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SISTEMAS DE INFORMAÇÕES NA LOGÍSTICA INTERNACIONAL E SUPPLY CHAIN UNIDADE II Prof. Enzo Fiorelli Vasques SUMÁRIO I. SISTEMAS ........................................................................................................................................ 3 1.1 Conceito ............................................................................................................................................. 3 1.2 Sistemas abertos e fechados ............................................................................................................. 3 1.3 Sistemas abertos................................................................................................................................ 3 1.4 Sistemas fechados ............................................................................................................................. 4 II. SISTEMA DE INFORMAÇÕES NA LOGÍSTICA GLOBAL .................................................................................. 5 2.1 Cadeia de suprimento global ............................................................................................................. 5 2.1.1 Verticalização ........................................................................................................................ 6 2.1.2 Horizontalização ................................................................................................................... 6 2.2 Global sourcing .................................................................................................................................. 6 III. LOGÍSTICA INTERNACIONAL .................................................................................................................... 7 3.1 Gestão da cadeia de suprimento ....................................................................................................... 8 3.2 Fluxos físicos da cadeia de suprimento ............................................................................................. 8 3.2.1 Compras................................................................................................................................ 8 3.2.2 Produção ............................................................................................................................... 9 3.2.3 Estoque ............................................................................................................................... 10 3.2.4 Logística .............................................................................................................................. 11 3.3 Fluxos de informação da cadeia de suprimento .............................................................................. 11 3.4 Tecnologia da informação nas organizações .................................................................................. 12 IV. SOFTWARES PARA LOGÍSTICA .............................................................................................................. 13 4.1 Enterprise Resources Planning (ERP) – Planejamento dos Recursos Empresariais ..................... 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................ 17 3 I. SISTEMAS 1.1 Conceito Sistema é um conjunto composto por elementos inter-relacionados. Cada um dos elementos de um sistema é ligado a todos os outros, direta ou indiretamente. Conforme Oliveira (2002, p. 35), “Sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função”. Para Alvarez (1990, p. 17): sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo, e onde cada um dos elementos componentes comporta-se, por sua vez, como um sistema cujo resultado é maior do que o resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente. Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema, desde que as relações entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco de atenção (...) 1.2 Sistemas abertos e fechados A ciência do século passado adotava a mecânica clássica como modelo do pensamento científico. Isso equivale a pensar nas coisas como mecanismos e sistemas fechados. A ciência de nossos dias adota o organismo vivo como modelo, o que equivale a pensar em sistemas abertos. Para ser vista como um „sistema aberto‟, a empresa deve realizar ações transparentes em seus negócios, suas operações cotidianas de entradas, processamentos e saídas e respectivos relacionamentos. Para atender a este requisito de sistema aberto, devem ser envolvidos todos os escalões da empresa, evidentemente respeitando o tipo e forma de distribuição de informações. As pessoas, a sociedade, e o mundo como um todo, estão passando por constantes mudanças, que aumentam o grau de exigência, aceitabilidade e conceito de qualidade. Para atender a este público, são necessárias características como facilidade de flexibilização, dinamismo, capacidade de gestão situacional, planejamento, competência estratégica e aptidão para adaptar processos e sistemas, a fim de torná-los abertos para resistir ao alto nível de agitação ambiental. 1.3 Sistemas abertos Basicamente, a teoria afirma que os sistemas são abertos e sofrem interações com o ambiente onde estão inseridos. Desta forma, a interação 4 gera realimentações que podem ser positivas ou negativas, criando assim uma autorregulação regenerativa, que por sua vez cria novas propriedades que podem ser benéficas ou maléficas para o todo, independentemente das partes. Toda organização é um sistema aberto. Nos sistemas empresariais abertos, ocorrem permutas da empresa com o ambiente externo. As empresas são dependentes e necessitam da influência ambiental externa plenamente integrada, viabilizando sua existência e perenidade. Em outras palavras, o sistema aberto possui relações de troca e interdependência com os demais sistemas à sua volta, recebendo influências e influenciando os sistemas externos a ele. As empresas devem ser sistemas abertos, com integridade, planejamento, normas, procedimentos, regras, envolvimento das pessoas, tudo de forma estruturada e organizada, possibilitando uma dinâmica de funcionamento sistêmico e integrativo. Os sistemas abertos propiciam muitos facilitadores na condução cotidiana, na manutenção e crescimento da empresa, favorecendo e destacando: Gestão e administração participativa. Mudanças e adaptações internas. Produtividade e qualidade nos serviços e produtos. Capacidade de administrar diferenças ambientais, organizacionais e comportamentais. Perenidade e melhoria dos negócios. Lucro e competitividade empresarial. Pode-se fazer analogia dos sistemas abertos com a gestão moderna de tecnologia da informação com foco empresarial. Frequentemente, os sistemas abertos estão vinculados a um modelo de gestão participativa. 1.4 Sistemas fechados Sistemas fechados são aqueles que não sofrem influência do meio no qual estão inseridos, alimentando-se de si mesmos. A entropia apenas se mantém constante nos sistemas isolados. Nos sistemas empresariais fechados não existem permutas da empresa com o ambiente externo. As empresas são insensíveis e indiferentes a qualquer influência ambiental, não se integrando ou interagindo com o mundo, inviabilizando sua existência. 5 O sistema fechado é hermético, independente e sem abordagem sistêmica, não recebe influência e também não se permite influenciar pelo ambiente externo. Pode-se fazer analogia dos sistemas fechados com a gerência de um Centro de Processamento de Dados (CPD), modelo vetusto e alquimista da informática da década de 1960. Outros sistemas fechados que aparecemem algumas empresas são o Departamento de Pessoal (DP) e o almoxarifado, formas antigas de administração de pessoas e materiais, respectivamente. Frequentemente, os sistemas fechados estão vinculados a um modelo de gestão autoritária. II. SISTEMA DE INFORMAÇÕES NA LOGÍSTICA GLOBAL Os sistemas de informações logísticas são a interligação das atividades logísticas para criar um processo integrado. Tendo em vista as evoluções tecnológicas, da perspectiva do comércio global, a informação tornou-se uma potente ferramenta de gerência e, principalmente, fidelidade e transparência nas informações que fluem dentro de uma estrutura logística. Manter o cliente informado sobre a situação do pedido, rastrear as cargas ou contêineres através de sistemas modernos de rastreamento (tracking) e programar de forma eficiente as entregas, são apenas alguns exemplos do poder da informação. A funcionalidade das informações e seu gerenciamento permitem a integração de toda a cadeia, facilitando assim todo o controle gerencial. Informações sobre a situação da carga (se está em trânsito, em processo de desembaraço aduaneiro ou em transbordo) permitem melhor gerenciamento não somente desta movimentação, mas também de toda a operação produtiva, como controle de estoques, análise de mercado, níveis de serviço etc. A TI no comércio internacional permite o gerenciamento estratégico em toda a cadeia logística, reduzindo redundâncias, agilizando todo o processo e, sobretudo, aumentando a competitividade. A revolução da TI possibilitou o gerenciamento dos sistemas logísticos em tempo real ou próximo do real. É possível enxergar de uma ponta a outra do fluxo logístico, reduzindo drasticamente as necessidades de estoques. 2.1 Cadeia de suprimento global A cadeia de suprimento global desempenha um papel importante no sucesso de uma empresa, principalmente em relação ao fornecimento global de insumos e produtos e à redução de custo. Ela envolve toda a gestão de operações, marketing, pesquisa e comércio internacional, além 6 do uso de um sistema global integrado que otimiza fluxo de dados e informações entre todas as unidades produtivas e fornecedores globais. Dentre as principais estratégias utilizadas na cadeia de suprimento global estão a verticalização e a horizontalização. 2.1.1 Verticalização Nesta estratégia, a empresa participa de todos os ciclos da cadeia de suprimento, ou seja, é a integração de todas as subsidiárias, que produzem desde o insumo até o produto final da empresa. A Alcoa Alumínio S.A., parte da Alcoa Inc., desde 1965 no Brasil, atua em toda a cadeia produtiva da bauxita, que vai da mineração até o produto transformado. 2.1.2 Horizontalização É a aquisição de insumos e componentes do produto final, vindos de terceiros, que podem ser fornecedores nacionais ou globais. Os longos ciclos operacionais dentro de uma cadeia de suprimento global são uma das principais características que diferenciam a estratégia de horizontalização. O motivo está vinculado a atrasos ou diferenciais em comunicação, aduanas, logística internacional, fuso horário, idiomas, legislação do país, entre outros. Por isso, conhecimento e planejamento são fundamentais na agilização das operações dentro da cadeia de suprimento global. 2.2 Global sourcing Global sourcing é a estratégia utilizada no monitoramento de recursos no mercado global. Esses recursos estratégicos englobam novos fornecedores competitivos, aquisição centralizada para uma empresa global, coordenação de insumos e componentes, integração de processos, projetos, tecnologias. As aquisições centralizadas de uma empresa global são estratégias utilizadas por empresas que desejam penetrar em países nos quais não possuem know-how. Essas estratégias são classificadas em franquias e licenciamentos, joint-ventures, fábricas-foco, subsidiárias integrais ou fusões e aquisições de empresas. A estratégia de global sourcing apresenta recursos significativos em relação à melhoria de capacidade e qualidade na cadeia integrada de suprimento global versus a cadeia de suprimento. Mesmo com a integração do global sourcing pela empresa, oportunidades de melhoria podem ser identificadas através do custo real, gestão da logística internacional e gestão do custo logístico internacional. 7 Custo real é a medição do valor monetário gasto em todos os processos da cadeia integrada de suprimento global. O comparativo entre custo real versus o custo previamente projetado auxilia a empresa em suas metas de vendas, planos de precificação e marketing. Em pouco tempo percebem-se as discrepâncias antes não identificadas e a melhoria na lucratividade. A gestão da logística internacional pode ser medida pela coleta e consolidação de dados extraídos do sistema integrado global. Com os dados em mãos, os departamentos conseguem criar relatórios dinâmicos e indicadores de desempenho. É possível, através dos relatórios, medir o grau de satisfação de cada etapa do processo, bem como verificar problemas logísticos, valores reais de custo e tempo de entrega. A gestão do custo logístico internacional controla o fluxo de caixa atual e futuro da empresa. É o monitoramento do custo total de todo o processo da cadeia integrada de suprimento global (fornecimento – produção – logística), de um produto acabado até o mercado. III. LOGÍSTICA INTERNACIONAL Com a globalização, novos cenários e negociações foram estabelecidos para além das fronteiras nacionais, dando espaço a parcerias e alianças entre empresas de diversas nacionalidades, que trouxeram novos conceitos e culturas para o comércio internacional. Para apoiar essa dinâmica, expandiu-se o conceito de logística integrada, que possibilita a conexão física entre todas as áreas do globo. Portanto, a logística internacional é a logística que cuida dos processos aduaneiros e logísticos, como movimentação, distribuição e armazenagem de produtos originados ou destinados ao exterior. Dentro da logística internacional está o processo estratégico de Distribuição Física Internacional (DFI), que acompanha todos os processos logísticos de produtos e serviços globais. A DFI gerencia a logística das demandas futuras de insumos nos fornecedores, a capacidade e localização geográfica de cada manufatura e suas subsidiarias backup, prioriza as entregas de clientes internos e externos, determina a localização e capacidade global de estoques, seleciona os melhores modais para a distribuição física e terceiriza operações quando necessário. A DFI também define a estrutura organizacional e a localização geográfica que melhor contribuem para a distribuição física internacional. As organizações podem ser separadas por atividades domésticas, fábricas-foco por linha de produto ou localização geográfica de países. Algumas vezes as atividades são compostas por duas ou mais 8 organizações da DFI, em que processos de fornecimento e produção são dependentes. 3.1 Gestão da cadeia de suprimento A entrega de um produto ao cliente final requer esforços cumulativos, comprometimento e determinação por parte de todos os departamentos e colaboradores da empresa. Pode-se afirmar que o ciclo de processos operacionais e suas respectivas responsabilidades vão além das fronteiras internas da empresa. A gestão da cadeia de suprimento é a administração das atividades que envolvem atividades desde fornecimento, transformação e distribuição de seus produtos no mercado. É uma operação que gera valor ao cliente, possibilitando a criação de uma vantagem competitiva à empresa frente aos seus concorrentes. A cadeia de suprimento integra tanto os fluxos físicos quanto os fluxos de informação. Fluxos físicos envolvem compras, produção, estoque e logística (movimentação, distribuição e armazenagem de mercadorias e materiais). Os fluxos físicos são os bens tangíveis dentro da cadeia de suprimento.Entretanto, tão importante quanto os fluxos físicos estão os fluxos de informação, ou bens intangíveis, que permitem a coordenação e a comunicação de todos os processos e serviços entre fornecedores, empresas e clientes nas atividades por meio de sistemas integrados e canais de marketing. Empresas globais possuem centenas de unidades produtivas espalhadas em diversos países. Essas unidades também são conhecidas como cadeias de suprimento e são interconectadas no abastecimento de produtos acabados ou serviços para o consumidor final em qualquer país. 3.2 Fluxos físicos da cadeia de suprimento A logística integrada é o processo que une todos os fluxos da cadeia de suprimento, sendo eles físicos ou de informação. Como mencionado anteriormente, os fluxos físicos no que tange à cadeia de suprimento são compras, produção, estoque e logística (movimentação, distribuição e armazenagem de mercadorias e materiais). 3.2.1 Compras O departamento de compras é o representante da empresa diante de seus fornecedores. Ele é responsável por aquisições de insumos, componentes e produtos acabados. Além disso, é função de compras selecionar e gerenciar a cartela de fornecedores nacionais e 9 internacionais de uma empresa, negociar contratos, atualizar banco de dados e administrar projetos. Entender as necessidades e limitações de cada departamento da empresa versus a capacidade e inabilidade de seus fornecedores viabiliza melhorias em relação à comunicação, fornecimento, cotações, qualidade, tempo de entrega, formas de pagamento, flexibilidade em momentos críticos, entre outros, que possibilitam à empresa maior lucratividade e melhor planejamento dentro de curto, médio e longo prazos. Portanto, é fundamental que a gestão de compras saiba identificar as mudanças competitivas, tanto no mercado nacional quanto global, atuando estrategicamente em apoio à empresa, junto a seus fornecedores e o mercado. 3.2.2 Produção A produção está vinculada à transformação de matéria-prima ou serviços ou um misto dos dois em produtos (bens tangíveis e intangíveis) para o mercado. Este processo engloba recursos de entrada ou transformação (inputs) como insumos, componentes, instalações, máquinas, computadores e recursos humanos. Além destes, incluem-se o processo de transformação ou produção e a saída de produtos acabados e serviços (output) para comercialização. Qualquer processo produtivo engloba várias etapas dos processos dentro da cadeia de produção. Em cada estágio é adicionado um novo atributo ao produto até sua finalização. Quanto mais atributos tiver um produto ou serviço, mais atraente ele será para o cliente e, consequentemente, maior será o seu valor de mercado. A filosofia “just-in-time” foi criada pela Toyota, no Japão, em fins dos anos 1950, com o objetivo de buscar métodos mais eficientes na eliminação de qualquer desperdício durante o processo produtivo. O termo significa fazer “apenas o que é necessário, quando é necessário, e na quantidade necessária”. As principais características do JIT para garantir redução no custo de produção são: utilização de Kanban1, planejamento e reposição sob demanda do nível dos estoques na hora e no local necessário, preparação antecipada dos insumos para a produção, garantia da qualidade em todas as etapas produtivas e produção de acordo com a demanda. 1 Kanban: placa de sinalização usada para controle dos fluxos de produção ou transportes em uma indústria. Pode ser substituída por outro sistema, como luzes, caixas vazias e até locais vazios demarcados. 10 Os resultados com o JIT, tanto na estruturação dos processos quanto na redução dos custos, são vantajosos. No entanto, as grandes dificuldades enfrentadas pelas empresas são o planejamento correto quanto à entrega de material, a parceria com fornecedores, o abastecimento das linhas de produção no momento correto, a qualidade, o pouco desperdício, em especial durante o processo de pico, e o treinamento constante aos funcionários. 3.2.3 Estoque O conceito de JIT também é utilizado na gestão de estoque, ou seja, garantir, com o menor custo possível, o produto acabado ou serviço desejado, no momento da demanda do cliente. Devido às deficiências encontradas na gestão dos processos da cadeia de suprimento, muitas empresas optam por estoques excessivos como estratégia e compensação às falhas, o que resulta em um custo maior. Essas empresas, que não possuem o JIT bem estruturado, optam por utilizar a estratégia de estoque para satisfazer prioritariamente seus clientes mais lucrativos e com alto potencial de crescimento. A priorização está relacionada em grau de importância dos produtos, volume de vendas, precificação, serviços de valor agregado e novos projetos que o cliente demanda à empresa. O planejamento de toda a cadeia produtiva dentro da estratégia de estoque será com base na previsão de vendas, o que é um risco para a empresa, pois qualquer oscilação econômica ou financeira de seus clientes poderá comprometer o seu desempenho. Além disso, a empresa terá de lidar com constantes reclamações dos clientes não priorizados por não atender as demandas dentro do tempo esperado. Geralmente as empresas não deixam de atender a essas demandas menores e procuram negociar possíveis datas de entrega, mas a insatisfação do cliente não priorizado sempre ocorre ao final do processo. Em curto ou médio-prazo, a estratégia de estoque pode ser considerada uma medida paliativa da empresa em resposta ao seu comprometimento com o cliente. Contudo, unidades produtivas sem organização, definição e integração de suas estratégias em relação a outras equipes, como compras, financeiro, marketing e vendas, entre outras, acabam por assumir compromissos além das reais possibilidades. Portanto, esta estratégia provavelmente resultará em sérios problemas internos ao longo dos processos, como falhas operacionais, atrasos a respostas e entregas aos clientes, especialmente em momentos de alta demanda. 11 3.2.4 Logística O custo, o tempo e a qualidade são os três parâmetros de sustentação dos processos logísticos de bens e serviços. O primeiro – processo de bens tangíveis – é complementado pelas operações de movimentação, distribuição e armazenagem de mercadorias e materiais. No caso dos serviços, que são produtos com características intangíveis, o tempo e a qualidade de resposta são os atributos mais importantes e perceptíveis aos clientes, devendo por isso ser priorizados durante todo o ciclo logístico de serviços. Isto inclui redução no tempo de espera, qualidade do serviço e canais de distribuição de fácil acesso ao cliente. Algumas ferramentas são utilizadas como atributos pela empresa em serviços como processos de melhoria em atendimento, comunicação e processos, utilização de resposta automática, treinamentos, backups, sistema integrado e tecnologia de informação. 3.3 Fluxos de informação da cadeia de suprimento O fluxo de informação é o processo operacional que gerencia e mapeia o ciclo da cadeia de suprimento, do início ao final do processo, em cada departamento da empresa. Sua finalidade é definir as responsabilidades departamentais, identificar as discrepâncias, atribuir melhorias e garantir a qualidade e a comunicação entre fornecedores, empresa e cliente. Cada empresa conceitua seus processos de acordo com sua cultura interna, mas, em geral, quando se menciona ciclo de produção, elas caracterizam como início de processo uma ordem de compra do cliente. Esta ordem é processada pela área de customer service. A fábrica então inicia o seu ciclo: verificação de estoque de insumos, planejamento da produção, produção, entrada do produto acabado para estoque, saída do estoque, emissão de nota fiscal, despacho e entrega do produto ao cliente final. O departamento de customer service podeser gerenciado pelo departamento de vendas ou atrelado a um departamento específico à administração da fábrica. Na realidade, customer service, ou atendimento ao cliente, é uma área relativamente nova, principalmente no Brasil, onde as empresas não identificaram ao certo como melhor gerenciá-la. O customer service no Brasil é utilizado funcionalmente como área que transcreve todas as necessidades do cliente e as integra com as demais áreas e processos internos da empresa. Além de dar suporte a vendas com fechamento de pequenos pedidos e atendimento ao cliente, a equipe de customer service também é responsável pelo planejamento e 12 gestão de estoque, compras, ordem de vendas, produção, expedição, crédito, faturamento, novos projetos e reclamações dos clientes. Portanto, sua função no mercado atual é operacionalizar os desejos, necessidades e expectativas dos clientes. É uma área de grande exposição e que deveria ser projetada mais estrategicamente pelas empresas, em atividades tais como busca de informações que os clientes não costumam falar abertamente, apoio a novos produtos e soluções customizadas, medição e projeção de resultados, bem como a melhoria do relacionamento e fidelização. 3.4 Tecnologia da informação nas organizações A complexidade do negócio e sua necessidade de tratamento tornam clara a necessidade de utilização da TI para que as organizações consigam dar um tratamento satisfatório às informações e, consequentemente, para que seus administradores tenham a possibilidade de utilizá-las corretamente em seu trabalho. TI é tudo o que se pode obter, armazenar, tratar, comunicar e disponibilizar para informação. A gerência pode influenciar o desempenho da organização de diversas maneiras: Prover vantagem competitiva, permitindo respostas rápidas às mudanças de mercado. Prover informação necessária, acurada e em tempo, para permitir melhor tomada de decisão. Reduzir o custo de fazer negócio, substituindo capital por trabalho frequente e automatizando as transações da empresa. Permitir à empresa competir em mercados que requerem tecnologia específica. Permitir flexibilidade tal que as empresas possam atender a uma ampla relação de necessidades dos clientes sem incremento de custos. Promover uma plataforma tecnológica para permitir que os outros sistemas de negócio sejam produzidos. Zuboff (1994) aponta alguns motivos que, em geral, levam administradores a investir em TI: 1. Maior rapidez nas operações. 2. Redução de custos. 3. Aumento da continuidade (integração funcional, automação intensificada e resposta rápida). 13 4. Melhora do controle (precisão, acuidade, previsibilidade, consistência, certeza). 5. Maior compreensibilidade (visibilidade, análise, síntese) das funções produtivas. Contudo, nem sempre a situação é favorável, como apontam alguns executivos: 1. Os investimentos em TI não são relacionados à estratégia de negócios. 2. O retorno financeiro dos investimentos em TI é inadequado. 3. A tecnologia é empregada cegamente, sem objetivos definidos. 4. A relação entre os usuários e especialistas de soluções de TI não é boa. 5. Os projetistas de sistemas não consideram as preferências e os hábitos de trabalho dos usuários. IV. SOFTWARES PARA LOGÍSTICA São programas concebidos para gerar modelos de cadeia de suprimentos com investimentos otimizados em fábricas e centros de distribuição, fluxo de materiais, níveis de serviço ao cliente, tempos de atendimento etc. 4.1 Enterprise Resources Planning (ERP) – Planejamento dos Recursos Empresariais O ERP é uma técnica de gestão empresarial pela qual todas as informações de todas as áreas da empresa são verificadas, reunidas e processadas, para serem disponibilizadas de forma eficiente para a tomada de decisões. É utilizado para projetar demandas e gerar programação de compras e produção para fábricas, atacadistas e varejistas, planos de abastecimento e redes de distribuição (DRP), avaliar capacidades de centros de trabalho, controlar estoques, receber e processar pedidos e fazer os demais controles administrativos, contábeis, financeiros e tributários de uma empresa. 14 Evolução histórica do ERP „60 Bill of materials automatizada „70 Material Requirements Planning (MRP) „80 Manufacturing Resource Planning (MRPII) „90 Enterprise Resource Planning (ERP) Características do ERP Pacotes comerciais de software. Incorporam modelos de processos de negócio. São integrados. Utilizam uma base de dados comum a todos os módulos. Possuem grande abrangência funcional. Requerem procedimentos de ajuste. Vantagens do ERP Evita redundância da informação. Economiza tempo: melhora a análise e o controle das decisões organizacionais. Adaptação e reestruturação dos processos de negócio. Desenho estruturado e modular. Suporte. Possibilidade de upgrades. e-commerce, e-business. E v o lu ç ã o d o s c o m p u ta d o re s 15 Desvantagens do ERP Dispendioso (tempo e investimento). Conformidade dos módulos. Alguma dependência do fornecedor. Demasiadas funcionalidades => maior dificuldade de adaptação. Integração com outros aplicativos (da empresa Gartner Group, que fornece softwares de pesquisa para execução de programas e de consultoria no segmento de TI. Extrema complexidade dos pacotes => inviabiliza grandes alterações. Capacidade pode ser limitada. 16 ARQUITETURA DE UM SISTEMA ERP Banco de dados central Relatórios Módulos de finanças Módulos de manufatura Pessoal de suporte administrativo e manufatura Fornecedores Módulos de estoque e suprimentos Módulos de recursos humanos Empregados Módulos de serviço ao cliente Força de vendas e serviço ao cliente Clientes Módulos de vendas e distribuição Direção e acionistas 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais, distribuição física. São Paulo: Atlas, 2010. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2010. CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operação. São Paulo: Prentice Hall, 2008. DORNIER, P. P.; ERNST, R.; FENDER, M.; KOUVELIS, P. Logística e operações globais: texto e casos. São Paulo: Atlas, 2011.
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