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CURSO BÁSICO PSICOLOGIA DA SAÚDE E HOSPITALAR Angela Beatriz de Lima Borges Rafaela Paula Marciano OBJETIVOS ● Entender as possibilidades e limites da atuação psicológica no contexto hospitalar; ● Capacitar o acadêmico/profissional no atendimento psicológico nas diversas especialidades médicas no Hospital Geral; ● Oferecer ferramentas necessárias para o trabalho psicológico no contexto hospitalar. CONTEÚDO ● Antecedentes históricos do processo saúde-doença e Políticas de Saúde no Brasil ● Psicologia da Saúde ● História da Psicologia Hospitalar ● Estratégias e técnicas de intervenção no hospital ● Atuação psicológica em maternidade, neonatologia, internação e emergência ● Suporte emocional em situações de óbito ● Avaliação Psicológica no hospital ● Evolução em prontuário multiprofissional ● Discussão de casos clínicos ● Psicopatologia no hospital geral ● Humanização e cuidados paliativos CRONOGRAMA Início - 03/09 Término - 10/12 Visita técnica no HMDI - 23/11 (sábado) ANTECEDENTES HISTÓRICOS DO PROCESSO DE SAÚDE-DOENÇA MEDICINA PRÉ-HISTÓRICA TEORIA MÁGICO/RELIGIOSO Doença - resultado de forças externas que invadiam o corpo por algum pecado cometido ou maldição. Tratamento - feitiçaria, exorcismo e trepanação. MEDICINA GREGA E ROMANA TEORIA HIPOCRÁTICA Hipócrates - estabeleceu as raízes da medicina ocidental e propôs a primeira explicação racional para o adoecimento. A saúde resultava do bom equilíbrio entre o homem e o meio; a doença surgia a parte de um desequilíbrio dos quatro elementos naturais com os quatro humores do organismo humano (sangue, bile amarela, bile negra e fleuma). MEDICINA GREGA E ROMANA Hipócrates apontou a importância das emoções e pensamentos dos pacientes com relação a sua saúde e tratamento. O tratamento consiste em compreender esses desequilíbrios para buscar atingir o equilíbrio. “Antes de curar alguém, pergunta-lhe se está disposto a desistir das coisas que o fizeram adoecer.” IDADE MÉDIA TEORIA DO CASTIGO E REDENÇÃO Retorno às explicações sobrenaturais da saúde e da doença. Cristianismo - Influência poderosa da Igreja - doença como punição de Deus por algum mal realizado e as doenças epidêmicas (peste e lepra) eram sinal da ira de Deus. Tratamento - atribuição específica dos religiosos. Prática da quarentena. IDADE MÉDIA Proibição de novas descobertas da Ciência pela Igreja. Igreja passou a controlar as práticas da medicina e "tratamento", com tentativas de expulsar espíritos do mal do corpo dos doentes. RENASCENÇA Ressurgimento da investigação científica, com a revitalização do estudo da anatomia e da prática médica. Existência de agentes específicos para cada doença; Transmissão das doenças de pessoas para pessoas - germes de contágio. RENASCENÇA O estudo (não-científico) da mente era relegado à religião e à filosofia, enquanto o estudo (científico) era reservado à medicina. Descartes - dualismo mente-corpo - mente e corpo são processos separados e autônomos, que interagem de forma mínima e que cada um deles está sujeito a diferentes leis de causalidade. RACIONALISMO NA PÓS-RENASCENÇA TEORIA DOS MICROORGANISMOS - SÉC. XIX Investigação das doenças infecciosas e da microbiologia; Várias vacinas e soros foram produzidos para um número expressivo de doenças; Invenção mais importante da Medicina nesse período foi o microscópio - avanço na teoria celular e na teoria dos germes. SÉCULO XX - MODELO BIOMÉDICO Concentração nas causas biológicas da doença. A doença é resultado de um patógeno (vírus, bactéria) que invade o corpo. Existência de apenas uma causa (agente) para um agravo ou doença - unicausalidade SÉCULO XX - MODELO BIOMÉDICO Modelo reducionista - considera fenômenos complexos derivados de um único fator primário. Tem como base a doutrina cartesiana do dualismo mente-corpo. Prática médica é curativa e biologicista. SÉCULO XX - MEDICINA PSICOSSOMÁTICA Modelo biomédico avançou o tratamento de saúde, porém não era capaz de explicar transtornos que não apresentavam causa física observável. Freud - transtornos de conversão (surdez, mudez, paralisia sem causas físicas). Franz Alexander - ajudou a estabelecer a medicina psicossomática. Doença física como resultado de um conflito psicológico fundamental ou nuclear. SÉC. XX - MEDICINA COMPORTAMENTAL Início na década de 70; surge como reação ao dualismo mente-corpo (modelo biomédico) e ao psicologismo (psicossomática). Algumas doenças têm como base disfunções do comportamento que é um conceito dinâmico que enfoca a relação do homem com o ambiente, desafiando a separação entre mente e corpo. Foco na avaliação, tratamento e prevenção de doenças físicas e disfunções fisiológicas. O QUE É SAÚDE? Estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades (OMS, 1948). CONCEITO DE SAÚDE ● O que significa ter saúde? O que contribui para que as pessoas tenham saúde? ● O que significa estar doente? O que favorece o adoecimento das pessoas? ● Como os trabalhadores de saúde interferem no processo saúde- doença das pessoas? SÉC. XX - MODELO SISTÊMICO Final da década de 70; O sistema é entendido como “um conjunto de elementos, de tal forma relacionados, que uma mudança no estado de qualquer elemento provoca mudança no estado dos demais elementos”. Ou seja, essa noção de sistema incorpora a ideia de todo, de contribuição de diferentes elementos do ecossistema no processo saúde-doença. SÉC. XX - MODELO SISTÊMICO O processo saúde-doença se configura como um processo dinâmico, complexo e multidimensional por englobar dimensões biológicas, psicológicas, socioculturais, econômicas, ambientais, políticas, enfim, pode-se identificar uma complexa inter-relação quando se trata de saúde e doença de uma pessoa, de um grupo social ou de sociedades. SÉC. XX - MODELO SISTÊMICO Condições de vida: condições materiais necessárias a subsistência, relacionadas à nutrição, a habitação, ao saneamento básico e as condições do meio ambiente. Estilo de vida: formas social e culturalmente determinadas de vida, que se expressam no padrão alimentar, no dispêndio energético cotidiano no trabalho e no esporte, hábitos como fumo, álcool e lazer. Determinantes sociais de saúde (DSS): são as condições econômicas e sociais em que as pessoas vivem e trabalham e que afetam a saúde. POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL Contexto - anos 70 e 80 Modelo assistencialista, privatista, medicina curativa. Saúde mental - modelo hospitalocêntrico, mercantilização da loucura. Entrada do psicólogo no setor público de saúde - ápice e franco esgotamento do modelo médico-assistencial privatista. REFORMA PSIQUIÁTRICA Críticas ao modelo asilar e propostas de desospitalização da assistência médico-psiquiátrica. Inspirada nos movimentos reformistas nos EUA e Europa. Necessidade de transformação simultânea na assistência, na ordem social e na política que sustentavam o modelo manicomial. Desenvolver redes de serviços substitutivos ao hospital. Formar equipes multiprofissionais comprometidas com as novas tarefas desse modelo assistencial. PSIQUIATRIA INSTITUCIONAL Origem: Espanha/França - F. Tosquelles - contexto de guerra civil e resistência. Introduzir mudanças nas instituições. Dar à instituição psiquiátrica uma função terapêutica, transformando-a em um instrumento de cura. Formar equipes multiprofissionais comprometidas com as novas tarefas desse modelo assistencial. PSIQUIATRIA DE SETOR Origem: França Diante as condições miseráveis que viviam os doentes mentais, determinado setor da psiquiatria lutou pela abolição do sistema asilar e pela criação de novas práticas psiquiátricas. Proposta de transversalidade dos papéis na instituição para evitar a produção da cristalização da pessoa em seu papel. PSIQUIATRIA DE SETOR Desmontar o modelo hospitalar pelas beiradas, diminuindo a importância ea necessidade do hospital. Criaram-se Centro de Saúde Mental e técnicas como AT dentro do hospital e no local de residência. ANTIPSIQUIATRIA Origem: Inglaterra, anos 60. Ronald Laing e David Cooper. Principal idéia: os loucos eram oprimidos e violentados nas instituições psiquiátricas, na família e na sociedade. Criticava a psiquiatria por culpabilizar o indivíduo por sua doença. PSIQUIATRIA DEMOCRÁTICA Origem: Itália, Franco Basaglia. Principal idéia: negação da psiquiatria enquanto ideologia para superar o aparato manicomial. Crítica a relação institucional que conferia poder absoluto ao médico e dependência total do paciente. PSIQUIATRIA DEMOCRÁTICA Doença mental era um refúgio para escapar de uma realidade social que se tornou insuportável. Colocar a doença entre parênteses para se ocupar do sujeito em sua experiência. REFORMA SANITÁRIA Nasceu no contexto da luta contra a ditadura. Objetivos: ● Constituir-se enquanto um saber contra-hegemônico; ● Crítica ao modelo dominante de atenção à saúde; ● Obtenção efetiva da saúde por toda a população. REFORMA SANITÁRIA Concepção ampliada de saúde, entendida numa perspectiva de articulação de políticas sociais e econômicas; Saúde como direito de cidadania e dever do Estado; Instituição de um sistema único de saúde; participação popular e controle social dos serviços públicos de saúde. Marco institucional - 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986) e a criação do SUS (1988). 1986 - VIII Conferência Nacional de Saúde - Impulsionou a reforma sanitária; - Artigo 196 CF (1988) - A saúde ganhou rumos diferentes com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). 1987 - I Conferência Nacional de Saúde Mental - - Implantação das equipes destinadas a reverter o modelo assistencial organicista e medicalizante. Três temas básicos: I – Economia, Sociedade e Estado: impactos sobre saúde e doença mental; II – Reforma sanitária e reorganização da assistência à saúde mental; III – Cidadania e doença mental: direitos, deveres e legislação. - Criação do SUDS: descentralização política-orçamentária da saúde. NOVOS DISPOSITIVOS DE SAÚDE MENTAL 1987 - cria-se o primeiro Centro de Atenção Psicossocial Prof. Luiz da Rocha Cerqueira, em SP. 1989 - Reforma Psiquiátrica na cidade de Santos. Fecha-se o hospital psiquiátrico do município e implementam-se os Núcleos de Apoio Psicossocial (NAPS), um dispositivo integral e substitutivo ao hospital psiquiátrico. 2001 - O Ministério da Saúde elege o CAPS como instância substitutiva ao modelo hospitalocêntrico. ATIVIDADE TEXTOS - O retorno da indústria da loucura - Ministério da Saúde veta uso do termo 'violência obstétrica' - Internação involuntária - Governo Bolsonaro incentiva eletrochoques e propõe a volta dos manicômios 1988 – Constituição Federal – Seção II da Saúde Art. 196 Saúde como direito de todos e dever do Estado. Acesso universal e igualitário às ações e serviços. Art. 197 São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, sobre sua regulamentação , fiscalização e controle. Art. 198 As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada, descentralizada, com atendimento integral e participação da comunidade. Art. 199 A assistência à saúde é livre à iniciativa privada, podendo participar de forma complementar. Art. 200 Dispõe sobre as competências do SUS. PRINCÍPIOS DO SUS UNIVERSALIDADE EQUIDADE INTEGRALIDADE REGIONALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO HIERARQUIZAÇÃO PARTICIPAÇÃO POPULAR POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL - Lei 8080/90: dispõe das condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. - organização da direção e da gestão do SUS; - definição das competências e das atribuições das 3 esferas de governo; POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL - Lei 8080/90 - funcionamento e da participação complementar dos serviços privados da Assistência à saúde; - política de recursos humanos; e dos recursos financeiros, da gestão financeira, do planejamento e do orçamento. POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL - Lei 8142/90: dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área de saúde. POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL VÍDEO - “A história da saúde pública no Brasil - 500 anos na busca de soluções https://www.youtube.com/watch?v=L7NzqtspLpc PSICOLOGIA DA SAÚDE Surgiu na década de 70 no contexto hospitalar; Considera a doença como desequilíbrio entre o físico e o emocional e suas intercorrências com a realidade social do paciente. Colcha de retalhos, com teorias que pouco dialogavam entre si; Adaptação do modelo clínico tradicional, com pequenas adaptações ao hospital. PSICOLOGIA DA SAÚDE Abrange a atuação em contextos e dispositivos de saúde, em diferentes níveis de atenção, sendo o hospital apenas uma das possibilidades. Visa compreender e atuar sobre a interrelação entre o comportamento, estilo de vida e saúde e doença. A partir dos anos 90 ampliou a atuação em outros âmbitos, trabalhando com a saúde de indivíduos, família e comunidade. PSICOLOGIA DA SAÚDE Base no modelo biopsicossocial, utiliza conhecimentos das ciências biomédicas, da Psicologia Clínica e da Psicologia Social Comunitária. A Psicologia da Saúde engloba práticas que atuam numa integração da saúde mental com a saúde física e social do paciente. Considera a historicidade do sujeito e enfatiza a prevenção. PSICOLOGIA DA SAÚDE APA (1973) - força tarefa para pesquisa em saúde, com os objetivos: ● Estudar de forma científica as causas e origens de determinadas doenças; ● Promover a saúde; ● Prevenir e tratar doenças; ● Promover políticas de saúde pública e o aprimoramento do sistema de saúde pública. TENDÊNCIAS QUE MOLDARAM A PSICOLOGIA DA SAÚDE Surgimento de transtornos relacionados com o estilo de vida - doenças que mais contribuem para a mortalidade são de etiologia do comportamento (câncer, AVC, doenças cardíacas); Superação do modelo biomédico centrado na doença; Perspectiva ecológica da saúde que atribui ao comportamento humano a principal causa de morbidade e mortalidade. FATORES EVITÁVEIS QUE CONTRIBUEM PARA O RISCO DE SAÚDE Doenças cardiovasculares; Doenças cerebrovasculares; Câncer; Infecção por HIV; Problemas de saúde mental. Tabaco, álcool e outras drogas; Sexo não protegido; Desnutrição; Falta de saneamento básico; Obesidade. PROBLEMAS DE SAÚDE ASSOCIADOS A ESSES FATORES DE RISCO CAUSAS DE MORTALIDADE NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS: 50% Comportamentos e estilos de vida lesivos à saúde; 20% relacionados com a biologia humana (genética); 20% relacionados a fatores ambientais; 10% cuidados de saúde inadequados. Aumento da possibilidade de intervenções na doença devido às: ● alterações demográficas; ● aumento da expectativa de vida; ● diversificação da família; ● revolução tecnológica; ● extensão dos serviços de saúde à comunidade; ● surgimento de uma nova compreensão de saúde e abertura de novos campos de atuação. PSICOLOGIA DA SAÚDE Os psicólogos da saúde desenvolveram algumas perspectivas para guiar o seu trabalho: 1. Perspectiva do curso de vida 2. Perspectiva sócio-cultural 3. Perspectiva de gênero 4. Perspectiva biopsicossocial PERSPECTIVA DO CURSO DE VIDA - Considera aspectos da saúde e da doença relacionados com a idade. Ex: prematuridade - atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. - Considera as principais causas de morte que acometem certos grupos etários. Ex 1: doença crônica - afeta mais os idosos. Ex 2: acidentes - maior probabilidade dos jovens morrerem. PERSPECTIVA SOCIOCULTURAL Aborda a maneira como os fatores sociais e culturais contribuem para a saúde e a doença. Comportamentos, valores e costumes persistentesque um grupo desenvolveu ao longo dos anos e transmitiu para a próxima geração. PERSPECTIVA SOCIOCULTURAL Ex 1: doenças crônicas - acometem mais as pessoas de baixo status socioeconômico. Ex. 2: Preconceitos e estereótipos por parte de profissionais da saúde - os negros tendem a receber cuidados de menor qualidade do que os brancos. Nos EUA, os brancos vivem seis anos a mais que os negros. PERSPECTIVA DE GÊNERO Aborda problemas de saúde específicos dos gêneros e as barreiras que estes encontram nos serviços de saúde. Ex1 : os homens são mais vulneráveis do que as mulheres a quase todas as condições de saúde (menor cuidado preventivo). Ex 2: as mulheres com doenças cardíacas têm maior probabilidade de receber diagnósticos incorretos em comparação aos homens. PERSPECTIVA BIOPSICOSSOCIAL Considera que a saúde e a doença são determinadas pela interação de mecanismos biológicos, processos psicológicos e influências sociais. Abordagem sistêmica - vários sistemas interrelacionados. Baixa imunidade —> doença —> atinge relacionamento familiar e amigos. PERSPECTIVA BIOPSICOSSOCIAL Ex: Abuso de álcool ● fator biológico/genético ● gênero - homens ● fator psicológico - incapacidade de exercer controle sobre a bebida. ● fator social - beber para enfrentar a vida; pressão social, ambientes difíceis em casa e no trabalho e a tentativa de reduzir a tensão. ATENÇÃO PRIMÁRIA Prevenção Unidades Básicas de Saúde, centros de saúde e comunidade ATENÇÃO SECUNDÁRIA Atendimento especializado Ambulatórios e/ou centros especializados ATENÇÃO TERCIÁRIA Centros de reabilitação e hospitais ATENÇÃO PRIMÁRIA Ações que visam a diminuição da incidência das enfermidades. Ações de promoção da saúde (coletivas e educativas). Construção de estilo de vida saudáveis e evitação de comportamentos de riscos. ATENÇÃO PRIMÁRIA É realizada antes que se encontre um problema concreto. Ex: campanhas álcool e direção; prevenção de transtornos alimentares; grupos informativos sobre DST e gravidez. ATENÇÃO PRIMÁRIA Intervenção direta sobre uma queixa. Primeira ação de saúde ante a presença de um problema. Perspectiva interdisciplinar e multidisciplinar. Ex: grupo de controle de diabetes para enfermos e familiares – estratégias para evitar a enfermidade dos filhos e netos. O QUE O PSICÓLOGO PODE FAZER NA ATENÇÃO PRIMÁRIA? Atuar na saúde geral dos coletivos sociais assistidos. Elaborar e implementar programas de promoção e de educação em saúde. Propor programas de humanização e melhoria de qualidade do serviço. O QUE O PSICÓLOGO PODE FAZER NA ATENÇÃO PRIMÁRIA? Estudar perfil epidemiológico dos coletivos sociais para elaboração de estratégias de intervenção. Abordar temas/problemas de saúde através de orientações e de programas de educação para saúde. Realizar visitas domiciliares e assistência familiares. ATENÇÃO SECUNDÁRIA Ações que visam a diminuição da prevalência das enfermidades. Conhecer as características associadas à falta de adesão a tratamentos para formular programas preventivos e prevenir o agravamento da doença. Ex: grupo de adesão de tratamentos de enfermidades crônicas. O QUE O PSICÓLOGO PODE FAZER NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA? Oferecer assistência psicoterápica em todas faixas etárias. Realizar psicodiagnósticos diferenciais, pareceres, orientações e propor atividades de suporte social. Atuar em conjunto com os demais profissionais de saúde. Elaborar em conjunto com equipe programas de seguimento/adesão de tratamentos médicos. ATENÇÃO TERCIÁRIA Ações que visam a diminuição de sequelas e complicações das enfermidades. Assistência aos problemas de alta complexidade derivados dos outros níveis de atenção e com as pesquisas de saúde. Seguimento de pacientes em tratamento clínico, cirúrgico, quimioterápico e radioterápico. O QUE O PSICÓLOGO PODE FAZER NA ATENÇÃO TERCIÁRIA? Ex: preparação para cirurgia (informação e técnicas de redução de ansiedade; passeio pelo hospital, teatro de fantoche para crianças). O QUE O PSICÓLOGO PODE FAZER NA ATENÇÃO TERCIÁRIA? Apoiar e orientar pacientes hospitalizados e seus acompanhantes. Atuar nos cuidados paliativos. Preparar os enfermos para as cirurgias. Assistir os pacientes hospitalizados em UTI. O QUE O PSICÓLOGO PODE FAZER NA ATENÇÃO TERCIÁRIA? Orientar as mães das crianças hospitalizadas. Atuar nas urgências psicológica. Fazer consulta/ interconsulta com equipes de saúde. Desenvolver pesquisa dos processos psicossociais da saúde-doença. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, R.F e EULÁLIO, MC. Abrangência e níveis de aplicação da Psicologia da Saúde. In: ALVES, RF (org.). Psicologia da saúde: teoria, intervenção e pesquisa [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2011. pp.65-88. AMARANTE, Paulo. Saúde mental e atenção psicossocial. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007. BAPTISTA, M. N E DIAS, R. R. Psicologia hospitalar – teoria, aplicações e casos clínicos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. BRASIL. Constituição Federal/1988: Artigos 196 ao 200. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/area/320/legislacao.html BRASIL. LEI n. 8080 de 19/09/1990. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/area/320/legislacao.html BRASIL. LEI n. 8142 de 28/12/1990. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/area/320/legislacao.html REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FLEMING, M. Ideologias e práticas psiquiátricas. Crítica e sociedade 5, Afrontamento. 1976 ELIAS, V. A., PEREZ, G. H., MORETTO, M. L. T. E BARBOSA, L. N F. Horizontes da Psicologia hospitalar: saberes e fazeres. São Paulo: Ed. Atheneu, 2015. GORAYEB, R. Psicologia da saúde no Brasil. Psi. Teoria e Pesquisa, v.26, n. especial, pp. 115-122, 2010. POLIGNANO, Marcus Vinícius. História das políticas de saúde no Brasil: uma pequena revisão. Disponível em: http://www.uff.br/higienesocial/images/stories/arquivos/aulas/Texto_de_apoio_3_-_HS- Historia_Saude_no_Brasil.pdf. STRAUB, R. Psicologia da Saúde. Porto Alegre: Artmed, 2005.
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