cinco variações:
- Tundra (formada por musgos e liquens).
- Florestas Coníferas (abetos, pinheiros, ciprestes – fornece madeira para indústria).
- Florestas temperadas (quase extintas pela ocupação humana).
- Mediterrânea (maquis).
- Estepe (gramíneas e arbustos) – campos importantes para pastagens.
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Aspectos humanos: Noruega, Finlândia e Suécia apresentam baixas densidades, Reino Unido
e Itália, altas densidades demográficas. São mais de 50 as línguas faladas, divididas em três
ramos:
- Eslavo (polonês, russo, tcheco, eslavo, húngaro, iugoslavo)
- Germânico (alemão, inglês, holandês, dinamarquês, sueco)
- Românico (italiano, português, espanhol)
Economia: Agricultura de alta produtividade com emprego de técnicas modernas e uso
adequado de fertilizantes (trigo, centeio, aveia, beterraba, uva, azeitonas). Pecuária destinada
a consumo e industrialização. Extrativismo mineral: carvão (Alemanha, Polônia, Inglaterra,
Rússia), ferro (França, Suécia, Rússia), petróleo (Rússia, Inglaterra), pesca (Noruega,
Finlândia, Suécia e Islândia). O turismo é importante fonte de divisas.
A Europa possui a melhor rede de transportes do mundo. Os trens são muito utilizados.
Ressaltamos que a Europa foi o “Berço da indústria moderna” e sete das maiores nações
industrializadas estão lá: Alemanha, Rússia, Grã Bretanha, França, Polônia, Bélgica e Itália.
Elas dispõem de abundantes matérias-primas, mão de obra especializada, políticas de
incentivos, leis de proteção aos trabalhadores e grandes organizações internacionais. Apesar
disso, o desemprego crônico está ocasionando aumento do número de pessoas que vivem
abaixo dos limites de pobreza (França, Inglaterra e Alemanha).
Criaram-se mercados comuns destinados ao crescimento industrial, eliminação de
barreiras alfandegárias, o aumento de empregos e produção de mais mercadorias e serviços
ao consumidor.
COMECON – Conselho de Ajuda Econômica Mútua (foi uma organização de cooperação
econômica que surgiu depois da Segunda Guerra Mundial e foi composta por países
comunistas).
MCE OU CEE – Mercado Comum Europeu ou Comunidade Econômica Europeia. A partir
de 01/01/1993 se transforma em União Europeia e amplia seus objetivos: livre circulação de
mercadorias. Busca-se ainda a adoção de uma moeda única.
Ásia
Junto com a Europa, forma EURÁSIA. Os Urais e a Cáucaso são limites convencionais.
É o maior dos seis continentais. Superfície de 44 milhões de km², 6 bilhões de habitantes
(censo de 1995). Tem seis dos 10 países mais populosos do mundo: China, Índia, Indonésia,
Japão, Bangladesh e Paquistão.
- Limites: N – Oceano Glacial Ártico
S – Oceano Índico
L – Oceano Pacífico
O – Europa, Mar Negro e Mediterrâneo, África
Há países continentais e insulares, eminentemente agrícolas (China e Índia),
altamente industrializados (Japão), ricos (Kuwait) e pobres (Paquistão), países budistas
(Ceilão, Nepal), muçulmanos (Bangladesh, Paquistão) e hinduístas (Índia). A Rússia é o
maior do mundo.
Características do Sul e Sudeste: intensa atividade agrícola e grandes populações
pobres.
No Oriente Médio, nasceu o judaísmo, o cristianismo e o islamismo: a região é rica
em petróleo e desertos de areia.
O Extremo Oriente é a religião mais povoada da Ásia. Palestinos e Curdos não têm
pátria. No Oriente Médio e no sul do continente, as diferenças religiosas provocam constantes
conflitos.
Relevo:
- Possui um conjunto de cadeias montanhosas, como o Himalaia, onde está o Everest (ponto
culminante do mundo – 8872 m).
- Planaltos do Tibete, da Mongólia, da Arábia, do Irã e do Decã.
- Deserto gelado de Góbi e desertos quentes do Oriente Médio (Arábia). Planícies férteis na
Índia.
- O contorno do Litoral asiático (130.000 km) corresponde a mais de 3 vezes a circunferência
da Terra> Bastante recortado por penínsulas (Arábia, Decã, Malaia, Indochina, Coréia,
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Kamtchaka), cabos, golfos (Pérsico, Omã, Bengala), baías e arquipélagos (Indonésia, Filipinas,
Japão). Intensa atividade vulcânica e abalos sísmicos.
- Rios: Desempenham um papel fundamental na vida das pessoas. Aglomerados nos vales e
deltas, dos rios Indo e Ganges (Índia), Azul e Amarelo (China), Mekong (Indochina), Ienissei,
Ob e Irsith (Rússia), Tigre e Eufrates (Mesopotâmia). O Canal de Suez (Egito) separa a Ásia
da África.
- Climas variados: - calor úmido e constante no Sul e Sudeste;
- calor seco e abrasador no Sudoeste;
- benigno e uniforme no Leste;
- verões tórridos, invernos polares e frios (Sibéria). Monçônico, equatorial
e subtropical.
- Vegetação: Destaca-se a taiga (na Sibéria); florestas temperadas e abertas no Leste,
florestas equatoriais e densas, gramíneas na região árida dos planaltos centrais, tamareiras
e oliveiras nos oásis.
- Fauna: camelo, dromedário, elefante, búfalo, tigre de bengala, orangotango, gibão, urso
negro e rena.
Principais países, capitais e economia da Ásia:
- Rússia asiática: (dos Urais ao Estreito de Béring). Agricultura extensiva (trigo, beterraba...),
rica em energia hidrelétrica e matérias primas (carvão, petróleo, ferro), indústrias básicas
(siderurgia, refinarias, químicas).
- Japão – Tóquio: grande potência industrial e agrícola (arroz, chá, trigo...), maior frota
pesqueira mundial (atum, salmão, baleia...) indústrias químicas, petroquímicas, maquinarias,
ópticas, fotográfica, microscópica, eletroeletrônicas, automobilísticas.
- China – Pequim: maior rebanho suíno mundial, exportação de produtos agropastoris,
minerais, seda natural e eletroeletrônicos.
- Taiwan/Cingapura/Hong Kong/ Coréia do Sul. “Tigres asiáticos” – peculiar agressividade no
crescimento industrial e comércio internacional: eletrônicos, equipamentos para computadores
e telecomunicações, tecidos sintéticos, roupas, plásticos, veículos.
- Índia Nova Delhi
- Irã Teerã
- Iraque Bagdad
- Turquia Ancara
- Arábia Saudita Riad
- Israel TelAviv
- Indonésia Jacarta
- Tailândia Bangkok
CURIOSIDADES: - Um túnel de 54 km (23 km sob o mar) une as ilhas japonesas de Honshu
e Hokkaido, a Japan Railway Company opera 327 trens balas por dia, impecavelmente limpos
e pontuais.
- Os “navios-fábricas” do Japão são também uma característica de pesca em alto mar russa.
- A ferrovia Transiberiana liga Moscou a Vladivostok, no Mar do Japão.
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ÁFRICA
Terra da árvore baobá (que dura de 3 a 6 mil anos), extraordinárias florestas, desertos
escaldantes, animais exóticose selvagens, pirâmides milenares e arrojadas construções
modernas. É cortada pelo Equador e pelos dois trópicos: Câncer e Capricórnio.
Separa-se da Europa pelo Mar Mediterrâneo e Estreito de Gibraltar, da Ásia, pelo Canal de
Suez e Mar Vermelho. O Leste é banhado pelo Atlântico, a Oeste, pelo Índico. Possui um litoral
pouco recortado.
- Relevo: - Cadeia do Atlas (ao Norte) e Cadeia do Cabo (ao Sul)
- No “Rift Valley” (extensa linha de falhas geológicas no lado oriental) estão os
lagos Niassa, Vitória, Alberto e Tanganica e os maciços vulcânicos contendo o Kilimanjaro
(5.895 m) e o Quênia.
- Os planaltos são bastante elevados, como os da Etiópia (a Leste) e o Drakensberg
(ao Sul).
- Planícies pouco extensas na faixa litorânea e junto ao vale dos rios.
- Desertos do Saara (o maior do mundo) e o Kalahari (a Sudoeste).
- Rios: com grandes obstáculos à navegação, destacando-se as bacias do Nilo, Níger, Congo,
Zambeze e Kalahari.
- Ilhas principais: Madeira, Canárias, Cabo Verde, Comores, Zanzibar e Madagascar.
- Climas quentes: predomina o equatorial, o tropical e o desértico. Na porção centro-
ocidental, estão a floresta equatorial e as savanas. Margeando o Mar Mediterrâneo, o clima e
vegetação são característicos.
- Aspectos humanos: população jovem com baixa expectativa de vida. Altas taxas de
mortalidade infantil (em cada 3 crianças africanas, uma passa fome). Predomínio da raça negra
com 1/3 de brancos.
- Agricultura de subsistência (praticada nas savanas e zonas litorâneas). Atividade criatória
pouco desenvolvida. A carne é consumida no Norte e no Sul do continente. Grande rebanho
ovino produz lã para as indústrias locais e para exportação.
A partir dos anos 1960, muitos países nacionalizaram suas minas, cujas riquezas sempre foram
exploradas por estrangeiros e suas multinacionais. Desenvolvimento da indústria alimentícia.
Países destacados:
- Líbia, Nigéria, Argélia e Gabão grandes produtores de petróleo.
- Zaire 1º produtor mundial de diamantes
- África do Sul 35% da produção mundial de ouro
- Egito barragem hidrelétrica de Assuã/Canal de Suez
- Etiópia, Camarões, e Quênia produção de café.
- Costa do Marfim e Gana produtores de Cacau.
- Egito, Uganda e Quênia produzem algodão.
Quase todos os países africanos fazem parte da Organização da Unidade Africana (OUA), que
visa: soberania e integridade territorial, solidariedade e cooperação internacional, eliminação
do colonialismo e desenvolvimento.
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OCEANIA:
O menor dos continentes divide-se em quatro linhas maiores (Austrália, Nova Zelândia,
Tasmânia e Nova Guiné), a Melanésia, a Micronésia e a Polinésia.
Grã-Bretanha, França, Alemanha e Estados Unidos instalaram bases navais e
comerciais em várias de suas ilhas. Na colonização da Austrália e Nova Zelândia ocorreu o
massacre e escravização de seus nativos.
- Grande parte das ilhas é constituída por atóis de corais.
- Predomina o clima tropical e equatorial.
- Na Austrália, encontram-se desertos. As florestas tropicais são constituídas por
palmeiras e bambus e nas florestas subtropicais predomina o eucalipto gigante.
- Também na Austrália está o segundo maior rebanho de ovinos do mundo, seus
recursos minerais são a bauxita, zinco, minério de ferro, ouro e níquel.
- A população da Oceania é urbana e de imigrantes.
- As cidades mais populosas são: Sidney e Melbourne (Austrália), Aucklend e
Cristchurch (Nova Zelândia) e Honolulu (Havaí).
CURIOSIDADE: É na Austrália que se encontra o maior monólito do mundo – o Rochedo de
Ayers – crivado de fendas e fossos, perto de Alice Springs, na região desértica. Mais de 30
mil pessoas por ano visitam essa estranha maravilha da natureza. Tem 338 m de altura por
2,6 km de comprimento por 1,6 km de largura e um perímetro de 8km. Seu tom avermelhado
abrange todas as cores do espectro, do amarelo ao roxo, segundo a hora do dia e as condições
do tempo. As cavernas na parte inferior possuem pinturas aborígenes.
ANTÁRTIDA
A costa gelada do polo Sul é um continente de 14.200.000 km². As temperaturas são
baixíssimas e chegam a 87º abaixo de zero. Os ventos são constantes e fortes. Levantam
poeira de gelo. Dois vulcões estão ativos: o Erebus e o Terror.
As terras Antártida são reivindicadas por muitos países, como os Estados Unidos,
Rússia, Noruega, França, Inglaterra, Chile, Argentina e Austrália. Em 1959, um tratado
estabeleceu que a utilização do continente fosse feita para fins pacíficos. Ali já foram instaladas
estações de pesquisas no continente e nas ilhas periféricas. Existem possibilidades de
aproveitamento de recursos minerais (carvão, ferro, urânio). Na borda do Oceano Glacial
Antártico, é rica a vida animal: baleias, pinguins, focas e elefantes marinhos.
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ROTEIRO DE ESTUDOS
HISTÓRIA
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CAPÍTULO 1
Portugal, país da Europa, foi que liderou o movimento das Grandes Navegações.
Queriam descobrir o caminho marítimo para a Índia. Para isto passou a explorar o Atlântico
Sul, chamado de Mar Tenebroso. Desvendou, conquistando o litoral ocidental da África.
Descobriu, através de Bartolomeu Dias, o Cabo da Boa Esperança e chegou à Índia em 1498
através da expedição de Vasco da Gama. Tendo em vista a concorrência espanhola, Portugal
e Espanha celebraram o Tratado de Tordesilhas.
Para conquistar a Índia, o soberano D. Manuel organizou a esquadra de Pedro Álvares
Cabral que, em 13 embarcações, viajou ao “largo”, isto é, afastou-se do litoral africano e
acabou por descobrir o Brasil.
A viagem de Cabral foi muito importante para Portugal. Significou a esperança de
novas conquistas, novos negócios, além do domínio definitivo da Índia. Por esta razão é que
festivamente a esquadra iniciou viagem saindo do Rio Tejo no dia 10 de março de 1500, com
Cabral vieram os melhores navegantes além de Pero Vaz de Caminha que seria o governador
português na Índia. Foi Pero Vaz de Caminha quem escreveu um diário de viagem,
transformando mais tarde, na célebre Carta de Caminha que, enviada ao rei D. Manuel,
noticiou a descoberta do Brasil. Descoberto o Brasil, a esquadra rumou diretamente para a
Índia.
Gaspar de Lemos Levou a Carta de Caminha a D. Manuel que ordenou que Gaspar de
Lemos voltasse ao Brasil para melhor conhecer a nova terra. Então, Gaspar de Lemos
comandou a primeira expedição que, viajando pelo litoral, deu nomes aos principais acidentes
geográficos, como por exemplo, Cabo S. Roque, Baia de Todos os Santos, Cabo S. Tomé, Rio
de Janeiro, etc. Gonçalo Coelho, Cristóvão Jacques, mas nada encontraram que desse a
Portugal oportunidade de um grande negócio.
A colônia foi abandonada e somente em 1530 os portugueses voltaram a interessar-
se por esta terra, isto porque os franceses aqui vieram extrair pau-brasil. Foi criado o sistema
de governo Capitanias Hereditárias – primeiro sistema administrativo do Brasil. Das quinze
existentes, somente duas prosperam: São Vicente e Pernambuco.
Como o resultado não foi o esperado, o governo de Portugal criou para o Brasil o
Governo Geral. Foi nomeado como primeiro governador, Tomé de Sousa. Ele trouxe para cá,
D. Pero Fernandes Sardinha, nosso primeiro Bispo. Além do mais fundou, com a ajuda de
Caramuru, a Vila de Salvador para ser a primeira Capital.
Os três primeiros governadores foram: Tomé de Sousa, Duarte da Costa e Mem de Sá.
O primeiro cumpriu bem o seu papel, instituiu uma estrutura administrativa, iniciou o trabalho
agrícola, fomentou a pecuária, iniciou a catequese, deu amparo às Capitanias do Sul.
Duarte da Costa foi péssimo, atacou a catequese e os jesuítas, desentendeu-se com
Caramuru e com os índios, provocou a morte de D. Pero Fernandes Sardinha. Curiosamente,
foi nesse governo, sem nenhuma participação governamental, que Manuel da Nóbrega,José
de Anchieta e Manuel de Paiva fundaram a Vila de São Paulo do Piratininga (1554).
A colônia brasileira arrastou-se na monotonia do tempo. Foi, ora esquecida, ora
explorada por Portugal. É evidente, entretanto, que uma nova sociedade aqui estava se
formando. Sociedade esta que se miscigenava a cultura do índio, do português e pouco mais
tarde, do negro. Foi esta sociedade que por instinto, por amor próprio, por necessidade, passou
19
a defender seus interesses, sua terra. A isto se deu o nome de Nativismo. Nativismo é,
portanto, amor à Terra Natal.
Os principais movimentos nativistas foram: Emboabas, Mascates, Aclamação de
Amador, Revolta de Beckman, Revolta de Felipe dos Santos e a Inconfidência Mineira.
A chamada “Guerra dos Emboabas”, no início do século XVIII, aconteceu na região de
Minas Gerais. Foi um movimento dos paulistas, que chegando primeiro, descobriram e
exploraram as minas de ouro, contra os portugueses, forasteiros, que chegaram depois
fazendo concorrência com os paulistas.
A “Guerra dos Mascastes” aconteceu na mesma época de Emboabas, porém em
Pernambuco. Foi uma contenda entre os moradores de Recife, mascates, pescadores, gente
simples, contra a aristocracia portuguesa residente em Olinda. Recife, que lutou pela sua
autonomia, acabou por conseguir.
O principal movimento nativista foi a Inconfidência Mineira. Aconteceram
principalmente na Vila de Ouro Preto, Minas Gerais. Dela participaram intelectuais, padres,
militares, fazendeiros, porém Tiradentes quem mais falou, mais propagou o movimento
fracassou, foi condenado à morte, enforcado para servir de exemplo à população
(21/04/1792). D. Maria, mãe de D. João VI, rainha de Portugal, foi quem assinou a condenação
de Tiradentes.
No início do século XIX, Napoleão queria dominar a Europa, decretou o Bloqueio
Continental e impondo-se, pela força e pelo medo, invadiu os países aliados da Inglaterra.
Portugal foi um deles, D. João, que governava como regente (D. Maria estava louca), fugiu
para o Brasil (1808), aqui chegando, procurou melhorar a colônia, principalmente o Rio de
Janeiro, a fim de instalar a sua corte. Foi nesta ocasião que D. João VI construiu, no Rio de
Janeiro, o Jardim Botânico.
D. João não gostava da França, era inimigo de Napoleão. D. Carlota Joaquina,
espanhola de origem, estava aborrecida com o seu país porque havia ajudado Napoleão a
invadir Portugal. Ambiciosa, exigiu de D. João invadisse a região do Uruguai que pertencia aos
espanhóis e que foi anexada ao Brasil com o nome de Província Cisplatina. D. João VI, por sua
vez, mandou invadir, por vingança, a Guiana Francesa.
No governo D. João VI o Brasil progrediu. Em 1815, por decreto imperial, fez do Brasil
um Reino Unido de Portugal e Algarves. Em 1820, Portugal passou pela Revolução do Porto
que de imediato exigiu o retorno de D. João VI. Os revolucionários queriam novamente a corte
de Lisboa, sem outro meio, D. João VI voltou, deixando no Brasil o príncipe herdeiro. D. Pedro
assumiu o governo como regente. Com o regresso da Família Imperial, os nacionalistas
movimentaram-se no caminho da independência. Os políticos de Portugal queriam que D.
Pedro voltasse também, enquanto isso, nossos políticos perceberam que isto prejudicaria o
processo de independência e através de um abaixo assinado, solenemente entregue, pediram
ao príncipe que aqui permanecesse. Conseguiram o que pretendiam e este acontecimento ficou
conhecido como do Dia do Fico (09/01/1822).
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D. Pedro proclamou a Independência do Brasil, às margens do Riacho Ipiranga, em
São Paulo, no dia 07 de setembro de 1822 dando início ao Primeiro Império que durou até
1831.
Um governo necessita, além do chefe do executivo, de um ministério que atenda suas
múltiplas necessidades específicas. O Imperador, muito jovem, era de temperamento
intempestivo, arrojado, mas politicamente mal preparado. Por esta razão e por influência de
D. Leopoldina, convidou José Bonifácio, político idoso, paulista, experiente, para ser o seu
principal Ministro.
Proclamada a Independência, o Imperador convocou a Assembleia Constituinte. Queria
dar ao novo país uma Constituição. Os deputados foram eleitos, a Constituinte instalada,
porém logo se percebeu que a maioria dos deputados era contra D. Pedro, contra os
portugueses, contra a monarquia reinante. Um impasse político foi criado. O imperador foi
atacado política e pessoalmente. D. Pedro perdeu a paciência, e, fazendo valer seu ímpeto
despótico, fechou a Assembleia prendendo os deputados inimigos. (Noite da Agonia –
11/1823).
Depois da Independência, o Imperador preocupou-se também, com o reconhecimento
internacional da nossa autonomia sem o que, seria impossível governar. O primeiro país a
reconhecer a nossa Independência foram os Estados Unidos. Depois de algumas providências
diplomáticas, a Inglaterra também reconheceu e forçou Portugal a fazê-lo. Os outros países
seguiram a tradição.
D. Pedro era um libertino. Sua vida foi ponteada de romances, aventuras e escândalos.
O Imperador, casado com D. Leopoldina, tinha muitas amantes e dentre elas, a preferida era
Domitila de Castro, a Marquesa de Santos.
No ano de 1824, D. Pedro entregou ao povo a nossa primeira Constituição que ficou
conhecida como a Carta Outorgada. Ele mesmo escreveu esta Constituição em companhia de
alguns políticos de sua confiança.
A dissolução da Assembleia Constituinte motivou revolta nas províncias. No Nordeste,
lideradas por Pernambuco, as províncias rebelaram-se formando a Confederação do Equador.
O movimento fracassou e seu líder intelectual, Frei Joaquim do Amor Divina Caneca (Frei
Caneca), foi condenado à morte e executado. Este fato impopularizou D. Pedro.
D. Pedro não soube governar o Brasil, sua situação política não era das melhores.
Rompeu com José Bonifácio, perdeu a confiança e o apoio dos nacionalistas, permitiu a
condenação de Frei Caneca, escandalizou a corte com suas amantes, fez guerra contra a
Província Cisplatina, maltratou D. Leopoldina que acabou morrendo de parto, ficando assim,
impossibilitando de governar.
Quando viúvo, D. Pedro ficou desesperado e mandou à Europa embaixador a procura
de uma nova esposa. Não foi fácil. Em sua vida de escândalo, muitos o atrapalhou. Acabou
casando com Amélia de Leuchetenberg, filha do Príncipe Eugênio e neta da Imperatriz Josefina,
primeira esposa de Napoleão.
Politicamente, tudo ia mal. A Luta política entre nacionalista e monarquista estava cada
vez mais acirrada. Havia uma intranquilidade social e política, principalmente nas províncias
de Minas Gerais e de São Paulo. D. Pedro resolveu ir a Minas e tentar pessoalmente pacificar
a província. Foi um total constrangimento. Ele foi recebido friamente e percebeu que seu
governo estava no fim. Voltou ao Rio de Janeiro como um derrotado.
Seus correligionários, na maioria portuguesa, a fim de amenizar a situação, preparam-
lhe uma festa. Foram, entretanto, impedidos pelos nacionalistas. Portugueses e brasileiros
brigaram durante três noites. Este episódio ficou conhecido como A Noite das Garrafadas.
Desmoralizado, não mais conseguindo dominar a situação, D. Pedro resolveu, num ato
que surpreendeu a todos, abdicar a favor do príncipe herdeiro, D. Pedro de Alcântara, que
tinha apenas cinco anos de idade. Isto aconteceu no dia 07 de Abril de 1831 e o Brasil, por
esta razão, passou a ser governado por uma Regência.
21
A Regência durou até 1840, neste período destacaram-se: Padre Feijó, Araújo Lima e
o legislador Antonio Carlos, irmão de José Bonifácio, que encabeçou o movimento da
maioridade.
Em 1840, D. Pedro II, com apenas 15 anos de idade, ocupou o governo. Ficou 49 anos
no poder, isto é, até a Proclamação da República, em 1889.
Na segunda metade do século XIX, o Brasil assistiu a uma Campanha Republicana,
nela se envolveram intelectuais, religiosos,militares, fazendeiros e políticos liberais. Foi,
entretanto, Deodoro da Fonseca liderando os militares, que pela força derrubou o último
gabinete imperial encabeçado pelo Visconde de Ouro Preto. Deodoro proclamou, no Rio de
Janeiro, a República brasileira. Isto aconteceu no dia 15 de novembro de 1889.
Deodoro, na verdade, não era um republicado autêntico. Era isto sim, um desgostoso
com o governo imperial. Ao liderar o movimento revolucionário que derrubou a monarquia,
acabou por assumir o governo provisório republicano, que então se instalou. Dois anos depois,
em 1891, numa eleição discutível, foi eleito o Presidente da República para o primeiro
quatriênio. Não era um democrata, não era um liberal e não soube governar juntamente com
o poder legislativo. Foi um ditador, enfrentou uma revolução da marinha e não conseguindo
resolver a crise política, mesmo fechando o Congresso, resolveu renunciar ficando apenas sete
meses no governo. Foi o primeiro presidente eleito e o primeiro a renunciar.
Muitos foram os presidentes da chamada República Velha ou Primeira República.
Depois de Deodoro da Fonseca veio Floriano Peixoto, depois Prudente de Moraes que foi
sucedido por Campos Sales. Prudente e Campos Sales foram os dois primeiros presidentes
civis, paulistas e republicanos autênticos.
Rodrigues Alves, também paulista e civil, foi quem sucedeu Campos Sales. Sales havia
recuperado as finanças do país e deu a Rodrigues Alves, a oportunidade de remodelar a cidade
do Rio de Janeiro, bem como saneá-la. Foi o sanitarista Oswaldo Cruz quem desempenhou
este papel. Na ocasião, o governo decretou o uso obrigatório da vacina. Foi o bastante para
que os inimigos do governo tentassem, envolvendo o povo, derrubar Rodrigues Alves do poder,
liderou então, a Revolução da Vacina que felizmente fracassou.
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A partir de 1930, o país foi governado por Getúlio Vargas, caudilho, ditador, que
chegou ao governo com a Revolução de 1930. Impôs sua vontade, fez a sua lei, derrubou o
governo de Washington Luís e em 1932 venceu a Revolução. Constitucionalista de São Paulo,
em 1934 deu ao país uma Constituição que ele próprio não respeitou. No ano de 1937, através
de um golpe de Estado, fechou o Congresso instituindo o Estado Novo – período mais forte de
sua Ditadura.
De 1939 a 1945, aconteceu a Segunda Guerra Mundial, o Brasil entrou na guerra a
favor dos aliados A.F.E.B. – Força Aérea Brasileira desenvolveu suas atividades bélicas na
Itália.
A Segunda Guerra terminou em 1945 – época e que o ditador alemão Adolf Hitler se
suicidou. No mesmo período, Getúlio Vargas perdeu o poder. O Brasil voltou à ordem
democrática. Eurico Gaspar Dutra foi eleito Presidente da República do Brasil, entretanto, no
ano de 1950, quando da eleição sucessória, os políticos foram procurar novamente Getúlio
Vargas, que desta vez, foi eleito pelo povo. Estando velho e já não possuindo a mesma
disposição política, deixou-se envolver por negociatas e escândalos, acabando por suicidar-se.
Era o ano de 1954.
Depois de contornada a crise política que o suicídio desencadeou, foi eleito presidente,
o governador mineiro Juscelino Kubitschek de Oliveira. O país passou então por um período
de grande desenvolvimento, industrialização e Democracia plena. Juscelino assumiu o poder
no Catete, no Rio de Janeiro e terminou o seu mandato na Nova Capital, que ele mandou
construir: Brasília.
O sucessor de Juscelino foi o presidente Jânio Quadros, político intempestivo, populista
ditatorial que, não tendo maioria no Congresso, acabou por renunciar. Este ato surpreendeu o
país que mergulhou na maior crise política de sua história. João Goulart, vice-presidente,
mesmo contra a vontade dos militares, assumiu a presidência. Durou pouco, pois uma
revolução no ano de 1964 acabou por derrubá-lo.
Nasceu da ditadura militar que mandou neste país durante 20 anos, Figueiredo foi o
último presidente, último ditador militar. Foi pressionado pela oposição e pelos trabalhistas,
permitiu a eleição de um civil.
Tancredo Neves foi o eleito, mas morreu antes da posse. O vice-presidente José Sarney
assumiu a presidência, levando o país à redemocratização plena. Foi substituído pelo
presidente Collor – tragédia nacional. Imaturo, arrogante, sem apoio político, envolve-se em
negociatas e acabou sofrendo um processo de cassação. Renunciou para não ser cassado, mas
de nada adiantou, pois o Congresso, numa atitude discutível, acabou concluindo o processo e
cassando-o.
Itamar Franco, vice-presidente, teve sua vez. Terminou o mandato Collor, colocou
como Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso que conseguiu a aventura de acabar
com a inflação. Fernando Henrique escudado no Plano Real foi eleito Presidente da República
do Brasil.
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ROTEIRO DE ESTUDOS
HISTÓRIA
24
CAPÍTULO 2
HISTÓRIA ANTIGA E MEDIEVAL
HISTÓRIA é a ciência que estuda o passado das sociedades humanas. Procura
compreender as transformações da humanidade e ajuda a explicar nossas realidades
econômicas, sociais, políticas e culturais.
Para melhor entendê-las, os historiadores a dividiram em 4 períodos, a saber:
IDADE ANTIGA: de 4.000 a.C. (origem da escrita) a 476 (queda de Roma);
: de 476 a 1453 (queda de Constantinopla);
IDADE MODERNA: de 1453 a 1789 (Revolução Francesa);
IDADE CONTEMPORÂNEA: de 1789 até hoje.
Todo período anterior a 4.000 a.C. é chamando PRÉ-HISTÓRIA e baseia-se nos estudos dos
fósseis, cavernas, restos de fogueiras, ossos, instrumentos e desenhos que nossos ancestrais
deixaram.
O estudo da HISTÓRIA ANTIGA abrange várias civilizações, como:
I – Na Mesopotâmia (hoje Iraque, região entre os rios Tigre e Eufrates), destacam-se 3
civilizações:
a) Os SUMÉRIOS (ao sul): fundaram cidades-reinos (Ur, Nipur, Uruk), criaram a escrita
cuneiforme marcada sobre tabletes de argila. De Ur saiu Abraão, patriarca dos hebreus
(judeus).
b) Os BABILÔNIOS (ao centro): seus maiores soberanos foram Hamurábi, que organizou o
primeiro código de leis escritas do mundo (Código de Hamurábi) e Nabucodonosor, responsável
pela construção dos “Jardins Suspensos” e da “Torre de Babel”.
c) Os ASSÍRIOS (ao norte): cruéis por suas guerras, conquistas e massacres, como Sargão
II, Assurbanípal e Nabopolassar. Suas capitais foram Assur e Nínive, foram os primeiros a usar
cavalaria.
Os mesopotâmios, cuja economia era agrícola, eram politeístas. Criaram os horóscopos, o
calendário, dividiram o dia em 24 horas, a hora em minutos e os minutos em segundos.
Desenvolveram as quatro operações aritméticas, cálculos de raiz quadrada e cúbica, usavam
plantas medicinais, contratos, cartas de crédito, empréstimos a juros. Deixaram lendas sobre
a Criação e o Dilúvio, tinha escolas públicas e água encanada. Construíram zigurates
(pirâmides escalonadas). O cuneiforme foi decifrado por Henrique Hawlinson.
II – Às margens do Rio Nilo floresceu a civilização EGÍPCIA, famosíssima por suas pirâmides
e templos monumentais. O poder dos seus reis, os “faraós”, eram teocráticos (governavam
com deuses). Destacaram-se Menés (unificador territorial), Quéops e Quéfren (construtores
de pirâmides), Thotmés III (levou as fronteiras até o Rio Eufrates) e Ramsés II (o maior de
todos eles). Dedicaram-se à agricultura, técnicas de irrigação e drenagem, geometria e
astronomia. Eram politeístas (Osíris, Ísis, Hórus, Amon, Rá) e mumificavam seus mortos:
acreditavam na vida após a morte e seus túmulos são verdadeiros “poemas líricos”.
Inventaram o papiro (papel) e sua escrita hieroglífica foi decifrada, em 1822, pelo sábio francês
Champollion.
III – Entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo localizaram-se:
a) Os FENÍCIOS (atual Líbano): construíram as cidades reinos de Ugorit, Biblos, Sidone Tiro.
Dedicaram-se à agricultura, ao comércio marítimo e pirataria. Fundaram feitorias e colônias
em toda a bacia mediterrânea. A mais famosa foi Cartago (no norte da África). Vendiam
objetos de cobre, ouro, marfim, artesanato, cerâmica, tecidos de lã, joias, vidro e escravos.
Inventaram um alfabeto com o som das consoantes. Difundiram armas de ferro e bronze, além
de ideias e culturas entre povos diferentes.
b) Os HEBREUS: saldos de Ur, liderados pelo patriarca Abraão (contemporâneo de Hamurábi)
emigram para a Palestina e, por causa das secas, fixam-se no Egito, onde são reduzidos à
escravidão. Foi o único povo monoteísta da Antiguidade; seu Deus Javé outorgou a Moisés,
líder do Êxodo (Fugas do Egito) às tábuas com o Decálogo (10 Mandamentos) no Monte Sinais.
As 12 tribos hebraicas conquistaram a Palestina sob o comando de Josué e após sua morte
perderam a unidade, sendo governados por juízes (Gedeão, Jefté, Sansão, Samuel, etc.).
Salomão (ergueu o Templo de Jerusalém, organizou o culto e as festas religiosas). Sob o
sucesso, Robão, o reino se divide em o Cisma: - Reino de Israel é destruído pelos assírios.
- Reino de Judá foi escravizado e levado por Nabucodonosor à Mesopotâmia, onde
permaneceram por 50 anos, até ser libertado por Ciro, rei dos persas.
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Retornados à Palestina reorganizam-se, mas no ano 1970 foram dispersos (Diáspora) no
mundo pelo imperador romano Adriano. A religião judaica sobrevive até hoje. A reunião dos
livros que descrevem todas estas histórias chama-se Bíblia.
JESUS CRISTO nasceu entre os judeus, durante o domínio romano.
IV – Os PERSAS (Atual Irã): também formaram um imenso império, sob Ciro, Cambises e
Dario. Cunharam moedas (dáricas), construíram estradas pavimentadas, inventaram os
azulejos e aperfeiçoaram o sistema de correios. O sacerdote Zoroastro criou o Masdeísmo:
religião que predizia a vinda de um Messias, a ressurreição dos mortos, um purgatório e um
juízo final.
V – Gutis, amoritas, hilitas, cassitas, mitanos, medas, líbios, núbios, cananeus, filisteus,
amalecitas, edomitas, moabitas, arameus, árias, hindus, mongóis, chineses e japoneses foram
outros tantos povos da Antiguidade.
VI – No Sul da Europa, na Península Balcânica (banhada pelos mares Jônios, Egeu e
Mediterrâneo) e na Península Itálica (circundada pelo mar Adriático, Jônio, Mediterrâneo e
Tirreno), floresceram outras duas civilizações que são conhecidas pelo nome “clássicas”: a
grega e a romana.
Antes dos gregos surgirem, as ilhas do Mar Egeu eram habitadas pelos CRETENSES,
com suas belas cidades de nossos (na ilha de Creta) e Tróia (no estreito que leva ao Mar
Negro).
Pelos anos 2.000 a.C., aqueus, eólios, jônios e dórios, sucessivamente, invadem a
Península Balcânica formando os GREGOS, que se organizaram em várias “polis” (cidades-
reinos). Duas delas se projetarão: Esparta, preocupada com a disciplina militar, castigos
corporais e exercícios físicos para formar bons guerreiros; Atenas, preocupada em formar bons
cidadãos – um dos maiores privilégios sociais. Os atenienses aperfeiçoaram sua forma de
governo em vários sistemas (Monarquia, Ar contado, Tirania) até chegarem à Democracia –
uma exclusividade dos homens livres. O povo, os estrangeiros e escravos eram excluídos dela.
Mesmo assim foram excepcionais: imaginaram seus deuses olímpicos (Zeus, Apolo, Afrodite,
Hermes, etc.) como seres humanos, porém, imortais. Criaram as competições olímpicas entre
as cidades, expandiram-se criando colônias por todo o Mediterrâneo, as crianças frequentavam
escolas desde os 7 anos e aprendiam música, literatura, matemática, poesia, oratória, história,
medicina e filosofia (Sócrates, Platão, Aristóteles). Adoravam Teatro, maravilhavam-se com a
beleza estética.
Os gregos foram atacados três vezes pelos persas e também guerrearam entre si, o
que possibilitou sua conquista por Filipe da MACEDÔNIA, cujo filho, Alexandre Magno
espalhou a cultura grega por todo o mundo, casando-a com a de outros povos: a isto se
chamou “HELENISMO”.
Gauleses, etruscos, italiotas e gregos ocupavam a Itália. Às margens do Rio Tibre, os
latinos fundaram ROMA (há a lenda de Rômulo e Remo), cuja evolução política apresentou
três períodos: Realeza (com sete reis), República (marcada pelas conquistas militares na
península e com Cartago) e Império (quando se apoderam de toda a bacia mediterrânea,
Espanha, Gália e Bretanha).
Lutas internas também ocorreram: a dos plebeus por igualdade de direitos e dos
escravos por liberdade.
Augusto, Tibério, Calígula, Nero, Marco Aurélio, Cômodo – foram alguns dos
imperadores. Constantino mudou a capital para Constantinopla e Teodósio dividiu o império
em duas partes:
- Império Romano do Ocidente – capital: Roma (foi invadida e dominada pelos
bárbaros em 476);
- Império Romano do Oriente (ou Império Bizantino) – capital: Constantinopla (irá
perdurar até 1453, quando cairá em poder dos turcos otomanos).
O espírito enérgico e político romano orientaram-nos para a Política, o Direito, as Artes
e as Letras. Não se destacaram nas ciências e na Filosofia.
Em todas essas civilizações, predominou o modo de produção escravista. Os reis ou
imperadores eram donos da força de trabalho (escravos), dos meios de produção (terras), dos
instrumentos (ferramentas) e do produto do trabalho.
26
Os chamados “povos bárbaros” (visigodos, ostrogodos, vândalos, francos, hérulos,
anglos, saxões, russos, checos, hunos, turcos, etc.) desintegraram o Império Romano do
Ocidente, com seus movimentos migratórios da Ásia. Suas tribos fixam-se em várias regiões
europeias formando reinos. São politeístas, mas muitos se convertem ao cristianismo. As
tradições bárbaras mescladas aos costumes e sistema romano originam uma nova organização
sócio-político-econômica na Europa: a IDADE FEUDAL.
Feudo é a propriedade rural pertencente a um senhor (vassalo) por doação do rei
(suserano), nele moram e trabalham os servos, produzindo tudo para a manutenção desse
sistema administrativo chamado feudalismo, da hierarquia social e do grande poder espiritual
da Igreja, que se organiza como instituição e chega a ser dona de 2/3 da Europa. O Papa é o
sucessor de São Pedro. O clero rezava, pregava e copiava livros à mão nos mosteiros: uma
grande empresa econômica e que preservou a cultura clássica.
O poder real enfraqueceu senhores e cavaleiros nobres vestidos com armaduras de
metal, escudo, lança e espada, guerreia e faz torneios.
A economia baseia-se na agricultura e no comércio à base de troca.
O IMPÉRIO BIZANTINO, sob o reinado de Justiniano, atinge o apogeu como centro
econômico e cultural.
Enquanto isso, em Meca, na Arábia, surge a religião muçulmana criada pelo profeta
Mohamed, que conseguiu reunir religiosa e politicamente as guerreiras tribos beduínas.
Através da “Guerra Santa”, estende-se pelo Oriente próximo, o Norte da África e até a
Espanha, criando califados. Tonam-se inventores, divulgadores das artes, ciências, comércio
e agricultura.
Atendendo ao apelo do Papa, os cristãos organizam expedições militares, as
CRUZADAS, para a retomada dos lugares santos. Barões, reis (como Frederico Barba Roxa,
Ricardo Coração de Leão e Felipe Augusto), cavaleiros, gente do povo e até crianças participam
das oito expedições. Graças a elas renasce o comércio de produtos orientais. Gênova, Veneza,
Florença, cidades italianas, praticamente controlam o Mediterrâneo, enquanto Bremen,
Hamburgo e Lubeck dominam o Mar do Norte e o Báltico.
Surgem feiras, confrarias, corporações de comerciantes e de ofícios, bancos, cheque,
letras de câmbio e o capitalismo comercial. A nova classe burguesa faz-se poderosa e rica.
Para derribar a nobreza feudal e tornarem-se senhores absolutistas, os reis fazem alianças
com a burguesia, propiciando a formação de monarquias nacionais como o Sacro Império
Romano-Germânico e as Monarquias Francesa e Inglesa. Os reis retomamsua força militar,
controlam a justiça e a riqueza nacional.
Uma guerra entre Inglaterra e França, por razões sucessórias, prolonga-se por 100
anos (1337 – 1453) e dela participa a donzela-guerreira Joana d’Arc, que morreu queimada
em Rouen, acusada de bruxaria pelos partidários ingleses. Entre 1455 e 1485, as famílias
Lancaster e York lutam pela coroa da Inglaterra e só terminam quando Henrique VII, um Tudor
(descendente dos Lancaster) se casa com a herdeira dos York.
As guerras desorganizaram a produção e provocaram crises de fome e epidemia como
a peste negra, que matou 1/3 da população europeia.
Em 1453 a célebre Constantinopla, ponto final das rotas das caravanas comerciais
afro-orientais, é sitiada e conquistada barbaramente pelo sultão turco Mohamed II,
muçulmano. O comércio no Mediterrâneo passa para suas mãos. A Idade Média se finda em
1453.
27
LINHA DO TEMPO
PRÉ-HISTÓRIA - descoberta do fogo
- origem da agricultura
- descoberta dos metais
4.000 a.C. origem da escrita.
- Civilizações:
• Sumérios
• Egípcios
• Babilônios
• Assírios
• Hebreus (monoteísmo)
• Fenícios
• Persas
• Hindus
• Chineses
• Japoneses
• Cretenses
• Gregos/Helenismo
• Romanos
• (outras...)
• Invasões bárbaras na Europa
476 Queda de Roma
• Império Bizantino
• Reinos Bárbaros / Feudalismo
• Domínio da Igreja
• Islamismo (Maomé) e Império Árabe
• As Cruzadas
• A Burguesia: - renascimento comercial e urbano.
- corporações/ hansas/ feiras
- Gênova, Veneza, Pisa /Lubeck,
Hamburgo.
- Capitalismo comercial.
• Monarquias Nacionais
• Guerra dos 100 anos
1453 Queda de Constantinopla
HISTÓRIA
ANTIGA
CRISTO
HISTÓRIA
MEDIEVAL
28
ROTEIRO DE ESTUDOS
HISTÓRIA
CAPÍTULO 3
29
HISTÓRIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA
NAVEGAÇÕES: Os principais acontecimentos do início da Idade Moderna foram as viagens
marítimas e o descobrimento de novos continentes, graças ao invento da caravela, da bússola,
do astrolábio, das armas de fogo. O príncipe D. Henrique fundara uma escola de navegantes
em Sagres: os portugueses iniciaram a exploração do litoral africano, a escravidão negra e a
descoberta do caminho marítimo para a Índia, realizada por Vasco da Gama.
Em 1492, Colombo (um genovês a serviço da Espanha) “descobriu” a América
procurando chegar à Índia pelo ocidente, baseado no princípio da esfericidade da Terra. Fernão
de Magalhães (português a serviço da Espanha) iniciou a primeira viagem de circunavegação
(1519/22), que foi completada por Sebastião Elcano. Ingleses, franceses e holandeses
concorreram com os ibéricos na colonização do mundo desconhecido.
RENASCIMENTO/HUMANISMO: O comércio, o crescimento das cidades, as navegações e o
contato com regiões e povos distantes despertou novos sentimentos e ideias nos artistas,
cientistas e pensadores europeus. Tal movimento foi chamado Renascimento e surgiu na Itália:
valorizou a cultura clássica Greco-romana e buscou uma exaltação da razão, personalidade,
otimismo e individualismo. Leonardo Da Vinci, Michelangelo, Botticelli, Shakespeare,
Velásquez, El Greco e Camões foram os grandes destaques, além de Kepler e Copérnico
(Heliocentrismo). Newton e Galileu (descobriu os anéis de Saturno e as manchas do Sol).
O Humanismo foi essa valorização do homem tornando-o o centro de todas as coisas.
No século XV, ocorreu também uma revolução profunda e radical na economia europeia,
marcando o aparecimento do capitalismo e de companhias comerciais, do desenvolvimento do
sistema bancário e do Mercantilismo: uma série de medidas onde cada país defendeu sua
produção e seu comércio e assim, fortaleceu o absolutismo real e a prosperidade do estado.
ABSOLUTISMO: Denomina-se “absolutismo” o regime político no qual os reis e ministros
tinham todos os poderes: decidiam sobre todos os assuntos. Nicolau Maquiavel, Thomas
Hobbes e Jacques Bossuet procuraram explicar e justificar o sistema alegando que os reis
governavam por “direito divino ” e só a Deus deviam prestar contas de seus atos.
REFORMA: a Alemanha do Imperador Carlos V foi o palco de um grande movimento religioso-
político-econômico que provocou uma divisão nos católicos europeus: a origem do
Protestantismo (ou Reforma). O objetivo de seu líder, o padre Martinho Lutero, era
restabelecer a simplicidade e pureza da fé cristã, rejeitando a tradição ensinada pela igreja, a
imoralidade do clero, o comércio de coisas sagradas e indulgências (perdão dos pecados
mediante pagamento). Excomungado pelo Papa e condenado pelo Imperador à fogueira,
refugiou-se no castelo do Príncipe Frederico onde traduziu a Bíblia para o alemão,
possibilitando a qualquer pessoa entender a palavra de Deus. Para ele a salvação estava na
fé.
O governo convocou as Diretas (assembleias) de Spira e Worms para discutir o
assunto, finalmente a Paz de Augsburgo (1555) acabou com o movimento reformista na
Alemanha, concedendo liberdade de culto.
Os protestantes dividiram-se em várias seitas, até rivais. Na Alemanha, Suécia e
Dinamarca predominou o Luteranismo, em Genebra (Suíça) nasceu o Calvinismo de João
Calvino que alegava “só tem fé quem Deus predestinar a salvação”. Suas ideias difundem-se
na Holanda, França e Escócia. Guerras de religião assolaram toda a Europa. Até Henrique VIII,
rei da Inglaterra e “Defensor da Fé” rompeu com o Papa, pois lhe pedira o divórcio de Catarina
de Aragão para desposar a amante Ana Bolena. Furioso pela negação, ele próprio se divorcia
e responde à excomunhão criando o Anglicanismo. Fechou conventos, confiscou terras e
tesouros, fez-se Papa na Inglaterra.
CONTRARREFORMA: A Igreja contra-atacou a Reforma com a convocação do Concílio de
Trento (1545) que corrigiu abusos nela existentes e se disciplinou. Criou seminários, o
catecismo, reafirmou os seus dogmas, a autoridade papal, o culto aos santos e a Maria e o
celibato (ausência de casamento do clero). Reorganizou a Inquisição (que queimava pessoas
“demoníacas”). Inácio de Loyola fundou a Companhia de Jesus – ordem jesuítica que recuperou
o catolicismo em grande parte da Europa catequizou o Japão, a Índia e a América do Sul.
ILUMINISMO E DESPOTISMO ESCLARECIDO: Iniciado na Inglaterra (séc. XVII) e atingindo
seu apogeu na França, no início da Idade Contemporânea, o Iluminismo foi o movimento
intelectual que combateu o Absolutismo, a intolerância, a desigualdade social, a política
30
mercantilista e defendia o predomínio da razão como cria da sabedoria. Filósofos como
Voltaire, Montesquieu, Rousseau e o economista Adam Smith defendiam o governo exercido
pelo povo, a igualdade social, a liberdade de culto e de expressão, a liberdade econômica.
Para impedir desordens e revoluções dos descontentes, alguns governantes
promoveram reformas em seus Estados, sem, contudo, destruir o Absolutismo - seus métodos
ficaram conhecidos como “Despotismo Esclarecido”. Os principais déspotas foram Catarina II
da Rússia, Frederico II da Prússia, José II da Áustria, Carlos III da Espanha e o português
Marquês de Pombal.
INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS: Após as tentativas de Sir Walter Raleigh fundar
a colônia da Virginia, foram os peregrinos do navio Mayflower, fugidos das guerras religiosas,
que deram início à colonização da América do Norte. Com o passar do tempo, forma 13
colônias, nas do Norte, predominou o comércio, a indústria artesanal e o trabalho assalariado.
Nas do Sul, latifúndios (grandes propriedades), monocultura de algodão e escravagismo negro.
Apesar dos monopólios e restrições comerciais, os colonos eram fiéis à Inglaterra. Porém, a
elevação dos impostos, abusivamente e as doutrinas do Iluminismo despertam a consciência
de libertação. A cidade de Filadélfia sedia dois congressos pela Independência, que é
proclamadaa 4 de julho de 1776. Lutam ainda 7 anos para conseguirem o reconhecimento
inglês pelos “Estados Unidos da América”. Sua Constituição democrática, a primeira do mundo,
saiu em 1787: Federalismo, 3 Poderes independentes, liberdade de religião, reunião,
pensamento e associação – democracia, só para brancos, exclusão para negros e índios.
George Washington foi eleito primeiro Presidente.
REVOLUÇÃO FRANCESA: Em 1789, a França está arruinada por guerras, falências,
desemprego, altíssimo custo de vida, total miséria e fome para 96% do povo, que é obrigado
a sustentar o clero e a nobreza. O Absolutismo de Luís XVI se mantinha pela repressão e regras
políticas. Inflamados por “liberdade, igualdade e fraternidade” o povo, manobrado pela
burguesia, ataca e invade uma tenebrosa fortaleza – prisão onde apodreciam criminosos e
adversários políticos no dia 14 de julho. A Revolução se alastra: invade, queima castelos,
assalta cartórios, desaparece com títulos de propriedade ao som da “Marselhesa”. Uma
Assembleia Constituinte aprova a “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” e a
Constituição de 1791. Os reis são guilhotinados, Danton, Marat e Robespierre agitam os
partidos políticos com suas ideias e discursos. A guilhotina não para. Por fim, a burguesia
abraça o Poder e Napoleão Bonaparte coroa-se Imperador.
CONGRESSO DE VIENA E SANTA ALIANÇA: Notável administrador, Napoleão reergue a
França, conquista, anexa, cria reinos, decreta o Bloqueio Continental para enfraquecer a
Inglaterra. Amedrontadas, outras potências se coligam para derrotá-lo. Invade a Rússia e
retorna vencido pelo inverno. Sofre invasão, abdica, foge do exílio de Elba e retoma o poder.
É derrotado em Waterloo (Bélgica), abdica, tenta fugir e morre prisioneiro inglês na ilha de
Santa Helena (1821). Reis e representantes das nações vitoriosas redefinem o mapa político
europeu no Congresso de Viena e criam a Santa Aliança para reprimir qualquer movimento
pelas liberdades. Em 1823, o presidente James Monroe dos Estados Unidos dizia considerar
ato de agressão ao seu país qualquer tentativa de interferência europeia nos problemas
americanos, era a DOUTRINA MONROE.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: Ela eclodiu na Inglaterra, a partir de 1760. Indústria significa
iniciativa, investimento, rapidez de produção, assiduidade de operários, o uso de máquinas
movidas a energia (primeiro a vapor, depois elétrica). Exige fornecimento de matérias-primas,
aumento da população urbana, mercados consumidores, expansão do capitalismo. Significa
também REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA, onde se expandem lâmpada, telégrafo, fotografia,
morto a explosão, petróleo, aço, ferro, rádio, avião, locomotiva, etc.
Organizam-se monopólios controlados por danos de capitais bancários. Os volumosos
negócios transbordam dos países desenvolvidos para o NEOCOLONIALISMO da África e Ásia:
esses continentes são divididos pelas potências e a América do Norte.
DOUTRINAS SOCIAIS: Enquanto isso, a péssima situação do operário (mal remunerado,
sem moradia, sem direitos trabalhistas) preocupa alguns pensadores que conceberam algumas
doutrinas sociais e econômicas. Dois deles, Karl Marx e Engels pregaram a união e luta armada
dos trabalhadores contra o capitalismo, se quisessem criar uma sociedade sem injustiças,
desigualdades e pobreza. A Igreja pedia reformas em bases cristãs.
31
NACIONALISMO E UNIFICAÇÕES: Uma de movimentos de rebenta em diferentes lugares
da Europa no século XIX. Os povos buscaram o direito de viver num território unificado por
laços étnicos, linguísticos, culturais e, sobretudo independentes como Nação. Exemplo: A Itália
achava-se fragmentada em diversos Estados desde a Idade Média, sua unificação foi um árduo
trabalho do qual participaram o conde Camilo diCavour e o revolucionário José Garibaldi (que
lutou aqui no Brasil na Guerra dos Farrapos). Na Alemanha, o primeiro passo foi dado pela
criação do Zolverein união aduaneira que aboliu os impostos alfandegários, facilitando o
intercâmbio entre os diversos Estados alemães. Foi o primeiro ministro Otto Von Bismarcko
planejador e executor da unificação alemã, possibilitando a proclamação de Guilherme I (em
1871) como “Kaiser” do novo Império Alemão.
1ª GUERRA MUNDIAL: No começo do século XX as relações entre as potências europeias
não eram sinceras e cordiais, mas resultado de um trabalho que continha desconfianças,
interesses econômicos e imperialistas. Havia um espírito de competição, orgulho nacional e
rivalidades. Até que em 28 de junho de 1914, o assassinato do arquiduque Francisco
Ferdinando, herdeiro do Império austro-húngaro, em Saravejo (Capital da Bósnia), deu início
à 1ª Guerra Mundial: 1914 a 1918. Dois grupos, a Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro
Húngaro, Itália) e a Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia) deixaram um saldo de 20
milhões de mortos e uma Alemanha vencida, extorquida e humilhada pelo tratado de
Versalhes, outros tratados recaíram sobre os demais perdedores.
Por sugestão do presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, criou-se a Liga das
Nações, destinada a resolver, pacificamente, as questões internacionais.
ENTRE GUERRA: A Primeira Guerra Mundial não solucionou problemas, apareceram outros,
impérios caíram, repúblicas surgiram.
Ainda em 1917, na Rússia, uma revolução proletária derrubou o Czar Nicolau II e, sob
a posterior liderança de Lênin, implantou o primeiro regime socialista do mundo e criou-se a
União das Repúblicas Soviéticas (1922) uma nova potência.
Na Europa surgiram outros sistemas que defendiam o poder total do Estado, um
nacionalismo agressivo e expansionista, como o Fascismo, na Itália e o Nazismo na Alemanha,
que abandonaram os ideais liberais e democráticos. Benito Mussolini, o “Duce”, Adolf Hitler, o
“Fuhrer” e o poderio militar do Japão na Ásia, aliados à crise econômica mundial de 1929,
prepararam os caminhos para outro confronto mundial.
2ª GUERRA MUNDIAL: A política Imperialista do EIXO – Alemanha, Itália e Japão – entrou
em choque com os interesses dos ALIADOS (Inglaterra, França, Rússia e Estados Unidos). O
inconformismo e ódios da Alemanha com a perda de territórios impostos no Tratado de
Versalhes fez Hitler iniciar reconquistas, invadindo a Polônia em 1 de setembro de 1939. Estava
iniciando outro conflito mundial. A arte de matar, dominar, controlar e exterminar foi
aperfeiçoada, ataques e contra-ataques, bombardeamentos, assaltos, fome, miséria,
destruição, ruínas. Milhares de judeus sofreram horrores dos campos de concentração, das
câmaras de gás, das experiências científicas, etc. Duas bombas atômicas atiradas, sobre civis
em Hiroshima e Nagasaki. Milhões de mortos e vitória dos Aliados.
Até o Brasil foi envolvido no conflito, enviando a Força Expedicionária Brasileira (FEB)
para lutar na Itália. Os “pracinhas” lá caídos descansam no cemitério de Pistoia. Outros, no
mausoléu no Rio de Janeiro.
Finda a guerra com a derrota dos regimes totalitários, cria-se a Organização das
Nações Unidas (ONU), com o objetivo de manter a paz mundial, fomentar as amizades e
cooperações internacionais buscando soluções para os problemas humanos.
32
ATUALIDADE: A supremacia internacional passa a ser disputada por um conflito ideológico
entre Socialismo e Capitalismo, entre a URSS e os Estados Unidos, uma “Guerra Fria”. Outra
marca significativa da nova mudança internacional é a luta pela independência nas colônias
afro asiáticas e o surgimento de novas nações. Esses países não desenvolvidos costumam ser
designados como “3º mundo”.
Assinalamos abaixo os principais eventos que marcam este século XX:
- Guerra Fria e corrida armamentista.
- Conquista espacial e descida do homem na Lua (Gagarin/Armstrong)
- Crises Cubanas (ascensão de Fidel Castro/ Bloqueio norte americano)
- Revolução Cultural Chinesa (Mao Tse-tung).
- Guerras da Coréia e Vietnã.
- Conflitos no Oriente próximo(judeus árabes e palestinos).
- Turbulências no Irã (o aiatolá Khomeini derruba a Monarquia).
- Saddan Hussein (Iraque) invade o Kwait: Guerra do Golfo Pérsico.
- Queda do Muro de Berlim e do Socialismo na URSS (Gorbachov).
- Conflitos na ex-Iugoslávia (croatas bósnios e sérvios)
- Revolução tecnológica (informática).
- Formação de megablocos econômicos regionais: NAFTA, União Europeia, Pacto
Andino, MERCOSUL, Bacia do Pacífico.
- Problemas na América Latina (herança colonial
/caudilhismo/populismos/ditaduras/guerrilhas/multinacionais/dívida externa/
desempregos/recessão/corrupção/imperialismo norte americano, etc.)
- O Brasil da Nova República (Sarney, Collor, Itamar, F. H. Cardoso).
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LINHA DO TEMPO
1453 Queda de Constantinopla
• Navegações marítimas
• Renascimento/Humanismo
• Absolutismo/Mercantilismo
• Reforma/Contrarreforma
• Iluminismo/Despotismo Esclarecido
• Independência dos Estados Unidos
1789 Revolução Francesa/Napoleão/Congresso de Viena
• 2ª Revolução Industrial e Tecnológica
• Doutrinas Sociais
• Nacionalismos/Unificações
• 1ª Guerra Mundial. Socialismo/Fascismo/Nazismo. 2ª
Guerra Mundial.
• Atualidades.
HISTÓRIA
MODERNA
HISTÓRIA
CONTEMPORÂNEA
34
ROTEIRO DE ESTUDOS
FILOSOFIA
35
CAPÍTULO ÚNICO
O QUE É FILOSOFIA?
“Se deve filosofar, deve-se filosofar e, se não deve filosofar, deve-se filosofar, de todos os
modos, portanto, se deve filosofar” (Aristóteles).
“O que pretendo sob o título de filosofia, como fim e campo das minhas elaborações, seio-o,
naturalmente. E, contudo não o sei...” (Husserl).
Qual o pensador para quem, na sua vida de filósofo, a filosofia deixou de ser um enigma?
“Só os pensadores secundários que, na verdade, não se podem chamar de filósofos, estão
contentes sem as suas definições” (Husserl).
A FILOSOFIA DE VIDA
Na medida em que somos seres racionais e sensíveis, estamos sempre dando sentindo
às coisas. Ao “filosofar” espontâneo de todos nós, costumamos chamar filosofia de vida.
Segundo Gramsci, “Não se pode pensar em nenhum homem que não seja também filósofo,
que não pense, precisamente, porque pensar é o próprio do homem como tal”. Isso significa
que as questões filosóficas fazem parte do nosso cotidiano. Se o filósofo da educação investiga
os fundamentos da pedagogia, qualquer pessoa também se preocupa a escolher critérios não
que sejam pouco rigorosos, a fim de decidir sobre a educação de seus filhos, ou para os jovens
do seu tempo. Estamos diante de diferentes filosofias de vida quando preferimos morar em
casa e não em apartamento, quando deixamos o emprego bem pago por outro não tão bem
remunerado, porém mais atraente, quando escolhemos alternar a jornada de trabalho com a
prática de esporte ou com a decisão de ficar em casa assistindo à tevê. É preciso reconhecer
que existem critérios bem diferentes fundamentando tais decisões: há valores que entram em
jogo aí.
Com isso, não estamos confundindo a filosofia de vida com a reflexão do filósofo que,
como vemos, tem suas exigências de rigor que o bom senso não preenche. O que percebemos,
no entanto, ao verificar que filosofia interessa a todo ser humano, é que, ainda segundo
Gramsci, o especialista filósofo é diferente dos outros especialistas (como o físico ou o
matemático). Por exemplo, podemos bem pensar que enquanto grande parte dos indivíduos
não precisa se ocupar com assuntos como trigonometria, o mesmo não acontece com o objeto
de estudo do filósofo, cujo interesse se estende a qualquer um.
Por isso, consideramos importante o ensino de filosofia nas escolas, não propriamente
para despertar futuros filósofos especialistas, mas para aprimorar a reflexão crítica típica do
filosofar e inerente a qualquer ser humano. Nesse sentido, o ensino da filosofia deveria se
estender a todos os cursos e não só às classes de ciências humanas.
O PROCESSO DE FILOSOFAR
Entre os antigos gregos predominava inicialmente a consciência mística. Quando se dá
a passagem da consciência mística para a racional, aparecem os primeiros sábios, sophos,
como se diz em grego.
Pitágoras (séc. VI, a.C.) era um dos filósofos pré-socráticos e também matemático,
teria usado pela primeira vez a palavra filosofia (philos sophia) que significa “amor à
sabedoria”. Assim, com o auxílio da etimologia, podemos ver que a filosofia não é puro lagos,
pura razão, ela é a procura amorosa da verdade.
Se a filosofia é essencialmente teórica, isso não significa que ela esteja à margem do
mundo, nem que constitua um corpo de doutrina ou saber acabado, com determinado
conteúdo, ou que seja um conjunto de conhecimentos estabelecidos de uma vez por todas. Ao
contrário, a filosofia supõe uma onipresente disponibilidade para a indagação. Por isso,
segundo Platão, a primeira virtude do filósofo é admirar-se. Essa é a condição para
problematizar, o que marca a filosofia não como da verdade, mas como sua busca. Ou seja,
se o filósofo é capaz de se surpreender com o óbvio e questionar as verdades dadas, aceita a
dúvida como desencadeadora desse processo crítico.
Para Kant, “não há filosofia que se possa aprender, só se pode aprender a filosofar”.
Isso significa que a filosofia é, sobretudo, uma atitude, um pensar permanente. É um
conhecimento instituíste sentido de questionar o saber instituído.
O próprio tecido do pensar do filósofo é a trama dos acontecimentos, é o cotidiano.
Por isso a filosofia se encontra no seio mesmo da história. Está mergulhada no mundo e fora
dele, eis o paradoxo enfrentado pelo filósofo, como explica Marleau-Ponty em elogio da
filosofia: “Pois é impossível negar que a filosofia coxeia. Habita a história e a vida, mas quereria
instalar-se no seu centro, naquele ponto em que é adventos, sentido nascente. Sente-se mal
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no já feito. Sentido expressão, só se realiza renunciando a coincidir com aquilo que exprime e
afastando-se dele para lhe captar o sentido. É a utopia de uma posse a distância.”
A filosofia surge no momento em que o pensar é posto em causa, tornando-se objeto
de reflexão. Não se trata, porém, de qualquer reflexão. Quando vemos nossa imagem refletida
no espelho, há um “desdobramento”, pois estamos aqui e estamos lá, no reflexo da luz, ela
vai até o espelho e refletirá, em latim, significa “fazer retroceder”, “voltar atrás”. Portanto,
refletir é retornar o próprio pensamento, pensar o já pensado, voltar para si mesmo e colocar
em questão o que já conhece.
É ainda Gramsci quem diz: “o filósofo profissional ou técnico não só ‘pensa’ com maior
rigor lógico, com maior coerência, com maior espírito de sistema do que os outros homens,
mas conhece toda a história do pensamento, sabe explicar o desenvolvimento que o
pensamento teve até ele, é capaz de retomar os problemas a partir do ponto em que se
encontram, depois de terem sofrido as mais variadas tentativas de solução”.
O professor Dermeval Saviani conceitua a filosofia como uma reflexão radical, rigorosa
e de conjunto sobre os problemas que a realidade apresenta, interpretarão esses tópicos.
- Radical: a palavra latina radis, raditis, significa “raiz”, e no sentido figurado,
“fundamento base”. Portanto a filosofia radical não no sentido corriqueiro de ser inflexível
(nesse caso seria a antifilosofia), mas na medida em que busca explicar os conceitos
fundamentais usados em todos os campos do pensar e do agir. Por exemplo, a filosofia das
ciências examina os pressupostos do saber científico, do mesmo modo que, diante da decisão
de um vereador em aprovar determinado projeto, a filosofia política investiga as “raízes” (os
princípios políticos) que orientam sua ação.
- Rigorosa: enquanto “filosofia de vida” não leva as conclusões até as últimas
consequências, nem sempreexaminando os fundamentos delas, o filósofo deve dispor de um
método claramente explicitado a fim de proceder com rigor. É assim que os filósofos inovam
nos seus caminhos de reflexão, tais como o fizeram Platão, Descartes, Espinosa, Kant, Hegel,
Husserl, Wittgenstein, etc. São inúmeros os métodos filosóficos em que se apoiam os filósofos
para desenvolver um pensamento rigoroso, fundamentado a partir de argumentação, coerente
em suas diversas partes e, portanto, sistemático. Além disso, o filósofo usa de linguagem
rigorosa para evitar as ambiguidades das expressões cotidianas, o que lhe permite discutir
com outros filósofos a partir de conceitos claramente definidos. Por isso o filósofo sempre
“inventa conceitos”, criando expressões novas ou alterando o sentido de palavras usuais. Aliás,
quanto os gregos souberam fazer isso, no nascimento da filosofia!
De conjunto: a filosofia é globalizante, porque examina os problemas sob a perspectiva
de conjunto, relacionando os diversos aspectos entre si. Nesse sentido, a filosofia visa ao todo,
à totalidade. Mais ainda, o objeto da filosofia é tudo, porque nada escapa a seu interesse. Aí,
sua função de interdisciplinaridade, ao estabelecer o elo entre as diversas formas de saber e
agir humanos. Sob esse enfoque, a filosofia se distingue da ciência e de outras formas de
conhecimento.
A FILOSOFIA E A CIÊNCIA
No século XVIII, a partir da revolução metodológica iniciada por Galileu, as ciências
particulares começam a delimitar seu campo específico de pesquisa. Pouco a pouco, desde
esse período até os dias atuais, ciências como física, astronomia, química, biologia, psicologia,
sociologia, economia, etc., se especializam e investigam “recortes” do real.
Apesar dessa separação entre o objeto da filosofia e das ciências, o filósofo continua
tratando da mesma realidade apropriada pelas ciências, uma vez que jamais renuncia a
considerar o seu objeto do ponto de vista da totalidade. Como vimos, a visão da filosofia é de
conjunto, ou seja, o problema nunca é examinado de modo parcial. Se a ciência tende cada
vez mais para a especialização, a filosofia, no sentindo inverso, quer superar a fragmentação
do real, daí sua função interdisciplinar, que busca estabelecer o elo entre formas do saber e
do agir.
A filosofia ainda se distingue da ciência pelo modo como aborda seu objeto: em todos
os setores do conhecimento e da ação, a filosofia está presente como reflexão crítica a respeito
dos fundamentos desse conhecimento e desse agir. Por exemplo, se a física ou a química se
denominam ciência e usam determinado método, não é da alçada do próprio físico ou do
químico saber o que é ciência, o eu distingue esse conhecimento e quando o fazem, estão
colocando questões filosóficas. O mesmo acontece quando, por exemplo, o psicólogo define o
conceito de liberdade, o que já significa fazer filosofia.
Mais uma diferença entre filosofia e ciência: os resultados das investigações científicas
e a sua veraficabilidade permitem uniformidades de conclusões e, com isso, a ciência adquire
maior objetividade. Nesse sentido, a ciência trabalha com juízos de realidade, já que de uma
forma ou de outra pretende mostrar como os fenômenos ocorrem, quais as suas relações e,
37
consequentemente, como prevê-los. De modo diferente, a filosofia faz juízos de valor, porque
o filósofo parte da experiência vivida e vai além dessa constatação, não vê apenas como é,
mas como deveria ser. Por exemplo, discute qual o valor do método científico, ou quais as
consequências éticas de um experimento. A filosofia julga o valor do conhecimento e da ação,
sai em busca do significado: filosofar é dar sentido à experiência.
QUAL É A “UTILIDADE” DA FILOSOFIA?
Para responder à questão, precisamos saber primeiro o que entendemos por utilidade.
Ora, vivemos em um mundo marcado pela busca dos resultados imediatos do conhecimento.
Sob essa perspectiva, é considerada importante a pesquisa da cura do câncer, ou o estudo de
matemática no ensino médio porque “entra no vestibular”, ou ainda a seleção de disciplinas
que vão interessar o exercício de determinada atividade. Por isso, com frequência, o estudante
se pergunta “Para que irei estudar filosofia, se não precisarei dela na minha profissão?”.
Seguindo essa linha de pensamento, a filosofia seria realmente “inútil”, não serve para
nenhuma alteração imediata de ordem pragmática. Neste ponto, ela é semelhante à arte. Se
perguntarmos qual é a finalidade de uma obra de arte, veremos que ela tem um fim em si
mesmo e, nesse sentido é “inútil”. Entretanto, não ter utilidade imediata não significa ser
desnecessário. A filosofia é necessária.
Onde está a necessidade da filosofia? Está no fato de que, por meio de reflexão (aquele
desdobramento, lembra-se?), a filosofia nos permite ter mais de uma dimensão, além da que
é dada pelo agir imediato no qual o “indivíduo prático” se encontra mergulhado. É a filosofia
que dá o distanciamento para a avaliação dos fundamentos dos atos humanos e dos fins a que
eles se destinam, reúne o pensamento fragmentado da ciência e o reconstrói na sua unidade.
Retorna a ação pulverizada no tempo e procura compreendê-la.
Portanto, a filosofia é a possibilidade da transcendência humana, ou seja, a capacidade
de superar a situação não escolhida. Pela transcendência, a pessoa surge como ser do projeto,
capaz de ser livre e de construir o seu destino. O distanciamento é justamente o que provoca
a nossa aproximação maior com a vida. Whitehead, lógico e matemático britânico, disse que
“a função da razão é promover a arte da vida”. A filosofia recupera o processo perdido no
imobilismo das coisas feitas (mortas porque já ultrapassadas), ela impede a estagnação.
Por isso, o filosofar sempre se confronta com o poder, e sua investigação não fica
alheia à ética e a política. É o que afirma o historiador da filosofia François Chatelet: “Desde
que há Estado da cidade grega às burocracias contemporâneas, a ideia de verdade sempre se
voltou, finalmente, para o lado dos poderes (ou foi recuperada por eles, como testemunha,
por exemplo, a evolução do pensamento francês do século XVII ao século XIX). “Por
conseguinte, a contribuição específica da filosofia que se coloca ao serviço da liberdade, de
todas as liberdades, é a de minar, pelas análises que ela opera e pelas ações que desencadeia
as instituições repressivas e simplificadoras, que se trate de ciência, do ensino, da tradução,
da pesquisa, da medicina, da família, da política, do fato carcerário, dos sistemas burocráticos,
o que importa é fazer aparecer à máscara, deslocá-la, arrancá-la.
A filosofia é, portanto, a crítica da ideologia, entendida como forma ilusória de
conhecimento que visa à manutenção de privilégios. Atentando para a etimologia do vocábulo
grego correspondente à vontade (a-létheia, a lethe-úein, “desnudar”), vemos que a verdade
consiste em pôr nu aquilo que está escondido. Eis a vocação do filósofo: o desvelamento do
que está encoberto pelo costume, pelo convencional, pelo poder.
Finalmente, a filosofia exige coragem. Filosofia não é um exercício puramente
intelectual, descobrir a verdade é ter a coragem de enfrentar as formas estagnadas do poder
que tentam manter o status quo, é aceitar o desafio da mudança. Saber para transformar.
Lembremos que Sócrates foi aquele que enfrentou com coragem o desafio máximo da morte.
É bem verdade, alguns dirão que sempre houve e haverá os pensadores bajuladores
do poder, aqueles que estão a serviço da manutenção do status quo e que emprestam suas
vozes e argumentos para defender tiranos. Mas, aí, estamos diante das fraquezas do ser
humano, seja por estar sujeito a enganar-se, seja por sucumbir ao tempo ou ao desejo de
prestígio e glória. Segundo Karl Jaspers, “a antifilosofia é uma filosofia, embora pervertida,
que, se aprofundada, engendraria sua própria aniquilação”.
38
APRENDENDO A FILOSOFAR
A filosofiaé um modo de pensar que acompanha o ser humano na tarefa de
compreender o mundo e agir sobre ele. Mais que postura teórica, é uma atitude diante da
vida, tanto nas condições corriqueiras como nas situações limites que exigem decisões cruciais.
Por isso, no encontro com a tradição filosófica não devemos nos restringir a receber
passivamente como um produtor, mas sermos capazes, cada um de nós, de nos aproximarmos
da filosofia como processo, ou seja, como reflexão crítica e autônoma a respeito da realidade
vivida.
Lembrando Jaspers mais uma vez, a filosofia é a procura da verdade, não a sua posse,
porque “fazer filosofia é estar a caminho, as perguntas em filosofia são mais essenciais que as
respostas transformam-se numa nova pergunta”.
INTRODUÇÃO À FILOSOFIA MORAL
Os valores
Diante de pessoas e coisas, estamos constantemente fazendo avaliações. “Esta caneta
é ruim, pois falha muito”; “Esta moça é atraente”; “Acho que João agiu mal não ajudando
você”; “Prefiro comprar este, que é mais barato”. Essas afirmações se referem a juízos de
realidade, quando partimos do fato de que a caneta e a moça existem, mas a juízos de valor,
quando lhes atribuímos uma qualidade que mobiliza nossa atração ou repulsa. Nos exemplos,
destacamos valores que se referem à utilidade, à beleza, ao bem e mal, ao aspecto econômico.
Dessa forma, os valores podem ser lógicos, utilitários, estéticos, afetivos, econômicos,
religiosos, éticos, etc.
Mas o que são valores? Embora a temática dos valores seja tão antiga como a
humanidade, só no século XIX surge a teoria dos valores ou axiologia (do grego axios, “valor”).
A axiologia não se ocupa dos seres e o sujeito que os aprecia.
Diante dos seres (sejam eles coisa inertes, seres vivos ou ideias) somos mobilizados
pela nossa afetividade, somos afetados de alguma forma por eles, porque nos atraem ou
provocam nossa repulsa. Portanto, algo possui valor quando não permite que permaneçam
indiferentes. É nesse sentido que Garcia Morente diz: “Os valores não são, mas valem. Uma
coisa é valor e outra coisa é ser. Quando dizemos de algo que vale, não dizemos nada do seu
ser, mas dizemos que não é indiferente. A não indiferença constitui esta variedade ontológica
que contrapõe o valor ao ser. A não indiferença é a essência do valer”.
Os valores são, num primeiro momento, herdados por nós. Ao nascermos, o mundo
cultural é um sistema de significados já estabelecido, de tal modo que aprendemos desde cedo
como nos comportar à mesa, na rua, diante de estranhos, como, quando e quanto falar em
determinadas circunstâncias, como andar, correr, brincar, como cobrir o corpo e quando
desnudá-lo, qual o padrão de beleza, que direitos e deveres temos. Conforme atendemos ou
transgredimos os padrões, os comportamentos são avaliados como bons ou maus.
A partir da valoração, as pessoas podem achar bonito ou feio o desenho que acabamos
de fazer ou criticar-nos por não termos cedido lugar à pessoa mais velha no metrô, ou acham
bom o preço que pagamos pela bicicleta, ou nos elogiam por termos mantido a palavra dada,
ou nos criticam por termos faltado com a verdade. Nós próprios nos alegramos ou nos
arrependemos de nossas ações ou até sentimos remorsos dependendo do que praticamos.
Isso quer dizer que o resultado de nossos atos está sujeito à sanção, ou seja, ao elogio ou à
reprimenda, à recompensa ou à punição, nas mais diversas intensidades: a críticas de um
amigo, “aquele” olhar da mãe, a indignação ou até a coerção física (isto é, a repressão pelo
uso da força, por exemplo, quando alguém é preso por assassinato).
Embora haja diversos tipos de valores, vamos considerar neste capítulo apenas os
valores físicos ou morais.
A MORAL
Os conceitos de moral e ética, ainda que diferentes, são com frequência usados como
sinônimos. Aliás, a etimologia dos termos é semelhante: moral vem do latim mos, moris, que
significa “costume”, “maneira de se comportar regulada pelo uso”, e de moralis, morale,
adjetivo referente ao que é “relativo aos costumes”. Ética vem do grego ethos, que tem o
mesmo significado: de “costume”.
No entanto, podemos estabelecer algumas diferenças entre esses dois conceitos. A
moral é o conjunto das regras de conduta admitidas em determinada época ou por um grupo
39
de pessoas. Em um primeiro momento dessa discussão, podemos dizer de modo simplificado
que o sujeito moral é aquele que age bem ou mal na medida em que acata ou transgride as
regras morais. A ética ou filosofia moral é a parte da filosofia que se ocupa com a reflexão a
respeito das noções e princípios que fundamentam a vida moral. Essa reflexão pode seguir as
mais diversas direções, dependendo da concepção de ser humano tomado como ponto de
partida.
À pergunta: “O que é o bem e o mal”? Respondemos diferentemente, caso o
fundamento da moral esteja na ordem cósmica, na vontade de Deus ou em nenhuma ordem
exterior à própria consciência humana. Podemos perguntar ainda: Há uma hierarquia de
valores a obedecer? Se houver, o bem supremo é a felicidade? É o prazer? É a utilidade? É o
dever? É a justiça?
Por outro lado, é possível questionar. Os valores são essenciais? Têm conteúdo
determinado, universal, válido em todos os tempos e lugares? Ou, ao contrário, são relativos:
“verdade aquém, erro além dos Pirineus”, como dizia Pascal?
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ROTEIRO DE ESTUDOS
SOCIOLOGIA
41
CAPÍTULO ÚNICO
O QUE É SOCIOLOGIA?
A Sociologia é uma das Ciências Humanas que tem como objetos de estudo a
sociedade, a sua organização social e os processos que interligam os indivíduos em grupos,
instituições e associações. Enquanto a Psicologia estuda o indivíduo na sua singularidade, a
Sociologia estuda os fenômenos sociais, compreendendo as diferentes formas de constituição
das sociedades e suas culturas.
O termo Sociologia foi criado em 1838 (séc. XVIII) por Auguste Comte, que pretendia
unificar todos os estudos relativos ao homem — como a História, a Psicologia e a Economia.
Mas foi com Karl Marx (luta de classes sociais), Émile Durkheim (fatos sociais) e Max Weber
(ação social) que a Sociologia tomou corpo e seus fundamentos como ciência foram
institucionalizados.
Apenas a partir do século XVII, a Sociologia foi institucionalizada, e isso ocorreu como
resposta acadêmica para um desafio que estava surgindo: o início da sociedade moderna. Com
a Revolução Industrial e posteriormente com a Revolução Francesa (1789), iniciou-se uma
nova era no mundo, com as quedas das monarquias e a constituição dos Estados nacionais no
Ocidente. Surge então essa ciência para compreender as novas formas das sociedades, suas
estruturas e organizações.
A Sociologia tem a função de, ao mesmo tempo, observar os fenômenos que se
repetem nas relações sociais – e assim formular explicações gerais ou teóricas sobre o fato
social –, como também se preocupa com aqueles eventos únicos, como por exemplo, o
surgimento do capitalismo ou do Estado Moderno, explicando seus significados e importância
que esses eventos têm na vida dos cidadãos.
Como toda forma de conhecimento intitulada ciência, a Sociologia pretende explicar a
totalidade do seu universo de pesquisa. O conhecimento sociológico, por meio dos seus
conceitos, teorias e métodos, constitui um instrumento de compreensão da realidade social e
de suas múltiplas redes ou relações sociais, capazes de desenvolver uma consciência crítica e
analítica em relação à sociedade.
OS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA
Augusto Comte
O núcleo da filosofia de Comte radica na ideia de que a sociedade só pode ser
convenientemente reorganizada através de uma completa reforma intelectual do homem. Ele
achava que antes da ação prática, seria necessário fornecer aos homens novos hábitos de
pensar de acordo com o estado das ciências de seu tempo. Por essa razão, o sistema Comteano
estruturou-se em torno detrês temas básicos: em primeiro lugar, uma filosofia da história
com o objetivo de mostrar as razões pelas quais certa maneira de pensar (chamada por ele
filosofia positiva ou pensamento positivo) deve imperar entre os homens. Em segundo lugar,
uma fundamentação e classificação das ciências baseadas na filosofia positiva. Finalmente,
uma sociologia que, determinando a estrutura e os processos de modificação da sociedade,
permitisse a reforma prática das instituições.
A contribuição principal de Comte à filosofia do positivismo foi sua adoção do método
científico como base para a organização política da sociedade industrial moderna. O estado
positivo corresponde à maturidade do espírito humano. O termo positivo designa o real em
oposição ao quimérico, a certeza em oposição à indecisão, o preciso em oposição ao vago. É
o que se opõe as formas teológicas ou metafísicas de explicação do mundo.
Ex: a explicação da queda de um objeto ou corpo: o primitivo explicaria a queda como
uma ação dos deuses; o metafísico Aristóteles explicaria a queda pela essência dos corpos
pesados, cuja natureza os faz tender para baixo, onde seria seu lugar natural; Galileu, espírito
positivo, não indagaria o porquê, não procuraria as causas primeiras e últimas, mas se
contentaria em descrever como o fenômeno da queda ocorre.
Não era apenas quanto ao método de investigação que a filosofia positivista se aproximava
das ciências da natureza. A própria sociedade foi concebida como um organismo constituído
de partes integradas e coesas que funcionavam harmonicamente, segundo um modelo físico
ou mecânico. Por isso o positivismo foi chamado também de organicismo.
42
Émile Durkheim
Durkheim viveu numa época de grandes conflitos sociais entre a classe dos
empresários e a classe dos trabalhadores. É também uma época em que surgem novos
problemas sociais como favelas, suicídios, poluição, desemprego etc. No entanto, o crescente
desenvolvimento da indústria e tecnologia fez com que Durkheim tivesse uma visão otimista
sobre o futuro do capitalismo. Ele pensava que todo o progresso desencadeado pelo
capitalismo traria um aumento generalizado da divisão do trabalho social e, por consequência,
da solidariedade orgânica, a ponto de fazer com que a sociedade chegasse a um estágio sem
conflitos e problemas sociais.
Com isso, Durkheim admitia que o capitalismo é a sociedade perfeita; trata-se apenas
de conhecer os seus problemas e de buscar uma solução científica para eles. Em outras
palavras, a sociedade é boa, sendo necessário, apenas, "curar as suas doenças".
Tal forma de pensar o progresso de um jeito positivo fez com que Durkheim concluísse
que os problemas sociais entre empresários e trabalhadores não se resolveriam dentro de uma
LUTA POLÍTICA, e, sim, através da CIÊNCIA, ou melhor, da SOCIOLOGIA. Esta seria, então, a
tarefa da SOCIOLOGIA: compreender o funcionamento da sociedade capitalista de modo
objetivo para observar, compreender e classificar as leis sociais, descobrir as que são falhas e
corrigi-las por outras mais eficientes.
E como está estruturada esta sociedade segundo Durkheim?
A estrutura da sociedade é formada pelas esferas política, econômica e ideológica.
Estas esferas formam a estrutura social responsável pela consolidação do Capitalismo.
Outra preocupação de Durkheim, assim como outros pensadores, era a formação de
uma ciência social desvinculada das Ciências Naturais. Além disso, na emergência do
proletariado, era preciso encontrar formas de controle de tal forma que o indivíduo se integre
à ordem. Este princípio será aplicado na educação.
A contribuição de Durkheim foi de importância fundamental para que a Sociologia
adquirisse o status de ciência, pois ele estuda a sociedade e separa os fenômenos sociais da
Psicologia, construindo um Objeto e um Método.
A obra ‘As regras do Método Sociológico’ publicada em 1895, definiu o método a ser
usado pela Sociologia e as definições e parâmetros para a Sociologia tornar-se uma ciência,
separada da Psicologia e Filosofia. Ele formulou o tipo de acontecimentos sobre os quais o
sociólogo deveria se debruçar: os fatos sociais. Estes constituiriam o objeto da Sociologia.
Max Weber
Max Weber nasceu e teve sua formação intelectual no período em que as primeiras
disputas sobre a metodologia das ciências sociais começavam a surgir na Europa, sobretudo
em seu país, a Alemanha. Filho de uma família da alta classe média, Weber encontrou em sua
casa uma atmosfera intelectualmente estimulante. Seu pai era um conhecido advogado e
desde cedo o orientou no sentido das humanidades. Weber recebeu excelente educação
secundária em línguas, história e literatura clássica. Em 1882, começou os estudos superiores
em Heidelberg; continuando-os em Göttingen e Berlim, em cujas universidades dedicaram-se
simultaneamente à economia, à história, à filosofia e ao direito.
Concluído o curso, trabalhou na Universidade de Berlim, na qual idade de livre-docente,
ao mesmo tempo em que servia como assessor do governo. Em 1893, casou-se e; no ano
seguinte, tornou-se professor de economia na Universidade de Freiburg, da qual se transferiu
para a Universidade de Heidelberg, em 1896. Dois anos depois, sofreu sérias perturbações
nervosas que o levaram a deixar os trabalhos docentes, só voltando à atividade em 1903, na
qualidade de coeditor do Arquivo de Ciências Sociais (Archiv für Sozialwissenschatt),
publicação extremamente importante no desenvolvimento dos estudos sociológicas na
Alemanha. A partir dessa época, Weber somente deu aulas particulares, salvo em algumas
ocasiões, em que proferiu conferências nas universidades de Viena e Munique, nos anos que
precederam sua morte, em 1920.
A Sociologia weberiana caracteriza-se por um dualismo racionalismo – irracionalismo:
- Racionalismo: rotina social; estabilidade; tradição; legalidade; continuidade; espírito
científico e pragmático do ocidente, sacrificando a espontaneidade da vida aos cálculos e à
seleção dos meios, para serem atingidos fins previamente escolhidos.
- Irracionalismo: crenças; mitos; sentimentos; ação carismática.
Para Weber a sociedade não seria algo exterior e superior aos indivíduos, como em
Durkheim. Para ele, a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações
43
individuais reciprocamente referidas. Por isso, Weber define como objeto da sociologia a ação
social.
O que é ação social?
Para Weber ação social é qualquer ação que o indivíduo faz orientando-se pela ação
de outros. Por exemplo, um eleitor. Ele define seu voto orientando-se pela ação dos demais
eleitores. Ou seja, temos a ação de um indivíduo, mas essa ação só é compreensível se
percebemos que a escolha feita por ele tem como referência o conjunto dos demais eleitores.
Assim, Weber dirá que toda vez que se estabelecer uma relação significativa, isto é,
algum tipo de sentido entre várias ações sociais terá então relações sociais. A ação social é a
conduta humana dotada de sentido. O sentido motiva a ação individual.
Para Weber, cada sujeito age levado por um motivo que se orienta pela tradição, por
interesses racionais ou pela emotividade.
O objetivo que transparece na ação social permite desvendar o seu sentido, que é
social na medida em que cada indivíduo age levando em conta a resposta ou reação de outros
indivíduos.
A ação social gera efeitos sobre a realidade em que ocorre.
É o indivíduo que através dos valores sociais e de sua motivação, produz o sentido da
ação social.
A transmissão destes valores comuns de uma geração para outra é chamada
socialização, que é uma forma inconsciente de coerção social. Ex. de valores sociais: respeito,
virgindade, honestidade, solidariedade, etc.
Só existe ação social quando o indivíduo tenta estabelecer algum tipo de comunicação,
a partir de suas ações, com os demais.
IDEOLOGIA: UM CONCEITO POLÊMICO
O conceito da ideologia foi criado por Destrutt de Tracy, filósofo francês,no final do
século XVII. Tracy tinha pressuposto que as ideias não poderiam ser compreendidas como se
possuísse vida própria, segundo ele, a ideologia deveria ser compreendida como “ciência das
ideias”, assemelhando-se às ciências naturais. Na elaboração desse conceito, partia-se da
crença na razão (própria do espírito iluminista do século XVII) e no poder da ciência submeter
às ideias ao mesmo processo de análise e compreensão dos objetos naturais. Essa é a razão
da concepção da Ideologia como ciência de ideias.
Raymond Williams afirma que o conceito de ideologia pode ser definido, basicamente, de
acordo com três concepções básicas:
1. Como sistema de crenças de uma classe ou grupo social. Nessa concepção estariam
incluídos os valores, ideias e projetos de um grupo de classe social específicos.
2. Como sistema de crenças de uma classe ou grupo social. Nessa concepção estariam
incluídas crenças ilusórias, baseadas em critérios impossíveis de ser comprovados,
contrastariam com o conhecimento verdadeiro ou científico.
3. Como o processo geral de produção de significados e ideias.
Conforme Williams, as duas primeiras conotações serão as mais encontradas no
pensamento marxista, vertente que se destacou no estudo da ideologia.
No livro A ideologia Alemã, Marx e Engels apresentaram os três elementos básicos que
caracterizaram sua compreensão da sociedade capitalista e sua definição de ideologia
(definição como vê fortemente apoiada nas duas concepções destacadas por Williams).
Esquematicamente, esses três elementos são:
- Separação – resultante da afirmação da divisão da vida humana em duas instâncias
específicas: a infraestrutura que é a esfera da produção material, e a superestrutura,
esfera da produção de ideias. De maneira muito simplificada, podemos dizer que a
44
infraestrutura se compõe da economia (a produção dos bens necessários à sobrevivência
dos homens) e a superestrutura se constituí da moral, do direito, da política e das artes.
- Determinação – relação decorrente da separação observa-se o domínio estabelecido pela
infraestrutura sobre a superestrutura. Serão as relações de produção que irão determinar
(definir) a organização social – as formas de comportamento e de convívio entre os
homens. Conforme o princípio da determinação apontado por Marx e Engels, as ideias têm
sua origem na vida material – e são por ela determinadas. Mas o que é essa vida material?
É relações desses homens o meio de produção que os homens estabelecem entre si, as
quais dependem, por sua vez, das relações desses homens com os meios de produção –
terra, máquinas, matérias-primas, fábrica, força de trabalho. Será, portanto, a esfera
econômica (a organização da produção material, com a sua diferenciação entre
possuidores e não possuidores dos meios de produção) que irá organizar as ideias sobre
essa sociedade.
- Inversão – Elemento constitutivo fundamental do conceito da ideologia, considerada
distorção da realidade. Numa metáfora famosa do livro A ideologia Alemã, a ideologia faz
com que a vida apareça para os homens como no interior de uma câmera fotográfica: de
cabeça para baixo. Isto é, ela aparece para os homens de maneira inversa àquilo que é na
realidade. Nesse contexto, o conhecimento científico, ou saber dela, será o elemento capaz
e desmascarar a ideologia, recolocando o mundo de cabeça para cima, mostrando a
realidade tal como ela é. Segundo Marx e Engels, destruindo a inversão que a ideologia
produz, o conhecimento científico vai revelar os mecanismos de separação e determinação.
Para compreender a sociedade capitalista a partir dessas três relações (separação,
determinação e inversão) estabelecidas por Marx e Engels, não podemos torná-las como
formas imutáveis e inquestionáveis. No que diz respeito à definição da ideologia, por
exemplo, é fundamental que se note que, ao longo do tempo, os próprios autores
acabaram relativizando a conotação mistificadora que inicialmente deram ao conceito
(essa relativização aparece no prefácio de Para a Crítica da Economia Política, escrito por
Marx, 1859).
Além disso, eles também relativizaram a questão de determinação estrita da esfera
econômica (infraestrutura) sobre a superestrutura (em cartas que escreveu a outros
pensadores, Engels reconheceu certo grau de independência ou autonomia relativa da
superestrutura diante da infraestrutura). É preciso que se diga finalmente que, ao longo
do tempo, os elementos formais congelados e irretocáveis de compreensão da realidade.
De qualquer modo, retomando o tema da ideologia na obra desses autores, é interessante
observar que ele veicula uma relação fundamental, que é a oposição entre os conceitos de
falso e de verdadeiro. Em A Ideologia Alemã, parece haver espaço para dois tipos de ideias,
as falsas ou distorcidas (em resumo, a própria ideologia) e as verdadeiras, essas ideias
verdadeiras seriam construídas pela ciência e funcionariam como as armas necessárias
para combater a classe dominante. Para Marx, a ciência seria a ciência do proletariado, a
única classe capaz de transformar a sociedade. Produto de uma época em que se
acreditava que a sociedade poderia e deveria ser transformada por meio da razão, A
ideologia Alemã, conforme a antropóloga brasileira Eunice Durham, apresenta a ciência
como instrumento capaz de alcançar a justiça social que a ideologia impediria de ser
obtida.
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OS AGRUPAMENTOS SOCIAIS
Os Grupos Sociais
A própria natureza humana exige que os homens se agrupem. A vida em sociedade é
condição necessária à sobrevivência da espécie humana.
Desde o início, os homens têm vivido juntos, formando agrupamentos, como as
famílias, por exemplo. Para o sociólogo Karl Mannheim, os contatos e os processos sociais que
aproximam ou afastam os indivíduos provocam o surgimento de formas diversas de
agrupamentos sociais, de acordo com o estágio de integração social. Tais formas são os grupos
sociais e os agregados sociais.
Vamos analisar inicialmente os grupos sociais: aqueles, devido aos contatos sociais
mais duradouros, resultam em formas mais estáveis de integração social. Nos grupos sociais
há normas, hábitos e costumes próprios, divisão de funções e posições sociais definidas. Como
exemplos têm: família, a escola, a Igreja, o clube, o Estado, etc.
O grupo social é a união de duas ou mais pessoas, associadas pela integração, e, por
isso, capazes de ação conjunta, visando atingir um objetivo comum. O indivíduo ao longo de
sua vida participa de vários grupos sociais, e os principais são:
- Grupo familiar – família;
- Grupo vicinal – vizinhança;
- Grupo educativo – escola;
- Grupo profissional – empresa;
- Grupo político – estado, partidos políticos.
As principais características de um grupo social são:
- A pluralidade de indivíduos – Há sempre mais de um indivíduo no grupo.
- Grupos secundários – São os grupos mais complexos, como as igrejas e o Estado, em que
predominam os contatos secundários; os contatos sociais, neste caso, realizam-se de maneira
pessoal e direta – mas sem intimidade – ou de maneira indireta, através de cartas, telegramas,
telefone, etc.
- Grupos intermediários – São aqueles que se alternam e se completam as duas formas de
grupos sociais (primários e secundários). Um exemplo deste tipo é o grupo de escola.
- Interação Social – No grupo, os indivíduos comunicam-se uns com os outros.
- Organização – Todo grupo, para funcionar bem, precisa de certa ordem interna.
- Objetividade – e exterioridade – Os grupos sociais são superiores e exteriores ao indivíduo,
isto é, quando uma pessoa entra no grupo, ele já existe; quando sai, ele continua a existir.
- Conteúdo intencional ou objetivo comum – Os membros de um grupo unem-se em torno de
certos princípios ou valores para atingir um objetivo de todo o grupo; a importância dos valores
pode ser percebida pelo fato de que o grupogeralmente se divide quando ocorre um conflito
de valores; um partido político, por exemplo, pode dividir-se quando uma parte de seus
membros passa a discordar de seus princípios básicos.
Consciência grupal ou sentimento de “nós”- São as maneiras de pensar, sentir e agir
próprias do grupo; existe um sentimento mais ou menos forte de compartilhar uma série de
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ideias, de pensamentos, de modos de agir; um exemplo disso é o torcedor que, quando fala
da vitória de seu time dizemos “Nós ganhamos”.
Continuidade – As interações passageiras não chegam a formar grupos sociais
organizados, para isso, é necessário que elas tenham certa duração, como exemplo, temos a
família, a escola, a Igreja, etc. Há, porém, grupos de duração efêmera, que aparecem e
desaparecem com facilidade, como, por exemplo, o mutirão.
OS ESTUDOS DA SOCIEDADE HUMANA
De que se ocupam as Ciências Sociais?
Observando a sociedade, percebemos que as pessoas caminham, correm, respiram.
Mas elas também cooperam umas com as outras no trabalho, recebem um salário, descontam
cheques, fazem reuniões para melhorar a produção, entram greve, casam-se, estudam,
divertem-se.
Como vemos, as pessoas apresentam os mais variados comportamentos. Alguns
desses comportamentos como andar, respirar, dormir são estritamente individuais, que se
originam no indivíduo enquanto organismo biológico. Esses tipos de comportamento são
estudados pelas Ciências Físicas e Biológicas. Por outro lado, receber salário, fazer greve,
casar-se são comportamentos sociais, pois só existem porque existe a sociedade, porque ao
longo da História o homem organizou sua vida em grupo. Cabe às Ciências Sociais pesquisar
e estudar o comportamento social humano e suas formas de organização.
• Sociologia – estuda as relações sociais e as formas de associação, considerando as
interações que ocorrem na vida em sociedade. A Sociologia abrange, portanto, o
estudo dos grupos sociais, da divisão da sociedade em camadas, da mobilidade social,
dos processos de cooperação, competição e conflito na sociedade, etc.
• Economia – estuda as diversas atividades humanas ligadas à produção, circulação,
distribuição e consumo de bens e serviços. São fenômenos estudados pela Economia
a distribuição da renda num país, a política salarial, a produtividade de uma empresa,
etc.
• Antropologia – estuda as semelhanças e diferenças culturais entre os vários
agrupamentos humanos, assim como a origem e a evolução das culturas. Atualmente,
tem-se preocupado não só com a cultura dos povos pré-letrados, como também com
a diversidade cultural existente na sociedade industrial. São objetos de estudo da
Antropologia os tipos de organização famílias, as religiões, a magia, os ritos de
iniciação dos jovens, os casamentos, etc.
• Ciência Política – estuda, por exemplo, os partidos políticos, os mecanismos eleitorais,
etc.
Não existe uma divisão nítida entre essas disciplinas. Embora cada uma se ocupe
preferencialmente de um aspecto da realidade social, elas complementam-se umas às outras
e atuam frequentemente juntas para aplicar os complexos fenômenos da vida em sociedade.
O objetivo das Ciências Sociais é aumentar o Máximo possível o conhecimento sobre o homem
e a sociedade, através da investigação científica. As ciências sociais cumprem, portanto, um
papel fundamental num mundo de mudanças e agitações sociais. Elas nos permitem entender
47
melhor a sociedade em que vivemos e compreender os fatos e processos sociais que nos
rodeiam.
As Desigualdades entre os Homens
Ao menor contato com a vida social, percebe-se, de imediato, que os indivíduos são
diferentes entre si. Essas diferenças se expressam no plano das coisas materiais, da religião,
da personalidade, da inteligência, do físico, da raça, do sexo, da cultura, entre outros.
As diferenças citadas acima devem ser consideradas como os aspectos elementares da
manifestação das desigualdades, que podem ser físicas ou sociais.
Ao olharmos mais atentamente para a sociedade em que vivemos, logo percebemos que
há indivíduos que moram em favelas, outros em mansões, pessoas que morrem de fome, de
desnutrição, enquanto outras se alimentam em excesso. Há indivíduos analfabetos que nunca
tiveram acesso a escolas e há aqueles que possuem a melhor formação escolar.
Cada sociedade gera formas de desigualdade específicas que são resultado de como
essas sociedades se organizam. As desigualdades se manifestam de um modo diferente no
Brasil, nos EUA, na Índia, nas Filipinas ou na África de Sul. As desigualdades assumem feições
distintas porque são constituídas a partir de um conjunto de elementos econômicos, políticos
e culturais próprios.
Desigualdade: A pobreza como fracasso
O desenvolvimento da Industrialização, a partir do século XVIII, propiciou o crescimento
econômico capitalista, e as relações entre o capital e o trabalho tomaram formas
correspondentes a essa sociedade que se solidificava. O capitalismo (o patrão) e o trabalhador
(o operário) passaram a ser os personagens principais dessa nova organização social.
O Liberalismo que se desenvolveu no século XVIII foi a justificativa encontrada para o novo
mundo e o novo homem que surgiram com o crescimento do capitalismo. Em outras palavras,
o liberalismo tinha como base a defesa da propriedade privada, a liberdade de comércio, a
igualdade perante a lei. A concepção de sociedade e de homem que vigorava na sociedade
medieval estava sendo absolutamente transformada.
O triunfo do homem de negócios do capitalismo era exaltado como uma virtude
(burguesa), de fato que justificava a necessidade de dar-lhe todas as credenciais, uma vez
que ele realizaria a riqueza para o bem de toda sociedade. O enriquecimento particular era
apresentado na forma de benefício para todos os indivíduos.
Louvava-se o homem de negócios como a expressão do sucesso, e sua conduta servia de
modelo para a sociedade como um todo. A riqueza era mostrada como fruto do trabalho e a
todos acessíveis por intermédio dele. A pobreza (indicador fundamental das desigualdades),
em contraposição, seria produto do fracasso pessoal, e a sociedade não era responsável por
sua existência.
Os pobres, no entanto, tinham que colaborar para a preservação dos bens dos ricos, uma
vez que eles davam trabalho, e, mais ainda, não deviam se revoltar contra a sua situação para
não criar dificuldades para os patrões, que não eram culpados de serem ricos.
48
Divulga-se a ideia de que os pobres deviam preservar o bem de seus patrões, tais como
máquinas e ferramentas, e que Deus os vigiava constantemente no seu trabalho. Portanto,
perder tempo na execução de sua tarefa era roubar o patrão que lhe estava pagando por uma
jornada de trabalho.
Ao pobre recomendava-se paciência, religiosidade e seriedade como forma de aceitação
das novas regras morais que iam se estabelecendo. É interessante notar que não era mais
apenas pela ausência da graça divina que se justificava a pobreza, como ocorria até o século
XVII. Combina-se, agora, o fracasso e a ausência da graça.
Edmund Burke, no século XVIII, ao discutir se o governo e os ricos deviam ou não atender
as necessidades dos pobres, argumentava que ninguém podia ajudá-los, uma vez que a
providência divina os havia abandonado.
49
ROTEIRO DE ESTUDOS
BIOLOGIA
CAPÍTULO 1
50
INTRODUÇÃO À BIOLOGIA
DENIFINIÇÃO: A biologia é a ciência que estuda os seres vivos. Este estudo pode ser realizado sob
diversos pontos de vista, dependendo do interesse do biólogo.
ALGUMAS SUBDIVISÕES DA BIOLOGIA
A Biologia constitui um campo de conhecimento muito extensoe complexo. Dessa forma há diversos ramos
da Biologia. Podemos citar:
• Citologia – estudo das células
• Histologia – estudo dos tecidos
• Fisiologia – estudo das funções e do funcionamento orgânico dos seres vivos
• Ecologia – estudo dos seres vivos com o meio ambiente
• Botânicos – estudos dos vegetais
• Zoologia – estudos dos animais
• Genéticos – estudos da transmissão das características hereditárias
CITOLOGIA: é o ramo da Biologia que estuda as células e seu comportamento nos seres vivos, os níveis
de organização dos seres vivos obedecem ao seguinte critério: CÉLULAS – TECIDOS – ÓRGÃOS E
SISTEMAS ou APARELHOS, como veremos a seguir.
CÉLULA: é a menor unidade morfofisiológica de todo organismo vivo, formada por MEMBRANA,
CITOPLASMA e NÚCLEO. As células apresentam formas e características variadas. O tamanho das
células também é variado. Elas são classificadas em: microscópicas (a maioria) e macroscópicas (a gema
do ovo, fibras de algodão).
O número de células nos seres vivos é variável. Eles podem ser unicelulares (uma única célula) ou
pluricelulares (mais de uma célula).
As células ainda podem ser procariontes (quando não possuem núcleo organizado), é o caso de seres bem
simples como as bactérias, ou eucariontes (quando o núcleo é organizado), é o caso da grande maioria
dos seres vivos, como no homem, no peixe, no mosquito, na árvore, etc.
I – COMPONENTES CELULARES:
• MEMBRANA PLASMÁTICA: é um envoltório lipoproteico, responsável pela propriedade seletiva
da célula. Tem como principal característica ser semipermeável.
• CITOPLASMA: é a porção líquida gelatinosa disposta ao redor do núcleo e limitada pela membrana
plasmática, onde ocorrem os processos metabólicos, tais como respiração e digestão.
• NÚCLEO: é um corpúsculo geralmente esférico, envolvido pelo citoplasma. No seu interior
encontra-se uma massa filamentosa chamada cromatina que comanda as funções celulares.
Contém em seu interior os cromossomos, sendo 46 a quantidade de cromossomos na espécie
humana.
OBS: a parede celular é a estrutura que diferencia uma célula animal de um vegetal.
51
]
II – ORGANELAS CELULARES:
- RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO: é um complexo sistema de bolsas achatadas que podem ser:
• LISO – quando constituído por membrana lisa;
• RUGOSO – quando apresenta grânulos aderidos à sua superfície, chamados RIBOSSOMOS.
OBS: Ribossomos têm a função da síntese proteica e do armazenamento e transporte de substância.
• COMPLEXO DE GOLGI: tem como função o armazenamento e a secreção de substâncias.
• MITOCÔNDRIAS: têm como função a respiração intracelular.
• LISOSSOMOS: têm como função a digestão celular.
• CENTRÍOLOS: tem como função a divisão celular, formação de cílios e flagelos.
• PLASTOS: são organelas celulares responsáveis pelo armazenamento da clorofila.
III – DIVISÃO CELULAR:
- MITOSE: é a divisão celular de tipo equacional. Uma célula diploide (2n) divide-se em duas outras células
diploides (2n), genericamente e morfologicamente idênticas. Nessa divisão a célula mãe desaparece. A mitose
divide-se nas seguintes fases:
a) Interfase (duplicação de DNA);
b) Prófase (os centríolos se duplicam);
c) Prometáfase (desaparece a carioteca);
d) Metáfase (forma-se a placa equacional);
e) Anáfase (ocorre a retração das fibras do fuso);
f) Telófase (fase final da mitose onde ocorre a citocinese).
- MEIOSE: também conhecida como divisão reducional. Uma célula diploide (2n) origina quatro células
haploides (n). É a parte da divisão celular responsável pela formação dos gametas. Está dividida em dois
períodos e cada um subdividido em fases:
- Divisão I
a) Prófase I (nesta fase é que ocorre o fenômeno diplóteno chamado CROSSING-OVER, que consiste na troca
de material genético);
b) Prometáfase I (desaparece a carioteca);
c) Metáfase I (formação de placa equacional);
d) Anáfase I (ocorre a retração das fibras de fuso);
e) Telófase I (ocorre a redução dos cromossomos de 46 para 23);
- Divisão II
a) Prófase II;
b) Metáfase II;
c) Anáfase II;
d) Telófase II.
52
HISTOLOGIA: é o ramo da Biologia que estuda os tecidos, a partir das células e suas organelas, a fim de
uma melhor compreensão dos processos vitais.
IV – TECIDOS: é a reunião de várias células morfologicamente iguais, que realizam uma mesma função.
Existem quatro tipos fundamentais de tecidos.
a) TECIDO EPITELIAL: que está subdividido em:
- tecido epitelial de revestimento. Ex: pele.
- tecido epitelial glandular, formado por células secretoras: Glândula Exócrina ou de Secreção
Externa (exemplo: glândula sudorípara, glândula sebácea, glândula salivar); Glândula Endócrina
ou de Secreção interna, sua secreção é o hormônio (exemplo: hipófise, tireoide, suprarrenais,
ovários, testículos) e Glândula Mista que possui unidade secretora interna e externa (exemplo:
pâncreas que produz o suco pancreático – secreção externa – e a insulina – secreção interna).
b) TECIDO CONJUNTIVO: que está subdividido em:
- Tecido conjuntivo adiposo (que origina uma porção gordurosa). Forma a gordura. Ex.: a camada
de gordura sob a pele.
- Tecido conjuntivo cartilaginoso (formado por células chamadas cartilócitos). Forma a cartilagem.
Ex: orelhas, nariz.
- Tecido conjuntivo ósseo (formado por células chamadas osteócitos). Formas os ossos. Ex:
esqueleto.
- Tecido conjuntivo hematopoiético (encontrado na medula óssea responsável pela formação das
células sanguíneas).
- HEMÁCIAS: glóbulos vermelhos responsáveis pelo transporte de substâncias na corrente
sanguínea.
- LEUCÓCITOS: glóbulos brancos responsáveis pela defesa do organismo.
- PLAQUETAS: responsáveis pela coagulação.
c) TECIDO NERVOSO: é o conjunto de células especializadas, que formam os órgãos do sistema
nervoso. Suas células recebem o nome de NEURÔNIOS, que formam uma rede denominada
SINAPSE, que é responsável pela transmissão dos estímulos nervosos.
53
LEITURA
O perigo de álcool e das drogas
De forma popular, usa-se a palavra “droga”, ou “tóxico”, para falar de substâncias que atuam sobre
o sistema nervoso alterando a forma de pensar, de sentir e de perceber as coisas. Neste sentido, o próprio
álcool, a maconha, a cocaína e até solventes como aqueles que existem na cola de sapateiro podem ser
considerados drogas. Além dos efeitos que essas substâncias têm sobre o indivíduo que as consome, são
extremamente graves as consequências que elas acabam causando às famílias e à sociedade.
O álcool
Os efeitos do álcool sobre o organismo humano são hoje bem conhecidos. O consumo de altas
doses de uma só vez pode levar à morte. Também conhecemos os males causados pelo consumo regular
de doses menores. O álcool provoca nítidas mudanças no comportamento de quem bebe conhecida, em
conjunto, como embriaguez: ocorre inicialmente uma sensação de “euforia e desinibição”, mais tarde, esse
estado é seguido de um abatimento conhecido como depressão. Com o tempo, o sistema nervoso sofre
danos permanentes: o alcoólatra acaba tendo enfraquecimento da memória e diminuição de sua atenção
e seus reflexos. Também já foram bem estudados os efeitos nocivos do álcool sobre o fígado, que muitas
vezes terminam por causar a cirrose hepática e, eventualmente, a morte do indivíduo. Pode-se dizer que
a droga mais consumida no Brasil (no sentido de substância modificadora do comportamento) é, sem
dúvida, o álcool.
As demais drogas
De forma simplificada, as drogas podem ser classificadas, conforme a sua ação, em depressores,
euforizantes e alucinógenos.
Os depressores, entre os quaisse incluem o álcool, a cola de sapateiro, a benzina, o ópio e alguns
remédios para dormir, causam sensação de tontura, confusão mental e desinibição inicial. Mais tarde,
ocorre uma sensação de sonolência. Algumas dessas substâncias têm uso médico, como certos elixires
usados para controlar distúrbios intestinais, ou ainda certos xaropes calmantes da tosse.
Dos euforizantes, a mais conhecida é a cocaína. São também euforizantes de certos remédios
moderadores de apetite, usados em regimes de emagrecimento. Essas substâncias causam euforia e
sensação de maior eficiência e poder. Dão à pessoa, passageiramente, a impressão de que ela pensa
melhor e de forma mais ágil.
Os alucinógenos causam alucinações. Em outras palavras, a pessoa passa a ouvir vozes, sentir
cheiros e ver objetos que não existem. A mais comum dessas drogas é a maconha. Também são
alucinógenos o LSD e substâncias presentes em certos cogumelos.
A dependência
As drogas apresentam alguns efeitos comuns, independentemente da ação particular de cada uma.
Uma das consequências mais graves de se usar drogas é a dependência. Uma pessoa dependente é aquela
que não consegue abandonar o uso da droga, mesmo que ela tenha consciências profissionais. Muitas
vezes, essas pessoas tentam abandonar o uso, mas a privação da droga lhe traz sensações de mal-estar
tão grandes que elas voltam a se drogar para se sentirem melhor. As drogas causam desajuste social,
distúrbios de comportamento e diminuição da capacidade sexual. Estão em curso, no mundo todo,
pesquisas que deverão revelar ainda muitas outras desvantagens de seu uso. Vamos ficar longe delas!
• Euforia = sensação de ânimo, de excitação.
• Privação = falta de uso.
54
ROTEIRO DE ESTUDOS
BIOLOGIA
CAPÍTULO 2
55
FISIOLOGIA: é o ramo da Biologia que estuda o funcionamento dos órgãos. Os aparelhos ou sistemas são
formados por conjuntos de órgãos que funcionam em estreita associação e realizam determinadas funções.
1 – SISTEMA DIGESTIVO
- DIGESTÃO: consiste na quebra de moléculas de um alimento em moléculas menores, para que possam ser
absorvidas pelas células. Essa quebra ocorre com o auxílio das enzimas digestivas. A digestão de um alimento
tem início na boca e depois segue os órgãos (principais) que fazem parte do Sistema Digestivo (faringe,
esôfago, intestino e ânus).
- ORGÃOS ANEXOS DO SISTEMA DIGESTIVO: servem para auxiliar a digestão.
- Glândulas Salivares: secretam a saliva, ajudam no início da digestão.
- Fígado: é a maior glândula no ser humano. Ele secreta a bile que é lançada no duodeno e é usada
na digestão das gorduras.
- Pâncreas: produz o suco pancreático, lançado também no duodeno.
2 - SISTEMAS RESPIRATÓRIOS
- RESPIRAÇÃO: é o processo de trocas gasosas entre o meio ambiente e o ser vivo. O aparelho respiratório
consiste nas narinas, fossas nasais, faringe, laringe, traqueia, brônquios e nos órgãos principais: os PULMÕES.
As trocas gasosas envolvem a absorção do oxigênio pelo organismo e a liberação do gás carbônico.
OBS: - FARINGE: é um órgão que participa tanto do aparelho respiratório como do digestivo.
- DIAFRAGMA: é o músculo que participa do movimento respiratório.
- HEMATOSE: é a troca do sangue venoso, rico em CO2, por sangue arterial, rico em O2. Ocorre nos
alvéolos.
- TIPOS DE RESPIRAÇÃO: a respiração pode ser cutânea (sapos), branquial (peixes), traqueal
(insetos), pulmonar (mamíferos).
3 – SISTEMAS CIRCULATÓRIOS
- CIRCULAÇÃO: consiste no transporte de nutrientes, gases respiratórios, hormônios, resíduos metabólicos
através dos fluidos circulantes. O aparelho circulatório é constituído por vasos transportadores, tais como:
veias, artérias, capilares e o órgão principal: o CORAÇÃO (que é constituído por quatro cavidades). O sangue
tem cor vermelha, sabor salgado, cheiro característico e é mais denso que a água.
O sangue tem uma substância fundamental líquida, o plasma, e os elementos figurados que são as hemácias,
os leucócitos e as plaquetas. O plasma é um líquido de cor amarelada, onde se dissolvem as substâncias
transportadas pelo sangue. Ele tem 90% de água e 10% de substâncias orgânicas e inorgânicas.
- PARTES DO CORAÇÃO:
- dois átrios ou aurículas
- dois ventrículos
- miocárdio
- endocárdio
- pericárdio
OBS: - O sangue arterial circula apenas do lado esquerdo do coração.
- São os vasos sanguíneos e as veias cavas que levam o sangue venoso do organismo para o coração.
- SISTEMA EXCRETOR
- EXCREÇÃO: consistem em eliminar do organismo substâncias tóxicas produzidas pelo metabolismo celular,
tais como: gás carbônico, ureia, sais, bile, amônia, ácido úrico, água, suor, gordura, fezes. O aparelho excretor
ou urinário é formado pelos rins e pelas vias urinárias.
Em cada rim penetra uma artéria renal (traz o sangue para o rim) e uma veia renal (leva o sangue
para fora).
A urina formada em cada rim é conduzida para o exterior pela uretra.
OBS: - A principal função dos rins é filtrar o sangue.
- Néfrons são células responsáveis pela formação da urina.
56
5 – SISTEMAS NERVOSOS
O sistema nervoso tem como função controlar e regular, junto ao sistema endócrino, as funções dos demais
órgãos do corpo, dividem-se em:
- SISTEMA NERVOSO CENTRAL: que é formado pela medula espinal e o encéfalo (cérebro, cerebelo, ponte
e bulbo).
- SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO: que é formado pelos nervos e gânglios nervosos (nervos cranianos e
raquidianos).
OBS: - As menores unidades morfológicas do sistema nervoso são as células nervosas chamadas
NEURÔNIOS que são responsáveis pelos impulsos nervosos.
6 – SISTEMA LOCOMOTOR OU MUSCULAR
Sua principal função é a sustentação do corpo e do sistema muscular, que consiste na movimentação.
Os músculos podem ser:
- MÚSCULO LISO: apresentam contração lenta e involuntária e lenta. Encontrado no sistema digestório e
respiratório; na bexiga urinária e o intestino delgado e também na parede de vasos sanguíneos.
- MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO: apresentam contração voluntária, consciente. É o tipo de músculo
locomotor – de movimentação do corpo humano.
- MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO: exclusivo do coração; realiza contração involuntária e vigorosa.
PROPRIEDADES DOS MÚSCULOS:
- Elasticidade: permite ao músculo retomar exatamente a sua forma e dimensão após se alterarem.
- Contratilidade: permite ao músculo contração, ficando mais curto e mais grosso, sem perder seu volume.
7 – SISTEMAS ENDÓCRINOS
O sistema endócrino é constituído por glândulas, cuja função é produzir substâncias chamadas
hormônios. As principais glândulas endócrinas são: hipófise, tireoide, paratireoide, suprarrenais, ilhotas de
Langherans, timo, glândulas sexuais.
8 – SISTEMAS REPRODUTORES
A principal função do sistema reprodutor é perpetuar a espécie.
- APARELHO REPRODUTOR FEMININO:
O aparelho reprodutor feminino é constituído por: trompas de Falópio (onde ocorre a fecundação),
útero, vagina e vulva.
- APARELHO REPRODUTOR MASCULINO
O aparelho reprodutor masculino é constituído por: testículos (onde é produzido a testosterona),
epidídimo, canais deferentes, uretra (órgão que faz parte tanto do aparelho urinário como do reprodutor) e
pênis.
REPRODUÇÃO: é responsável pela perpetuação das espécies dando origem a outros seres vivos e podem
ser:
- AGÂMICA (assexuada), Ex: Algumas bactérias.
- GÂMICA (sexuada), Ex: homem.
FECUNDAÇÃO: consiste na união de dois gametas de sexos diferentes. Com a fusão dos núcleos há formação
de uma célula-ovo chama ZIGOTO (que é o produto da fecundação).
EVOLUÇÃO DO OVO:
- FÊMEAS OVÍPARAS: são aquelas que eliminam ovos,que irão se desenvolver totalmente no meio externo.
- FÊMEAS OVOVIVÍPARAS: são aquelas que eliminam ovos, cujo desenvolvimento é feito parcialmente no
organismo materno.
- FÊMEAS VIVÍPARAS: são aqueles em que o desenvolvimento do embrião é totalmente dependente do
organismo materno.
- FOLHETOS EMBRIONÁRIOS: ectoderme, mesoderme, endoderme.
- ANEXOS EMBRIONÁRIOS:
- ÂMNIO: é o anexo embrionário responsável pela proteção do embrião contra choques mecânicos.
- CÓRION: é o anexo embrionário responsável pela formação da placenta.
57
LEITURA
Algumas doenças transmitidas por contato sexual.
Vamos falar aqui de quatro doenças: a gonorreia e a sífilis, causadas por bactérias e a AIDS e a herpes
causadas por vírus.
Gonorreia
Trata-se de uma doença bastante conhecida, transmitida por contato sexual, e causada por bactérias
chamadas gonococos. Nos homens, a gonorreia é facilmente detectada, pois causa ardor ao urinar, além de
formação de pus no pênis, visível na uretra. Nas mulheres, a infecção produz sintomas muito menos aparentes,
e pode passar despercebida. Por causa disso, a infecção pode atingir certa gravidade antes de serem tomadas
as providências necessárias. Podem ocorrer, por exemplo, inflamação nas trompas de Falópio, que chegam a
obstrui-las. Isso pode ocasionar esterilidade, já que o trajeto do óvulo pela trompa fica interrompido.
A gonorreia tem sido combatida, com sucesso, por altas doses de antibióticos. No entanto, têm-se
verificado nos últimos tempos, muitos casos de resistência das bactérias ao antibiótico usado. Em outras
palavras, as bactérias hoje sobrevivem a antibióticos que antigamente faziam efeito.
Sífilis
É também uma doença bacteriana, com uma incubação de aproximadamente três semanas. O primeiro
sintoma é o aparecimento de um cancro no local da infecção, trata-se de uma lesão dolorida e dura. Esse
cancro logo desaparece, mesmo que a doença não tenha recebido tratamento.
Porém, num prazo que varia entre dois e quatro meses, instala-se a fase secundária da doença como
uma erupção generalizada na pele e infecções em outros órgãos. Em algumas pessoas, pode haver problemas
circulatórios ou ainda no sistema nervoso. Eventualmente, a doença pode levar à morte.
A sífilis foi no passado um problema extremamente sério, antes da descoberta dos antibióticos. Hoje,
sua cura é relativamente fácil com esses medicamentos. No entanto, tem-se verificado, tal como acontece
com a gonorreia, a existência cada vez mais frequente de bactérias de sífilis resistentes aos antibióticos
usados.
AIDS (síndrome de imunodeficiência adquirida)
Os primeiros casos de AIDS foram identificados em 1981. Essa doença é causada por um vírus que
ataca os linfócitos, células do sangue especializadas na produção de anticorpos. Todo o sistema de defesa do
organismo é desmantelado, já que os antígenos (moléculas estranhas) passam a não ser mais reconhecidos.
Assim, a defesa do organismo contra infecção fica muito enfraquecida.
Herpes
Essa doença é causada por um vírus que pode ocasionar lesões nos órgãos reprodutores. Logo depois
da infecção, não há sintomas, mas o vírus se reproduz com muita rapidez. O indivíduo pode, no início, sentir
formigamento ou coceira na região atingida. Em seguida, aparecem bolhas, num prazo entre dois e vinte dias.
Quando elas se rompem, transformam-se em feridas bastante doloridas, que levam em torno de três semanas
para desaparecer.
Depois disso, a doença entra num estágio latente, isto é, permanece “adormecida”, sem se manifestar
por um bom tempo. O vírus, nesse estágio, vive em células nervosas nas proximidades da medula espinhal e
pode “caminhar” ao longo de um nervo.
A doença pode voltar a se manifestar devido à exposição ao sol, relações sexuais, menstruação, e
também por causa de fatores de tensão que levam à diminuição da resistência.
1- Esterilidade – incapacidade de ter filhos,
2- Incubação – período de tempo decorrido entre a contaminação por determinada doença e o
aparecimento dos primeiros sintomas.
3- Erupção – surgimento, na pele, de sinais como vermelhidão, bolhas, etc.
58
ROTEIRO DE ESTUDOS
BIOLOGIA
CAPÍTULO 3
59
GENÉTICA: é o ramo da Biologia que estuda os fenômenos de hereditariedade e variação.
LEI DE MENDEL: a Genética baseia-se nas LEIS DE MENDEL, que em 1865 descobriu os princípios
básicos que regulam o mecanismo de herança de caracteres.
GENE: é a unidade hereditária que determina os caracteres.
Exemplo: O gene que determina a miopia é recessivo (mm). Logo, do casamento de um homem míope
(mm) com uma mulher de visão normal homozigota (MM), a probabilidade de um filho nascer míope é
0%.
NOMENCLATURA GENÉTICA
ALELOS: genes que determinam os caracteres. São eles: AA, Aa, aa.
FENÓTIPOS: é o termo usado para indicar o aspecto exibido pelo indivíduo.
GENÓTIPO: é o termo usado para indicar a constituição genética do indivíduo.
HOMOZIGOTO: Quando apresenta os caracteres de dois genes alelos iguais.
DETERMINAÇÃO DO SEXO
Sistema XY: O sistema XY ocorre no homem e nos demais mamíferos. Neste sistema, o cromossomo
X existe em dose simples no sexo masculino e em dose dupla no feminino XX. Cabe ainda ressaltar que
o número de cromossomos na espécie humana é de 46.
HAPLOPLODISMO: é a determinação sexual que não envolve cromossomos sexuais, como no caso das
abelhas.
HERANÇAS LIGADAS AO SEXO
Dentre as principais, podemos citar o DALTONISMO e a HEMOFILIA (que são doenças
determinadas por um gene ligado ao sexo).
OBS: Existem genes exclusivos dos cromossomos Y (homem), chamados HOLÂNDRICOS (que passam
de geração em geração sempre pela linhagem masculina), como por exemplo, a presença de pelos
longos nas orelhas.
GRUPOS SANGUÍNEOS
OBS: - ANTÍGENO: é uma substância que estimula a produção de uma proteína de defesa.
- ANTICORPO: é o nome dado a essa proteína de defesa.
Na espécie humana, existem quatro grupos sanguíneos A, B, AB e O, dependendo de certos
antígenos na superfície dos glóbulos vermelhos.
O receptor universal é aquele que possui sangue do tipo AB e o doador universal é aquele que
possui sangue do tipo O.
60
SERES VIVOS
São classificados em reinos a partir dos estudos feitos pelo naturalista sueco LINEU. Os seres vivos
encontram-se divididos em cinco reinos:
- MONERA: é constituído pelos seres unicelulares (formado por uma única célula, muito simples,
sem núcleo organizado – procarionte). Ex: bactérias.
- PROTISTA: é constituído por seres também unicelulares, mas sua célula possui um núcleo
organizado – eucariontes. Ex: protozoários.
- FUNGI: são os fungos que são seres aclorofilados e heterótrofos (que não fabricam seu próprio
alimento, necessitando de outrem para se alimentar). São pluricelulares, com alguns exemplos
unicelulares. São eucariontes. Ex: bolos de pão, levedo de cerveja.
- VEGETAL: é constituído pelas plantas que são fotossintetizantes/autótrofos (que fabricam seu
próprio alimento). São pluricelulares. As duas principais classes são:
• GIMINOSPERMAS: são aquelas que não possuem frutos e flores. Apresentam sementes.
Ex: Pinheiros, sequoias e cedros.
• ANGIOSPERMAS: são aquelas que possuem frutos e flores. Ex: macieiras, roseiras.
OBS: Essa classe inclui desde ervas até grandes árvores.
- ANIMAL: é o constituído pelos animais vertebrados e invertebrados. São seres heterótrofos (não
são capazes de fabricar o próprio alimento, necessitando de outros para se alimentarem). São
pluricelulares, eucariontes. Dividem-se em:
a) INVERTEBRADOS: que não possuem coluna vertebral,como:
- PORÍFEROS: Ex: esponjas do mar.
- CNIDÁRIOS: Ex: água viva, hidra, caravela.
- PLATELMINTOS: Ex: planária, solitária, esquistossomo.
- NEMATELMINTOS: Ex: Lombriga, ancilóstomo, filaria (causadora da elefantíase).
- ANELÍDEOS: Ex: minhoca, sanguessuga.
- MOLUSCOS: Ex: caramujos, polvo, lula, ostra, mexilhão, lesma.
- ARTRÓPODES: Ex: escorpião, aranhas, formigas, camarão, siri. OBS: É o maior reino,
pois envolve aranhas, insetos, crustáceos e alguns outros.
-EQUINODERMOS: Ex: estrela do mar, ouriço do mar, pepino do mar.
b) VERTEBRADOS: são aqueles que possuem coluna vertebral:
- PEIXES: Ex: tubarão, piranha, cavalo marinho, raia.
- ANFÍBIOS: Ex: sapo, rã, salamandra, cobra cega, (aqueles que sofrem metamorfose).
- RÉPITEIS: Ex: tartaruga, jacaré, lagarto, cobra.
- AVES: Ex: pato, canário, arara, beija-flor, pinguim, ema.
- MAMÍFEROS: Ex: homem, baleia, camelo, cão, zebra (suas principais características são:
respiração pulmonar, homotérmicos, fecundação interna).
OBS: Os únicos mamíferos ovíparos são o ornitorrinco e a equídea.
- Os vírus são organismos que não se classificam em nenhum reino, pois são acelulares (não
apresentam células).
ECOLOGIA: é o ramo da Biologia que estuda a relação entre os seres vivos com o meio ambiente que os
cerca.
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DO MUNDO VIVO
- POPULAÇÃO: indivíduos da mesma espécie que vivem numa mesma área geográfica. Ex: sapos de uma
lagoa, mangueiras de um pomar.
- COMUNIDADE OU BIOCENOSE: é o conjunto de populações. Ex. população de sapos + população de
plantas aquáticas.
- FATORES BIÓTICOS: são todos os seres vivos que constituem uma comunidade.
- FATORES ABIÓTICOS: são as características físicas e químicas da região. Ex.: florestas, oceanos,
desertos, rios, campos.
- ECOSSISTEMA: é o conjunto dos fatores bióticos + fatores abióticos. Ex: florestas, oceanos, desertos,
rios e campos.
- BIOSFERA: é o conjunto de todos os ecossistemas do nosso planeta.
61
CADEIAS: são relações de dependência entre os seres vivos e o meio ambiente. A mais importante dela é
a CADEIA ALIMENTAR, onde o homem geralmente é o consumidor primário ou secundário, e o produtor
sempre um vegetal clorofilado. Devemos lembrar ainda que à medida que aumenta o número de integrantes
de uma cadeia alimentar diminui a energia transferida por ela.
Exemplo:
Capim - Boi - Homem - Bactérias e fungos.
PRODUTOR: CAPIM
CONSUMIDOR PRIMÁRIO: BOI
CONSUMIDOR SECUNDÁDIO: HOMEM
DECOMPOSITOR: BACTÉRIAS E FUNGOS
RELAÇÕES ECOLÓGICAS: dentre as principais, podemos citar:
SOCIEDADE: é a relação ecológica que ocorre entre animais de uma mesma espécie que vivem em
associação e onde cada um realiza uma função distinta. Ex: abelhas, formiga.
COLÔNIA: associação entre seres de uma mesma espécie unidos fisicamente entre si. Ex.: corais.
PREDATISMO: relação entre seres de espécie diferentes onde um mata o outro para se alimentar. Ex.:
leão (predador) e lebre (presa).
MUTUALISMO: associação entre seres de espécies diferentes onde um ajuda o outro e ambos são
beneficiados. Ex.: linques = fungos + alga; cupim + protozoário.
INQUILINISMO: associação entre seres de espécies diferentes onde um é beneficiado e o outro é
indiferente. Ex.: orquídeas (plantas epífitas) nos troncos de árvores.
COMENSALISMO: associação entre seres de espécie diferentes, onde um vive à custa dos restos de
alimentos deixados pelo outro.
COMPETIÇÃO: é um tipo de relação ecológica em que os animais da mesma espécie disputam pelo mesmo
alimento, território ou companheiro sexual. Ex.: vacas, lobos.
PARASITISMO: é relação entre dois seres de espécie diferentes em que um rouba substâncias nutritivas
do outro. Ex.: homem e lombriga.
62
LEITURA
“O Ministério da Saúde adverte”...
Num anúncio dramático e com certo grau de impacto, que apareceu alguns anos atrás na rua de
Londres, havia uma bela moça grávida segurando um cigarro. Essa imagem era acompanhada destes
dizeres. “Você acha justo obrigar seu bebê a fumar?”
Na Realidade, esse cartaz retomava uma controvérsia já antiga, mas que dura até os dias de hoje.
De um lado, ficam os não fumantes, alegando que o cigarro faz mal à saúde, causa câncer, traz problemas
cardíacos e ocasiona outros maléficos. Do outro lado, estão pessoas que fumam há dezenas de anos.
Algumas delas admitem que o fumo é prejudicial, mas nem assim conseguem deixar de fumar, algumas
até afirmam que se sentem muito bem, e que passariam mal se deixassem de consumir seus dois maços
diários. Isso sem contar os interesses das indústrias que fabricam cigarros e que vendem seu produto
com propagandas milionárias na televisão, nas quais o cigarro é sempre associado à riqueza, a carros
luxuosos, a pessoas bonitas, enfim, ao poder, ao prestígio social e à beleza.
Nos últimos anos, em todos os países do mundo, a disputa parece ter ficado mais e mais acirrada.
O não fumante está cada vez mais “torcendo o nariz” para quem fuma. Alegam que os fumantes
prejudicam não apenas a si próprios, mas também a quem não fuma. O argumento é o seguinte: o fumo
polui o ar da casa, do escritório ou da condução e, dessa forma, o fumante está obrigando o não fumante
a “fumar” também, já que todos inalam o mesmo ar cheio de fumaça.
A batalha, aos poucos parece estar sendo vencida pelos não fumantes. Há algum tempo, em
algumas cidades brasileiras, os restaurantes são obrigados a reservar uma área para quem fuma separada
da área de não fumantes. Isso também ocorre em aviões, sem contar as proibições de fumar em
elevadores e em transportes públicos. Por fim, os fabricantes foram obrigados, nos últimos anos, a incluir
nos maços de cigarros e nas propagandas a mensagem: “O Ministério da Saúde adverte: fumar é
prejudicial à saúde”.
Mas, afinal, fumar é realmente prejudicial? A verdade é que, nos últimos anos, acumularam-se
informações concretas, provenientes as pesquisas científicas e estatísticas, e o problema deixou de ser
uma mera questão de opinião.
Muito provavelmente, fumantes crônicos que lerem esses dados poderão não se impressionar.
Afinal, alegarão, “eu fumo há mais de vinte anos e continuo vivo”. Nós acreditamos, porém, que essas
informações poderão ser especialmente úteis a você, jovem, que vive a etapa em que muitos de seus
comportamentos futuros e atitudes em relação à vida estão ainda se definido.
RISCOS DE FUMO
Expectativa da vida:
Pessoas que consomem dois maços por dia têm, aos 25 anos idade, uma expectativa de vida 8,3 anos
que menor do que os nãos fumantes.
Câncer do pulmão:
Sua causa principal é o fumo, tanto em homens como em mulheres.
Câncer da boca e da laringe:
O risco para os fumantes é três a doze vezes maior do que para os nãos fumantes.
Doenças do coração:
O fumo é seguramente um dos maiores fatores que dispõe o indivíduo a um dia apresentar doenças
cardíacas.
Bronquite crônica e enfisema:
Os fumantes têm entre quatro e 25 vezes mais probabilidades de vir a morrer dessas doenças do que os
nãos fumantes.
63
Nascimento de prematuros e de crianças abaixo do peso normal:
Mães que fumam têm filhos que nascem com peso insuficiente, e muitas vezes, antes dos nove meses de
gestação (crianças prematuras). Em geral, essas crianças, até os sete anos de idade, são menos
desenvolvidas física e socialmente do que as de mães que não fumam.
Úlceras gástricas e do duodeno:
Fumantes desenvolvem úlceras com maior frequência do que não fumantes. Além de alergias e diminuição
da resistência e infecções.
São muito mais frequentes essas condições em fumantes.
VANTAGENS DE PARAR DE FUMAR
Quem parou de fumar passa a ter, após dez a quinze anos, uma expectativade vida quase igual
à de quem nunca fumou.
Dez a quinze anos após ter deixado o fumo, a taxa de risco desse câncer fica próximo à de uma
pessoa que nunca fumou.
Dez a quinze anos depois de ter deixado de fumar, o risco volta a ser o mesmo do que o para o
não fumante. A tosse e o catarro diminuem ou cessam nas primeiras semanas após o cigarro. Pode haver
muito uma melhora da função pulmonar.
Mulheres que param de fumar pelo menos quatro meses antes de ficarem grávidas eliminam o
risco de terem partos prematuros e de o recém-nascido apresentar peso insuficiente.
Os indivíduos que param de fumar podem também desenvolver úlceras, porém elas saram muito
mais facilmente e de forma mais definitiva do que nos fumantes.
Evidentemente, os nãos fumantes são menos sujeitos a reações do tipo alérgico e têm uma
resistência muito maior a infecções.
64
ROTEIRO DE ESTUDOS
LÍNGUA PORTUGUESA
E
LITERATURA
65
CAPÍTULO 1
COMUNICAÇÃO: é a capacidade de entender e receber mensagens. Existem várias formas de se comunicar,
pelos gestos, pela fala, pela escrita, pelo desenho, etc.
ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO:
a) EMISSOR OU REMETENTE: é aquele que envia a mensagem ao receptor.
b) RECEPTOR OU DESTINATÁRIO: é aquele que recebe a mensagem.
c) MENSAGEM: é a informação que o emissor deseja enviar ao receptor.
d) CÓDIGO: é o conjunto de sinais organizados e escolhidos pelo emissor para transmitir a mensagem. Se
emissor e receptor não tiverem o mesmo código, não ocorrerá comunicação.
e) CANAL: é o meio pelo qual a mensagem é transmitida.
f) REFERENTE: é o código ou situação a que se refere a mensagem.
DENOTAÇÃO: quando a palavra é empregada em seu sentido usual, próprio, não figurado. Ex.: Agora é tempo
de abacaxi.
CONOTAÇÃO: quando uma palavra adquire sentido especial, passível de várias interpretações, dependendo do
contexto onde ela se encontra. Ex.: Hoje tivemos vários abacaxis para resolver.
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
FUNÇÕES PREDOMINANTES FINALIDADE RECURSOS
a) Referencial ou Denotativa Transmitir informações Frase declarativa e objetiva
b) Emotiva ou Expressiva Exprimir sentimentos e emoções Frase exclamativa, interjeições,
superlativos, hipérboles, etc..
c) Apelativa ou Conativa Influenciar o recebedor Frase imperativa, convincente.
d) Fática ou de Contato Gerar, favorecer e facilitar a
comunicação.
Frase breve, exata, clara.
e) Metalinguística Iludir e esclarecer o código
linguístico.
Explicações, definições.
f) Poética Valorizar a forma da linguagem Frases ou valor artístico.
DEFINIÇÃO DE LITERATURA: Simplificando, podemos dizer que literatura é a arte que se manifesta por meio
da palavra escrita ou falada.
TEXTO LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO: Um mesmo tema pode ser tratado sob dois aspectos, dependendo
do objetivo que o emissor quer atingir. No texto literário, o ficcionista idealiza a realidade, recriando-se segundo
sua imaginação. No texto não literário, o emissor tem de ater-se à verdade. Deve apresentar os fatos e os seres
tais como são na realidade.
GÊNERO LITERÁRIO: é o conjunto de obras dotadas de características comuns. De acordo com a concepção
clássica dos gêneros literários, pode-se esquematizar didaticamente da seguinte maneira:
- LÍRICO: predomina o subjetivismo que reflete o mundo interior do artista, os seus sentimentos e emoções,
como o amor, a saudade, a tristeza, a melancolia, etc. O gênero lírico apresenta poemas de forma fixa como
sonetos, balada, triolé, rondó, etc. e poemas de forma livre como ode, ditirambo, elegia, canção, etc.
- GÊNERO ÉPICO: é uma narrativa feita essencialmente em versos, é um canto, um poema de exaltação. A
epopeia narra grandes feitos heroicos. Sua principal característica é ter um narrador que fala dos
acontecimentos grandiosos e heroicos da história de um povo.
- GÊNERO NARRATIVO: é uma variante do gênero épico, enquadrando as narrativas em prosa, onde há um
narrador, personagens e uma sequência de fatos. As principais manifestações são o romance, a novela, o conto
e a crônica.
- GÊNERO DRAMÁTICO: neste gênero não há narrador, por isso os textos são próprios para serem encenados.
No palco, os atores representam as personagens que ora dialogam, ora monologam. No texto literário, quando
encenado, a linguagem verbal combina-se com o não verbal. Os tipos pertencentes a este gênero são a tragédia,
a comédia, a tragicomédia, o drama, a farsa, o ato.
66
ESTILOS DE ÉPOCA OU ESCOLAS LITERÁRIAS: estilo de época é o conjunto de características
semelhantes empregadas por diversos indivíduos numa determinada época. Logo, os escritores de uma
mesma época apresentam características comuns que expressam, tanto no conteúdo quanto na forma, as
tendências da época em que vivem ou atuam. Os estilos de época do Brasil, em relação aos de Portugal, são
praticamente os mesmos, com a diferença de que o Brasil, além de não ter tido a Idade Média, isto é, não
ter desenvolvido o Trovadorismo e o Humanismo, ainda recebia influência dos diferentes movimentos
literários de Portugal com muitos anos de atraso.
PERIODIZAÇÃO LITERÁRIA
PORTUGAL BRASIL
TROVADORISMO 1189 – 1434 -
HUMANISMO 1434 – 1527 -
CLASSICISMO 1527 – 1580 -
LITERATURA INFORMATIVO-JESUÍTICA 1500 – 1601
BARROCO 1580 – 1756 1601 – 1768
ARCADISMO 1756 – 1825 1768 – 1836
ROMANTISMO 1825 – 1865 1836 - 1881
REALISMO/NATURALISMO/PARNASIANISMO 1865 – 1890 1881 – 1893
SIMBOLISMO 1890 – 1915 1893 – 1902
PRÉ-MODERNISMO - 1902 – 1922
MODERNISMO 1915 em diante 1922 – 1945, estendendo-se
em sua FASE
COMTEMPORÂNEA até os dias
atuais.
TROVADORISMO: é o tempo que designa o primeiro movimento literário surgido em língua portuguesa.
Panorama histórico: as cruzadas, a luta contra os mouros, o feudalismo, o poder do clero. Essa época foi
marcada por uma visão teocêntrica (Deus como centro do universo). Os poemas produzidos nesse período
eram feitos para serem cantados por poetas e músicos (trovadores, menestréis, jograis e segréis) e recebiam
o nome de cantigas porque eram acompanhadas por instrumentos de corda e sopro. As cantigas foram
reunidas em dois gêneros: Cantigas líricas: de amigo e de amor; Cantigas satíricas: de escárnio e de
maldizer. Seus principais representantes foram: D. Dinis, Paio Soares de Tasveirós, Martim Codax, D. Afonso
Mendes de Besteiros, Fernando Esguio e outros. Nessa mesma época, a prosa de ficção teve grande
importância, chamada novela de cavalaria. As novelas de cavalaria narravam aventuras de cavaleiros
andantes ou de guerreiros investindo contra os mouros. Lancelote que abrangia A Demanda do Santo Graal
e A Morte do Rei Arthur, Tristão e Isolda, Galaaz, Amadis de Gaula e outras.
HUMANISMO: foi um movimento cultural de transição entre a Idade Média e o Renascentismo. As produções
artísticas revelam a passagem do teocentrismo para o antropocentrismo, isto é, o homem começa a
preocupar-se com o próprio homem, a voltar-se para si mesmo e para o mundo material. Principais
representantes: Poesia: Garcia de Resende, João Roiz de Castelo Branco, Francisco de Sousa, Gil Vicente, Sá
de Miranda e outros; Crônica: Fernão Lopes, Rui de Pina, D. Duarte e outros; Teatro: Gil Vicente (autos e
farsas): Farsa do Velho da Horta, Farsa de Inês Pereira, Alto da Barca do Inferno, Auto da Visitação, etc.
CLASSICISMO: ao redescobrirem os valores do ser humano, abafados pela Igreja durante a Idade Média,
os artistas desse período voltam-se para a Antiguidade. Os escritores obedecem às rígidas normas de
composição de seus modelos e incorporam temas pagãos, o ideal do amor platônico, a visão antropocêntrica,
além dos elementos próprios de cada país em que o Classicismo se manifestou. Portugal viveu seu apogeu
com Vasco da Gama chegando às Índiase Cabral descobrindo o Brasil. A literatura incorporou formas e
motivos da Antiguidade: elegias, éclogas, cartas, etc. Além do soneto. Principais representantes: Sá de
Miranda, João de Barros, Bernardim Ribeiro, Fernão Mendes Pinto, Fernão Cardim e a figura máxima desse
período, Luiz Vaz de Camões. Ele escreveu poesias de Vasco da Gama à Índia que serve de pretexto para
que se conte a história de Portugal, que Camões procura glorificar em seus versos.
67
LITERATURA INFORMATIVA: os primeiros escritos acerca do Brasil foram documentos de caráter
informativo, referente à terra rica e fecunda, à fauna, à flora, aos nativos, ao clima tropical, etc. Essa
literatura informativa feita por viajantes e missionários, embora não seja, própria literatura, tem valor
inestimável como documentação dos primeiros tempos do Brasil Colônia. A Carta de Pero Vaz de Caminha
foi o primeiro registro de contato com a nossa terra.
LITERATURA JESUÍTICA: era composta de textos destinados a converter os índios ao catolicismo.
Consideram-se como literatura informativa dos jesuítas, as obras dos padres Manuel da Nóbrega e José
de Anchieta.
BARROCO: PORTUGAL – inicia-se em 1580 e é um tempo de conflitos e contradições em consequência
do panorama político, econômico e religioso da Europa. Duas correntes se distinguem: o cultismo (um estilo
marcado pela erudição, pelo rebuscamento, pelo uso de inversões brutais e de numerosas figuras de
linguagem) e o conceptismo (um estilo fluente, pouco rebuscado, expondo através do raciocínio lógico,
ideias e conceitos e emprego da linguagem figurada). Principais representantes: Bento Teixeira Pinto,
Gregório de Matos – o “Boca do Inferno” (poesias líricas, sacras e satíricas), Manuel Botelho de Oliveira
(poesia: Música do Parnaso), Frei Manuel de Santa Maria Itaparica (epopeia: Eustáquidos; poesia:
Descrição da cidade da Ilha de Itaparica), Pe. Antonio Vieira (Sermão da primeira dominga de Quaresma;
Sermão de Santo Antônio; Sermão dos peixes; Sermão da Sexagésima).
ARCADISMO: PORTUGAL: esse movimento reflete as grandes mudanças sociais do século XVIII, grandes
descobertas científicas com consequente incremento tecnológico. Nesse período, a literatura busca
despojar-se dos exageros e das sutilezas do Barroco, procurando recuperar a simplicidade e a clareza da
cultura Greco latina e da Renascença. O Arcadismo português inicia em 1765 com a fundação da Arcádia
Lusitânia. Principais representantes: Antônio Dinis da Cruz e Silva, Filinto Elísio, Correi Garção, Manuel
Maria Barbosa Du Bocage e Pe. José Agostinho de Macedo.
BRASIL: embora já se note preocupação em afastar-se dos modelos portugueses (começa a aparecer a
realidade brasileira nas obras do momento), a literatura brasileira ainda revela características neoclássicas
apontadas no Arcadismo português. O movimento teve início com a publicação de Obras de Claudio Manuel
da Costa. Principais representantes: Tomás Antônio Gonzaga (Marília de Dirceu. Cartas Chilenas), Claudio
Manuel da Costa (Obras poéticas), Silva Alvarenga (Glaura), Basílio da Gama (poesia épica – O Uruguai) e
Frei José de Santa Rita Durão (poema épico: Caramuru).
FIGURAS DE LINGUAGEM OU DE ESTILO: são modos de falar e escrever que dão mais beleza, mais
força à expressão. Estudaremos aqui apenas algumas figuras.
FIGURAS DE PALAVRAS
1 - METÁFORA: é o emprego de um termo que se associa a outro que o substitui baseando-se numa
comparação mental de ordem pessoal e subjetiva (há 2 elementos). Ex.: Eu sou uma ilha longe de você/
“Amor é um fogo que arde sem se ver”.
2 – METONÍMIA: é a substituição de um termo por outro, baseando-se numa estreita relação de sentido.
Ex: A professora leu Camões (o autor pela obra) / Ela usa gilete todo dia (a marca pelo produto).
3 – CATACRESE: é o emprego de um termo figurado pela falta de um termo próprio. Ex. a perna da mesa
quebrou / Consertou as casas da camisa.
FÍGURAS DE CONSTRUÇÃO.
1 – PLEONASMO: é a repetição da ideia com outras palavras. Ex.: Vi com estes olhos que a terra há de
comer. / Ao rapaz deram-lhe o prêmio.
2 – SILEPSE: é a concordância com a ideia e não com a palavra expressa (concordância ideológica). Ex:
A vítima era alta e morena. (silepse de gênero)/ Saía gente de todo o lado e chorava. (silepse de número)/
Os dois íamos andando distraídos. (silepse de pessoa).
68
ELIPSE: é a omissão de um termo facilmente subtendido no contexto. Ex: Iremos a cavalo (nós). / Espero
tenha gostado (que).
FIGURAS DE PENSAMENTO
1- ANTÍTESE: é a utilização de expressões de sentido contrário para realçar as ideias. Ex: Céu ou
inferno ainda não sabe qual é o melhor lugar. / “Amor é ferida que dói e não se sente”.
2- HIPÉRBOLE: consiste em realçar a ideia por meio do emprego de uma expressão exagerada de
propósito. Ex: Eles morreram de rir. / Já pedi silêncio mil vezes.
3- IRONIA: consiste em expressar exatamente o contrário do que se quer dizer com o intuito de criticar
ou desprezas. Ex: Parabéns! Metade da sala teve nota vermelha. / Com a cara assim fechada, seu
humor deve estar excelente.
FONOLOGIA
A - FONEMA: é a unidade sonora elementar empregada na língua falada (som).
1 – VOGAIS: VOGAIS ORAIS: a, é, ê, i, ó, ô, u. Ex: já, pé, vê, ali, pó, dor, uva.
VOGAIS NASAIS: a nasalidade pode ser indicada pelo til (~) ou pelas letras n e
m. Ex: mãe venda pomba, nunca.
2 –SEMIVOGAIS: i, e, u quando juntos de uma vogal, formam com ela uma mesma sílaba. Ex: Pa/pai,
coi/sa.
3 – CONSOANTES: b, c, d, f, g, etc.
B – ENCONTRONS VOCÁLICOS: podem ser:
1 – DITONGOS: é o encontro de uma vocal e uma semivogal (ou vice-versa mesma sílaba). Ex: pai,
ginásio.
Pode ser: DESCRESCENTE: vogal + semivogal. Ex: He/rói, Fei/jão.
CRESCENTE: semivogal + vogal. Ex: Ge/nio. Vá/ cuo.
2 – TRITONGO: é o encontro de uma semivogal com um vogal e outra semivogal numa mesma sílaba. Ex:
Paraguai averiguou.
3 – HIATO: é a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas diferentes, pois
nunca há mais de uma vogal numa sílaba. Ex: sa/í/da, ju/íz.
C – ENCONTROS CONSONANTAIS: quando há grupos de consoantes sem vogal intermediária. Ex: Flor,
grade, digno.
- DÍGRAFOS: quando há duas letras que representam apenas um fonema. Podem ser:
CONSONANTAIS: quando o grupo de letras representa um fonema consonantal. Ex: chuva, filho,
vinho.
VOCÁLICOS: quando o grupo de letras representa um fonema vocálico. Ex: tampa, mundo.
SÍLABA: é um fonema ou um grupo de fonemas pronunciados num só impulso expiratório. Ex: pé, a/vó,
ma/dei/ra.
Quanto ao número de sílabas, as palavras podem ser classificadas em:
1- MONOSSÍLABAS: tem apenas uma sílaba. Ex: mãe, pé, flor.
2- DISSÍLABAS: tem duas sílabas. Ex: den/te, pon/te, da/do.
3- TRISSÍLABAS: tem três sílabas. Ex: mé/di/co, a/mi/go, Ca/dei/ra.
4- POLISSÍLABAS: tem quatro ou mais sílabas. Ex: a/mi/za/de, me/di/ci/na, li/te/ra/tu/ra.
SÍLABA TÔNICA E SÍLABA ÁTONA: a sílaba de pronúncia mais forte é chamada de tônica, as demais são
átonas. Ex. in/de/pen/den/te (sílaba tônica den, as demais são átonas) es/pe/ci/al/men/te (sílaba tônica =
men, as demais são átonas).
- Se a sílaba tônica for a última, a palavra será oxítona. Ex: A/ma/pá, tra/ba/lhar.
- Se a sílaba tônica for a penúltima, a palavra será paroxítona. Ex: ja/ne/la, lá/pis.
- Se a sílaba tônica for a antepenúltima, a palavra será proparoxítona. Ex: re/lâm/pa/go, fós/fo/ro.
69
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
ACENTUAM-SE EXEMPLOS
1 – todos os vocábulos proparoxítonos Pêssego, tímpano
2 – os paroxítonos terminados em ditongo crescente. Férias, óleo
3 – os paroxítonos terminados em:
ã (s), ao (s), ei (s)
i (s), us
on (s)
um, uns
l, n, os
r,x
Imãs, benção, jóquei
Júri, Vênus
Íon, elétrons
Álbum, álbuns
Túnel, pólen, fórceps.
Revólver, clímax
OBS: as paroxítonas terminadas em n são acentuadas, mas as que terminam em ens não são acentuadas.
4 – os oxítonos terminado em
a (s), e (s), o (s), em, ens
Pará, ipê, avó, além.
5 – os monossílabos tônicos abertos
a (s), e (s), o (s)
Lá, Três, pó.
6 – os ditongos tônicos abertos
éi (s), eu (s), oi (s)
Fogaréu, caracóis
7 – o i e u tônicos quando forma hiato com a vogal anterior,
estando eles sozinhos na sílaba ou acompanhados apenas
de s.
Saída, saúde.
.
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS: basicamente, são dois os processos de formação das
palavras.
A – DERIVAÇÃO: através da derivação de uma palavra, outras se formam, por meio de afixos (prefixos e
sufixos)
1 – PREFIXAL: quando uma nova palavra é formada com o acréscimo de um prefixo. Ex:
desrespeito, rever.
2 – SUFIXAL: quando uma palavra é formada com o acréscimo de um sufixo. Ex: livro – livraria,
moderno – modernizar.
3 – REGRESSIVA: quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução. Ex: beijar
– beijo, caçar – caça.
4 – IMPRÓPRIA: quando uma palavra não sofre mudança de forma e sim de classe gramatical. Ex:
substantivo usado como adjetivo = homem morcego/ verbo como substantivo = o jantar foi ótimo.
5 – PARASSINTÉTICA: quando juntamos simultaneamente um prefixo e um radical. Ex: anoitecer/
desalmado.
B – COMPOSIÇÃO: é o processo que consiste em criar palavras por meio da junção de radicais ou palavras
já existentes na língua. Pode ser:
1 – JUSTAPOSIÇÃO: ocorre quando os radicais estão ligados, mas não sofrem alteração fonética
ou gráfica. Ex: guarda-noturno / passatempo / beija-flor.
2 – AGLUTINAÇÃO: ocorre quando os radicais se ligam de tal forma que passam a constituir uma
palavra com um único acento tônico. Ex: aguardente (água + ardente) / planalto (plano + alto).
70
MORFOLOGIA
ESTRUTURA DAS PALAVRAS: as palavras são compostas pelos elementos mórficos.
1 – RADICAL: é a parte mínima indivisível que indica o sentido básico da palavra, seu significado. Ex: certo,
incerto, certeza.
2 – VOGAL TEMÁTICA: é o elemento que se interpõe entre o radical e a desinência de uma palavra. Nos
verbos, vogal temática indica a conjugação a que o verbo pertence. Ex: cantar (ar – 1ª conjugação), correr
(er – 2ª conjugação), partir (ir – 3ª conjugação).
3 – TEMA: é o radical já acrescido da vogal temática. Ex: amava, vender.
4 – AFIXOS: são elementos que ajuntamos ao radical, para lhe diversificar o significado. Quando antepostos
ao radical, são chamados de prefixo (ex: bisneto, repor), quando postos, são chamados de sufixos (ex:
rouparia, civilizar).
5 – DESINÊNCIAS: são elementos que servem para indicar as flexões de gênero (masculino e feminino) e
número (singular e plural) nos nomes (nominais). Ex: menino/menina/meninos/meninas, e as flexões (de
pessoas e número, termo e modo) nos verbos (verbal). Ex: canto, cantamos, cantam, cantei.
6 – VOGAIS E CONSOANTES DE LIGAÇÃO: são as que trazem nenhuma informação gramatical ou
modificação de sentido, vêm entre dois morfemas para facilitar a pronúncia. Ex: paulada = pau = radical; l
= consoante de ligação, Ada = sufixo / gasômetro = gás = radical; ô = vogal de ligação; metro = sufixo.
71
ROTEIRO DE ESTUDOS
LÍNGUA PORTUGUESA
E
LITERATURA
CAPÍTULO 2
72
ROMANTISMO: com a Revolução Industrial e a consequente industrialização, formam-se as grandes
massas urbanas. O mercado literário, antes restrito aos salões da aristocracia, amplia-se e diversifica-se,
atendendo aos interesses da nova classe dominante: a burguesia, que passa a ser grande apreciadora dessa
arte literária. Nesse período há: o predomínio da emoção e da sensibilidade, visão individualista
(subjetivismo), culto da natureza, volta à cultura medieval, amor e mulher idealizada sentimental e
subjetivamente, temas cristãos e nacionais, etc.
PORTUGAL: foi introduzido com a publicação do poema Camões, de Almeida Garret. Costuma-se
classificar os autores do Romantismo em três gerações: 1ª geração: (ainda presa ao Neoclassicismo)
Representantes: Almeida Garret (poesia: Camões, Dona Branca; prosa: Viagens na minha terra; teatro:
Frei Luís de Sousa), Alexander Herculano (Eurico, O Presbítero, O Monge de Cister). 2ª geração: (ultra-
romantismo) Representantes: Camilo Castelo Branco (Amor de Salvação, Amor de Perdição, A Doida do
Candal) 3ª geração (fase de transição para o Realismo). Realismo: Júlio Dinis (As pupilas do Senhor
Reitor) e João de Deus (Campo de Flores-poesia).
BRASIL: o marco inicial do Romantismo no Brasil foi com a publicação de Suspiros Poéticos e Saudades,
de Gonçalves Magalhães. A literatura romântica coincide com os movimentos políticos de independência,
com um desejo de construir uma pátria nova, de criar uma literatura nacional. No Brasil, também se costuma
classificar os autores românticos em três gerações.
1ª Geração: nacionalista/indianista –marcada pela exaltação da natureza, volta ao passado histórico,
medievalismo, criação do herói nacional na figura do índio. Principais representantes: Gonçalves Dias
(Canção do Exílio, Se se morresse de amor, Sextilhas de Frei Antão, I-Juca Pirama), Gonçalves
de Magalhães (Suspiros Poéticos e Saudades, A Confederação dos Tamoios).
2ª Geração: Mal-do-século: influenciada pela poesia de Lord Byron e Musset. Impregnada de
egocentrismo, negativismo boêmio, pessimismo, dúvida. Tema preferido: fuga da realidade que se
manifesta na idealização da infância, nas virgens sonhadas e na exaltação da morte. Principais
representantes: Álvares de Azevedo (Noite na Taverna, Lira dos Vinte Anos, Macário), Casimiro
de Abreu (As Primaveras – Meus oito anos), Junqueira Freire (Contradições Poéticas, Inspirações
do Claustro), Fagundes Varela (Diário de Lazaro, Cantos Religioso e Anchieta, elegia: Cântico do
Calvário).
3ª Geração: Condoreira: poesia social e libertária, também chamada de Condoreirismo – esse termo é
consequência do símbolo da liberdade adotado pelos jovens românticos: A condor, águia que habita o alto
da Cordilheira dos Andes. Principais Representantes: Castro Alves (Navio Negreiro, Vozes d’África,
Canção do Africano, Saudação a Palmares, Tragédia do Lar), Sousândrade (Guesa Errante).
PROSA: Joaquim Manuel de Macedo (A Moreninha), Manuel Antônio de Almeida (Memórias de um
Sargento e Milícias), José de Alencar (A Viuvinha, Cinco Minutos, Senhora, O Guarani, Iracema e
outros). TEATRO: Martins Pena (O inglês Maquinista, O Juiz de Paz na Roça), Gonçalves de
Magalhães (O Poeta e a Inquisição, etc.), Joaquim Manuel de Macedo (A Torre em Concurso),
Gonçalves Dias (Leonor de Mendonça) e outros.
REALISMO/NATURALISMO: o progresso da ciência e da indústria, as conquistas sociais e o exagero
da imaginação do Romantismo fizeram com que a literatura se voltasse para a aplicação da razão e da
inteligência. Desdobrou-se em Realismo e Naturalismo na prosa e Parnasianismo, na poesia.
PORTUGAL: inicia-se com Questão Coimbrã. Principais Representantes: Antero de Quental
(Sonetos, Beatrice, etc.), Cesário Verde (A Folha, A Musa em Férias, etc.); PROSA: Eça de
Queirós (O crime do Padre Amaro, O Primo Basílio, Os Maias, A Cidade e as Serras, etc.).
BRASIL: a sociedade agrária, latifundiária, escravocrata e aristocrática passa a ser uma civilização
burguesa e urbana. Com a assinatura da Lei Áurea, o setor econômico sofre uma violenta mudança. A
literatura passa do exagero da imaginação do Romantismo para a aplicação da razão e da inteligência. O
Realismo no Brasil consolidou a literatura nacional e teve início com a publicação de Memórias Póstumas
de Brás Cubas, de Machado de Assis. Principais Representantes:Machado de Assis (Memórias
Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Quincas Borba, Ressurreição, A mão e a luva, etc.),
Raul Pompéia (O Ateneu, Uma tragédia no Amazonas, etc.), Aluísio de Azevedo (O Mulato, O
Cortiço, etc.,) Manuel de Oliveira Paiva (A Afilhada, Contos, etc.) e outros.
PARNASIANISMO: foi um movimento contemporâneo ao Realismo/Naturalismo, só que característico
apenas da poesia. Em Portugal foi de pequena expressão, mas no Brasil teve muitos adeptos. Parnaso é
o nome de uma montanha grega consagrada a Apolo e às musas inspiradoras das artes. O Parnasianismo
zelava pela composição perfeita em verso, procurando não cair em romantismo e sentimentalismo
exagerado. O papel do poeta seria esculpir o poema, criar o “Belo”, sem preocupações de ordem social
ou moral. Defendia a “arte pela arte”. Principais Representantes no Brasil: Olavo Bilac (Poemas
antológicos: Via Láctea, o Caçador de Esmeraldas, Poesias Infantis, Profissão de fé. Prosa:
crônicas e novelas, A Defesa Nacional, etc.). Raimundo Correa (Primeiros Sonhos, Sinfonias,
etc.), Alberto de Oliveira (Canções Românticas, Meridionais, etc.) e outros.
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SIMBOLISMO: com a evolução da ciência, da tecnologia e do capitalismo, o mundo começa a caminhar
cada vez mais em direção dos interesses materiais, mas o homem não consegue realizar-se financeiramente.
Logo, a esperança cede lugar à frustração e esta leva à busca do lado mítico, espiritual do universo
representando o subjetivo, o inconsciente. Nas obras simbolistas, encontramos: linguagem simbólica, jogos
de vogais, musicalidade, usa de aliteração e temas como misticismo, amor, espiritualismo, etc.
PORTUGAL: Principais Representantes: Eugênio de Castro (Oaristos, Horas, Tirésias), Antônio
Nobre (Só, Despedidas, Primeiros Versos), Camilo Pessanha (Clépsidra).
BRASIL: foi à reação contra toda a poesia do Parnasianismo. Teve início com a publicação de dois livros:
Missal (prosa) e Broquéis (poesia), ambos de Cruz e Sousa. Principais Representantes: Cruz e
Sousa (Missal, Broquéis, etc.), Alphonsus de Guimarães (A Catedral (poesia), Setenário das dores
de Nossa Senhora, Câmara Ardente, etc.).
CLASSES DE PALAVRAS
SUBSTANTIVO: é a palavra que usamos para designar seres, coisas, ideias. Pode ser:
- SIMPLES: quando é formado apenas por um radical. Ex.: chuva, flor.
- COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical. Ex.: guarda-chuva, beija-flor.
- PRIMITIVO: quando não se origina de nenhuma outra palavra. Ex.: ferro, livro.
- DERIVADO: quando se origina de outra palavra: Ex.: ferreiro, livraria.
- COMUM: designa qualquer elemento de um conjunto. Ex.: homem, cidade.
- PRÓPRIO: destaca um determinado elemento de um conjunto, particularizando-o. Ex.: João, Brasil.
- CONCRETO: designa seres e coisas do mundo real ou imaginário. Ex: criança, fada.
- ABSTRATO: exprime ações, qualidades ou estados. Ex.: vida, saudade.
- COLETIVO: designa um grupo de seres da mesma espécie. Ex.: bando, enxame.
O substantivo, como palavra variável, é flexionado em gênero (masculino e feminino), número (singular
e plural) e grau (aumentativo e diminutivo).
ARTIGO: é a palavra que se usa antes de um substantivo para dar-lhe um sentido definido ou indefinido.
Os artigos definidos são: o, a, os, as. Ex: Os alunos vão viajar.
Os artigos indefinidos são: um, uma, uns, umas. Ex: Uns alunos vão viajar.
OBS: Qualquer palavra acompanhada pelo artigo assume função de substantivo.
ADJETIVO: é a palavra que modifica o substantivo, atribuindo-lhe uma característica. Ex: Ele é um homem
gentil (homem = substantivo, gentil = adjetivo) / Essa história é engraçada (história=substantivo,
engraçada=adjetivo)
LOCUÇÃO ADJETIVA: algumas expressões formadas de uma preposição e um substantivo podem exercer
a função de adjetivo. Essas expressões recebem o nome de locuções adjetivas. Ex: Campeonato de
estudantes. (locução adjetiva) – Campeonato estudantil (adjetivo) / Dia de chuva (locução adjetiva) – Dia
chuvoso (adjetivo).
ADJETIVO PÁTRIO: é o adjetivo que indica nacionalidade ou lugar de origem. Ex: homem italiano, vinho
francês. O Adjetivo é flexionado em gênero (uniforme e biforme), número (singular e plural) e grau
(comparativo e superlativo).
NUMERAL: é a palavra que quantifica os seres ou que indica a posição que eles podem ocupar numa série.
Os numerais classificam-se em:
CARDINAIS: indicam quantidades determinadas de seres ou quantidades em si mesmas. Ex: Vi três
pessoas na sala/ Dois e Dois são quatro.
ORDINAIS: designam a ordem em que um substantivo se coloca no interior de uma série: Ex: Marcelo é
o segundo aluno da sala.
MULTIPLICATIVOS: referem-se à multiplicação das quantidades. Ex: Você tem o dobro da minha idade.
FRACIONÁRIOS: quando se referem à divisão das quantidades. Ex: Ele tem um terço da minha idade.
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PRONOME: é uma palavra variável que substitui ou acompanha um substantivo, relacionando-o a uma
das três pessoas do discurso. As pessoas do discurso são: 1ª pessoa: indica a pessoa ou as pessoas que
falam: eu (singular), nós (plural). 2ª pessoa: indica a pessoa ou as pessoas com quem se fala: tu
(singular), vós (plural) e 3ª pessoa: indica a pessoa ou as pessoas de quem se fala: ele, ela (singular),
eles, elas (plural).
Obs: Na maior parte do Brasil, o pronome você é usado no lugar do pronome tu. Por isso é considerado
um pronome de segunda pessoa, embora leve o verbo para a terceira pessoa.
Os pronomes classificam-se em:
PESSOAIS: são aqueles que indicam as pessoas gramaticais. Podem ser retos que desempenham a
função de sujeito: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas e oblíquos que desempenham a função de
complemento verbal: me, mim, comigo, te, ti, contigo, se, o(s), a(s), lhe(s), ele(s), ela(s), si, consigo,
nos, nós, conosco, vos, vós, convosco.
TRATAMENTO: são as palavras e expressões com que nos dirigimos a alguém. Esses pronomes servem
também para indicar o grau de formalidade existente em determinadas situações. Os pronomes de
tratamento mais usuais são: Você, vocês, senhor, senhora, vossa senhoria, etc.
POSSESSIVOS: são aqueles que expressam ideia de posse. São: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s),
seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s).
DEMONSTRATIVOS: são aqueles que indicam a posição dos seres no tempo e no espaço, relacionando-
os com as três pessoas do discurso. São: este (s), esta (s), isto (referem-se ao ser que está próximo à
pessoa que fala); esse(s), essa(s), isso (referem-se ao ser que de que se fala).
INDEFINIDOS: são os pronomes que se referem à terceira pessoa do discurso de modo vago,
indeterminado. Ex: Alguém bateu na porta. Podem ser variáveis: algum, bastante, certo, muito,
nenhum, outro, pouco, qualquer, tanto, todo, um, vários e invariáveis: algo, alguém, cada, nada,
ninguém, outrem, tudo, quem.
INTERROGATIVOS: os pronomes indefinidos que, quem, qual, quais, quanto, quanta, quantos, quantas
são pronomes interrogativos quando introduzem frases interrogativas. Ex: Quantos anos você tem?
RELATIVOS: são os pronomes que substituem um termo expresso em oração anterior. Ex: Esse é o aluno
que passou em primeiro lugar (que substitui a palavra aluno). Podem ser variáveis: o qual, a qual, os
quais, as quais, cujo (s), cuja (s), quanto(s), quanta(s) e invariáveis: que, quem, onde.
ADVÉRBIO: é uma palavra invariável que modifica um verbo, um adjetivo ou mesmo outro advérbio.
Classificação: os advérbios podem ser: de afirmação: sim, realmente, certamente, deveras, etc./ de
dúvida: talvez, porventura, acaso, quiçá, etc./ de intensidade: bastante, bem, demais, mais, menos,
meio, muito, quase, tão, etc./ de lugar: abaixo, acima, adiante, além, ali, aqui, atrás, perto, longe, etc.
/de modo: assim, bem, devagar, depressa, mal, pior, melhor, rapidamente, etc./ de negação: não / de
tempo: agora,ainda, amanhã, cedo, tarde, nunca, jamais, depois, antes etc.
LOCUÇÃO ADVERBIAL: quando há duas ou mais palavras que exercem função de advérbio. Ex.: de
lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, etc./ de afirmação: por certo, sem dúvida, etc./ de
modo: às pressas, de cor, em geral, etc. /de negação: de jeito nenhum, de modo algum, etc. /de tempo:
à noite, de dia, de vez em quando, etc.
VERBO: é a palavra variável que exprime ação, estado ou fenômeno da natureza. Ex: Correr (ação), Ele
está feliz (estado). Anoitecer (fenômeno da natureza).
MODO VERBAL: dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de uma
ideia. São: indicativo: expressa uma certeza. Ex.: Ele ficou doente/ subjuntivo: expressa uma
possibilidade ou desejo. Ex.: Espero que ele não fique doente./ imperativo: expressa ordem, advertência
ou pedido. Ex.: Não saia desta sala!
TEMPO VERBAL: tomando-se por base o momento em que se fala, o fato expresso pelo verbo pode
ocorrer no presente. Ex.: Ele é o chefe da seção. / passado ou pretérito: Ele foi o chefe da seção./
futuro: Ex.: Ele será o chefe da seção.
CONJUGAÇÕES: a vogal temática indica a conjugação a que pertence o verbo: 1ª conjugação: Ex.:
falar/ 2ª conjugação: Ex.: vender, 3ª conjugação: Ex.: partir.
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CLASSIFICAÇÃO: podem ser regulares: são aqueles que apresentam as desinências normais de sua
conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical. Ex.: canto – cantei – cantará – cantasse.
/irregulares: são aqueles que apresentam alterações no radical ou nas desinências. Ex.: faço – fiz –
farei – fizesse/ defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Ex.: os verbos polir,
falir, chover, trovejar, etc./ abundantes: são os que apresentam mais de uma forma com o mesmo
valor, geralmente no particípio. Ex.: matado – morto – enxugado – enxuto/ anômalos: incluem mais
de um radical em sua conjugação. Ex.: verbo ir: vou – irei –fui. Verbo ser: sou – era – fomos.
FORMAIS NOMINAIS, são: infinitivo - Exprime a significação do verbo de modo vago, podendo ter
valor de substantivo (pode ser pessoal ou impessoal). Ex.: Viver é lutar – gerúndio: pode funcionar como
adjetivo ou advérbio e é formado com a desinência-ndo. Ex: Voltando da escola, encontrei alguns amigos./
Vi uma criança vendendo doces./ particípio: é empregado na formação dos tempos compostos e também
expressa o resultado de uma ação terminada, formando-se com a desinência – ado e – ida e flexionando-
se como um adjetivo. Ex.: terminado, saído. Ex.: Terminadas as provas, todos se retiraram.
VOZES: indica se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. São: ativa: quando é agente, isto é,
pratica ação expressa pelo verbo. Ex.: Mariana escreve uma carta (Mariana = sujeito agente, escreve =
ação, carta = objeto = paciente) / passiva: quando o sujeito é paciente, recebe a ação expressa pelo verbo.
Ex.: A carta foi escrita por Maria (a carta - sujeito paciente; foi escrito = ação; por Mariana = agente da
passiva/ reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação.
Ex.: Mariana se feriu com a faca.
INTERJEIÇÃO: é a palavra invariável que exprime emoções ou sensações. Classificação: a seguir, damos
algumas interjeições e os sentidos que elas expressam: advertência: Cuidado! Devagar! Atenção! Calma!
Olha! Alerta! Alegria ou satisfação: Oh! Ah! Oba! Viva!/ animação ou estímulo: Vamos! Força! Coragem!
Ânimo! Firme! /aplausos ou aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Boa! / repulsa ou desaprovação: credo!
Fora! Abaixo! Basta! Ora! / desculpa: Perdão! Etc.
LOCUÇÃO INTERJEITIVA: quando há duas ou mais palavras que foram uma expressão equivalente a uma
interjeição. Ex: Valha-me Deus! Graças a Deus! Não Diga! Etc.
PREPOSIÇÃO: é a palavra que liga dois termos da oração, estabelecendo uma relação. Podem ser
essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre,
trás e acidentais: (palavras que embora pertençam a outras classes e exercem eventualmente a função
de preposição); durante, mediante, conforme, segundo, exceto, etc.
LOCUÇÃO PREPOSITIVA: é o conjunto de duas ou mais palavras com função de preposição.
Exemplo: Moro longe de você. São: abaixo de, além de, fora de, diante de, por trás de, acerca de, acima
de, perto de, etc.
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CRASE: é a contração da preposição a com o artigo definido a ou as. Essa contração vem sempre marcada
pelo acento grave (`). Ex.: Vou à cidade de Santos. = a (artigo) + a (preposição). Ocorre também a crase
quando a preposição a é seguida dos pronomes demonstrativos aquele (s), aquela (s), aquilo, a , as.
Ex.: Vamos àquela discoteca = a + aquela.
USA-SE CRASE: 1- Nas expressões que indicam horas. Ex.: Chegarei às dez horas.
2- Nas locuções conjuntivas e adverbiais formadas de substantivos, tais como: à medida que, às
vezes, às pressas, etc. Ex.: Ele fez o trabalho às pressas.
3-Na expressão à moda de, ainda que a palavra moda esteja subentendida. Ex.: Ele escreve à
Machado de Assis.
NUNCA USA-SE CRASE:
1- Antes de substantivo masculino. Ex.: Vou a pé para o colégio.
2- Antes de verbo. Ex.: Ele começou a trabalhar ontem.
3- Antes de expressões formadas de palavras repetidas. Ex.: Tome o remédio gota a gota.
Obs.: 1) com referência às palavras casa (no sentido de próprio lar) e terra (no sentido de terra
firme, em oposição ao mar):
a) O a não deve ser craseado quando essas palavras estiverem sozinhas na frase. Ex.: Voltei tarde
a casa. / Os marinheiros desceram a terra.
b) O a deve ser craseado se essas palavras vierem modificadas por outras. Ex.: Voltei à casa de
meus pais. / Voltaremos à terra amada.
2) Caso facultativo: antes de pronomes possessivos femininos e antes de nomes próprios
femininos o uso do artigo é facultativo. Logo, se houver preposição antes das palavras, a crase
ocorrerá também facultativamente, dependendo da presença ou não do artigo. Ex.: Desejo
felicidades a (à) sua irmã. /
3) Com referência a lugares, podemos usar uma regra prática para sabe se o a deve ser craseado.
Ex.: Vou à praia. – Vou a Recife. / Venho da praia. – Venho de Recife. / Estou na praia. – Estou
em Recife.
Quando, ao trocar o verbo por outro que pede a preposição de ou em, o a se transforma em da
ou na, então ele deverá ser craseado. Mas se ele se transformar em de ou em, então não deverá
ser craseado. Ex.: Fui à Itália. – Fui a Salvador / Venho da Itália. – Venho de Salvador. / Estou
na Itália. – Estou em Salvador.
Atenção: se o nome da cidade for modificado por um adjetivo feminino, o a deverá ser craseado.
Ex.: Fui à bela Salvador.
CONJUNÇÃO: é a palavra ou locução invariável que liga orações ou termos de uma oração com a mesma
função sintática. As conjunções dividem-se em:
- aditivas: expressa ideia de acréscimo, adição: e, nem, não só... mas também, não só... como também,
não só... Mas ainda, etc. Ex.: Ele não só dirigiu a pesquisa como também escreveu o relatório final.
- adversativas: expressam ideia de oposição, adversidade: mas, porém, todavia, contudo, entretanto,
no entanto, etc. Ex.: Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.
- conclusivas: expressam ideia de conclusão: portanto, logo, pois, por isso, etc. Ex.: Ele fez um bom
trabalho, portanto deve receber um bom pagamento.
- explicativas: expressam ideias de explicação, justificativa: pois, que, porque, etc. Ex.: Venha para
dentro, pois está começando a chover.
SUBORDINATIVAS: são aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas dependente da outra. A oração
dependente, introduzida pela conjunção subordinativa recebe o nome de oração subordinada. Elas podem
ser integrantes (que, se) e adverbiais que expressam circunstâncias com relação à oração principal.
São:- causais: introduzem uma oração que é a causada na ocorrência da principal: porque, que, como =
porque, pois que, etc. Ex.: Vou ajudá-lo porque sou seu irmão.
- concessivas: expressam ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização:
embora, ainda, apesar de que, por mais que, etc. Ex.: Fomos visitá-lo, embora fosse tarde.
- condicionais: indicam a hipótese ou a condição para a ocorrência principal: se, contanto que, salvo se,
desde que, etc. Ex.: Se precisar de ajuda, chame sua mãe.
- conformativas: exprimem semelhança, conformidade de um fato com outro: conforme, segundo,
consoante, etc. Ex.: O trabalho foi feito conforme planejamos.
- finais: expressam a finalidade ou objetivo com que se realiza a principal: para que, afim de que, etc.
Ex.: Fiquem quietos para que possamos estudar.
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- proporcionais: expressam um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência da principal: à medida,
à proporção que, ao passo que, etc. Ex.: O meio ambiente à medida que o progresso avança.
- temporais: acrescentam uma circunstância de tempo ou fato expresso na principal: quando, enquanto,
assim que, logo que, etc. Ex.: A festa ficou animada quando ele chegou.
- comparativos: expressam ideia de comparação com referência à oração principal: como, assim como,
(do) que, tal como, etc. Ex.: Ele escreve melhor (do) que seus colegas.
- consecutivas: expressam a consequência da principal: de sorte que, de modo que, de forma que, (tão)
que, etc. Ex.: A dor era tão forte que ela desmaiou.
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ROTEIRO DE ESTUDOS
LÍNGUA PORTUGUESA
E
LITERATURA
CAPÍTULO 3
79
PRÉ-MODERNISMO: inicia-se com as obras Os Sertões de Euclides da Cunha e Canaã de Graça
Aranha e se estende até a Semana da Arte Moderna, em 1922. Foi uma fase que iniciou a análise crítica
da realidade brasileira. Os autores escreviam para despertar nos leitos a consciência dos sérios problemas
da sociedade. Apesar das várias tendências e estilos literários, encontramos pontos comuns nas obras, tais
como: ruptura com o passado (linguagem chocante), inconformismo diante da realidade brasileira,
interesse pelo costume do interior (regionalismo), tipos humanos marginalizados, etc. As obras de cunho
urbano e social são representadas por Lima Barreto (Recordações do Escrivão Isaías Caminha,
Triste fim de Policarpo Quaresma, Clara dos Anjos) e Graça Aranha (Canaã, A Viagem
Maravilhosa), etc. As obras de cunho rural e regional são representadas por Euclides da Cunha
(Os Sertões, Peru versus Bolívia, etc.), Monteiro Lobato (Urupês, Cidades Mortas, Negrinha;
literatura infantil: O Sítio do pica-pau-amarelo) e outros. As obras de cunho indefinido
(escondem a verdadeira realidade brasileiro) são representadas por Coelho Neto, Afrânio
Peixoto, João do Rio; na poesia: Augustos dos Anjos (Versos Íntimos, O Morcego) e outros.
MODERNISMO: com o desenvolvimento científico e tecnológico das primeiras décadas do século XX, criou-
se agitações sociais e políticas desenvolvendo profundas transformações no campo artístico. A arte
moderna provém dos movimentos europeus: Futurismo, Cubismo, Dadaísmo, Surrealismo.
PORTUGAL: 1ª FASE: - Principais representantes: Fernando Pessoa (foi um dos maiores poetas
portugueses, criando heterônimos, ou seja, escreveu vários nomes, cada um representando uma
pessoa com pensamentos e sentimentos próprios. Os mais famosos são: Ricardo Reis, Alberto
Caeiro e Álvaro de Campos); Mário de Sá-Carneiro (Dispersão, A Confissão de Lúcio, etc.),
Florbela Espanca, Almada Negreiros e outros. 2ª FASE: José Régio (Poemas de Deus e do Diabo,
etc.), Miguel Torga, Adolfo Casais Monteiro e outros. 3ª FASE: Alves Redol, Fernando Namora,
Vergílio Ferreira (Aparição) e outros.
BRASIL: 1ª FASE: (1922 – 1930) – apesar dos escritores reconhecerem a necessidade de uma renovação
na literatura, alguns não aceitavam a nova revolução estética, mas, aos poucos, formaram-se grupos, que
ainda sem consciência clara e definida do que desejavam, sentiam que deviam abandonar os velhos
modelos e buscar novas formas de expressão. Surgiram várias manifestações no intuito de renovação até
que fosse realizada a SEMANA DE ARTE MODERNA, no Teatro Municipal de São Paulo, nos dias 13, 15,
e 17 de fevereiro de 1922, com recitais, conferências, músicas e exposições. No campo da literatura,
destacamos: Oswald de Andrade, Mário de Andrade; Na pintura: Anita Malfatti, Tarsila do Amaral
e Di Cavalcanti; na música: Villa-Lobos; na escultura: Victor Brecheret e na arquitetura: Antônio
Moya. O modernismo desenvolveu-se com uma série de movimentos: 1 – Movimento Pau-Brasil (1924)
– Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Antônio de Alcântara Machado, Raul Bopp e outros.
Principais Representantes da 1ª Fase: Manuel Bandeira (poesia: Cinza das horas, Carnaval,
Libertinagem, etc.; prosa: Crônicas da Província do Brasil, Itinerário de Pasárgada, etc), Mário
de Andrade (poesia. Macunaíma, etc.), Oswald de Andrade (prosa: Memórias Sentimentais de
João Miramar, A Escada Vermelha, etc., poesia: Manifesto – Pau-Brasil, etc., teatro: O Rei da
Vela), Menotti del Picchia (poesia: Juca Mulato, Chuva de Pedras, etc.; romance: O Homem e A
Morte, A Tormenta, Salomé, etc.), Cassiano (conto: Brás, Bexiga e Barra Funda, Laranja da
China, etc.).
2ª FASE: (1930 - 1945) – nesta fase, os assuntos abordados, além dos nacionais, políticos e sociais, são
ampliados para os religiosos, filosóficos e existenciais. Os temas regionalistas são explorados, mostrando
a situação do homem que vive fora dos grandes centros, no sertão. Principais Representantes: poesia:
Carlos Drummond de Andrade (alguma Poesia, Brejo das Almas, Lição de Coisas, etc.), Murilo
Mendes (Poemas, Essa Negra Fulô, etc.), Cecília Meireles (Espectros, Viagem, Vaga Música,
Romanceiro da Inconfidência, etc.). Augusto F. Schimidt (Cantos do Liberto, Navio Perdido,
Estrela Solitária, etc.), Vinicius de Moraes (Novos Poemas, Poemas, Sonetos e Baladas; crônicas:
Para Viver um Grande Amor, etc.); prosa: José Américo de Almeida (A Bagaceira), José Lins do
Rego (Menino de Engenho, Usina, Riacho Doce, Fogo Morto, etc.), Rachel de Queiroz (O Quinze,
Caminho de Pedras e outros), Graciliano Ramos (Caetés, São Bernardo, Angústia, Vidas Secas,
Memórias do Cárcere, etc.), Érico Veríssimo (Clarissa, Olhai os Lírios do Campo, Saga, O Tempo
e o Vento, Incidente em Antares, etc.), Jorge Amado (Mar Morto, Capitães da Areia, Terra do
sem-fim, Gabriela Cravo e Canela, Dona Flor e seus dois Maridos, Tieta do Agreste).
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3ª FASE: (período posterior a 1945 = arte contemporânea) – aprofunda-se na análise psicológica e
existencial do ser humano. Principais representantes: prosa: José Guimarães Rosa (Sagarana,
Grande Sertão: Veredas, Corpo de Baile, etc.); Clarice Lispector (romance: Perto do Coração
Selvagem, A Hora da Estrela; conto: Laços de Família, Felicidade, etc.), José Candido de
Carvalho (O Coronel e o Lobisomem, conto: Manequinho e o Anjo da Procissão, etc.), Dalton
Trevisan (Crimes de Paixão, Cemitério de Elefantes, O Rei da Terra, etc.), Lygia Fagundes Telles
(Ciranda de Pedra, Antes do Baile Verde, As horas Nuas, etc.), Rubem Fonseca, João Antonio,
Antônio Callado, Ignácio de Loyola Brandão, Luiz Vilela, e outros; poesia: João Cabral de Melo
Neto (Agrestes, Pedra do Sono, Morte e Vida Severina, etc.), J.J. Veiga (Os Cavalinhos de
Platiplanto, De Jogos e Festas, A Máquina Extraviada, etc.) e outros.
- CONCRESTISMO: (poesia concreta) inovação a partir de 1956. Principais Representantes:
Haroldo de Andrade, Augusto de Campos, Décio Pignatari, José Lino Grünewald, Ronaldo
Azeredo, José Paulo Paes.
- POESIA PRÁXIS: PrincipaisRepresentantes: Mário Chamie.
- TEATRO: Principais Representantes: Nélson Rodrigues, Dias Gomes, Jorge Andrade, Plínio
Marcos, Gianfrancesco Guarnieri, Ferreira Gullar, Chico Buarque de Holanda e outros.
- TENDÊNCIAS MODERNAS: CRÔNICAS: Rubem Braga, Fernando Sabino, Otto Lara Resende,
Paulo Mendes Campos, Stanislaw Ponte Preta, Lourenço Diaféria, Luís Fernando Veríssimo,
Millôr Fernandes e outros.
SINTAXE
FRASE: é um enunciado de sentido completo com uma ou várias palavras. Ex: Anoiteceu.
ORAÇÃO: é a frase construída em torno de um verbo ou de uma locução verbal. Ex: Fomos ao cinema
ontem.
PERÍODO: é a frase organizada em orações. Pode ser simples quando é formado por uma só oração.
(Ex: Os alunos saíram) e composto quando é formado por mais de uma oração (ex: Os alunos saíram
quando deu o sinal).
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO: são: sujeito (é o elemento a respeito do qual se declara alguma
coisa) e predicado (é aquilo que se declara do sujeito).
TIPOS DE SUJEITO: simples (quando apresenta um só núcleo). Ex.: O dia está quente/composto
(quando apresenta mais de um núcleo) Ex.: Eu e meu irmão vamos dar uma festa (Núcleos: eu/irmão)
/ oculto (quando pode ser identificado, mas não está explicitamente representado na oração) Ex.:
Estivemos na fazenda. (sujeito: nós, identificável pela desinência verbal) /indeterminado: (quando não
há nenhuma referência a quem praticou a ação indicada pelo verbo, o sujeito existe, mas não pode ser
identificado). Ex.: Roubaram meu carro! (Verbo na 3ª pessoa do plural); Precisa-se de um ajudante (verbo
na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pronome se); oração sem sujeito (quando não podemos
relacionar o predicado a nenhum sujeito). Ex.: Havia vários livros sobre a mesa (o verbo haver é
empregado com o sentido de existir) / Trovejou muito ontem (verbo que indica fenômeno meteorológico).
TIPOS DE PREDICADO: predicado verbal: tem como núcleo um verbo transitivo ou intransitivo. Ex.:
Os viajantes partiram; (partiram = verbo intransitivo) / O menino ganhou um presente (ganhou = verbo
transitivo direto; presente = objeto direto) / Eu preciso de sua ajuda (preciso = verbo transitivo indireto;
de sua ajuda = objeto indireto) / Ela entregou os documentos ao diretor (entregou = verbo transitivo
direto e indireto; os documentos = objeto direto; ao diretor = objeto indireto) predicado nominal: tem
como núcleo um nome, que indica estado ou característica do sujeito. É formado por um verbo de ligação
e um predicativo do sujeito. Ex.: O menino ficou feliz (ficou = verbo de ligação; feliz = predicativo do
sujeito) / predicado verbo-nominal: tem dois núcleos: um verbal e um nominal. Ex.: A enchente deixou
a população apavorada (deixou = verbo transitivo direto. A população = objeto direto; apavorada =
predicativo do objeto) / Todos nós observamos emocionados aquela cena (observamos = verbo transitivo
direto; emocionados = predicativo do sujeito; aquela cena = objeto direto) / Renata viajou contente (viajou
= verbo intransitivo; contente = predicativo do sujeito).
OBS: verbo transitivo é o verbo que exige outro termo para que seu sentido seja completo. / Verbo
transitivo indireto: se o termo que completa o sentido do verbo vier regido de preposição, dizemos que
o verbo é transitivo indireto e seu complemento, objeto indireto. Ex.: ele gosta de doces (gosta =
verbo transitivo indireto. De doces = objeto indireto). / verbo transitivo direto: se o termo que completa
o sentido do verbo não vier regido de preposição, dizemos que o verbo é transitivo direto e seu
complemento, objeto direto. Ex.: O professor corrigiu as provas (corrigiu = verbo transitivo direto, as
provas = objeto direto/ verbo transitivo direto e indireto: pode ocorrer que um verbo venha seguido
de dois complementos: um preposicionado (objeto indireto) e outro não preposicionado (objeto
direto). Nesse caso, dizemos que o verbo é transitivo direto e indireto. Ex.: O mensageiro entregou a
carta ao capitão (entregou = verbo transitivo direto e indireto; a carta = objeto direto, ao capitão = objeto
indireto).
81
Verbo intransitivo: é o verbo que não necessita de nenhum complemento, pois tem sentido completo.
Encerra em si mesmo a ideia básica do predicado. Ex.: Os convidados chegaram (chegaram = verbo
intransitivo). / Verbo de ligação: é o verbo que não expressa ideia de ação. Indica estado ou condição
do sujeito. Serve apenas como elemento de ligação entre o sujeito e um termo que o modifica, chamado
predicativo do sujeito. Ex.: O dia está frio (está = verbo de ligação; frio = predicativo do sujeito),
temos também o predicativo do objeto que é um termo que atribui características ao objeto, sempre
por intermédio de um verbo transitivo. Ex.: A notícia deixou o homem preocupado (deixou = verbo
transitivo direto; o homem = objeto direto; preocupado = predicativo do objeto).
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO: os termos integrantes completam o sentido de adjetivos,
substantivos, verbos e advérbios, etc. São:
1 – Complementos verbais: objeto direto: é o complemento verbal que não vem introduzido por uma
preposição. Ex.: Os alunos terminaram o trabalho, e o objeto indireto: é o complemento verbal que
vem introduzido por uma preposição. Ex.: Raul precisa de ajuda. OBS: os pronomes oblíquos o, a, os,
as e as variantes (lo, la, los, lãs, no, na, nos, nas) são sempre objeto direto; os pronomes oblíquos lhe,
lhes são sempre objeto indireto, em alguns casos, o objeto direto pode vir acompanhado de uma
preposição. Ex.: Adoremos a Deus / O professor elogiou a todos.
2 – Complemento nominal: é o termo que especifica ou completa o sentido de um substantivo,
adjetivo ou advérbio vem sempre introduzido por uma preposição. Ex.: Ele tem inveja do colega.
3 – Agente da passiva: é o termo que indica quem praticou a ação expressa pelo verbo quando este
se apresenta na voz passiva. Ex.: O trabalho foi feito pela classe. Passando-se a oração da voz passiva
para a voz ativa, o agente da passiva passa a ter função de sujeito. Ex.: A classe fez o trabalho.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO: são os termos dispensáveis à compreensão básica da oração.
Sua função é dar algumas informações sobre os substantivos e os verbos. São:
ADJUNTO ADNOMINAL: é o termo que modifica os substantivos, qualquer que seja a função que ele
exerça na oração. Ex.: Esse aluno fez uma boa redação. Os adjuntos adnominais podem ser
representados por: Adjetivos: Vimos um belo filme. / Locuções Adjetivas: Saímos num dia de sol.
Artigos: Os alunos fizeram uma redação. / Numerais: chegaram duas pessoas. / Pronomes
Adjetivos: Você leu esse livro?
ADJUNTO ADVERBIAL: é o termo da oração que se refere ao predicado, indicando diferentes
circunstâncias (modo, tempo, lugar, intensidade, etc.) Ex.: Vamos à festa (lugar) / Partiremos hoje à
noite (tempo) /Desmaiou de fome (causa).
APOSTO: é um termo da oração que explica ou esclarece outro termo da oração, não importando a função
sintática que este termo exerça. Ex.: Essa obra foi escrita por Castro Alves, poeta brasileiro (poeta
brasileiro = aposto).
VOCATIVO: é um termo de natureza exclamativa que tem como função invocar ou chamar alguém ou
alguma coisa personificada. O vocativo é sempre separado por vírgulas e vem acompanhado de
interjeição. Ex.: Tenho certeza, amigos, que tudo isso vai acabar bem (amigos = vocativo) / Ei, menino
venha cá (ei, menino = vocativo). O vocativo não tem relação com nenhum outro termo da oração, por
isso sua classificação é à parte.
PERÍODO SIMPLES: quando possui apenas uma oração (oração absoluta). Ex.: O menino entrou na
sala.
PERÍODO COMPOSTO: quando possui mais de uma oração. Ex.: O menino entrou na sala e pegou um
disco. (O menino entrou na sala = 1ª oração; e pegou um disco = 2ª oração). O período composto pode
ser por coordenação, subordinação e misto.
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO – ORAÇÕESCOORDENADAS: são orações que não
mantêm entre si nenhuma dependência sintática, elas são independentes. Podem ser: assindéticas:
quando não são introduzidas por uma conjunção. Ex.: Durante o jogo, os torcedores gritaram, sofreram,
vibraram (durante o jogo, os torcedores gritaram = oração 1; sofreram = oração 2; vibraram = oração
3. Sindéticas: quando são introduzidas por uma conjunção e são classificadas de acordo com o sentido
expresso por ela. Podem ser: oração coordenada sindética aditiva: é introduzida por uma conjunção
aditiva. Ex.: Saí da escola e fui à lanchonete. / oração coordenada sindética adversativa: é
introduzida por uma conjunção adversativa. Ex.: Estudei bastante, mas não passei no teste.
82
Oração coordenada sindética conclusiva: é introduzida por uma conjunção conclusiva. Ex.: Ele me
ajudou muito, portanto merece minha gratidão. / Oração coordenada sindética alternativa: é
introduzida por uma conjunção alternativa. Ex.: Seja mais educado ou retire-se da sala! / Oração
coordenada sindética explicativa: é introduzia por uma conjunção explicativa. Ex.: Vamos andar
depressa que estamos atrasados.
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO – ORAÇÕES SUBORDINADAS: são orações que
mantêm entre si certa relação sintática. Podem ser:
Orações subordinadas adverbiais: são aquelas que exercem sempre a função de adjunto adverbial,
da oração principal. Elas são introduzidas pelas conjunções subordinativas adverbiais, portanto, pode ser:
oração subordinada adverbial causal: expressa causa. Ex.: Não fui à escola porque fiquei doente /
oração subordinada adverbial condicional: expressa hipótese ou condição. Ex.: Irei à sua casa se
não chover / oração subordinada adverbial concessiva: expressa ideia contrária. Ex.: Ela saiu à
noite, embora estivesse doente. / Oração subordinada adverbial conformativa: expressa
conformidade. Ex.: O trabalho foi feito conforme havíamos combinado. / Oração subordinada
adverbial temporal: acrescenta uma circunstância de tempo. Ex.: Ele saiu da sala assim que eu
cheguei. / Oração subordinada adverbial final: expressa finalidade ou objetivo. Ex.: Abri a porta do
salão para que todos pudessem entrar / oração subordinada adverbial consecutiva: expressa
consequência. Ex.: A chuva foi tão forte que inundou a cidade. / Oração subordinada adverbial
comparativa: expressa ideia de comparação. Ex.: Ela é bonita como a mãe. / Oração subordinada
adverbial proporcional: expressa uma ideia que se relaciona proporcionalmente ao que foi anunciada
na oração principal. Ex.: Quanto mais reclamava, menos atenção recebia.
Orações subordinadas substantivas: são aquelas que num período, exercem funções sintáticas
próprias de substantivos e são introduzidas por uma conjunção integrante (que e se) ou ainda, por outros
conectivos, tais como: Quando, como, etc. Podem ser: oração subordinada substantiva objetiva
direta: quando exerce função de objeto direto. Ex.: O grupo quer que você ajude. / Oração
subordinada substantiva objetiva indireta: quando exerce a função de objeto indireto. Ex.: Necessito
de que você me ajude. / Oração subordinada substantiva subjetiva: quando exerce a função de
sujeito do verbo da oração principal. Ex.: É importante que você colabore. / Oração subordinada
substantiva completiva nominal: quando exerce a função de complemento nominal. Ex.: Estou
convencido de que ele é inocente / Oração subordinada substantiva predicativa: quando exerce a
função de predicativo do sujeito. Ex.: O importante é que você seja feliz. / Oração subordinada
adjetiva restritiva: quando restringe ou especifica o sentido da palavra a que se refere. Ex.: O público
aplaudiu o cantor que ganhou em primeiro lugar / oração subordinada adjetiva explicativa:
acrescenta uma qualidade à palavra a que se refere, esclarecendo um pouco mais seu sentido, sem
restringi-lo ou especificá-lo. Ex.: Esse escritor, que mora na Bahia, lançou um novo livro.
CONCORDÂNCIA VERBAL: o verbo concorda com o sujeito em pessoa e número. Ex.: Ela ficou na escola
(ela 3ª pessoa do singular); ficou (3ª pessoa do singular). Este conteúdo apresenta várias observações.
A seguir citaremos apenas algumas:
- Um grupo entrou no salão. (sujeito = substantivo coletivo, o verbo vai para o singular).
- Esses são os amigos que nos visitaram. (Sujeito = relativo que, o verbo concordará com o antecedente
= amigos).
- Ele é um dos que venceram o concurso. (Se o pronome relativo vier antecedido pela expressão um dos
+ substantivo, o verbo geralmente irá para terceira pessoa do plural).
- Mais de um aluno protestou contra a punição. (Sujeito = expressão mais de um + substantivo, o verbo
ficará no singular).
- A escuridão e o silêncio da caverna assustaram-me. (Sujeito composto antes do verbo, este vai para o
plural).
- Assustou-me a escuridão e o silêncio da caverna. (Sujeito composto depois do verbo, este pode concordar
com o núcleo mais próximo).
- Aflição, dor, tristeza, nada o fazia desistir do projeto. (Se os núcleos do sujeito forem resumidos por um
pronome indefinido tudo, nada, ninguém, etc. o verbo vai para o singular).
- Três horas é muito para se fazer este trabalho. (O verbo ser vai para o plural quando o sujeito é constituído
de uma expressão numérica em que se realça a ideia de conjunto).
- A maioria dos alunos era jovem. (O verbo ser concorda com o predicativo quando o sujeito é constituído
de uma expressão de sentido coletivo).
83
- São três horas da tarde. (O verbo ser concorda com o predicativo em orações impessoais, indicando
distância ou tempo.)
- Há vários livros na mesa. (O verbo haver permanece na 3ª pessoa do singular quando é impessoal, ou seja,
quando não tem sujeitado. Isso ocorre quando significa “existir” ou é empregado em sentido temporal).
- Existem alunos estrangeiros nessa escola. (Flexiona-se normalmente o verbo existir, concordando sempre
com o sujeito).
- Faz dois anos que ele foi embora. (O verbo fazer quando empregado em sentido temporal ou se refere a
fenômenos atmosféricos, é sempre impessoal, ficando na 3ª pessoa do singular.
CONCORDÂNCIA NOMINAL: o artigo, o numeral, o adjetivo e o pronome adjetivo concordam sempre em
gênero (masculino/feminino) e número (singular/plural) com o substantivo a que se referem. Ex.: Essas duas
alunas fizeram um bom trabalho. Há, porém, algumas construções que pode causar dúvidas, tais, como:
- Ele bebeu meio copo de café e comeu meia fatia de pão. / Recebi bastantes projetos ontem. (Quando se
referem a substantivo, meio e bastante são adjetivos, admitindo, portanto, flexão).
- A menina parecia meio aborrecida. / Eles falaram bastante na reunião. (Meio e bastante quando forem
empregadas como advérbio, referindo-se, portanto a um verbo, adjetivo ou outro advérbio, essas palavras
permanecem invariáveis).
- Os vigilantes estão sempre em alerta. / Recebi menos encomendas do que você. (As palavras alerta e menos
são advérbios, portanto, não variam).
- Anexos à carta, vão os convites. / Muito obrigada, disse a menina. / Elas mesmas prepararam essa bonita
festa. / Na pasta, inclusas, vão as listas das notas. / Eles próprios entregaram o documento ao juiz (as palavras:
anexo, obrigado, incluso, mesmo, próprio, exerce função adjetiva, portanto concordam com o substantivo a
que se referem).
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL: regência é a relação de subordinação que se estabelece entre um verbo
ou um nome e seus complementos. O tempo que pede complemento é chamado de termo regente e o
complemento é chamado de termo regido. Quando o termo regente é um verbo, temos um caso de
regência verbal. Ex.: Ele gosta de sorvete. (gosta = termo regente; de = preposição ;sorvete = termo
regido). E quando o termo reagente é um nome (substantivo,adjetivo ou advérbio), temos um caso de
regência nominal. Ex.: Ele é fanático por futebol (fanático = termo regente, por = preposição, futebol =
termo regido). Os termos regidos podem vir ligados aos termos regentes por meio de preposições ou
diretamente, sem preposição. É importante saber que a mudança de regência pode alterar o sentido da
frase. Ex.: Ele aspirou perfume (aspirou = inspirou, cheirou) / Ele aspirou ao cargo de chefe (aspirou=
desejou, pretendeu). Abaixo, apresentamos alguns casos:
REGÊNCIA VERBAL
- Aspire o ar da manhã. / Ele aspira ao sucesso. (O verbo aspirar não exige preposição quando significa sorver,
cheirar e exige preposição quando significa “desejar, pretender”).
- Assistimos a um belo espetáculo. / O médico assiste o ferido. (O verbo assistir exige a proposição a quando
significa “ver, presenciar” e não exige preposição quando significa “socorrer”).
- Ele visou o passaporte; / Ele visava ao posto de capitão. (O verbo visar exige a preposição a quando significa
“ter em vista”, “desejar” e não exige a preposição quando significa “gostar”, “ter afeto”).
- Quero uma cópia desse documento. / Quero a esta criança como se fosse minha filha. (O verbo querer não
exige preposição quando significa “desejar” e exige a preposição quando significa “gostar”, “ter afeto”).
REGÊNCIA NOMINAL: abaixo, alguns substantivos e adjetivos com suas regências mais usuais:
Acostumado (a, com); aflito (com, por), alheio (a, de), amor (a, para com, por), ansioso (de, para, por),
antipatia (a, com, contra, por), atenção (a, com, para, para com, sobre), capaz (de), comum (a, entre),
confiança (com, em), conforme (a, com), contente (com, em, de, por), preferência (por, sobre), próximo (a,
de), relacionado (com), etc.
Ex.: Não estou acostumado a levantar tão cedo. / Será que ele é capaz de tal sacrifício?
84
COLOCAÇÃO PRONOMINAL: quanto à posição, os pronomes átonos podem vir antes do verbo =
próclise. (Ex.: Não me esconderei); depois do verbo = ênclise (Ex.: Escondi-me) e no meio do verbo
= mesóclise. (Ex.: Esconder-me-ei). Usa-se a próclise:
a) quando antes do verbo houver palavras de sentido negativo, como nunca, jamais, não, nada,
ninguém, etc. Ex.: Ninguém me deu essa informação. / b) quando não houver advérbios. Ex.: Nunca te
vi, sempre te amei. / c) quando antes do verbo houver pronome relativos. Ex.: Há filmes que nos comovem
bastante. d) quando antes do verbo houver conjunção subordinativa. Ex: Espero que me ajudes; e) em
frases exclamativas ou que expressem desejo. Ex.: Que Deus o proteja, meu filho! / f) em frases iniciadas
por pronome interrogativos. Ex.: Quem te deu essa notícia?
Usa-se a ênclise: a) quando o verbo está no infinitivo. Ex.: Vou procura-lo amanhã. / b) quando o verbo
está no imperativo afirmativo. Ex.: Empreste-me aquele livro! / c) quando o verbo está no gerúndio. Ex.:
Levantando-se da mesa, começou a fazer um discurso. d) quando o gerúndio é precedido da preposição
em, usa-se a próclise. Ex.: Em se falando de teatro, não pode faltar sua opinião.
Usa-se a mesóclise: a) quando o verbo está no futuro do presente. Ex.: Contar-lhe-ei a verdade. / b)
quando o verbo está no futuro do pretérito. Ex.: Contar-lhe-ia a verdade. c) se antes do verbo existirem
palavras de sentido negativo, pronomes ou advérbios interrogativos, usa-se próclise. Ex.: Nunca lhe
contarei a verdade. / Quem lhe contará a verdade?
85
ROTEIRO DE ESTUDOS
INGLÊS
86
CAPÍTULO 1
PERSONAL PRONOUNS (PRONOMES PESSOAIS)
SINGULAR: 1ª pessoa
2ª pessoa
3ª pessoa
I
YOU
HE
SHE
IT
(eu)
(você)
(ele)
(ela)
(ele, ela) = usado somente para objetos, animais e locais).
PLURAL: 1ª pessoa
2ª pessoa
3ª pessoa
WE
YOU
THEY
(nós)
(vós, vocês)
(eles, elas)
OBS: Observe a correspondência dos pronomes do singular com os do plural. As terceiras pessoas do
singular (He, She, It) fazem o plural com o pronome da terceira pessoa do plural: THEY.
O pronome pessoal pode substituir o sujeito na frase. Ex: Peter is American (Peter = ele = He) =
He is American. / Ann is beautiful (Ann = ela = she) = She is beautiful. / Paul and Charles are friends.
(Paul e Charles = eles = They) They are friends.
ARTICLES (ARTIGOS)
- DEFINITE ARTICLES (ARTIGOS DEFINIDOS): os artigos definidos são o, a, os, as que são representados
em inglês pela palavra THE. Usamos THE para o masculino do singular ou plural e para o feminino singular
ou plural. Ex. The boy/ The boys (o menino/ os meninos) / The girl/ The girls (a menina/ as meninas).
- INDEFINITE ARTICLES (ARTIGOS INDEFINIDOS): os artigos indefinidos são um, uma que são
representados em Inglês pelas palavras A, AN e são usados só em orações no singular. Usamos A antes de
palavras singulares começadas por som consonantal (consoante). Ex.: A pen, a door, a teacher; e usamos
AN antes de palavras singulares começadas por som vocálico (vogal). Ex.: An Orange, na animal, an egg.
DEMONSTRATIVES (DEMONSTRATIVOS)
- THIS/THESE (este, esta, isto): são pronomes demonstrativos usados para algo que está próximo.
SINGULAR = THIS
PLURAL = THESE
Ex: This city is big. (Esta cidade é grande).
These girls are beautiful. (Estas garotas são bonitas).
- THAT/THOSE (aquele, aquela, aquilo): são pronomes demonstrativos usados para algo que está longe.
SINGULAR = THAT
PLURAL = THOSE
Ex: That job is good. (Aquele trabalho é bom).
Those exercises are difficult. (Aqueles exercícios são difíceis).
87
TO BE (VERBO SER E ESTAR) – PRESENTE TENSE (PRESENT)
AFFIRMATIVE FORM
(FORMA
AFIRMATIVA)
CONTRACT FORM
(FORMA CONTRACTA-
ABREVIADA)
I
You
He
She
It
We
You
They
am
are
is
is
is
are
are
are
(eu sou, eu estou)
(Tu és, você é, tu estás, você está)
(ele é, ele está)
(ela é, ela está)
(ele ela é; ele, ela estão)
(nós somos, nós estamos)
(vós sois, vocês são, vós estais, vocês estão)
(eles/elas são, eles/elas estão)
I’m
You’re
He’s
She’s
It’s
We’re
You’re
They’re
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
NEGATIVA FORM
(FORMA NEGATIVA)
CONTRACT FORM
(FORMA ABREVIADA)
I
You
He
She
It
We
You
They
am not
are not
is not
is not
is not
are not
are not
are not
I’m not
You aren’t
He isn’t
She isn’t
It isn’t
We aren’t
You aren’t
They aren’t
A forma negativa é feita colocando-se NOT
após o verbo.
Ex: You aren’t a teacher.
I am not a student.
He isn’t a doctor.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
INTERROGATIVE FORM
(FORMA INTERROGATIVA)
am
are
is
is
is
are
are
are
I
You
He
She
It
We
You
They
?
?
?
?
?
?
?
?
A forma interrogativa é feita colocando-se o
verbo antes do sujeito.
Ex: He is American. (forma afirmativa)
Is He american? (forma interrogativa)
They are brothers. (forma afirmativa)
Are they brothers? (forma interrogativa)
Para respondermos as perguntas, normalmente usamos as respostas curtas.
Ex: Is he American?
Yes, he is. (Afirmativa)
No, he isn’t. (Negativa)
OBS: - Não usamos a forma abreviada nas respostas afirmativas.
- Não se esqueça do ponto de interrogação nas frases interrogativas.
88
NUMBERS (NÚMEROS)
- CARDINAL NUMBERS
(NÚMEROS CARDINAIS)
1 – one
2 - two
3 - three
4 - four
5 - five
6 - six
7 - seven
8 - eight
9 - nine
10 - ten
11 – eleven
12 – twelve
13 – thirteen
14 – fourteen
15– fifteen
16 – sixteen
17 – seventeen
18 – eighteen
19 – nineteen
20 – twenty
21 – twenty-one
22 – twenty-two
23 – twenty-three
30 – thirty
40 – forty
50 – fifty
60 – sixty
70 – seventy
80 – eighty
90 – ninety
100 – onehundred
OBS: - A partir do número 21, coloca-se o número 20 + hífen + o número de 1 a 9.
- A partir do número 31, coloca-se o número 30 + hífen + o número de 1 a 9, e assim por diante.
- ORDINAL NUMBERS
(NÚMEROS ORDINAIS)
1º -
2º -
3º -
4º -
5º -
6º -
7º -
8º -
9º -
10º -
first
second
third
fourth
fifth
sixth
seventh
eighth
ninth
tenth
1st
2nd
3rd
4th
5th
6th
7th
8th
9th
10th
11º -
12º -
13º -
14º -
15º -
16º -
17º -
18º -
19º -
20º -
eleventh
twelfth
thirteenth
fourteenth
fifteenth
sixteenth
seventeenth
eighteenth
nineteenth
twentieth
11th
12th
13th
14th
15th
16th
17th
18th
19th
20th
21º -
22º -
23º -
24º -
25º -
26º -
27º -
28º -
29º -
30º -
twenty-first
twenty-second
twenty-third
twenty-fourth
twenty-fifth
twenty-sixth
twenty-seventh
twenty-eighth
twenty-ninth
thirtieth
21st
22nd
23rd
24th
25th
26th
27th
28th
29th
30th
DATAS: - as duas letras que acompanham o número são as duas últimas letras do número quando escrito
por extenso.
- Utilizamos os números ordinais para escrevermos o dia em Inglês. Ex.: dia 03 = 3rd.
- Utilizamos os números cardinais para escrevermos o ano, dividindo as dezenas. Ex.: 1996 =
nineteen nine-six.
- Na data, colocamos primeiro o mês, depois o dia e por último o ano.
Ex.: - 28 de fevereiro de 1996 = February 28th, 1996.
- 01 de julho de 1996 =July 1st, 1996.
MONTHS OF THE YEAR (MESES DO ANO)
January
February
March
April
May
June
July
August
September
October
November
December
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
OBS: os meses em Inglês iniciam-se com letra maiúscula.
89
INTERROGATIVES (INTERROGATIVOS)
Usamos algumas palavras para fazermos perguntas em Inglês:
- WHAT = o quê...?,qual...?, quais...?
Ex: What is his occupation? (Qual é sua ocupação?)
He is a teacher. (Ele é um professor)
- WHERE =onde…?, de onde…? Ex: Where is Luisa from? (De onde é Luisa?)
Luisa is from São Paulo. (Luisa é de São Paulo).
- HOW = como...? Ex: How are they? (Como estãoeles?)
They are fine. (Eles estão bem).
- HOW OLD = quantos anos...?
Ex: How old are you? (Quantos anos você tem?).
I am 20 years old. (Eu tenho 20 anos).
- WHO? = quem...? Ex: Who are you? (Quem é você?)
I am Peter. (Eu sou Peter).
- WHEN = quando... ? Ex: When is your birthday? (Quando é seu aniversário)
It’s today. (É hoje).
- WHY = por quê... ? Ex: Why are you happy? (Por que você está feliz?)
Because I study English. (Porque eu estudo inglês).
THE DAYS OF THE WEEK (OS DIAS DA SEMANA)
Sunday Domingo Thrusday Quinta-feira
Monday Segunda-feira Friday Sexta-feira
Tuesday
Wednesday
Terça-feira
Quarta-feira
Saturday Sábado
OBS: Os dias da semana em inglês iniciam-se com letra maiúscula.
THERE TO BE (VERBO HAVER, EXISTIR) PRESENT TENSE (PRESENTE)
- AFFIRMATIVE FORM:
SINGULAR
Ex: There is a cat under the chair. (Há um gato embaixo da cadeira).
PLURAL
Ex: There are cats under the chair. (Há gatos embaixo da cadeira).
OBS: o artigo a (um) só é usado no singular.
- NEGATIVE FORM:
SINGULAR
Ex: There is not a cat under the chair.
PLURAL
Ex: There are not cats under the chair.
-INTERROGATIVE FORM:
SINGULAR
Ex: Is there a cat under the chair.
PLURAL
Ex: Are there cats under the chair.
- RESPOSTAS CURTAS:
SINGULAR – Yes, there is. / No, there’s isn’t.
PLURAL – Yes, there are. / No, there aren’t.
90
PLURAL OF NOUNS (PLURAL DOS SUBSTRANTIVOS)
A - De maneira geral, faz-se o plural acrescentando – s à forma do singular.
Ex: table – tables / girl – girls.
B – Exceções:
1 – Acrescenta-se – es aos substantivos terminados em –s, -ch, -sh, -x, -z e –o.
Ex: bus – buses/ box = boxes/ church –churches / brush – brushes/ buzz – buzzes/ tomato –
tomatoes.
2 – Nos substantivos terminados em –y precedidos de consoante, substitui-se o –y por –i e
acrescenta-se – es.
Ex: Lady – Ladies/ Sky – Skies.
OBS: os substantivos terminados em –y precedidos de vogal, seguem a regra geral, ou seja,
acrescenta-se –s.
Ex: Key, Keys/ Toy, Toys.
3 - Os substantivos terminados em –f ou –Fe mudam essas terminações para –v e recebem –es.
Ex: Knife/knives / leaf – leaves / life – lives / thief – thieves q wife – wives.
4 – Palavras estrangeiras abreviadas terminadas em –o recebem –s.
Ex.: Casino – casinos / photo – fotos/ piano – pianos.
C- Plural irregular:
Man-men/ foot –feet / womam – women / tooth – teeth / mouse – mice / child – children.
POSSESSIVE ADJECTIVES (ADJETIVOS POSSESSIVOS)
Vêm antes dos substantivos a que se referem. Ex: Your name is Mary.
CORRESPONDÊNCIA DOS PRONOMES PESSOAIS E DOS ADJETIVOS POSSESSIVOS
PRONOMES PESSOAIS ADJETIVOS POSSESSIVOS
I
You
He
She
It
We
You
They
My
Your
His
Her
Its
Our
Your
Their
(meu)
(seu, sua)
(dele)
(dela)
(dele/dela)
(nosso (s)/nossa(s))
(seus, suas)
(deles, delas)
Ex: I have my car. (Eu tenho meu carro). / Your teacheris Young. (Seu professor é jovem). / Her names
Jane. (O nome dela é Jane).
91
PRESENTE CONTINUOUS TENSE (PRESENTE CONTÍNUO)
- Observe alguns verbos:
INFINITIVO PARTÍCIPIO PRESENTE
To speak
To listen
To sleep
To go
To do
To work
(falar)
(ouvir)
(dormir)
(ir)
(fazer)
(trabalhar)
Speaking
Listening
Sleeping
Going
Doing
Working
(falando)
(ouvindo)
(dormindo)
(indo)
(fazendo)
(trabalhando)
- O “Present Continuous” é formado pelo presente do Verbo TO BE + o particípio presente do verbo principal
(verbo + -ing). Ex: The cat is sleeping is the Garden. (O gato está dormindo no jardim).
- O “Present Continuous” é usado para expressar ações que estão acontecendo. É geralmente empregado
com advérbios de tempo: now (agora), att his moment (neste momento), etc.
- O “Present Continuous” na forma negativa é formado pela forma negativa do verbo “TO BE” + o particípio
presente do verbo principal (verbo + ing). Ex: The Cat isn’t sleeping in the Garden. (O gato não está
dormindo no jardim).
- O “Present Continuous” na forma interrogativa é formado pela forma interrogativa do verbo “TO BE” +
o particípio do verbo principal (verbo + -ing). Ex: He is sleeping in the Garden? (Ele está dormindo no
jardim?)
- Respostas Curtas:
- Afirmativa: Yes, it is.
- Negativa: No, it isn’t.
REVIEW
TEXT (Mary está visitando o Nordeste e escreveu um cartão postal para sua amiga Beth):
Dear Beth,
I am writing from Maceió, It’s a beautiful day. It’s a 9 o’clock and I am at the hotel.
Here there are many beautiful beaches and the people are very nice.
I am going to stay here until October 21st.
Love,
Mary.
1 – Where is Mary writing from?
2 – Is it a beautiful day?
3 - Is Mary at the hotel or at the beach?
4 – Are there many beautiful beaches in Maceió?
5 – How are the people?
6 – When is Mary going to return?
She is writing from Maceió.
Yes, it is.
She is at the hotel.
Yes, there are.
The people are very nice.
She is going to return on October 21st
Vocabulary:
To write: escrever; People: pessoas;
Many: muitos; Verynice: Muito agradável;
Until: até; Here: aqui;
From: de; To stay: ficar.
Beaches: praias; Beautiful: Bonito(s), Bonita(s);
To return:retornar;
92
ROTEIRO DE ESTUDOS
INGLÊS
93
CAPÍTULO 2
TO BE (VERBO SER, ESTAR)
PAST TENSE (PASSADO)
AFFIRMATIVE
FORM
I
You
He
She
It
We
You
They
was
were
was
was
was
were
were
were
Ex: I was at work yesterday. (Eu estive no trabalho ontem)
Observe que temos apenas duas formas: was e were.
NEGATIVE FORM
I
You
He
She
It
We
You
They
was not
were not
was not
was not
was not
were not
were not
were not
Ex: The dog wasn’t in the kitchen. (O cachorro não estava na
cozinha).
A forma negativa do passado é feita colocando-se NOT após o
verbo.
Podemos também abreviar: was not = wasn’t
were not = weren’t
INTERROGATIVE FORM
was
were
was
was
was
were
were
were
I ?
You ?
He ?
She ?
It ?
We ?
You ?
They ?
Ex: Was it very cold yesterday? (Estava muito frio
ontem?)
A forma interrogativa do passado é feita
colocando-se o verbo antes do sujeito.
Respostas curtas: - Yes, it was.
- No, it was’nt.
GENITIVE CASE (CASO GENITIVO)
- O “Genitive Case” expressa posse e é usado para pessoas e animais.
- “Genitive Case” é formado pelo acréscimo de ‘s ao possuidor.
Ex: The boy’s name. (O nome do garoto)
The cat’s eyes. (Os olhos do gato).
- Quando o substantivo terminar em –s, usa-se apenas o apóstrofo (‘).
Ex: The girls’ room. (O quarto das garotas).
- Quando há mais de um possuidor:
1) para indicar posse comum, apenas o último possuidor recebe o genitivo.
Ex: Jack and Peter’s father. (Pai de Jack e Peter – o mesmo pai).
2) para indicar posse individual, usa-se o genitivo para cada um dos possuidores.
Ex: Joe’s and Jane’s father. (Pais diferentes).
94
PREPOSITIONS (PREPOSIÇÕES)
- IN (em, dentro) Usa-se para: ▪ Séculos
▪ Ano
▪ Mês
▪ País
▪ Estado
▪ Cidade
▪ Bairro
▪ Períodos do dia
(in the 20th century).
(in 1996).
(in June).
(in Brazil).
(in São Paulo).
(in São José dos Campos)
(in Vista Verde)
(exceto night) (in the morning)
- ON (sobre, em) usa-se para: ▪ Dia do mês
▪ Dia da semana
▪ Nome de rua
▪ Avenida
▪ Praça
(on May 2nd)
(on Monday)
(on Baker Street)
(on São João Avenue)
(on Times Square)
- AT (em) usa-se para: ▪ Hora
▪ Rua com número
▪ Com a palavra night
▪ Local específico
(at 7 o’clock)
(at 54 Main Street)
(at night)
(at school, at church, at home)
- AMONG (entre vários); AROUND (ao redor de, em volta de); BEHIND (atrás de); BETWEEN (entre dois);
IN FRONT OF (na frente de); OUT OF (fora de); TO (para); UNDER (embaixo de); FOR (por, para) etc.
THERE TO BE (VERBO HAVER, EXISTIR)
PAST TENSE (PASSADO)
AFFIRMATIVE FORM:
- SINGULAR:
Ex: There was a pen on your desk. (Havia uma caneta sobre sua carteira).
- PLURAL:
Ex: There were pens on your desk. (Havia canetas sobre sua carteira).
NEGATIVE FORM:
- SINGULAR:
Ex: There wasn’t a pen on your desk. (Não havia uma caneta sobre sua carteira).
- PLURAL:
Ex: There weren’t pens on your desk. (Não havia canetas sobre sua carteira).
INTERROGATIVE FORM
- SINGULAR:
Ex: Was there a pen on your desk. (Havia uma caneta sobre sua carteira?).
- PLURAL:
Ex: Were there pens on your desk. (Havia canetas sobre sua carteira?).
IMPERATIVE (IMPERATIVO)
- O “Imperative” é formado com o verbo no infinitivo sem o “to“.
Ex: Come! (Venha!) / Go! (Vá!) / Speak! (Fale).
- O “Imperative” é usado para expressar uma ordem ou um pedido.
Ex: Clean you room! (Limpe seu Quarto!).
- A forma imperativa let’s + verbo é usada para expressar uma proposta um convite.
Ex: Let’s visit Nancy.
- Afirmativa: Go Home! (Vá para casa!)
- Negativa: Don’t go home! (Não vá para casa!).
95
PAST CONTINUOUS TENSE (PASSADO CONTÍNUO )
- “O Past Continuous Tense” é formado pelo passado do verbo “TO BE“ + o particípio presente do verbo
principal (verbo + ing).
Ex: She was going to school. (Ela estava indo para a escola).
EXEMPLO DO VERBO “TO WALK” NO “PAST CONTINUOUS TENSE”:
AFFIRMATIVE FORM NEGATIVE FORM INTERROGATIVE FORM
I
You
He
She
It
We
You
They
was
were
was
was
was
were
were
were
walking
walking
walking
walking
walking
walking
walking
walking
I
You
He
She
It
We
You
They
was
were
was
was
was
were
were
were
not
not
not
not
not
not
not
not
walking
walking
walking
walking
walking
walking
walking
walking
was
were
was
was
was
were
were
were
I
You
He
She
It
We
You
They
walking?
walking?
walking?
walking?
walking?
walking?
walking?
walking?
- O “Past Continuous Tense” é usado para expressar:
a) Ações que estavam acontecendo num determinado momento do passado.
Ex: They were studying five minutes ago. (Eles estavam estudando cinco minutos atrás).
b) Ações que estavam acontecendo quando outra ação ocorreu.
Ex: They were studying while I was working. (Eles estavam estudando enquanto eu estava
trabalhando).
SIMPLE PRESENTE TENSE (PRESENTE SIMPLE)
- Observe alguns verbos:
Infinitivo
To walk (caminhar) (To work) (trabalhar)
To study (estudar) (To go) (ir)
O infinitivo dos verbos é geralmente precedido de TO, sem tradução neste caso.
- O “Simple Present” tem como forma básica a mesma dos verbos no infinitivo sem TO.
Ex: To walk (infinitivo).
Walk (forma básica do presente).
EXEMPLO DO VERBO “To walk”
AFFIRMATIVE FORM NEGATIVE FORM INTERROGATIVE FORM
I
You
He
She
It
We
You
They
walk
walk
walks
walks
walks
walk
walk
walk
I
You
He
She
It
We
You
They
don’t
don’t
doesn’t
doesn’t
doesn’t
don’t
don’t
don’t
walk
walk
walk
walk
walk
walk
walk
walk
Do
Do
Does
Does
Does
Do
Do
Do
I
You
He
She
It
We
You
They
walk?
walk?
walk?
walk?
walk?
walk?
walk?
walk?
96
AFFIRMATIVE FORME
- Na forma afirmativa, acrescentamos um –s ou –es quando o sujeito for 3ª pessoa do singular (he, she,
it).
Ex: I work there. (I = 1ª pessoa).
He Works there. (He = 3ª pessoa do singular).
- Regra geral: acrescenta-se –s nas 3as pessoas do singular.
Ex: He walks every day.
- Acrescenta-se –es nas 3as pessoas do singular quando o verbo terminar em –ss, -sh, -ch, -x, -z ou -o.
Ex: He kisses / She washes.
- Se o verbo terminar em –y precedido de consoante, troca-se o –y por –i e acrescenta-se –es
(3aspessoas do singular)
Ex: He tries/ She studies.
- Se o verbo terminar em –y precedido de vogal, segue a regra geral, ou seja, acrescenta-se apenas o –
s. (3ª pessoa do singular) Ex.: She plays.
NEGATIVE FORM
- A forma negativa é feita usando o verbo auxiliar “DO/DOES”.
- Para a forma negativa do “Simple Present”, é necessário usarmos o verbo auxiliar “DO” (que neste caso
não tem tradução) +not, após o sujeito da frase. (do not = forma abreviada = don’t).
Ex: I walk to school (afirmativa).
I don’t walk to school (negativa).
They work there (afirmativa).
They don’t work there (negativa).
- Nas 3as pessoas do singular (he, she, it), usamos ‘does’+not (does not = forma abreviada = doesn’t).
Ex: He walks to school (afirmativa).
He doesn’t walk to school (negativa).
ATENÇÃO: Você deve ter percebido que nas 3as pessoas do singular, na forma afirmativa, o verbo principal
apresenta –s (walks) e na forma negativa, o verbo principal não tem –s. É assim mesmo! Quando usamos
o auxiliar DOES NOT ou DOESN’T, NÃO acrescentamos –s, -es ou –ies,pois o auxiliar já nos mostra
que o sujeito é terceira pessoa do singular (he, she ou it). Assim, o verbo principal da frase fica na sua
forma básica. Outros exemplos:
He washes the dishes. (afirmativa) / He doesn’t wash the dishes (negative).
She buys books in a bookstore / She doesn’t buy books in a bookstore (negativa).
97
INTERROGATIVE FORM
- Como na forma negativa, a interrogativa também necessita do verbo auxiliar “do“.
- Para fazermos perguntas no “Simple Presente”, colocamos o auxiliar “do” antes do sujeito e ponto de
interrogação no final da frase.
Ex: They work there (afirmativa).
Do they work there? (interrogativa).
- Para as 3as pessoas do singular (he, she, it), usamos “does”.
Ex: He goes to school (afirmativa).
Does he go to school? (interrogativa).
ATENÇÃO: Na forma interrogativa, o verbo principal da frase também fica na sua forma básica, pois
usamos o “does” como auxiliar, o que nos demonstra que o sujeito é a 3ª pessoa do singular (he, she,
it).
Outros: exemplos:
She lives in Belém (afirmativa) / Does she live in Belém? (interrogativa).
She washes the dishes (afirmativa) / Does she wash the dishes? (interrogativa).
RESPOSTAS CURTAS:
Nas respostas curtas, o auxiliar “DO/DOES” substitui o verbo principal.
Ex: Does she wash the dishes? Afirmativa: Yes, she does Negativa: No, she doesn’t.
Do they work there? Afirmativa: Ues, the do Negativa: No, they don’t.
HOURS (HORAS)
Para perguntarmos “Que horas são?” “Usamos a expressão “What time is it?”
Para dizermos ou escrevermos as horas em inglês, usamos os números cardinais.
Ex: 9:00 h = It is nine o’clock (a expressão “o’clock” usa-se somente para horas inteiras).
-10:45 h = It is tem forty-five.
-3:35 h = It is three thirty-five.
- Meio dia = It is Noon./ It is Midday.
- Meia noite = It is midnight.
- What time is it? It is ten forty- five ( 10:45).
Review
TEXT: Paul’s day starts very early. He gets up at six o’clock in the morning. He goes to school at seven
o’clock and he stays there until noon.
After school, he goes home and he has lunch. After lunch, he studies and he does his homework.
At seven o’clock he has dinner. Then, he watches TV and he goes to bed before o’clock.
1 – What time does Paul get up?
2 –What does he do after school?
3 – What does he do after lunch?
4 – What does he do after dinner?
5 – Does he go to bed before or after
ten o’clock?
He gets up at six o’clock.
After school, he has lunch.
After lunch he studies and he does his homework.
After dinner, he watches TV.
He goes to bed before ten o’clock.
Vocabulary:
To start: começar there: lá then: então
To stay: ficar homework: tarefa after: depois
To have lunch: almoçar before: antes to go: ir
To watch: olhar, observer, assistir a to get up: levanter to do: fazer
Veryearly: muito cedo noon: meio dia bed: cama
98
ROTEIRO DE ESTUDOS
ARTES
CAPÍTULO 1
99
A ARTE
A arte é uma forma de o ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de
alguns valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio. A arte pode ser representada através de várias
formas, em especial na música, na escultura, na pintura, no cinema, na dança, entre outras.
Após seu surgimento, há milhares de anos, a arte foi evoluindo e ocupando um importantíssimo espaço na
sociedade, haja vista que algumas representações da arte são indispensáveis para muitas pessoas nos dias
atuais, como, por exemplo, a música, que é capaz de nos deixar felizes quando estamos tristes. Ela funciona
como uma distração para certos problemas, um modo de expressar o que sentimos aos diversos grupos da
sociedade.
Muitas pessoas dizem não ter interesse pela arte e por movimentos ligados a ela, porém o que elas
não imaginam é que a arte não se restringe a pinturas ou esculturas, também pode ser representada por
formas mais populares, como a música, o cinema e a dança. Essas formas de arte são praticadas em todo o
mundo, em diferentes culturas. Atualmente a arte é dividida em clássica e moderna e qualquer pessoa pode
se informar sobre cada uma delas e apreciar a que melhor se encaixar com sua percepção de arte.
ARTES PLÁSTICAS
No início da década de 1830, um grupo de pintores, entre os quais Théodore Rousseau, Charles-
François Daubigny e Jean-François Millet, se estabeleceram no povoado francês de Barbizon com a intenção
de reproduzir as características da paisagem local. Cada um com seu estilo enfatizaram em seus trabalhos o
simples e ordinário, ao invés dos aspectos grandiosos da natureza. Millet foi um dos primeiros artistas a pintar
camponeses, dando-lhes um destaque até então reservado a figuras de alto nível social. Outro importante
artista francês frequentemente associado ao realismo foi Honoré Daumier, ardente democrata que usou a
habilidade como caricaturista a favor de suas posições políticas.
O primeiro pintor a enunciar e praticar deliberadamente a estética realista foi Gustave Courbet. Como
a enorme tela "O estúdio" foi rejeitda pela Exposition Universelle de 1855, o artista decidiu expor esse e
outros trabalhos num pavilhão especialmente montado e deu à mostra o nome de "Realismo, G. Courbet".
Adversário da arte idealista incitou outros artistas a fazer da vida comum e contemporânea motivo de suas
obras, no que considerava uma arte verdadeiramente democrática. Courbet chocou o público e a crítica com
a rude franqueza de seus retratos de operários e camponeses em cenas da vida diária. O realismo tornou-se
uma corrente definida na arte do século XX. A ela se integram as cenas quase jornalísticas do lado mais
desagradável da vida urbana produzidas pelo grupo americano conhecido como Os Oito, e a expressão do
cinismo e da desilusão do período após a Primeira Guerra Mundial na Alemanha, presente nas obras do
movimento conhecido como Neue Sachlichkeit (Nova Objetividade).
O realismo socialista, adotado como estética oficial na União Soviética a partir dos primeiros anos da década
de 1930, foi pouco fiel às características originais do movimento. Embora se propusesse também a ser um
espelho da vida, sua veracidade deveria estar de acordo com a ideologia marxista e as necessidades da
construção do socialismo. O maior teórico do realismo socialista foi o húngaro György Lukács, para quem o
realismo não se limita à descrição do que existe, mas se estende à participação ativa do artista na
representação das novas formas da realidade. Essa doutrina foi implementada na União Soviética por Andrei
Jdanov. Em pintura, destacou-se entre os soviéticos Aleksandr Gherassimov. Os retratos de intrépidos
trabalhadores produzidos dentro da linha do realismo socialista, no entanto, deixam transparecer um
positivismo heroico, mas a ambição realista perde-se na idealização de uma organização social perfeita.
Grande número de artistas soviéticos, partidários de uma sociedade de justiça social, mas cerceados em sua
liberdade essencial de criar, abandonaram o realismo socialista, deixaram a União Soviética e se integraram
aos movimentos artísticos do Ocidente.
100
ARTE NA HISTÓRIA
Ao longo do tempo, percebemos que a existência do homem não se limita à simples obtenção dos
meios que garantem a sua sobrevivência material. Visitando uma expressiva gama de civilizações,
percebemos que existem importantes manifestações humanas que tentaram falar de coisas que visivelmente
extrapolam a satisfação de necessidades imediatas. Em geral, vemos por de trás desses eventos uma clara
tentativa de expressar um modo de se encarar a vida e o mundo.
Paulatinamente, essa miríade de expressões passou a ser reconhecidacomo sendo “arte”. Para muitos, este
conceito abraça toda e qualquer manifestação que pretenda ou permita nos revelar a forma do homem encarar
o mundo que o cerca. Contudo, o lugar ocupado pela arte pode ser bastante difuso e nem sempre cumpre as
mesmas funções para diferentes culturas. Não por acaso, sabemos que, entre alguns povos, o campo da
expressão artística esteve atrelado a questões políticas ou religiosas.
Na opinião de alguns estudiosos desse assunto, o campo artístico nos revela os valores, costumes, crenças e
modos de agir de um povo. Ao detectar um conjunto de evidências perceptíveis na obra, o intérprete da arte
se esforça na tarefa de relacionar estes vestígios com algum traço do período em que foi concebida. A partir
dessa ação, a arte passa a ser interpretada com um olhar histórico, que se empenha em decifrar aquilo que
o artista disse através da obra. Com isso, podemos concluir que a arte é um mero reflexo do tempo em que
o artista vive? Esse tipo de conclusão é possível, mas não podemos acabar vendo a arte como uma
manifestação presa aos valores de um tempo.
Em outras palavras, é complicado simplesmente acreditar que a arte do século XVI tem somente a
função de exprimir aquilo que a sociedade desse mesmo século pensava. Sem dúvida, o estudo histórico do
campo artístico é bem mais amplo e complexo do que essa mera relação.
Estudando a História da Arte, o pesquisador ou estudante irá perceber que uma manifestação de clara
evidência “artística” pode não ser encarada como tal pelo seu autor ou sociedade em que surge. Além disso,
ao estabelecermos um olhar atento à obra de um único artista, podemos reconhecer que os seus trabalhos
não só refletem o tempo em que viveu, mas também demonstram a sua relação particular, o diálogo singular
que estabeleceu com seu tempo.
Atualmente, o olhar histórico sobre a arte vem sendo acrescido de outras questões bastante interessantes. A
apropriação da obra pelo público, os meios de difusão do conteúdo artístico e o intercâmbio entre diferentes
manifestações integram os novos caminhos que hoje englobam esse significativo campo de conhecimento.
Sem dúvida, ao perceber tantas perspectivas, temos a garantia de que as possibilidades de se enxergar a
arte ou uma única obra podem conceber variados sentidos.
GRAFITE
A arte do grafite é uma forma de manifestação artística em espaços públicos. A definição mais
popular diz que o grafite é um tipo de inscrição feita em paredes. Existem relatos e vestígios dessa arte
desde o Império Romano. Seu aparecimento na Idade Contemporânea se deu na década de 1970, em Nova
Iorque, nos Estados Unidos. Alguns jovens começaram a deixar suas marcas nas paredes da cidade e, algum
tempo depois, essas marcas evoluíram com técnicas e desenhos.
O grafite está ligado diretamente a vários movimentos, em especial ao Hip Hop. Para esse
movimento, o grafite é a forma de expressar toda a opressão que a humanidade vive principalmente os
menos favorecidos, ou seja, o grafite reflete a realidade das ruas.
O grafite foi introduzido no Brasil no final da década de 1970, em São Paulo. Os brasileiros não se
contentaram com o grafite norte-americano, então começaram a incrementar a arte com um toque brasileiro.
O estilo do grafite brasileiro é reconhecido entre os melhores de todo o mundo.
Muitas polêmicas giram em torno desse movimento artístico, pois de um lado o grafite é desempenhado com
qualidade artística, e do outro não passa de poluição visual e vandalismo. A pichação ou vandalismo é
caracterizado pelo ato de escrever em muros, edifícios, monumentos e vias públicas. Os materiais utilizados
pelos grafiteiros vão desde tradicionais latas de spray até o látex.
Principais termos e gírias utilizadas nessa arte:
• Grafiteiro/writter: o artista que pinta.
• Bite: imitar o estilo de outro grafiteiro.
• Crew: é um conjunto de grafiteiros que se reúne para pintar ao mesmo tempo.
• Tag: é a assinatura de grafiteiro.
• Toy: é o grafiteiro iniciante.
• Spot: lugar onde é praticada a arte do grafitismo.
101
DANÇA
Desde 1982, no dia 29 de abril, comemora-se o dia internacional da dança, instituído pela UNESCO
em homenagem ao criador do balé moderno, Jean-Georges Noverre. A Dança é a arte de mexer o corpo,
através de uma cadência de movimentos e ritmos, criando uma harmonia própria. Não é somente através
do som de uma música que se pode dançar, pois os movimentos podem acontecer independentes do som
que se ouve, e até mesmo sem ele. A história da dança retrata que seu surgimento se deu ainda na Pré-
História, quando os homens batiam os pés no chão. Aos poucos, foram dando mais intensidade aos sons,
descobrindo que podiam fazer outros ritmos, conjugando os passos com as mãos, através das palmas.
O surgimento das danças em grupo aconteceu através dos rituais religiosos, em que as pessoas
faziam agradecimentos ou pediam aos deuses o sol e a chuva. Os primeiros registros dessas danças mostram
que elas surgiram no Egito, há dois mil anos antes de Cristo.
Mais tarde, já perdendo o costume religioso, as danças apareceram na Grécia, em virtude das
comemorações aos jogos olímpicos. O Japão preservou o caráter religioso das danças. Até hoje, elas são
feitas nas cerimônias dos tempos primitivos. Em Roma, as danças se voltaram para as formas sensuais, em
homenagem ao Deus Baco (Deus do vinho), e dançava-se em festas e bacanais. Nas cortes do período
renascentista, as danças voltaram a ter caráter teatral, que estava se perdendo no tempo, pois ninguém a
praticava com esse propósito. Praticamente daí foi que surgiram o sapateado e o balé, apresentados como
espetáculos teatrais, onde passos, música, vestuário, iluminação e cenário compõem sua estrutura.
No século XVI surgiram os primeiros registros das danças, em que cada localidade apresentava
características próprias. No século XIX surgiram as danças feitas em pares, como a valsa, a polca, o tango,
dentre outras. Estas, a princípio, não foram aceitas pelos mais conservadores, até que no século XX surgiu
o rock’n’roll, que revolucionou o estilo musical e, consequentemente, os ritmos das danças.
Assim como a mistura dos povos foram acontecendo, os aspectos culturais foram se difundindo.
O maracatu, o samba e a rumba são prova disso, pois através das danças vindas dos negros, dos índios e
dos europeus esses ritmos se originaram. Hoje em dia as danças voltaram-se muito para o lado da
sensualidade, sendo mais divulgadas e aceitas por todo o mundo. Nos países do Oriente Médio a dança do
ventre é muito difundida; e no Brasil, o funk e o samba são populares. Além desses, o strip-tease tem tido
grande repercussão, principalmente se unido à dança inglesa, pole dance, também conhecida como a dança
do cano.
TEATRO
A origem do teatro refere-se às primeiras sociedades primitivas que acreditavam nas danças
imitativas como favoráveis aos poderes sobrenaturais para o controle dos fatos indispensáveis para a
sobrevivência. Em seu desenvolvimento, o teatro passa a representar lendas referentes aos deuses e heróis.
O teatro apareceu na Grécia Antiga, no séc. IV a.C., em decorrência dos festivais anuais em consagração a
Dionísio, o deus do vinho e da alegria.
A palavra teatro significa uma determinada arte, bem como o local físico em que tal arte se apresenta.
A implantação do teatro no Brasil ocorreu em razão do empenho dos jesuítas em catequizar os índios.
102
A ESTRUTURA DAS CORES.
A estrutura da cor é dividida em estrutura física e psicológica. A estrutura física se subdivide em matiz,
que é a que difere uma cor da outra; luminosidade, que é o componente que provoca alteração nas cores entre
claro e escuro; saturação, que produzem várias nuances de acordo com a pureza e intensidade da cor. A
estrutura psicológica relata a sensação inconsciente que a cor traz para o homem. A temperatura traz a
sensação de quedeterminada cor é quente, fria ou morna. O contraste sucessivo traz a sensação de
modificação das cores quando vistas em conjunto. Dimensão traz a sensação que a cor aproxima, distancia.
Peso e tamanho traz a sensação que as cores escuras são menores e mais pesadas que as cores leves. No
sabor, as cores quentes estimulam o apetite.
Em pesquisa realizada com 236 pessoas da Ásia, África e Europa, foi constatado que as mulheres
percebem mais as cores do que os homens. Os pigmentos responsáveis pela absorção das cores, chamados
opsinas, estão presente no cromossomo X. A mulher possui dois X enquanto o homem possui um só, e isso
faz com que a mulher tenha duas cópias de opinas.
AS CORES
A ciência que estuda a medida das cores é chamada de calorimetria. A calorimetria desenvolve métodos
de quantificação da cor e estuda o tom, a saturação e a intensidade da cor.
O tom da cor é que faz com que ela seja identificada como azul, verde, amarela etc. A saturação da
cor mostra se a cor é natural ou pigmentada artificialmente. A intensidade caracteriza a força da cor.
As cores são divididas em primárias, secundárias, terciárias e neutras.
Cores Primárias
As cores primárias são: vermelho amarelo e azul. São consideradas as primeiras cores. O vermelho é
uma cor quente que mostra vitalidade energia e coragem. O amarelo é uma cor suave e alegre que simboliza
o otimismo. O azul é a cor que dá concentração e melhora a mente.
Cores secundárias
As cores secundárias são formadas pela mistura de duas cores primárias. As cores secundárias são:
verde, roxo e laranja.
O azul misturado com o amarelo origina o verde. O azul misturado com o vermelho origina o roxo, e o
vermelho misturado com o amarelo origina a laranja.
Cores terciárias
As cores terciárias resultam da mistura de uma cor primária com uma ou duas cores secundárias. São
todas as outras cores, como o marrom, que é a mistura de amarelo ou vermelho com preto.
Cores neutras
As cores neutras são usadas para complementar uma cor desejada, sendo que as cores neutras têm
pouco reflexo. Entre as cores neutras podemos citar o branco, a cinza e o marrom. O branco é luz isenta de
cor, o preto é a ausência de cor e os tons cinza são a mistura do branco com o preto.
103
ROTEIRO DE ESTUDOS
QUÍMICA
CAPÍTULO 1
104
MATÉRIA
Tudo aquilo que ocupa lugar no espaço recebe o nome de MATÉRIA.
Uma porção limitada da matéria constitui um CORPO.
Todo corpo que se presta à determinada finalidade constitui um OBJETO.
Exemplo:
MATÉRIA CORPO OBJETO
FLORESTA MADEIRA BANCO
PROPRIEDADES DA MATÉRIA
As propriedades da matéria são:
- INÉRCIA: é a propriedade pela qual a matéria conserva seu estado de repouso ou não altera seu
estado de movimento, a menos que uma força aja sobre ela.
- PESO: o peso de um corpo é a força de atração que a Terra exerce sobre ele.
- IMPENETRABILIDADE: é a propriedade que duas porções de matéria têm de não poderem
ocupar, ao mesmo tempo, o mesmo lugar no espaço.
ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA
A matéria se apresenta em três estados físicos:
- ESTADO SÓLIDO: tem forma própria e volume definido;
- ESTADO LÍQUIDO: não tem forma própria e seu volume é definido;
- ESTADO GASOSO: não tem forma própria e não tem volume definido.
MUDANÇA DE ESTADO
A matéria pode mudar de um estado para outro.
SUBLIMAÇÃO
FUSÃO VAPORIZAÇÃO
SÓLIDO SOLIDIFICAÇÃO LÍQUIDO CONDENSAÇÃO GASOSO
SUBLIMAÇÃO
MUDANÇAS DE FASE
Uma substância pode passar de uma fase para outra através do recebimento ou fornecimento de calor.
Essas mudanças de fase são chamadas de:
a) Fusão: é a passagem de uma substância da fase sólida para a fase líquida;
b) Solidificação: é a passagem de uma substância da fase líquida para fase sólida;
c) Vaporização: é a passagem da fase líquida para fase gasosa;
d) Condensação ou liquefação: é a passagem da fase gasosa para líquida;
e) Sublimação: é a passagem direta da fase sólida para a fase gasosa ou da fase gasosa para a fase
sólida.
105
TRANSFORMAÇÃO DA MATÉRIA
Qualquer transformação da matéria é considerada um fenômeno que pode ser classificado em:
- FENÔMENO FÍSICO: não altera a natureza da matéria, isto é, a sua composição;
- FENÔMENO QUÍMICO: altera a natureza da matéria, ou seja, a sua composição.
Exemplo: a queima de um papel, a queima de fogos de artifício.
ESTUDO DA MATÉRIA
Todo o universo material é constituído de pequenas partículas denominadas ÁTOMOS. Um conjunto
de átomos com as mesmas propriedades químicas constitui um ELEMENTO QUÍMICO.
SUBSTÂNCIAS
- SUBSTÂNCIAS SIMPLES: formadas por um único elemento químico, ou seja, por um único tipo de
átomo.
Exemplo: H2; CI2; O2; F2,etc.
- SUBSTÂNCIAS COMPOSTAS: apresentam em sua composição mais de um elemento.
Exemplo: H2; H2SO4HCI, etc.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO ÁTOMO
- NÚMERO ATÔMICO (Z): é o número que indica a quantidade de prótons existentes no núcleo de um
átomo.
Exemplo: 20Ca Z = 20 e p = 20 Z = número de prótons Z = p
- NÚMERO DE MASSA (A): é a soma do número de prótons com o número de nêutrons presentes no
núcleo de um átomo.
Exemplo: 20Can = 20 A = Z + n A = p + n ou A = Z +n
40 = 20 + 20
ELEMENTO QUÍMICO: é o conjunto de átomos e íons que apresentam mesmo número atômico. Uma forma
esquemática dessa representação é dada por:
AX ou X²__________ número de massa
Z z___________ número atômico
Exemplo:
200Hg; 27AI; 23Na
80 13 11
SEMELHANÇA ATÔMICA
- ISÓTOPOS: são átomos que apresentam o mesmo número atômico (Z), mas apresentam diferentes
número de massa (A).
Exemplos:20 Ne 21Ne 22Ne
10 10 10
- ISÓBAROS: são átomos que apresentam diferentes números atômicos (Z), mas que possuem o mesmo
número de massa (A).
Exemplo: 40Ca 40Ar
20 18
- ISÓTONOS: são átomos que apresentam o mesmo número de nêutrons (n) com diferentes números
atômicos (Z) e de massa (A).
Exemplos: 26MG { n = 14 28Si { n = 14
12 14
106
DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA
Os elétrons estão representados em camadas ao redor do núcleo:
K = 2, L = 8, M = 18, N = 32, O = 32, P = 18, Q = 2.
Exemplos:
-20Ca K = 2; L = 8; M = 8; N = 2
-35BR K = 2; L = 8; M = 18; N = 7
NÚMEROS QUÂNTICOS
- NÚMERO QUÂNTICO PRINCIPAL(n): indica o nível de energia do elétron.
Camadas K; L; M; N; O; P; Q;
Nível de energia 1 2 3 4 5 6 7
- NÚMERO QUÂNTICO SECUNDÁRIO (l): indica que cada nível de energia é constituído por um ou mais
subníveis, designados pelas letras minúsculas.
Subníveis -> s; p; d; f;
Valores de ℓ -> 0 1 2 3
DIAGRAMA DE LINUS PAULING
Linus Pauling determinou, num diagrama, a ordem crescente de energia dos subníveis para os elementos
conhecidos.
NÍVEIS CAMADAS No. de e’ DIAGRAMA
1
2
3
4
5
6
7
K
L
M
N
O
P
Q
2
8
18
32
32
18
2
1s²
2s²
3s²
4s²
5s²
6s²
7s²
2p6
3p6
4p6
5p6
6p6
7p6
3d10
4d10
5d10
6d10
4f14
5f14
Ordem crescente de energia:
1s², 2s², 2p6 ,3s², 3p6, 4s2, 3d10, 4p6, 5s², 4d10, 5p6, 6s², 4f14, 5d10, 6p6, 7s², 5f14, 6d10
Exemplos:
- 17 Cl -> 1s², 2s², 2p6, 3s², 3p5
- 19 K -> 1s², 2s², 2p6, 3s², 3p6, 4s¹
- 50Sn -> 1s², 2s², 2p6, 3s², 3p6, 4s², 3d10, 4p6, 5s², 4d10, 5p²
TABELA PERIÓDICA
Na tabela periódica atual, os elementos químicos estão dispostos em ordem crescente de número
atômico, originando na horizontal os períodos e na vertical as famílias.
107CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS
- METAIS: são bons condutores de calor e corrente elétrica. Apresentam brilho metálico.
Exemplo: Mg, Na, K, Ag, Au, etc.
- NÃO-METAIS: nas condições ambientais apresentam-se nos seguintes estados físicos:
- sólido -> C, P, S, Se, I, At.
- líquido -> Br.
- gasoso -> N; O; F; Cl.
- SEMI-METAIS: apresentam propriedades intermediárias entre metais e não metais.
Exemplo: B, Si, Ge, As, Sb, Te e Po.
- GASES NOBRES: nas condições ambientes apresentam-se no estado gasoso.
Exemplo: He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn.
- HIDROGÊNIO: é um gás.
PROPRIEDADES PERIÓDICAS
- ELETRONEGATIVIDADE: é a força de atração exercida sobre os elétrons de uma ligação.
- ELETROPOSITIVIDADE: é a capacidade de um átomo perder elétrons, originando cátions.
LIGAÇÕES QUÍMICAS
- LIGAÇÕES IÔNICAS: a ligação iônica é a única em que ocorre a transferência definitiva de elétrons.
- TEORIA DO OCTETO: a maioria dos átomos adquire estabilidade eletrônica quando apresenta oito
elétrons na sua camada mais externa.
- VALÊNCIA: é um número puro e indica quantas ligações um átomo pode fazer.
- ÍON: é a espécie química que apresenta o número de prótons diferente do número de elétrons.
- íons positivos: cátions
- íons negativos: ânions
Exemplos:
- Ligação entre o sódio (Na) e o cloro (Cl)
11 Na -> 1s²; 2s² ; 2p6; 3s¹
1s² 2s² 2p6 3s¹
K=2 L=8 M=1
Camada mais externa ou camada de valência.
17Cl -> 1s², 2s², 2p6, 3s², 3p5.
1s² 2s²2p² 3s² 3p5
K = 2L = 8 M = 7
Camada mais externa ou camada de valência.
Na. Perde 1e- [Na] +
Cl ganha 1e- [Cl] = Na + Cl ->NaCl
108
- Ligação entre o cálcio (Ca) e enxofre (S)
20Ca -> K = 2, L = 8, M = 8, N = 2
16S -> K = 2, L = 8, M = 6.
Ca: perde 2e-[Ca]²+
Se ganha 2e-[S]² = Ca2+S²- -> Ca2 S2 ->CaS
LIGAÇÕES COVALENTES OU MOLECULARES
Ocorre entre átomos com tendência de receber elétrons. No entanto, como não é possível que todos
recebam elétrons, os átomos envolvidos na ligação apenas compartilham um ou mais pares de elétrons de
camada de valência, sem “perdê-los” ou “ganhá-los” definitivamente.
Exemplos:
H2 fórmula molecular.
H H -> fórmula eletrônica
H -> fórmula estrutural
1 ligação simples
O2
O OOO
N2
N N N N
1 ligação dupla
1 ligação tripla
NÚMERO DE OXIDAÇÃO (Nox)
O Nox de cada átomo em uma substância simples é sempre igual a zero.
Exemplo:
H2Cl2
Zero zero
Existem elementos que apresentam Nox fixo em seus compostos.
- Família 1A ->Nox +1
Na ; K ; Li
+1+1 +1
- Família 2A ->Nox +2
Mg ; Ca; Sr
+2 +2 +2
- O flúor (f) por ser mais eletronegativo será sempre igual a -1.
- O oxigênio (O), na maioria dos seus compostos, é igual a -2.
- A soma do Nox de todos os átomos constituintes de um composto iônico ou molecular é sempre igual a
zero.
Exemplos:
HCI NaCl CaO
+1-1+1-1 +2-2
H3PO4 Al2 (SO4)3
+1 x -2 +3 x -2
+3 x – 8 = 0 +6 3x -24 = 0
X= +5 Nox do (P) é +5 x = +6 Nox do (S) é +6
109
ROTEIRO DE ESTUDOS
QUÍMICA
CAPÍTULO 2
110
FUNÇÕES INORGÂNICAS
- ÁCIDO: é toda substância que, em solução aquosa, liberta como cátions somente íons H +.
Exemplos:
HCI H2O H++ Cl-
H2SO4 H2O 2H++ SO4-2
- CLASSIFICAÇÃO:
A presença de oxigênio na molécula.
- hidrácidos HCl, HBr
- oxiácios HnO3, H2SO4
FORMULAÇÃO E NOMENCLATURA
A fórmula molecular de um ácido sempre apresentará como primeiro símbolo o H.
Hx ânion onde x é um número maior ou igual a 1.
Exemplos:
H+SO4-2-> H2 SO4 -> Ácido Sulfúrico
H++ PO4-3-> H3 PO4.6 -> Ácido Fosfórico
- BASE: é toda substância que, em solução aquosa, sofre dissociação, liberando como único ânion o OH
-.
Exemplos:
NaOH H2O Na+ + OH-
Ca (OH)2H2 O Ca+2 + 2OH-
- CLASSIFICAÇÃO
O número de hidroxilas:
- mono bases: KOH, NaOH
- di bases: Ca(OH)2 ,Mg (OH)2
- tribases: Al(OH)3 , Fe (OH)3
- tetra bases:Sn(OH)4, Pb(OH)4
FORMULAÇÃO E NOMENCLATURA
A fórmula molecular de uma base pode ser representada genericamente por:
C(OH)X onde C é um cátion.
Exemplos:
Ca+2OH ->Ca(OH)2
Na+OH ->NaOH
Para a nomenclatura das bases, pode-se utilizar a seguinte regra:
Hidróxido de nome do cátion
Exemplos:
NaOH -> Hidróxido de sódio
Ca(OH)2-> Hidróxido de cálcio
111
- SAL: é toda substância que, em solução aquosa, sofre dissociação, libertando pelo menos um cátion
diferente de H+ e um ânion diferente de OH.
Exemplos:
NaCl(s)H2O Na+ + Cl-
CaSO4(s) H2O Ca+2 + SO4-2
CLASSIFICAÇÃO
O número de elementos que os constituem:
- Sal binário: NaCl; Kl;
- Sal ternário: CaSO4; AlPO4;
- Sal quaternário: NaHCO3; KHSO4;
NOMENCLATURA
A nomenclatura dos sais é obtida a partir da nomenclatura do ácido que originou o ânion
participante do sal, pela mudança de sufixos.
Ácido Sal
Idrico eto
Oso ito
Ico ato
Exemplos:
Ácido clorídrico ânion cloreto NaCl -> Cloreto de Sódio
HCl Cl
Ácido nítrico ânion nitrato NaNO3 -> Nitrato de Sódio
HNO3 NO3
Ácido nitroso ânion nitrito NaNO2 -> Nitrito de Sódio
HNO2 NO2
- ÓXIDOS: é um composto binário, sendo que o oxigênio é o mais eletronegativo entre eles.
CLASSIFICAÇÃO:
1 – ÓXIDOS BÁSICOS: possuem caráter iônico, onde o metal irá apresentar Nox + 1, +2 ou +3.
Exemplos:
Na2O -> óxido de sódio
BaO -> óxido de bário
FeO -> óxido ferroso
Fe2O3 -> óxido férrico.
2 – ÓXIDOS ÁCIDOS: possuem caráter covalente e geralmente são formados por não-metais.
Exemplos:
CO2 -> dióxido de carbono
SO3 -> trióxido de enxofre
N2O5 ->pentóxido de dinitrogênio
3 – ÓXIDOS NEUTROS: são óxidos covalentes, isto é, formados por não-metais, e que não reagem com
água, ácido ou base.
CO -> monóxido de carbono.
NO -> monóxido de nitrogênio.
N2O -> óxido de dinitrogênio.
112
BALANCEAMENTO
As combinações entre as substâncias são fenômenos químicos que são chamados de REAÇÕES
QUÍMICAS. As reações químicas são representadas por meio de fórmulas das substâncias.
MÉTODO DE TENTATIVAS
O processo das tentativas consiste em procurar números que sirvam de coeficiente para igualar
os dois membros da equação: número total dos reagentes = número total de produtos.
Exemplos:
Reagente Produto
2H2 + 102 2H2O
Antes depois Antes depois
H=2 ->H=4 H=2 -> H=4
O=2 -> O=2 O=1 -> O=2
3H2SO4 + 2Al -> 1Al2 (SO4) + 3H2
2AlCl3 + 1Mg -> 1Al(OH)3 + 3MgCl2
4H3PO4 + 3Pb(OH)4 -> IPb3(PO4)4 + 12H2O
CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES
1 – REAÇÃO DA SÍNTESE: são reações nas quais dois ou mais reagentes dão origem a um único produto.
Exemplos:
C + O2-> CO2
2Mg + O2 -> 2MgO
2 – REAÇÃO DE ANÁLISE OU DECOMPOSIÇÃO: são reações nas quais um único reagente dá origem
a dois ou mais produtos.
Exemplos:
∆
CaCo3 CaO + CO2
∆
2KClO2 2KCl + 3 CO2
3 – REAÇÃO DE DESLOCAMENTE OU SIMPLES TROCA: quando uma substância simples reage com
uma substância composta e “desloca”, desta última, uma nova substância simples.
Exemplos:
Fe+ CuSO4 -> FeSO4 + Cu
Zn+ CuSO4 -> ZnSO4 + Cu
4 – REAÇÃO DE DUPLA TROCA: quando dois compostos reagem, permutando entre si dois elementos
e dandoorigem a dois novos compostos.
Exemplos:
NaCl + AgNO3 -> NaNO3 + AgCl
FeS + 2HCl -> FeCl2 + H2S
113
MASSAS DOS ÁTOMOS
MASSA ATÔMICA (M.A.)
Massa Atômica de um elemento é a média ponderada das massas atômicas dos átomos de seus
isótopos constituintes.
Exemplo:
3517Cl 75%
35 x 75 + 37 x 25 C≈ 35,5u
35
17Cl 25% 100
Obs.: as massas atômicas de cada elemento você encontra na tabela.
MASSA MOLECULAR (M.M)
Massa molecular de uma substância é a massa da molécula dessa substância expressa em unidades
de massa atômica (u).
Exemplos:
H2o H2SO4
1 16 1 32 16
2+16 -> M.M.=18u 2+32+64 -> M.M.=98u
MOL: é a quantidade de matéria ou quantidade de substância.
Exemplos:
1 mol de átomo de S -> 1S
2 mols de átomos de S -> 2S
1 mol de molécula de H2O -> 1H2O
2 mols de molécula de H2O -> 2H2O
CONSTANTE DE AVOGADRO: é o número de átomos de12C contidos em 0,012kg de 12C. Seu valor
numérico é: 6,02.1023.
6,02.1023 átomos
1mol
6,02.1023 moléculas
MASSA MOLAR: é a massa de um mol de átomos ou substância que é numericamente igual à sua massa
atômica ou a sua massa molecular.
Exemplos:
M.A. do Cl -> 35,5u
Massa molar do Cl -> 35,5g/mol
M.A. do H2O -> 18u
Massa molar da H2O -> 18h/mol
114
ROTEIRO DE ESTUDOS
QUÍMICA
CAPÍTULO 3
115
GASES
VARIÁVEIS DO ESTADO DOS GASES
- Pressão: (ao nível do mar) = 1 atm = 760 mmHg = 760 torr.
- Temperatura: é indicada na escala Kelvin (K) = Tk = T ºC + 273.
- Volume: 1m³= 1000L
1dm³ =1L
1000 cm³ = 1L = 1000mL
TRANSFORMAÇÕES GASOSAS
-Transformações isotérmicas: são as transformações nas quais variam a pressão e o volume, mas a
temperatura permanece constante.
P1V1 = P2V2
-Transformações isobáricas: são as transformações nas quais variam o volume e a temperatura, mas a
pressão permanece constante.
V1 = V2
T1V2
-Transformações isocóricas: são as transformações nas quais variam a pressão e a temperatura, mas o
volume permanece constante.
P1= P2
T1 T2
EQUAÇÃO GERAL DOS GASES
Relacionando as três transformações ocorridas com uma massa fixa de um gás, obtém-se a chamada
EQUAÇÃO GERAL DOS GASES, que relaciona as três variáveis de estado (P, V e T), sofrendo modificações
simultâneas.
P1V1 = P2V2
T1 T2
VOLUME MOLAR
É o volume ocupado por um mol de moléculas de substâncias. Experimentalmente, verificou-se que 1 mol
de moléculas de qualquer substância no estado gasoso ocupa o volume de 22,4L nas condições normais.
1 mol (C.N.T.P.): 22,4L
EQUAÇÃO DE CLAPEYRON
Quaisquer que sejam as transformações sofridas por uma massa fixa de gás, a relação PV apresenta sempre
um valor constante que depende do número de mol do gás. Quando essa quantidade for igual a 1 mol, a
constante será representada por R.
O valor de R quando:
P = atm R = 0,082
P = mmHg R = 62,3
Genericamente, por um número qualquer de mol (n), temos:
PV = n.R.T onde n = m ou PV = m.R.T
MM
116
DENSIDADE
d = m onde m = massa da solução (gramas)
v v = volume da solução (cm³ ou mL)
MOLARIDADE OU CONCENTRAÇÃO MOLAR (M)
M = n1 onden1 = número de mol do soluto → n1 = m1
V M1
m1 = massa do soluto
M1 = massa molar do soluto
M =m1
M1.V
Exemplo: 17,1g de Al2(SO4)3são dissolvidos em água suficiente para a obtenção de 80ml de solução.
Calcule a concentração molar dessa solução.
m1 = 17,1g
V = 80ml→ 0,08L M = m1 = 17,1_ = 0,625 mol/L
M1.V 342. 0,08
Massa molar do Al2(SO4)3 = 54 + 96 + 192 = 342 = M1
TERMOQUÍMICA
As reações químicas são acompanhadas por trocas de energia que podem se manifestar de
diferentes formas. Na termoquímica, estudam-se as transferências de calor associadas a uma reação
química ou mudanças no estado físico de uma substância.
REAÇÕES EXOTÉRMICAS
É aquela que ocorre com liberação de calor.
Ex o→para fora
Exemplo: 2H2 (g) + O2 (g) →2H2O (l) + calor
2H2 (g) + O2 (g) → 2H2O (l) + 285,8 KJ
REAÇÕES ENDOTÉRMICAS
É aquela que ocorre com absorção de calor
Endo→para dentro
Exemplo: 2H2O (l) + calor →2H2 (g) + O2 (g)
2H2O (l) + 285,8 KJ → 2H2 (g) + O2 (g)
Calor liberado para o meio ambiente
Calor absorvido do meio ambiente
117
QUÍMICA ORGÂNICA
CADEIAS CARBÔNICAS
Os átomos de carbono têm a propriedade de se unirem, formando estruturas denominadas cadeias
carbônicas.
Exemplo:
TIPOS DE CARBONO
Os átomos que fazem parte de uma cadeia podem ser classificados em:
a) Carbono primário: encontra-se ligado diretamente, no máximo a outro átomo carbono.
Exemplo:
b) Carbono secundário: encontra-se ligado diretamente a apenas dois outros átomos de carbono.
Exemplo:
c) Carbono terciário: encontra-se ligado diretamente a três outros átomos de carbono.
Exemplo:
d) Carbono quaternário: encontra-se ligado diretamente a quatro átomos de carbono.
Exemplo:
118
TIPOS DE CADEIAS CARBÔNICAS
a) Cadeia aberta: é aquela que apresenta pelo menos duas extremidades (pontas).
Exemplo:
As cadeias abertas podem ser:
- Normal: apresenta somente carbonos primários e secundários.
Ex.:
- Ramificada: apresenta carbonos primários, secundários, terciários e quaternários.
Ex.:
- Saturada: apresenta ligações simples entre carbonos.
Ex.:
- Insaturada: apresenta ligações duplas ou triplas entre os carbonos.
Ex.:
- Homogênea: constituída por átomos de carbono.
Ex.:
- Heterogênea: constituída por átomos de carbono e pelo menos um heteroátomo entre os átomos
de carbono.
Ex.:
b) Cadeia fechada: é aquela que não apresenta extremidades.
Exemplo:
119
FUNÇÕES ORGÂNICAS
A nomenclatura oficial leva em consideração o número de carbonos, os tipos de ligações entre eles e a
função que pertence a substância.
1- Hidrocarbonetos: Os compostos da função hidrocarbonetos apresentam moléculas formadas
somente por carbono e hidrogênio.
Exemplos:
Etano:
Eteno:
Etino:
Benzeno (aromático):
2- ALCOÓIS
Os compostos que apresentam o grupo hidroxila (-OH) ligado ao carbono saturado, isto é, o
carbono que apresenta somente ligações simples.
Exemplo:
Etanol (C2H5OH)
Propanol (C5H7OH)
3 – FENÓIS
Os fenóis são compostos que apresentam o grupo hidroxila (-OH) ligado a um átomo de carbono do anel
aromático.
Exemplos:
Hidroxi-benzeno α-hidroxi-benzeno
120
4- ALDEÍDOS
Os aldeídos apresentam o grupo carbônico (-C=O) ligado a um carbono primário.
Exemplo:
5- CETONAS
As cetonas são compostas que apresentam o grupo carbônico (-C=O) ligado a um carbono secundário.
Exemplo:
6- HALETOS ORGÂNICOS
São compostos que apresentam pelo menos um átomo de halogênio (F, Br, Cℓ, I) ligado a um radical
derivado de hidrocarboneto.
Exemplos:
→etanol ( C2H4O)
→propanona (C3H6O)
Cloro metanodiclorometano tricloro metano
121
Exercício resolvido
Um gás ocupa um volume de 5m³ na CNTP. Qual a pressão desse gás em atm, quando seu volume
reduzir a 250L numa temperatura de 273ºC? V1 = 5m³ = 5000L
CNTP P1 = 1atm P1V1 =P2V2
T1 = 273K T1 T2
V2 = 250L
T2 = 273ºC + 273 = 546K 1. 5000L = P2. 250 P2 = 40 atm
P2= ?273 546
SOLUÇÕES
Solução é qualquer mistura homogênea, ou seja, qualquer sistema monofásico de dois ou mais
componentes.
Exemplo: água e sal
- soluto → menor quantidade (sal)
- solvente → maior quantidade (água)
- m1 → massa do soluto
- m2→massa do solvente
- m →massa da solução
Assim temos:
m = m1 + m2
As soluções podem ser:
- SOLUÇÃO DILUÍDA: quando a proporção de soluto é pequena em relação ao solvente.
Exemplo: 1g de sal em 1L de H2O, xºC
-SOLUÇÃO CONCENTRADA: quando a proporção de soluto é grande em relação ao solvente.
Exemplo: 20g de sal em 1L de H2O, xºC
-SOLUÇÃO SATURADA: é o máximo de soluto que o solvente consegue se dissolver a uma dada
temperatura.
Exemplo: 30g de sal em 1L de H2O, xºC
-SOLUÇÃO SUPERSATURADA: contém maior quantidade de soluto que a respectiva solução saturada á
mesma temperatura.
Exemplo: 31g de sal em 1L de H2O, xºC, onde 1g de sal passa a ser corpo de fundo porque não foi
dissolvido.
As soluções diluídas e concentradas também são chamadas de soluções insaturadas.
CONCENTRAÇÕES DE SOLUÇÕES
É qualquer maneira de indicar a proporção entre as quantidades de soluto e de solução (ou solvente).
-CONCENTRAÇÃO COMUM (C)
C = m1 ondem1 = massa do soluto (gramas)
V V = volume da solução (litros)
Exemplo: Uma solução aquosa contém 27g de NaCℓ (sal de cozinha) em 1 litro de água. Qual a
concentração em g/L?
C = ? C = m1 → C = 27= 27g/L
m1 = 27g V1
V = 1L
122
ROTEIRO DE ESTUDOS
FÍSICA
CAPÍTULO 1
123
CINEMÁTICA
CINEMÁTICA é a parte da Física que estuda os movimentos dos corpos, não se preocupando com a causa
dos mesmos.
1- MOVIMENTO E REPOUSO: um corpo está em movimento quando a distância entre este corpo e
o referencial varia com o tempo. Quando a distância entre o corpo e o referencial não variar no
decorrer do tempo, dizemos que o corpo está em repouso.
2- TRAJETÓRIA: é uma linha determinada pelas diversas posições que um corpo ocupa no decorrer
do tempo.
3- ESPAÇO: é a distância entre dois pontos. A distância normalmente é medida em: metro (m),
quilômetros (km) e centímetro (cm).
4- TEMPO: é o intervalo existente entre dois ou mais acontecimentos e pode ser determinado pelas
seguintes unidades: segundo (seg), minuto (min) e hora (h).
Obs.: 1 minuto = 60 segundos;
1 hora = 60 minutos;
1 hora = 3.600 segundos.
5 – VELOCIDADE: é a relação existente entre o espaço percorrido por um móvel e o tempo gasto em
percorrê-lo. As unidades mais usadas em velocidade são: metros por segundo (m/s) quilômetros por
hora (km/h).
MOVIMENTO UNIFORME (M.U)
Um corpo realiza um M.U. Quando percorre distâncias iguais em intervalos de tempos iguais, isto
é, a velocidade constante é diferente de zero.
Função horária S = So + vt.
S = Espaço
So = Espaço inicial
V = Velocidade
T = Tempo
Exemplo:
Dada a função horária S= 20 +5t, determine:
a) O espaço inicial
b) A velocidade
c) O espaço no instante t = 2 seg.
Resolução:
a) S = S0 + vt
S =20 + 5t
S = 20 m
b) V = 5 m/s.
c) S = 20 +5t
S = 20 +5.(2)
S = 20 + 10
S = 30 m
124
DINÂMICA
1 – DEFINIÇÕES GERAIS
A Dinâmica tem por objetivo a resolução de dois problemas básicos.
- Conhecendo-se o movimento de um corpo, caracterizar as forças que agem sobre ele.
- Conhecendo-se as forças que agem sobre um corpo, caracterizar o seu movimento.
2 – FORÇAS RESULTANTES
É a força que, se substituísse todas as outras que agem sobre um corpo, produziria nele o mesmo
efeito que todas as forças aplicadas.
- Duas forças concorrentes e perpendiculares entre si.
F1
R
F2 FR = F1² + F2²
3 – PRINCÍPIOS DA DINÂMICA (LEIS DE NEWTON)
a) PRINCÍPIO DA INÉRCIA OU PRIMEIRA LEI DE NEWTON
Um ponto material isolado está em repouso ou em movimento retilíneo uniforme.
b) Fr
--------------------------------------- m EM MÓDULO: FR = m.a
A unidade de força no SI (Sistema Internacional) é o NEWTON, que se indica por N.
C) PRINCÍPIO DA AÇÃO E REAÇÃO (TERCEIRA LEI DE NEWTON):
Sempre que um corpo A exerce uma força sobre o corpo B, este reage exercendo em A uma outra
força, de mesma intensidade e direção, mas de sentido contrário.
Exemplo:
F AB é a força que A aplica em B ----------------------------------
FBA F AB
F BA é a força que B aplica em A
125
CÁLCULO DA FORÇA RESULTANTE:
Exemplo:
Dadas as forças F1 = 4N e F2 = 3N, determine a resultante nos seguintes casos:
A) F1 e F2 têm a mesma direção e sentido.
R = F1 + F2 F1
R = 3 + 4 = 7N F2
B) F1 e F2 têm mesma direção e sentido contrário:
R = F2 – F1 F2 F1
R = 4 – 3 = 1N
C) F1 e F2 são perpendiculares.
F1 R = √F1² + F2²
R R = √3² + 4²
F2 R = √25
R = 5N.
ESTÁTICA
1- FORÇA RESULTANTE
É a força única que produz o mesmo efeito causado por várias forças agindo sobre um mesmo corpo.
R = força resultante encontrada pela soma vetorial.
R = F1 +F2 + ........ + Fn
Se houver duas forças concorrentes, teremos:
Fr = F1 + F2 + 2 F1.F2. cos α
Ou Fr = F1 + F2
2 – COMPONENTES RETANGULARES DE UMA FORÇA
Fx = F cos α
Fy = F sen α
3 – EQUILÍBRIO
Um corpo pode estar em equilíbrio das seguintes maneiras:
a) Equilíbrio estático: quando V= 0
O corpo está em repouso em relação a certo referencial, isto é, a velocidade é nula para qualquer ponto
do corpo.
b) Equilíbrio dinâmico: quando V é diferente de O, ou seja, V = constante.
O corpo está em movimento retilíneo uniforme de referencial escolhido, isto é, a velocidade é constante
para qualquer ponto.
4 – MOMENTOS DE UMA FORÇA
Momento de uma força F, em relação a um ponto O fixo, é o produto da intensidade da força F pela
distância do ponto à reta suporte da força.
- Rotação no sentido anti-horário = momento positivo.
- Rotação no sentido horário = momento negativo.
126
ROTEIRO DE ESTUDOS
FÍSICA
CAPÍTULO 2
127
- Si = área inicial
TERMOLOGIA
1 – TEMPERATURA
Temperatura é a grandeza que mede o estado de agitação térmica das partículas que constituem
um corpo. Por exemplo, a temperatura de um gás mede o estado de agitação das moléculas desse gás.
Quanto maior a velocidade média das moléculas, maior a sua temperatura.
2 – ESCALAS TERMOMÉTRICAS
Escala Termométrica é um conjunto de valores numéricos de temperaturas, associados a um
determinado estado térmico preestabelecido, denominados pontos fixos da escala.
Observe as escalas abaixo:
CELSIUS FAHRENHEIT KELVIN
• 100º C
• TC
• 0º C
• 212º F
• TK
• 32ºF
• 373K (ponto vapor)
• TK
• 273K (ponto gelo)
Logo,
tc = tf + 32 = tk – 273
5 9 5
Em particular:
1 – Para transformar graus Celsius em graus Kelvin e vice-versa, usamos a fórmulaabaixo.
tk = tc + 273
2 – Para transformar graus Celsius em graus Fahrenheit e vice-versa, usamos a fórmula abaixo.
tc = tf – 32
5 9
DILATAÇÃO TÉRMICA
Geralmente o aumento da temperatura de um sólido provoca um aumento de suas dimensões, enquanto
uma diminuição da temperatura provoca uma contração.
- Dilatação linear: é aquela em que predomina a variação em uma única direção.
L = Li.α∆t
Lf = Li.(1 + α∆t)
Em que:
- Li = comprimento inicial
- Lf = comprimento final
- ti = temperatura inicial
- tf = temperatura final
- ∆L =Lf- Li = variação do comprimento
- ∆t = tf – ti = variação de temperatura
- α = coeficiente de dilatação (ºC)
- Dilatação superficial: é aquela em que predomina a variação em duas direções (superfície).
S = Si.β∆t
Sf = Si.(1 + β∆t)
Em que:
- Sf = área final
- β = coeficiente de dilatação superficial
- ∆S = Si – Sf = variação de área
Para dilatação superficial β = 2α
- Dilatação volumétrica: é aquela em que se considera a variação em três direções (volume).
V = Vi.γ∆t
Vf = Vi.(1 + γ∆t)
Em que:
- Vi = volume inicial
- Vf = volume final
- ∆V = Vf – Vi = variação de volume
- γ = coeficiente de dilatação volumétrica
Para dilatação volumétrica γ = 3α
128
. Vi .
DILATAÇÃO DOS LÍQUIDOS
Como os líquidos estão contidos em recipientes sólidos, a dilatação realmente sofrida pelo líquido é igual à
soma da dilatação aparente do líquido com a dilatação volumétrica do recipiente.
V real = V ap + V recip
Em que:
- V real = α real .Vi . t (dilatação real do líquido)
- V ap = α ap . Vi . t (dilatação aparente do líquido)
- V recip = α recip .Vi . t (dilatação volumétrica do recipiente)
Logo,
α real = αap + α recip
DILATAÇÃO DA ÁGUA
Aumentando-se a temperatura da água entre 0ºC e 4ºC há diminuição de volume; a partir de 4ºC há
aumento de volume.
FÓRMULA FUNDAMENTAL DE CALORIMETRIA
Q = m.c.∆t
Logo,
Q = m.c (tf – ti)
Em que:
- Q =quantidade de calor sensível (cal)
- m= massa do corpo (g)
- c = calor específico (cal/gºC)
- ∆t = tf – ti = variação de temperatura
Se:
- Tf é maior que ti, então Q é menor que O (calor recebido pelo corpo)
- Tf é menor que ti, então Q é menor que O (calor cedido pelo corpo)
CAPACIDADE TÉRMICA DE UM CORPO
Representa a quantidade de calor necessária para que a temperatura do corpo varie 1ºC. É dado por:
C = Q ou C = m. c
t
C = capacidade térmica (cal/ºC)
PRINCÍPIO DA IGUALDADE DAS TROCAS DE CALOR
Quando dois ou mais corpos, com temperaturas diferentes são postos em contato, eles trocam calor entre
si, até atingir o equilíbrio térmico. Para um sistema termicamente isolado, temos:
Q recebido + Q cedido = 0
CALOR LATENTE
É a quantidade de calor que um grama de uma substância precisa ganhar ou perder para mudar de uma
fase a outra. Durante a mudança de fase a temperatura permanece constante.
Q = m. L
Em que:
- Q = quantidade de calor trocada durante a mudança de fase (cal)
- m = massa do corpo (g)
- L = calor latente de mudança de fase (cal/g)
129
MUDANÇAS DE FASE
Uma substância pode passar de uma fase para outra através do recebimento ou fornecimento de calor. Essas
mudanças de fase são chamadas de:
f) Fusão: é a passagem de uma substância da fase sólida para a fase líquida
g) Solidificação: é a passagem de uma substância da fase líquida para fase sólida.
h) Vaporização: é a passagem da fase líquida para fase gasosa.
i) Condensação ou liquefação: é a passagem da fase gasosa para líquida.
j) Sublimação: é a passagem direta da fase sólida para a fase gasosa ou da fase gasosa para a fase
sólida.
PROPAGAÇÃO DE CALOR
Existem três processos de transmissão de calor:
• Condução: é o processo de transmissão de calor através do qual a energia passa de partícula para
partícula sem que elas sejam deslocadas.
Na condução, o fluxo de calor Q que atravessa uma chapa é o quociente entre a quantidade de calor Q que
passa perpendicularmente através da chapa e o intervalo de tempo x gasto em atravessá-la.
Logo,
Q = Qx = K.S. (t2 – t1)
e
Em que:
- ti e t2 = temperatura das fases
- K = coeficiente de condutibilidade térmica de material
- S = área da superfície
- e = espessura da chapa
• Convecção: é uma forma de transmissão de calor que ocorre nos líquidos dos gases, juntamente
com o transporte de matéria.
• Irradiação: é a propagação de energia através do espaço, mesmo na ausência de matéria.
ESTUDO DOS GASES
Transformações gasosas
Chamam-se transformações de um gás a mudança de estado por ele sofrida devido à alteração de suas
variáveis de estado. As transformações mais conhecidas são:
• ISOTÉRMICA (temperatura constante)
• ISOBÁRICA (pressão constante)
• ISOMÉTRICA (volume constante)
• ADIABÁTICA (não há troca de calor)
130
ROTEIRO DE ESTUDOS
FÍSICA
CAPÍTULO 3
131
ÓPTICA
NOÇÕES BÁSICAS DE ÓPTICA
1- FONTE PRIMÁRIA DE LUZ
É aquela que emite luz própria.
Exemplo: o sol, a chama de uma vela, etc.
2- FONTE SECUNDÁRIA DE LUZ
É aquela que se reflete a luz que recebe de outros corpos.
Exemplo: a lua, o vaso, a parede, etc.
3- FONTE DE LUZ PUNTIFORME
É a fonte de luz cujas dimensões são desprezíveis.
Exemplo: uma lâmpada comum observada a uma distância de 40m.
4- RAIO DE LUZ
É toda linha que representa geometricamente a direção e o sentido de propagação da luz. Um
conjunto de raios de luz forma um feixe de luz que pode ser:
- Cilíndrico ou paralelo
- Cônico divergente
- Cônico convergente
5- MEIOS TRANSPARENTES, TRANSLÚCIDOS E OPACOS.
• Transparente: é aquele que permite a visualização nítida dos objetos através dele.
• Translúcido: é aquele que não permite a visualização nítida através dele.
• Opaco: é aquele que não permite a visualização dos objetos através dele.
6- VELOCIDADE DA LUZ
A velocidade da luz no vácuo é constante e igual a:
c = 3000.000 km/s
Em Astronomia, utiliza-se a unidade de comprimento denominada ano-luz, que representa a
distância percorrida pela luz no vácuo em um ano.
1 ano-luz = 9,6.1015m
7- PRINCÍPIO DA ÓPTICA GEOMÉTRICA
a) Princípio da propagação retilínea da luz
Num meio homogêneo e transparente, a luz propaga-se em linha reta.
b) Princípio da independência dos raios de luz
Um raio de luz, ao cruzar com outro, não interfere na sua propagação.
c) Princípio da reversibilidade dos raios de luz
O caminho seguido pela luz independe do sentido de propagação. Isto significa que o caminho
de volta é igual ao de ida.
8- ÂNGULO VISUAL
É o ângulo sob o qual o observador vê o objeto. O ângulo é formado pelos raios que partem dos
pontos observados.
132
ONDULATÓRIA
NOÇÕES BÁSICAS DE ONDULATÓRIA
1- ONDA
É uma perturbação que se propaga. Toda onda transmite energia, sem transportar matéria.
Quanto à natureza, as ondas podem ser:
- Mecânicas (precisam de um meio material para se propagar);
- Eletromagnéticas (não necessitam de meio material para se propagar, isto é, propagam-se no vácuo).
Quanto à direção de vibração, as ondas podem ser:
- Transversais (as vibrações são perpendiculares à direção de propagação);
- Longitudinais (as vibrações coincidem com a direção de propagação).
Exemplo: ondas sonoras.
2- ONDAS SONORAS
As ondas sonoras são de origem mecânica, pois são produzidas por deformação em um meio elástico.
O ouvido normal é excitado por ondas sonoras de frequência entre 20hz e 20.000HZ.
Quando a frequência é maio que 20.000Hz, as ondas são ditas ultrassônicas, e menor que 20Hz,
infrassônicas.Os sons não são transmitidos no vácuo porque exigem um meio material para a sua propagação.
3- QUALIDADES FISIOLÓGICAS DO SOM
A- ALTURA: é a qualidade que permite classificar os sons em grave e agudo.
- grave ou baixo = frequência menor
- agudo ou alto = frequência maior
B – INTENSIDADE: é a qualidade que permite distinguir um som forte de um som fraco.
- forte = grande intensidade sonora (potência)
- fraco = pequena intensidade sonora (potência)
C – TIMBRE: é a qualidade que permite classificar os sons de mesma altura e de mesa intensidade,
emitidos por fontes diferentes.
Exemplo: um piano e um violino.
133
ELETRICIDADE
A) DEFINIÇÃO: A Eletricidade é um tipo, uma forma de energia como a luz, o calor, o som e outras
modalidades. A energia não tem definição e por isso Eletricidade não se define.
B) CONDUTORES OU ISOLANTES:
- CONDUTORES: é o corpo que possui elétrons livres dos quais se deslocando através dele faz
com que a Eletricidade atinja todos os pontos do corpo. Os melhores condutores são os metais.
- ISOLANTES: é o corpo que possui elétrons livres e a Eletricidade só se manifesta nas regiões
atritadas, não se propagando.
C) LEI DE COULOMB: “A força entre dois pequenos corpos eletrizados é proporcional ao produto de
suas cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles e tem a direção que
os une”.
É representado pela expressão:
F = K.Q1.Q2
d²
D) LEI DE OHM: Em temperatura constante, a intensidade de corrente que percorre um condutor é
diretamente proporcional à diferença de potencial existente entre seus extremos e inversamente
proporcional à resistência que o condutor oferece à passagem da corrente elétrica.
I = V
R
Representação gráfica:
V
I
134
zzz10
Ω
e) ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES:
1 – SÉRIE: aquela em que os resistores são ligados, entre si, de maneira que o fim de um coincide
com o início do outro.
R = R1 + R2
2 – PARALELO: aquela em que os resistores são ligados, entre dois pontos: A e B.
1 = 1+ 1 ....
R1R2
Exemplo prático:
1 – Calcule a resistência equivalente do circuito:
1 = 1 +1 + 1
R10 10 5
1 = 1 + 1+ 2 1= 4 4R = 10 R = 10 R = 0,25 Ω
R 10 R 10 4
R = R1 + R2 + R3 R = 1,5 + 2,5 + 11 R= 15 Ω
2 – Qual é a resistência equivalente à associação da figura abaixo em ohms?
R = R1 + R2 -> R = 3 + 3 R = 6Ω
1 = 1+ 1 1 = 1 + 1 ->1 = 1+2
RR1 R2 R 6 3 R 6
1 + 3-> 3R = 6 R= 6 R = 2Ω
R 6 3
135
ROTEIRO DE ESTUDOS
MATEMÁTICA
CAPÍTULO 1
136
I – CONJUNTOS
a) Definição: chamamos de conjunto toda a reunião de elementos. Podemos representá-lo por:
- Sua propriedade característica.
Ex.: A = {x/x é o conjunto das vogais}
- Enumerando seus elementos entre chaves:
Ex.: A = {a, e, i, o, u}
- Por diagrama de Venn:
b) Tipos de conjuntos:
- Universo: quando possui mais de um elemento.
Ex.: A = {x/x é o conjunto dos números naturais}
- Unitário: quando possui apenas um elemento.
Ex.: A = {x/x é p conjunto dos dias da semana começados pela letra d}
- Vazia: quando não possui nenhum elemento.
Ex.: {x/x é o conjunto dos dias da semana começados pela letra x}
c) Operações com conjuntos:
- União: A U B = {x/x ∈ A ou x ∈ B}
- Intersecção: A ∩ B = {x/x ∈ A ou x ∈ B}
- Diferença: A – B = {x/x ∈ A e x ∉ B}
d) Conjuntos numéricos:
- N = conjunto dos números naturais (são todos os números inteiros e positivos).
- Z = conjunto dos números inteiros (são todos os números inteiros + e -).
- Q = conjunto dos números inteiros racionais (são todos os números na forma de fração A onde B≠0).
B
- I = conjunto dos números irracionais (são números cuja representação decimal não é exata, nem
periódica).
- R = conjunto dos números reais (Q + I).
a u e
o
i
Exercício resolvido:
1- Dado o conjunto A = {x/x é o conjunto dos números naturais entre 0 e 6} e B = {x/x é o conjunto
dos números naturais entre 1 e 8}, determine:
a) Represente os números acima enumerando seus elementos entre chaves.
b) Identifique o tipo de conjunto representado.
c) Encontre AUB, A∩B e A – B
d) Dentre os conjuntos numéricos estudados, a qual grupo pertence?
Resolução:
a) A = {1, 2, 3, 4, 5}
B = {2, 3, 4, 5, 6, 7}
b) A e B => são do tipo de universo.
c) A U B = {1, 2, 3, 4, 5} U {2, 3, 4, 5, 6, 7} = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7}
d) Naturais.
137
II – FUNÇÃO
a) Definição: sendo A e B dois conjuntos não vazios e uma relação ƒ de A em B, essa relação ƒ
é uma função de A em B quando a cada elemento x do conjunto A está associado um e um só
elemento y do conjunto B.
ƒ: A → B
Ex.: y = x + 5 => f(x) = x + 5
b) Conjunto domínio (D): é o conjunto de partida de uma função.
c) Conjunto imagem (Im): é o conjunto de chegada de uma função.
Exercício Resolvido:
a) Dado A = {0, 1, 2} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5} definir a função ƒ: A →B onde y = x + 1 e determine
domínio e Im.
Resolução:
A B
D = {0, 1, 2}
Im = {1, 2, 3}
b) Estudo das funções:
FUNÇÃO DO 1º GRAU
1- Função linear: é uma função de 1º grau do tipo y =a x + b, seu gráfico será sempre uma reta.
Ex.: y = x + 1 y
x y
1 2 4
2 3
3 4 3
2
1 2 3 x
2 – Função afim: é uma função incompleta de 1º grau do tipo y = a x, seu gráfico será também
uma reta.
Ex.: y =2x
0
1
2
0
1
2
5
3
138
x y
1 2
2 4 6
3 6
4
2
12 3 x
3-Função identidade: é uma função de 1º grau do tipo x = y, seu gráfico será uma reta que corta o ponto
origem (0,0).
Ex.: x = y y
x y
1 1 3
2 2
3 3 2
1
1 2 3 x
4- Função constante: é toda função do tipo y = b e seu gráfico será sempre uma reta paralela ao eixo x.
Ex.: y = 2 y
x y
1 2
2 2 2
3 2
1 2 3 x
III- EQUAÇÃO ESPONENCIAL E LOGARÍTMICA
a) Exponencial: é toda equação do tipo y = ax
Exemplos práticos:
1) 4x= 32 22x= 25 2x= 5x = 5
2
2) 2x= 1 2x= 2-4 x = - 4
16
3) 2x = 3√4 2x = 41/3 2x = (22)1/3
2x=22/3 x = 2
3
b) Logaritmo: é toda equação do tipo loga b = x
Propriedade dos logaritmos:
logb (a.c) = logba + logbc
logba = logba - logbc
c
logban = n. logba
logbn √a = logba 1/n =1 . logb a
n
139
Exemplos práticos: Observe que log. é transformado em uma potência.
1) log4 x = 2 x = 4² x = 16
2) log5 x² = 0 x² = 60 x² = 1 x² = ±√1 x = ± 1
Raiz Quadrada
Raiz quadrada, de certa forma, lembra um pouco a Potenciação.
Na potenciação temos, por exemplo: 2² = 4
Se fosse um exercício de raiz seria: √4 = 2.
O símbolo √ é chamado de radicando.
Para saber como calcular raiz quadrada, o aluno deve conhecer a tabuada, principalmente o resultado
dos números multiplicados por eles mesmos. Veja a tabela abaixo:
2 . 2 = 4
3 . 3 = 9
4 . 4 = 16
5 . 5 = 25
6 . 6 = 36
7 . 7 = 49
8 . 8 = 64
9 . 9 = 81
10 . 10 = 100
Com base na tabela acima, se for perguntado qual a raiz quadrada de 49, qual seria o resultado? A
resposta certa seria 7 pois: 7x7 = 49.
Com base nisso, podemos concluir que a raiz quadrada de um número, é o número real que multiplicado
por ele mesmo tem como resultado o número que está debaixo do radicando.
Resolvendo um exercício de raiz quadrada:
√4 = 2, pois 2 x 2 = 4, √36 = 6, pois 6 x 6 = 36, √81 = 9, pois 9 x 9 = 81 ,√121 = 11, pois 11 x 11 = 121
√169 = 13, pois 13 x 13 = 169, √324 = 18, pois 18 x 18 = 324
Para Raízes quadradas exatas, se o número terminar em:
1, sua raiz termina com 1 ou 9
4, sua raiz termina com 2 ou 8
5, sua raiz termina com 5
6, sua Raiz termina com 4 ou 6
9, sua raiz termina com 3 ou 7
Ex: qual raiz quadrada de 169
√169 13
-1 23x3 =69
069
-69
0
Raiz quadrada de 169 é 13.
140
ROTEIRO DE ESTUDOS
MATEMÁTICA
CAPÍTULO 2
141
SUCESSÃO OU SEQUÊNCIA
- Definição: Sucessão ou sequência é todo conjunto em que consideramos os elementos dispostos em certa
ordem.
(a1, a2, a3, ...., an)
-P.A.: Progressão aritmética é uma sequência numérica em que cada termo, a partir do segundo, é igual ao
anterior somado com um número fixo chamado razão da progressão.
Ex.: P.A. (2, 5, 8, 11...) r = 3
• Fórmula geral do termo geral de uma P.A.
an= a1 + (n – 1). r
Razão
nº de termos
1º termo
Termo procurado
Exemplo: Encontre o vigésimo termo da PA (3, 8...)
an= a1 + (n – 1). r
a20 = 3 + (20 – 1). 5
a20= 3 + 19 . 5
a20= 3 + 95
a20= 98
Obs.: Para encontrar a razão da PA subtrai-se os termos consecutivos.
Ex.: PA (2, 4, 6...)
r = razão = 6 – 4 = 2
- P.G.: Progressão Geométrica é uma sequência de números não nulos em que cada termo posterior, a
partir do segundo, é igual ao anterior multiplicado por um número fixo chamado razão da progressão.
• Fórmula do termo geral de uma P.G.
an= a1 . q n-1
nº de termos
Razão
142
in
1º termo
Termo procurado
Exemplo: Encontre o 4º termo de PG (2, 4...)
a4 = ? an= a1 . q n-1
a1 = 2 a4= 2. 24-1
q = 2 a4= 2. 8
n = 4 a4= 16
Obs.: Para encontrar a razão da PG, dividem-se os termos consecutivos um pelo outro.
Ex.: PG (2, 4, 8...)
q = razão = 4 = 2
2
FATORIAL
1- Definição: Sendo n um número maior que 1, define-se fatorial de n e indica-se n!
Ex.: 4! = 4 x 3 x 2 x 1 = 24
Obs.: Veja que é um produto de fatores de números inteiros decrescentes até o número 1.
Ex.: 2! = 2 x 1 = 2
3! = 3 x 2 x 1 = 6
5! = 5 x 4 x 3 x 2 x 1 = 120
2- Arranjo simples
É um conjunto de elementos com uma sequência definida.
Ex.: Uma corrida tem 4 competidores. Há quantas possibilidades para os dois primeiros lugares?
Resposta: (observe que a sequência é importante neste caso). Para as possibilidades, usamos novamente a
regra da multiplicação utilizada acima.
4 possibilidades para o primeiro lugar
3 possibilidades para o segundo lugar
Portanto temos 4 x 3 = 12 possibilidades.
143
ANÁLISE COMBINATÓRIA
1- Contagem
a) Imagine que você tenha 1 calça e 1 camisa. De quantas formas diferentes você pode se vestir?
Resposta: 1 só forma.
Chame a calça de A e a camisa de B. Assim:
1 possibilidade
A B
(calça) (camisa)
b) E se fossem, 1 calça e 2 camisas. De quantas formas diferentes você poderia se vestir?
Se a calça for A e as camisas B1 e B2, fazemos:
B1
A
B2
Portanto, são duas formas diferentes de se vestir.
c) E se fossem 2 calças e 2 camisas? Teríamos nesse caso:
A1 B1
A2 B2
Cada seta representa 1 possibilidade. Como temos 4 setas, temos 4 possibilidades.
Outro exemplo: Numa corrida há 3 competidores. Há quantos resultados possíveis?
Resposta: para o primeiro lugar, há 3 possibilidades, pois há 3 competidores.
Para o segundo lugar, há 2 possibilidades, pois sobraram 2 competidores.
Para o terceiro lugar, há 1 possibilidades, pois sobrou 1 competidor.
Feito isso, multiplicamos as possibilidades: 3 x 2 x 1 = 6 possibilidades.
Portanto, há um total de 6 possibilidades no resultado da corrida.
(camisa 1)
(camisa 2)
(calça 1)
(calça 2)
3- Permutações simples
A permutação é um arranjo simples com uma diferença: na permutação, todos os elementos são
necessariamente usados. Assim, no exemplo anterior, a pergunta seria: Quantos resultados são possíveis
na corrida (com 4 competidores)? E a resposta seria:
4 possibilidades para o primeiro lugar, pois são quatro competidores.
3 possibilidades para o segundo lugar porque 1 competidor já tirou o primeiro lugar.
2 possibilidades para o terceiro lugar porque sobraram 2 competidores.
1 possibilidade para o quarto lugar porque sobrou 1 competidor.
Portanto, temos 4 x 3 x 2 x 1 = 24 resultados possíveis.
144
4- Combinações Simples
É um conjunto de elementos que não depende da sua sequência.
Exemplo 1: Quantas combinações podem fazer com as letras A e B?
Resposta: Apenas 1 combinação: AB (pois BA representa a mesma combinação).
Exemplo 2:Quantas combinações, de suas cores, podemos fazer com as cores azul, verde e branco?
Resposta: Azul e verde; verde e branco e azul e branco.
Todas as outras uniões representam duplas repetidas.
Equações do 1º Grau - Definição
Definição: Toda sentença matemática expressa por uma igualdade, na qual exista uma ou mais letras
que representem números, é denominada equação. Cada letra que representa este número desconhecido
é chamada de variável ou incógnita.
A expressão matemática situada à esquerda do símbolo = é denominada 1º membro da equação (ou
igualdade).
A expressão matemática situada à direita do símbolo = é denominada 2º membro da igualdade (ou
equação). Exemplos:
2x + 8 = 0
5x - 4 = 6x + 8
3a - b - c = 0
A equação geral do primeiro grau:
ax+b = 0
Onde a e b são números conhecidos e a diferente de 0, se resolve de maneirasimples: subtraindo b dos
dois lados, obtemos:
ax = -b
Dividindo agora por a (dos dois lados), temos:
Considera a equação 2x - 8 = 3x -10
A letra é a incógnita da equação. A palavra incógnita significa "desconhecida".
Na equação acima a incógnita é x; tudo que antecede o sinal da igualdade denomina-se 1º membro, e o
que sucede 2º membro.
Qualquer parcela, do 1º ou do 2º membro, é um termo da equação, não são equações:
4 + 8 = 7 + 5 (Não é uma sentença aberta)
x - 5 < 3 (Não é igualdade)
(não é sentença aberta, nem igualdade)
145
ROTEIRO DE ESTUDOS
MATEMÁTICA
146
CAPÍTULO 3
TRIGONOMETRIA DO TRIÂNGULO RETÂNGULO
1- Teorema de Pitágoras
A trigonometria, que é uma palavra de origem grega: trigo = triangular, metria= medida, tem por
objetivo estabelecer relações entre os seis elementos de um triângulo.
Antes de entrarmos no estudo da Trigonometria, vamos rever a definição de um triângulo retângulo:
Triângulo retângulo é todo retângulo que tem um ângulo reto.
Em todo triângulo retângulo, os lados que formam o ângulo reto são denominados catetos e o lado
oposto ao ângulo reto é chamado de hipotenusa.
Assim, em todo triângulo retângulo, a soma dos quadrados das medidas dos catetos é igual ao
quadrado da medida da hipotenusa.
a² = b² + c², que é o Teorema de Pitágoras.
C
A B
b
c
a
90º
2- Razões trigonométricas no triângulo retângulo
Vamos um pouco mais além: se os pontos fossem (2, 3) e (1, 2)
• sen β = cateto oposto a βsen β = b
hipotenusa a
• cos β = cateto adjacente a β cos β = c
hipotenusa a
• tg β = cateto oposto a β tg β = b
cateto adjacente a β c
b
C
β
90º
α
α + β = 90º
147
c A B
INTRODUÇÃO À GEOMETRIA ANALÍTICA
1- Plano
Imagine que você está na sala de uma casa e, de repente, apaga a luz. Você sabe que uma lanterna
está a 2 passos para a frente e 2 passos para a direita. Chamaremos de coordenadas x e y. Os dois
passos para frente representam a direção y e os dois passos para a direita, a direção x. Podemos
representar assim:
y
2
2 x
posição inicial
O espaço em x e y demonstrado é chamado de plano, o plano xy.
Portanto, com um valor para x e outro para y, identificamos um ponto no plano.
Exemplo:
y
2
2 x
O primeiro elemento dos parênteses é x e o segundo elemento é y.
Lanterna
Ponto (2, 2)
2- Distância entre 2 pontos no plano
Considere 2 pontos no plano: o ponto (1, 1) e o ponto (2, 1). Vamos representá-los no gráfico:
y
1
1 2 x
Unindo os dois pontos, temos a distância entre eles. Vamos calcular?
Vamos chamar o ponto (1, 1) de (x1, y1) e o ponto (2, 1) de (x2, y2).
A regra é:
(x2 – x1) = x
(y2 – y1) = y
Voltando ao gráfico, qual é à distância de (1, 1) e (2, 1)?
Aplicando a regra: (x2 – x1) = (2 – 1) = 1
(y2 – y1) = (1 – 1) = 0
Portanto, a distância em x é 1 e em y é 0.
148
Vamos um pouco mais além: Se os pontos fossem (2, 3) e (1,2)?
y
3
2
1 2 x
Como achar a distância entre esses pontos? Temos que usar o Teorema de Pitágoras.
h² = x² + y² h = x² + y²
Vamos voltar ao gráfico anterior e identificar nele um triângulo retângulo. Veja:
y
x
x
Assim: (1 – 2) = - 1 = x
(2 – 3) = -1 = y
Portanto, h = (-1)² + (-1)² = √2
Exercício revolvido:
1- Encontre h, ou seja, a distância entre os pontos dados: (1, 3) e (2, 2)
h = 1² + 1² = √2
x = (2 – 1) = 1
y = (2 – 3) = -1
h
y
x
h
y