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ICTERÍCIA OBSTRUTIVA Aluno: Rogério Alves Resende Internato de Clínica médica- 2019-1 Universidade Federal de Mato Grosso- CUR Professor: Maurício Raposo Preceptores: Eduardo Bettin e Ângelo Dalla Vechia ANATOMIA DAS VIAS BILIARES Arvore Biliar Extra-Hepática: Vesícula biliar Ducto cístico Ducto hepático comum Ducto hepático esquerdo (Drena a bile produzida nos segmentos II, III, IV ) Ducto hepático direito (Drena os segmentos V, VI e VIII) Ducto colédoco (biliar comum). Ampola de Vater: Formada pela união do ducto pancreático principal e o colédoco. Esta estrutura desemboca na papila maior do duodeno. Esfíncter de Oddi: Bainha de músculo liso, que envolve a porção intraduodenal do colédoco e também a ampola de Valter; Ele age de maneira independente da musculatura do duodeno. Triângulo Hepatocístico (de Calot): Ducto hepático comum medialmente Ducto cístico lateralmente Borda do lobo hepático direito Em seu interior passa a artéria cística, sendo fundamental a sua identificação e dissecção para realização de uma colecistectomia segura. * A drenagem do lobo caudado (segmento I) é variável, mas na maioria dos casos é tanto para o ducto direito quanto para o esquerdo - Em até 29% dos casos a união do ducto pancreático principal e o ducto biliar comum não ocorre, ou seja, não forma a ampola de Vater. 2 BILE Além de sais biliares, contém proteínas, lipídeos (principalmente fosfolipídios e colesterol) e pigmentos (Bilirrubina) Funções da Secreção Biliar: Excreção de toxinas e metabólitos celulares Sais biliares têm papel crucial na absorção da maioria dos lipídeos. A bile será depositada na vesícula biliar Para armazenar a bile, a vesícula é eficiente na absorção de água. Aumenta a concentração de colesterol e de cálcio, que predispõe à formação de cálculo de colesterol. Atividade Vagal e Secretina: Induzem a secreção biliar. Colecistoquinina (CKK): Secretada pela mucosa intestinal, serve para produzir a secreção biliar e a contração da parede da vesícula biliar. Bilirrubina Direta (Hidrossolúvel) x Bilirrubina Indireta (Lipossolúvel) Um exemplo do sistema de liberação é o da bilirrubina. Os pigmentos da bile, tais como a bilirrubina, são produtos derivados da hemoglobina e da mioglobina. Eles são transportados no sangue juntamente com a albumina e levados até o hepatócito. Aqui, eles se transformam em bilirrubina conjugada ou direta. São os pigmentos biliares que dão cor à bile e, quando convertidos em urobilinogênio pelas enzimas bacterianas nos intestinos, dão às fezes sua coloração característica. A porção distal do ducto biliar cursa através do esfíncter de Oddi. A musculatura deste esfíncter é independente da parede intestinal do duodeno e responde de forma diferente ao controle neurohumoral. Este esfíncter muscular, que normalmente mantém alta atividade tônica e fásica é inibido pela CCK. Com o relaxamento do esfíncter induzido pela CCK, a bile flui mais facilmente pela árvore biliar. Coordenado com a contração da vesícula, o relaxamento desse esfíncter possibilita a evacuação de até 70% do conteúdo da vesícula no prazo de duas horas a contar da secreção da CCK. 3 CAUSAS Para a icterícia ser percebida, são necessários valores de bilirrubina sérica superiores a 2 ou até 4mg/dl, a depender da coloração da pele O acumulo da bilirrubina leva a síndrome clínica facilmente percebida ao exame físico O acúmulo de bilirrubina pode ser por: Secundário ao aumento da sua produção ( À deficiência na captação, na conjugação ou na excreção hepática OBSTRUÇÃO DO FLUXO DE BILE, NOS CANALÍCULOS OU NAS VIAS BILIARES PRINCIPAIS Pode acontecer mais de um mecanismo ao mesmo tempo no mesmo paciente CAUSAS CAUSAS Síndrome Colestática Colestase: Estagnação de bile no fígado Deficiente fluxo de bile para o duodeno Aumento da bilirrubina direta Intra-Hepática x Extra-Hepática Na Intra-Hepática: Não vai ter alteração das enzimas canaliculares nem dilatação das vias biliares Na extra-Hepática: Principais causas são cálculos e tumores periampulares - Tumores periampulares mais comuns Cabeça de Pâncreas Papila Colédoco Distal Duodeno ASPECTOS CLÍNICOS SÍNDROME COLESTÁTIA Icterícia Colúria Acolia Fecal Prurido Icterícia acontece pelo acúmulo de bilirrubina direta na pele e nas mucosas Colúria Acontece pela excreção urinária de bilirrubina direta Hipocolia ou acolia fecal, pela ausência ou diminuição da secreção de bile no duodeno Prurido, de etiologia controversa, possivelmente pelo acumulo de sais biliares na pele Na avaliação do paciente sempre pensar nas principais causas: Alcoolismo Hemotransfusão Coledocolitíase Tumores - Icterícia lenta e progressiva na neoplasia - Sinal de Courvoisier-Terrier: Pensar em neoplasia periampular Flutuação: Tumor de papila e coledocolitíase Sinal de Courvoisier-Terrier: Vesícula palpável, indolor e icterícia colestática. Colédocolitíase não causa esse sinal 8 DIAGNÓSTICO Elevação de bilirrubinas à custa da fração direta TAP/INR Elevação de enzimas canaliculares (Fosfatase alcalina é o marcador mais sensível de obstrução biliar) GGT Pouca elevação de enzimas hepatocelulares (Exceto se tiver uma hepatite associada) EXAME DE IMAGEM Ultrassonografia Tomografia computadorizada Ressonância magnética Endoscopia ou ultrassonografia endoscópica Endoscopia digestiva alta Sais biliares ajudam a absorver vit K, para absorver os fatores de coagulação 9 ULTRASSONOGRAFIA 1° Exame a ser solicitado na suspeita de icterícia obstrutiva Dilatação dos canais biliares >10mm ou intra-hepáticos >4mm sugere obstrução biliar Pode identificar o ponto de obstrução e, algumas vezes, sua causa É o exame de maior sensibilidade para o diagnóstico de colelitíase (principal causa de icterícia obstrutiva) Acessível e de baixo custo Desvantagens: operador dependente, dificuldade em pacientes obesos e não avaliar com qualidade estruturas retroperitoneais Ele é bom pra ver a vesícula. Não tão bom para o colédoco 10 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Ótimo exame para avaliar todo o abdome Não sofre tanta interferência com a obesidade É menos dependente de quem a avalia Não é muito bom para vias biliares, mas é muito bom para pâncreas e fígado Menos sensível do que a USG para a detecção de colelitíase, porém muitas vezes eficaz no local e na causa da obstrução extra-hepática Útil no estadiamento de neoplasias e na suspeita de lesões extrínsecas Desvantagens: Alta carga de radiação e utilização de contraste nefrotóxico, custo mais alto do que USG Colangiorressonância Possibilidade de reconstrução das vias biliares Mostra imagem semelhante à da TC com relação aos demais órgãos abdominais Bem menos disponível do que a TC e a USG e tem custo mais elevado Maior tempo para a sua realização Excelente para visualização completa das vias biliares Colangiorressonância demonstrando grande dilatação das vias biliares 12 ECOENDOSCOPIA OU ULTRASSONOGRAFIA ENDOSCÓPICA USG por meio de um transdutor na ponta de duodenoscópio Padrão ouro para microcálculos Torna possível a identificação de uma pequena lesão na parede duodenal e na região periampular Possibilidade até de uma punção para citologia Custo elevado, altamente dependente do operador, pouco disponível e não oferece visão do restante do abdome CPRE Vem perdendo espaço no campo diagnóstico Faz mais parte para o tratamento Desvantagem em relação à RNM: Necessidade de cauterização retrógrada, com contaminação da bile e aumento na incidência de colangite. Possibilidade de sangramento papilar Pancreatite aguda Perfuração duodenal Realizado onde não há RNM e em suspeitas de tumor duodenal (Endoscopia com biópsia é padrão ouro) APRESENTAÇÃO DE CASO J.A.S.J, do sexo masculino, 59 anos, encontra-se ictérico, com mal-estar, importante emagrecimento em aproximadamente 3 semanas. Histórico cirúrgico: Herniorrafia inguinal direita Realizou USG (20/08/2019) com Hipótese de: Dilatação de vias biliares intra- hepáticas Dilataçãodo ducto wirsung Vem ao CEDIR para realizar uma TC e uma Colangiorressonância Colangiorressonância demonstrando grande dilatação das vias biliares 14 Resultado da TC Colangiorressonancia seria melhor. Então fez a colangio 15 Resultado da Colangiorressonância Nódulo hepático inespecífico 17 Hiperdistensão da vesícula biliar DILATAÇÃO DO COLÉDOCO 18 Colangio Ducto pancreático dilatado 5 mm 19 Linfonodomegalia interaortocaval 20 Massa neoplasica 21 RELEMBRANDO... Tumores periampulares mais comuns Cabeça de Pâncreas Papila Colédoco Distal Duodeno
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