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Clínica Médica I Neurologia Acidente Vascular Encefálico Introdução e definições: ➢ O AVC é definido classicamente como um déficit neurológico, geralmente focal de início súbito ou com rápida evolução, sem outra causa aparente que não vascular ➢ Neste conceito, causas vasculares abrangem não somente aspectos estruturais do vaso, mas também funcionais, como o próprio fluxo sanguíneo e o sistema de coagulação ➢ Os tipos de AVC são geralmente divididos com base no aspecto patológico em isquêmicos ou hemorrágicos ➢ Estatisticamente apontam o isquêmico como responsável por aproximadamente 80% a 85% dos vasos, e o hemorrágico por aproximadamente 15 a 20%. ➢ Esses dois grupos, por sua vez, podem ser divididos com base nos mecanismos determinantes da lesão isquêmica ou da topografia predominante do insulto hemorrágico ➢ De uma forma ampla, esses dois mecanismos são responsáveis pelas alterações do parênquima cerebral secundarias a doenças vasculares: os processos isquêmicos (com ou sem infarto) e s hemorragias ➢ O AVC focal é convencionalmente definido como déficit neurológico com duração superior a 24 hrs e causado por redução do fluxo sanguíneo numa artéria que irrigue uma parte do cérebro, que resulta em infarto ➢ Ataque isquêmico transitório (AIT), definido como déficit neurológico isquêmico, cujos sinais e sintomas regridem totalmente em 24 hrs ➢ Os AVCs isquêmicos são diferentes dos hemorrágicos, pela falta de extravasamento de sangue no parênquima cerebral ➢ Há duas classificações prncipais para os AVCs isquêmicos: trombose e embolia Etiologia e fisiopatologia: Acidente vascular cerebral isquêmico ➢ Alterações estruturais e funcionais começam a ocorrer após a agressão isquêmica na qual o dano funcional e estrutural é irreversível, e uma outra região funcional comprometida, porem estruturalmente viável, zona de penumbra isquêmica ➢ O conceito de zona de penumbra é básico para o entendimento das medidas terapêuticas na fase aguda do AVCi ➢ Região que concentra neurônios viáveis circundando a zona do infarto, que também está submetido a algum grau de comprometimento celular ➢ Esta região recebe um fluxo sanguíneo reduzido, porem temporariamente suficiente para manter a viabilidade celular ➢ Fatores fundamentais para a definição da área do infarto cerebral: • Circulação colateral • Variação do fluxo sanguíneo cerebral • Oxigenação • Temperatura corporal • Equilíbrio hidroeletrolítico e metabólico ➢ O infarto cerebral deriva principalmente de dois processos fisiopatológicos: • Perda do suprimento de oxigênio e glicose • Interrupção do fluxo sanguíneo • Colapso metabólico • Degeneração e morte celular ➢ Os efeitos de uma isquemia cerebral dependem da existência e da duração do processo ➢ Principais mecanismo do AVCi e do AIT: • Trombose de grandes vasos ou infarto aterotrombótico: está relacionado a doenças aterosclerótica, ocorre principalmente em indivíduos com fatores de risco para: aterosclerose; hipertensão arterial, diabtes mlittus, dislipidemias; tabagismo, uso de drogas ilícitas ou derivados de anfetamina; uso de anticoncepcional oral (principalmente associado ao tabagismo) • Trombose de grandes vasos ou infarto aterotrombotico: placas de ateroma podem se formar em qualquer ponto da circulação cerebral, sendo a maior incidência na bifurcação da artéria carótida comum, na origem das artérias cerebral media e cerebral anterior e na artéria vertebral, a partir das artérias subclávias. • Trombose de grandes vasos ou infarto aterotrombótico: a isquemia ocorre em decorrência da insuficiência da perfusão distal a estenose/oclusão do vaso acometido • O sitio do infarto pode variar dependendo da viabilidade da circulação colateral, iniciando frequentemente nos campos distais ou em zonas limítrofes • Cardioembolismo ou infarto embólico: é a forma mais comum de AVC, descrito como déficit neurológico súbito • O embolo origina-se de um trombo intracardíaco (cardioembolia) • A formação do trombo e a liberação do êmbolo do coração são promovidos por: miocardiopatias, valvopatias e arritmias, causando uma oclusão vascular súbita por embolia, sendo a mais frequente a fibrilação atrial • Trombose de pequenas artérias ou infartos lacunares: relaciona-se a pequenos infartos na profundidade dos hemisférios cerebrais ou do tronco encefálico, causados por oclusão de uma pequena artéria • Esses infartos produzem síndromes clinicas típicas • Maior incidência em hipertensos e diabéticos • Outros mecanismos: neste grupo encontram-se os menos frequentes como as arterites, anoxia cerebral pós-parada cardiorrespiratória, estados hipercoaguláveis (ou trombofilias), as dissecções arteriais cervicais e outros Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico: ➢ Hemorragia intraparenquimatosa (HIP) • A hipertensão arterial é sua causa mais comum • A hipertensão arterial provoca alterações patológicas crônicas na parede de pequenos vasos • A HIP, resulta da degeneração progressiva das paredes das artérias e arteríolas cerebrais com excessivo espiralamento, conhecida como “aneurismas” de Charcot-Bouchard. • A ruptura destes aneurismas determina o aparecimento da HIP, os locais mais frequentes são: regiões de núcleos da base (principalmente no nível do putame e tálamo); ponte; cerebelo; substancia branca dos diversos lobos cerebrais (hemorragia lobar). • Após a hemorragia, ocorre edema em torno da lesão, organização dos coágulos e compressão dos tecidos adjacentes • Quando próxima dos ventrículos cerebrais, pode haver rompimento para o seu interior, provocando dilatação ventricular • Quanto mais próxima do córtex, maior a chance de aflorar ao espaço subaracnóide • Outras causas de HIP incluem: malformações vasculares, aneurismas, distúrbios de coagulação, discrasias sanguíneas, tumores cerebrais, traumas, angiomas cavernosos e abuso de drogas ilícitas e outros; • A angiopatia amieloide é apontada como causa de HIP, principalmente em idosos não hipertensos, com hemorragias lobares *Hemorragia subaracnóide (HSA) ➢ A ruptura de aneurismas saculares intracranianos é a principal causa dos quadros espontâneos ➢ É uma situação extremamente grave, levando a morte em 32% a 67% dos casos Achados clínicos: ➢ A viabilidade e eficácia do tratamento dos pacientes com AVC depende diretamente do conhecimento dos sinais e sintomas pela população, da agilidade dos serviços de emergências, e da necessidade de identificação e tratamento rápidos ➢ O quadro clinico é muito variável e a sintomatologia depende da etiologia, extensão e tempo de duração da doença ➢ O AVC deve ser considerado nos casos em que ocorra déficit neurológico, principalmente focal, de instalação súbita ou de rápida progressão ➢ A apresentação clinica depende da região cerebral comprometida ➢ O tempo de evolução do déficit neurológico é informação fundamental para algumas decisões terapêuticas. Sendo o dado mais preciso e confiável possível, obtido a partir de informações do próprio doente ou de um acompanhante que tenha observado o inicio do quadro ➢ O exame físico deve ser minucioso: estado de hidratação, oxigenação, frequência, ritmo e ausculta cardíaca e frequência respiratória ➢ O nível de consciência deve ser observado e periodicamente reavaliado ➢ Se diminuído, sugere além de hemorragias, infartos hemisféricos extensos ou de tronco encefálico e sinalizar a necessidade de medidas de suporte mais agressivas (intubação orotraqueal para proteger as vias aéreas, por exemplo) ➢ A PA deve ser avaliada periodicamente, pois seus níveis podem varias de forma rápida e espontânea ➢ O exame de fundo de olho, pode auxiliar no diagnóstico de quadros hemorrágicos ➢ Palidez retiniana pode ser observadaem alguns casos de perda visual mononuclear de causa isquêmica secundaria à doença aterosclerótica carotídea ➢ Palpação dos pulsos carotídeos, temporais e periféricos e a ausculta carotídea auxiliam no diagnostico de estenose arteriais, comumente associadas à doença aterosclerótica ➢ O exame neurológico em geral indica a localização e o ponto do AVC ➢ Estado mental depressivo, sugere-se lesões cerebrais ou lesões do tronco cerebral ➢ A fala geralmente é afetada, com vários padrões afásicos apontando o local da lesão ➢ Testes de força, sensibilidade e os reflexos profundos dão informações sobre os padrões dos déficits e sugerem o local da lesão vascular ➢ Identificar os fatores de risco para AVC é importante na determinação do provável mecanismo que determinou a sua ocorrência como: hipertensão arterial, diabetes melittus, dislipidemias, cardiopatias, tabagismo, uso de anticoncepcionais ourais ou uso de drogas como cocaína e anfetaminas, trauma craniano ou cirurgias recentes, sangramentos, doenças hepáticas e renais, uso de anticoagulantes e ocorrência de neoplasias ➢ As manifestações neurológicas correlacionam-se com o território vascular acometido, determinando sinais e sintomas que permitem essa caracterização topográfica. Os dois grandes territórios são: ➢ Território carotídeo: (relacionado às artérias carótidas interna, cerebral media e cerebral anterior): podem ocorrer déficit motor, déficit sensitivo, dificuldade na articulação da palavra, déficit de linguagem, outros distúrbios de função nervosa superior e alterações visuais. ➢ Território vertebrobasilar: (relacionado às artérias vertebral, basilar, cerebelares e cerebrais posteriores); podem ocorrer déficit motor, déficit sensitivo, dificuldade na articulação da palavra, alterações visuais, alterações de coordenação e alterações de nervos cranianos localizados no tronco encefálico (diplopia, ptose palpebral, anisocoria, paralisia facial periférica, nistagmo, vertigem, disartria e disfagia) Acidente Vascular Cerebral Isquêmico: Síndromes vasculares segundo territórios arteriais: ➢ Território carotídeo • Carótida interna: cegueira ipsilateral, hemiparesia e hemianestesia contralaterais, hemianopsia, afasia ou negação e heminegligência • Cerebral anterior: hemiparesia e perda sensitiva de predomínio crural, capacidade de resposta alterada, apraxia ideomotora ou anomia tátil esquerda • Tronco principal: hemiplegia, hemianestesia, hemianopsia, afasia ou negação e heminegligência • Divisão superior: hemiparesia e perda sensitiva (predomínio braquiofacial), afasia de broca ou negação e heminegligência • Divisão inferior: afasia de Wernicke ou alteração comportamental não dominante sem déficits motores • Artéria penetrante: hemiparesia • Cerebral posterior: cortical unilateral: hemianopsia isolada, quadrantopsia, alexia ou anomia para cores. Talâmico: déficit sensitivo puro, pode ocorrer anestesia dolorsa com “dor espontânea”; núcleo subtalamico: hemibalismo; lobo temporal inferior bilateral; amnesia; mesencéfalo: paralisia oculomotora e outras alterações da motricidade ocular. Acidente vascular hemorrágico: • A HIP apresenta-se como déficit neurológico súbito, dependente da topografia da hemorragia, muitas vezes acompanhado de cefaleia, náuseas, vômitos, redução do nível de consciência e níveis pressóricos bastante elevados; rigidez de nuca e crises convulsivas focais. • Na HSA, cefaleia súbita, intensa e holocraniana, é o sintoma inicil mais frequente. Outros sintomas são: náuseas e vômitos, tonturas e sinais de irritação meníngea. Pode ocorrer perda de consciência e outra manifestações neurológicas como déficits motores, sensitivos, distúrbios de linguagem, crises convulsivas e alterações de nervos cranianos. • Distúrbios autonômicos como: bradicardia, taquicardia, alterações eletrocardiográficas, alterações da pressão arterial, sudorese profusa, hipertermia e alterações do ritmo respiratório podem ocorre. Da mesma forma, em decorrência da ruptura do aneurisma, complicações podem ocorrer, como: ressangramento, vasoespasmo, hidrocefalia e crises convulsivas. ➢ Avaliação do paciente com AVC • Todo paciente com suspeita de AVC, independente da gravidade dos déficits, deve ser tratado com a mesma prioridade que os pacientes com síndrome coronariana e trauma grave • A avaliação inicial deve ser procedida da mesma forma para todos os pacientes potencialmente graves, utilizando o ABC preconizado pela ACLS. • Realizar avaliação neurológica secundaria e de possíveis comorbidades, com objetivo de identificar um possível AVC, como também excluir possíveis diagnósticos diferenciais (encefalopatia hipertensiva, hipoglicemia e crises convulsivas) Diagnostico: • A história dá indícios iniciais quanto ao local e gravidade de um AVC, e o exame físico ajuda a elaborar uma hipótese quanta a localização da lesão • Com base nas informações, exames laboratoriais definitivos podem prosseguir com eficiência ➢ História: • O AVC geralmente, é identificável logo no início. Sendo esta informação de suma importância para o diagnóstico, saber precisamente o momento inicial dos sintomas. ➢ Exame físico: • O exame neurológico é o método de custo mais eficaz para iniciar uma avaliação diagnostica e que geralmente ajuda a localizar o ponto da lesão • O exame cardiovascular, com ênfase nos níveis pressóricos de ambos os membros superiores, para avaliar a possibilidade de dissecção aórtica ou anormalidades vasculares que resultem em redução do fluxo sanguíneo para o cérebro • Sendo, a hipertensão preexistente o maior fator de risco para AVC ➢ Exame laboratorial: • Teste hematológico: hemograma completo, contagem de plaqueta (pesquisar Policitemia, trombocitose, endocardite bacteriana e anemia grave), hemossedimentação, glicemia, tempo de protombina e tempo de tromboplastina parcial, dosagem de proteína C, de proteína S, de antitrombina III, teste de hemocisteinúria, amiloidose. ➢ Testes cardiovasculares: • Ecocardiograma, doppler transtorácico e, particularmente, o transesofágico: podem revelar alterações que favoreçam uma causa cardioembólica • Eletrocardiograma de 24 hs (holter): pode demonstrar a presença de arritmias paroxísticas • Ecodoppler de artérias carótidas, vertebrais, doppler transcraniano e a angiorressonância podem trazer informações sobre possíveis estenoses arteriais extra e intracranianas. ➢ Punção lombar: • Liquido cefalorraquidiano: no diagnóstico do AVC, sua indicação restringe-se às suspeitas clinicas de hemorragia subaracnóidea, quando a tomografia de crânio é normal • Nesses casos, costuma ser fortemente hemorrágico e hipertenso, mostrando xantocromia após centrifugação • Exame de líquor: pode contribuir para o diagnostico de algumas causas, menos frequentes de AVCI, como as artérias infecciosas e não infecciosas ➢ Angiografia cerebral digital: • É o exame de referencia para identificar o mecanismo de HSA, trazendo maior sensibilidade e especificidade ao diagnostico de aneurismas cerebrais saculares, dando informações precisas quanto à sua localização, morfologia e tamanho. ➢ Tratamento (atendimento inicial) • Do ponto de vista prático é difícil diferenciar, em seu princípio, um AIT de um AVCI. De fato, o diagnostico de AIT é sempre retrospectivo, a partir da regressão completa dos sintomas e sinais, associada à normalidade do exame de neuroimagem, especialmente a ressonância magnética • A recomendação é que a conduta inicial seja uniformizada a fim de definir o diagnostico e estabelecer a conduta mais apropriada. Sendo estas, instituídas rapidamente com o objetivo de se evitar ao máximo, lesão cerebral irreversível. • É uma emergência, atrasos no início das medidas terapêuticaspodem determinar prejuízo no prognostico funcional a esses pacientes • É fundamental, aos pacientes a prioridade no atendimento inicial, na realização de exames laboratoriais e de imagem para definição das medidas terapêuticas e no rápido cumprimento das prescrições e monitoramento necessário. • Os objetivos do tratamento na fase aguda do AVCI são: • Suporte clinico: medidas universais de suporte de vida avançado. O atendimento inicial deve avaliar a função respiratória e cardiovascular • Tratamento especifico: como a recanalização do vaso ocluído com o uso de trombolíticos (quando houver indicação) • Prevenção e tratamento de complicações neurológicas (edema, transformação hemorrágica e convulsões) e não neurológicas (aspiração, pneumonia, escaras, trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar). ➢ Tratamento – suporte clinico: • Ventilação: garantir a permeabilidade das vias aéreas (inclusive com intubação e ventilação assistida quando necessário). Oxigênio suplementar deve ser usado nos doentes com hipoxemia (com saturação de O2 abaixo de 95% na oximetria de pulso) • Hidratação adequada • Correção de distúrbios metabólicos: especialmente hiperglicemia e hipoglicemia • Correção de hipertermia • Alimentação é prudente prescrever jejum oral nas primeiras 24 hrs, em razão da possibilidade de vômitos e, possível aspiração traqueal • Profilaxia de complicações não neurológicas: infecção urinaria pulmonar e ulceras de cúbito. Trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar também são potenciais complicações na evolução do AVCI • Fisioterapia motora e respiratória deve ser iniciada o mais rapidamente possível, após estabilização clínica do doente ➢ Medidas de suporte e tratamento de complicações: • Suporte respiratório • Temperatura corporal • Pressão arterial • Controle glicêmico • Agentes antiplaquetários • Anticoagulantes são recomendados em: indicações absolutas → AVCi cardioembolico sem transformação hemorrágica; indicações relativas → AVCi em território posterior, AVCi em progressão, trombose de artéria basilar e ataques isquêmicos transitórios de repetição ➢ Complicações: • Edema cerebral • Transformação hemorrágica • Crises convulsivas ➢ Tratamento de hemorragia intraparenquimatosa (HIP) ou AVCh: • A abordagem inicial da HIP é semelhante à do AVCI • Entretanto, há uma preferencia pelo uso de medidas não medicamentosas para a profilaxia de trombose venosa profunda (pelo menos nos primeiros 45 dias) • Os mesmos cuidados quanto à pressão arterial no manejo do AVCI se aplicam na HIP. Pacientes previamente hipertensos, a pressão arterial média deve ser mantida abaixo de 130 mmHg • Monitoramento da pressão intracraniana, da pressão de perfusão cerebral deve ser mantida acima de 70 mmHg • Após drenagem cirúrgica, a PAM não deve ser acima de 110mmHg • A escolha da medicação anti-hipertensiva depende da intensidade dos níveis pressóricos e de eventuais restrições clinicas a alguns dos medicamentos • Agentes vasoativos podem ser indicados se a pressão sistólica for menos que 90mmHg • Hipertensão intracraniana é um importante causa de mortalidade, justificando assim o seu controle • É definida como uma pressão intracraniana maior ou igual 20mmHg por mais de cinco minutos • Qualquer das alternativas terapêuticas nesse caso tem como objetivo principal mantê-la abaixo de 20 mmHg e a pressão de perfusão cerebral acima de 70 mmHg • Principais medidas de controle são: • Manitol a 20% dose de 0,5 a 1,0 g/kg via intravenosa, em cinco a trinta minutos. Seu efeito começa em aproximadamente • Hiperventilação: o objetivo é reduzir a PaCO2 para níveis entre 30 e 35 mmHg, determinando vasoconstrição cerebral quase imediata. Ocasiona uma redução de 25% a 30% na pressão intracraniana, com efeito máximo em aproximadamente trinta minutos • Sedação e/ou bloqueio neuromuscular: benzodiazepínicos, barbitúricos ou propofol, associado ou não a bloqueadores neuromusculares não despolarizantes • Corcoesteroides: atualmente não têm sido recomendados pelos seus efeitos colaterais e pela falta de benefício clinico evidenciada nos estudos previamente realizados • Tratamento cirúrgico: a derivação ventricular e efetiva na redução de PIC, principalmente quando há hidrocefalia associada. Os principais riscos desse procedimento são hemorragias e infecção ➢ Hemorragia subaracnóide tratamento: • Suporte clinico • Tratamento das complicações neurológicas (ressangramento, vasoespasmo, hidrocefalia, convulsões) • Tratamento do aneurisma roto propriamente dito (neurocirúrgico x vascular): a escolha do método terapêutico depende de vários aspectos como: o estado clinico do paciente, a localização e características anatômicas do aneurisma roto, a experiencia do médico assistente • Ressangramento: é uma das complicações mais temidas na HSA por ruptura de aneurisma cerebral, com índice de mortalidade de ate 70% e é mais frequente nas primeiras 24 hrs • Sua prevenção baseia-se em medidas gerais (repouso absoluto, ansiolíticos, analgesia, laxantes), tratamento de pressão arterial muito elevada, além do tratamento do próprio aneurisma roto (cirúrgico ou endovascular) • Vasoespasmo: é um importante causa de sequelas neurológicas (documento através de angiografia) clinicamente, ele se apresenta em cerca de 40% deles, determinando piora de cefaleia, rebaixamento do nível de consciência e sinais localizatórios, nem sempre na topografia do aneurisma roto • Sua prevenção e tratamento incluem: hipertensão arterial farmacologicamente induzida, hipervolemia e hemodilatação. O uso oral de um bloqueador de canal de cálcio, a nimodipina, indica melhora no prognostico do vasoespasmo sem modificar sua incidência. A dose é de 60mm VO 4/4 hr durante 21 dias. Outros tratamentos incluem técnicas endovasculares, como a angioplastia. • Hidrocefalia: pode ocorrer de forma aguda, subaguda ou tardia • Relaciona-se à quantidade de sangue no espaço subaracnóide e à dificuldade de trânsito e reabsorção do liquido cefalorraquidiano • Para prevenção são utilizados corticosteroides para diminuir o processo inflamatório no espaço subaracnóide. Em mais graves, ser necessária derivação ventricular • Convulsões: podem ocorrer em ate 25% dos casos especialmente nas primeiras 24 hrs. Sua prevenção e tratamento são controversos, e estudos mostraram piora de prognostico com fenitoína, de modo que outros anticonvulsionantes são preferidos
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