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Consciência ✓ Consciência: estado de completo conhecimento de si e do meio ambiente no qual está envolvido, além da inter-relação entre eles. A avaliação da consciência é clínica. Apresenta dois componentes: • Conteúdo: Funções adquiridas e aprendidas. É subdividido em afeto e cognição (atenção, linguagem, memória, juízo, pensamento, cálculo) • Nível de consciência: Grau de alerta. ✓ Formação Reticular Ativadora Ascendente (FRAA): Sistema difuso e organizado, localizado no tronco encefálico (posterior a transição pontomesencefálica), no hipotálamo posterior e no tálamo, que ativa o cérebro o tempo inteiro pra se manter em alerta. • Possuem uma rede de sustentação e conexão com outras estruturas que estimulam os núcleos da FRAA. • Quando ativado, estar em estado vigil. Quando está hipofunção, temos o estado fisiológico de sono (reversível), o estado patológico (doenças e coma) e indução por medicação (midazolam e diazepam); • Ativadores do córtex difusamente: locus coeruleus, núcleos da rafe, pedúnculo pontinho, túbero mamilar (região do hipotálamo que ativa a região frontal, causando qualidade ao despertar – ou seja, saber onde está, quem é); • Núcleo pré-óptico ventro-lateral através do GABA inibe a FRAA. ✓ Rebaixamento do nível de consciência: • Lesão infratentorial (mesencéfalo ou ponte alta) – 15%: Se a lesão for de ponte baixa ou bulbo não há rebaixamento do nível de consciência. • Lesão focal supratentorial (tálamo ou hipotálamo) – 20%: Geralmente, o tálamo é atingido bilateral. • Lesão cortical difusa – 65%; ✓ Alterações da consciência: Quando a FRAA está ativada e passa do ponto máximo de qualidade da consciência, o paciente se torna eufórico/excitado – começa a perder a qualidade de consciência; • Agudas: ❖ Torpor: Certa excitabilidade, irritabilidade e desatenção; ❖ Delirium: Desatenção, desorientação e alteração de percepção (alucinações). Pode estar agitado ou não; ❖ Obnubilação: Alentecimento psicomotor, aumento das horas de sono (e quando está acordado fica lento) e embotamento mental; ❖ Estupor: Estado prévio do como – sonolência profunda e precisa de estímulos vigoroso para responder; ❖ Coma: Irresponsividade com olhos fechados mesmo diante de estímulos dolorosos; • Crônicas: ❖ Demência: Deterioração progressiva de pelo menos duas funções cognitivas, considerando o nível socioeducacional, idade e sexo; ❖ Hipersonia: Aumento da quantidade de sono diário, em que os períodos em que está acordado fica normal; ❖ Abulia: Apatia (não responde, não conversa, não se movimenta) – Comum em lesão de lobo frontal bilateral; ❖ Mutismo acinético: Paciente parado e calado, com iniciação motora pobre – Comum em lesão de hipotálamo. ❖ Estado de consciência mínima: Mínima noção de percepção de si. ❖ Estado vegetativo: Não tem noção de percepção de si (não movimenta, não retira à estímulo – sem reação nenhuma). Quando dura mais de um mês é chamado de estado vegetativo persistente; ❖ Morte cerebral: Perda irreversível de todas as funções do cérebro. É preciso determinar: ausência de atividade elétrica, ausência de atividade funcional, ausência de atividade circulatória intracraniana, Glasgow 3, ausência de reflexo do tronco encefálico; o O paciente precisa estar pelo menos 24h no hospital e após análise, abre protocolo de morte encefálica (testes devem ser realizados por 2 médicos diferentes e não podem ser médicos de captação de órgãos); ✓ Falsas alterações de consciência: • Catatonia: A posição em que deixar o paciente, ele mantém (Ex. levanta o braço dele e ele fica com o braço levantado). Não apresenta movimentação espontânea. • Síndrome de Locked-in ou do cativeiro: Quando há lesão de região baixa, o paciente fica consciente, mas não se mexe e não consegue controlar respiração. Só consegue realizar o movimento horizontal dos olhos (???? – confirmar) Coma ✓ É uma história AGUDA (trauma, AVC) ou SUBAGUDA (neoplasia, metabólico, infecção); • Jovens: Pensar em intoxicação, hemorragia subaracnóide, trauma; • Idosos: Pensar em AVC hemorrágico ou isquêmico, infecção grave; • Comorbidades: Pensar em quadro metabólico ou AVC; • Sinais premonitórios (dor de cabeça, enfraquecimento de um lado do corpo): Pensar em eventos expansivos/neoplasias; ✓ Alterações corticais: • Encefalopatia hipóxico-isquêmica: Em caso de parada cardíaca, o cérebro fica em hipóxia, causando alguma alteração. O cérebro pode não acordar mais; Traumatismo craniano; Abscesso; Encefalite; Hemorragias (é a mais comum); Metabólicas; ✓ Alterações em diencéfalo: • Trombo no topo da A. basilar (causa isquemia nos dois tálamos); Hemorragia; Tumor; Desmielinização ✓ Alterações do mesencéfalo e ponte: • Tumor; Hemorragia; Infarto; Desmielinização; Migrânea basilar (é raro); Transtornos do cerebelo (mais comuns e comprimem para frente – comprime o mesencéfalo e a ponte); ✓ Sinais: • Liquorréia: Saída de líquor pelo nariz.. • Sinal de Battle: Hematoma retroauricular. • Sinal de guaxinim: Hematoma periocular bilateral; • Rinorragia: Saída de sangue pelo nariz • Otorragia: Saída de sangue pelo ouvido. ✓ ✓ Sinais de irritação meníngea: • Rigidez de nuca; • Lasègue: sinal clínico que descreve a existência de dor na parte posterior da perna quando a perna é estendida. • Brudzinski: Ao realizar a flexão passiva do pescoço com o paciente em decúbito dorsal, observa-se a flexão dos joelhos. • Kernig: Com a pessoa em decúbito dorsal (deitada de barriga para cima), o profissional de saúde segura a coxa do paciente, fletindo-a sobre o quadril e depois esticando-a para cima, enquanto a outra se mantém esticada e depois faz o mesmo com a outra perna. • Opistótono: Paciente arqueado; • Púrpuras e petéquias: Indica meningite meningocócica; ✓ Exame neurológico: Realizado após corrigir os déficits do paciente (se estiver pálido, faz ressuscitação volêmica; se estiver dessaturando, oferta oxigênio); São 5 etapas: • Nível de consciência: Chamado verbal, estímulo tátil e estímulo doloroso (retroesternal, submandibular, ungueal, trapézio, supraorbicular e mamilar – o mais doloroso); Se o estímulo Indica fratura de base do crânio doloroso não fizer o paciente abrir o olho, ele está em coma. • Resposta motora: Pode ser: ❖ Adaptada: quando o paciente localiza o estímulo doloroso, mesmo sem abrir o olho e tenta retirar – chamamos de coma superficial; ❖ Não adaptada: quando há postura de decorticação (quando há lesão é supratentoral, provavelmente diencefálica – retira o trato córtico espinhal “???” e deixa o trato rubro espinal, teremos a sua exarcebação e consequente flexão) ou descerebração (quando há lesão abaixo do núcleo rubro e acima do núcleo retículo espinhal, retira o trato rubro espinal e deixa o trato retículo espinal , teremos a sua exarcebação e consequente extensão) – chamamos de coma profundo; ❖ Ausente: Ocorre em casos de lesões baixas ou por lesão cortical difusa. O paciente permanece parado diante de um estímulo doloroso – chamamos de coma dépassé (pode regredir para níveis menos graves, embora não seja comum); • Pupilas: A pupila tem 3-4mm e quando é eito estímulo luminoso reduz cerca de 1-2mm – resposta normal. ❖ Reflexo fotomotor presente: integridade do mesencéfalo; Reflexo fotomotor ausente: problema no mesencéfalo. ❖ Lesão cortical difusa ou diencefálica: Pupilas menores do que o normal – Reflexo fotomotor presente. ❖ Lesão mesencefálica tegmental: Pupilas dilatadas >5mm, porém sem resposta a luz. ❖ Pupila uncal: Ocorre quando há herniação do lobo temporal em direção a fossa posterior através da tenda do cerebelo – comprimindo o mesencéfaloe o trato córtico-espinhal. Causa hemiparesia do lado contralateral (pois o trato córtico-espinhal ainda não decussou) e pupila uncal (dilatada, não fotorreagente) ipsilateral à lesão do mesencéfalo. o Conduta: Tomografia rápida e cirurgia de descompressão; ❖ Pupila lesionada bilateralmente: Pode ser por herniação bilateral ou encefalopatia anóxica. ❖ Pupilas médias: Quando há lesão do mesencéfalo tectal (onde passa sistema parassimpático e simpático). As pupilas nem ficam dilatadas nem contraídas, mas ficam sem reação; ❖ Pupila pontina: É uma pupila puntiformes – um ponto pequeno 1mm. Ao observar com uma lupa, há uma pequena reação à luz. Ocorre em algumas intoxicações. • Padrão ventilatório – não é o melhor para indicar localização da lesão: A respiração normal apresenta um momento inspiratório e um momento expiratório (duração maior); ❖ Kussmaul: Inspirações profundas. Indica acidose metabólica; ❖ Cheyne-stokes: Apneia seguida de uma incursão lenta que vai aumentando e se tornando profunda e depois diminui até gerar outra apneia. Pode estar presente em lesão cortical bilateral, lesão diencefálica ou alterações metabólicas, como IC. ❖ Hiperventilação neurogênica central: Frequência respiratória aumentada, porém com amplitude normal. Pode estar presente em lesão mesencefálica (mas não é tão Relembrando a neuroanatomia.... A função motora se inicia no giro pré-central e vai pelo trato córtico-espinhal que decussa no bulbo e vira trato córtico- espinhal lateral, que irá comandar o 2º neurônio motor e gerar a função motora. Do núcleo rubro (no mesencéfalo) sai o trato rubro espinhal – importante nos reflexos flexores; Na ponte, temos a formação reticular, de onde sai o trato retículo espinhal – importante nos reflexos extensores; Dos núcleos vestibulares, sai o trato vestíbulo espinhal – importante para os reflexos que envolvem a cabeça. característico), alterações metabólicas e ansiedade. ❖ Apnêustica: Faz inspiração, entra em apneia, faz expiração e repete o processo. É o tipo mais comum de ventilação em lesões de ponte. ❖ Irregular, Biot ou em salvas: Apneia em consciência. Pode ser devido a lesões extensas que atingem o bulbo ou ponte baixa ou junção bulbo-pontina. • Oculomotricidade externa: Para essa parte do exame físico é preciso descartar trauma cervical (pois, movimenta a cabeça) e lesão timpânica (realiza uma otoscopia para garantir que a membrana timpânica está íntegra); ❖ Abertura ocular: O normal de um paciente em coma é que haja exoforia (desvio do eixo visual de um olho para fora em relação ao eixo do outro olho – não estará com os olhos em posição reta) bilateral, pois se for unilateral, deve pensar em lesão focal. ❖ Roving ocular: movimentos lentos de um lado para outro. Pode ser encontrado em processos metabólicos; ❖ Bobbing ocular: O paciente não está em coma, está com abertura ocular espontânea e teve uma lesão pontina; ❖ Olhar em ping-pong: O paciente está em coma e ao abrir o olho dele apresenta esse movimento. Pode por lesão pontinha – leão de núcleos vestibulares; ❖ Manobra óculocefalica: Atrás do paciente, abre os olhos com os polegares e os demais dedos seguram as laterais da cabeça do paciente, fazendo movimentos rápidos para os lados. O normal, em um paciente em coma, é que os olhos fiquem parados – “olhos de boneca”, comum em crianças. ❖ Manobra vestíbulo-ocular – “calórica”: Com a cabeceira elevada em 30º para estimular o canal semicircular lateral e com água quente ou fria provoca o nistagmo. o Se colocar água fria há diminuição da função (o olho é empurrado para o lado em que foi colocado a água fria). Ocorre o nistagmo corretivo para o outro lado devido a função da visão. o Se não ocorre nistagmo corretivo, é indicativo de lesão cortical difusa. OLHAR EXPLICAÇÃO SOBRE COMUNICAÇÃO ENTRE O APARELHO VESTIBULAR E OS NERVOS CRANIANOS – NÃO ENTENDI DIREITO. ❖ Exame de fundo de olho: Observar de há papiledema – Indicativo de hipertensão intracraniana. ✓ Escala de Coma de Glasgow: Denota gravidade da lesão. Pontuação menor ou igual a 8 é considerado coma, porém não é a melhora forma de considerar coma. ✓ Tríade de Cushing: Hipertensão + Bradicardia + Bradipnéia = Hipertensão intracraniana. Há um aumento da pressão no assoalho do bulbo. OBS: A função do aparelho vestibular é jogar os olhos, a cabeça e o corpo para o lado oposto. Como os dois lados funcionam igualmente, fica na linha média (devido a anulação dos vetores). Quando há uma doença que faz com que o lado D, por exemplo, esteja irritado, os olhos, cabeça e corpo desviam para o lado D, pois o E está normal. A visão íntegra faz com que o olho volte para a posição normal. ➢ Ou seja, o movimento lento de ser empurrado (é feito pelo aparelho vestibular hiperfuncionante) e movimento rápido de ser trazido para a posição normal (é feito por uma correção visual) ✓ Lesões irritativas do hipotálamo: Sã possíveis de causar arritmias. ✓ Etiologia: Distúrbios eletrolíticos, infecciosos, endócrino, vascular não estrutural ou estrutural, tóxico, neoplásico não estrutural ou estrutural, nutricional, falência orgânica, epilepsia, trauma, herniação. ✓ Tratamento: • ABC: Resolver os problemas que irão levar a óbito dentro de 2 minutos e depois corrige circulação, dessaturação • Identificar a causa; • Realizar TC com contraste; • Fazer acesso venoso e hidratação; • Coletar sangue para testes laboratoriais; • Verificar glicemia do paciente; • Acompanhar com Escala de Coma de Glasgow e refazer de forma seriada; • Em alguns casos específicos de intoxicação, pode usar antídotos, como o naloxone em caso de narcóticos e o flumazenil em caso de benzodiazepínicos • Uso da tiamina em casos de deficiência nutricional grave, como pacientes etilistas. • Em casos de herniação – com pupila uncal, deve ser feito ventilação mecânica otimizada, manitol e não puncionar. • Em suspeita de meningite, realiza TC de crânio urgente. Se não tiver algo que cause hipertensão, faz punção lombar e inicia ATB (sem esperar pelo resultado, se der negativa retira o ATB); • Tratar convulsões e status epilepticus (paciente apresenta crises epilépticas subentrantes, uma após a outra e sem a recuperação da consciência entre as crises) com Diazepam 5- 10mg, midazolam 0,1mg/kg, hidantoína, fenobarbital);
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